quinta-feira, maio 14, 2009

Omertà antidemocrática

Público, última hora:

O socialista António Arnaut comentou hoje o caso das pressões alegadamente exercidas por Lopes da Mota aos dois procuradores que investigam o processo Freeport acusando estes magistrados de “delação”, por terem permitido que chegasse à opinião pública “uma conversa privada”.

“Qualquer coisa que se passasse – e eu não sei o quê – seria uma coisa interna. Pelo que houve, até, alguma infidelidade ou deslealdade desses magistrados em relação ao Procurador-Geral da República, que é seu superior hierárquico”, considerou Arnaut, em Coimbra.

António Arnaut, maçónico notório, pronuncia-se de modo estranho sobre este caso. Nada o liga ao assunto: não é magistrado, nada se passou em Coimbra a não ser o facto de ter sido investido na categoria de mandatário do candidato Vital e não é assunto que o interpele naquilo que faz.
Estranho, por isso e ainda mais estranho o modo, "espontâneo" ( é o jornal que o diz) como comentou o assunto.

Fala em delação de modo a questionar a legitimidade da denúncia pública de pressões sofridas por magistrados no exercício das suas funções. Duplamente estranho.

Tão estranho que torna legítima outra dúvida e permite uma pergunta que se torna bem pertinente: o que tem a Maçonaria a ver com isto ? ( Com a candidatura de Vital fica mais que visto).

E outra ainda, mais importante: a Maçonaria tem magistrados no seu seio, é sabido.
Portanto, António Arnaut poderia suportar democraticamente que algum magistrado envolvido neste caso, pudesse pertencer a essa agremiação secreta e com regras de solidariedade pessoal vincadas e rígidas?

Perante esta dúvida e do interesse inusitado de Arnaut no caso, exige-se que o mesmo diga o que pode dizer, sem violar o seu código de conduta maçónica:

Algum dos magistrados envolvidos neste caso, é da Maçonaria? Não podendo dizer sim, pode perfeitamente dizer não. Que o diga, então, se for capaz.

Questuber! Mais um escândalo!