segunda-feira, junho 18, 2012

"O segredo das informações" no Prós & Contras é de polichinelo

O incrível jornalista Ricardo Costa está no programa Prós & Contras a falar sobre o processo dito das "secretas".
Acabou de dizer uma série de enormidades que já escreveu no jornal que dirige, o Expresso da Impresa de Balsemão. Até chamou à colação o caso de Inglaterra, sobre as escutas telefónicas que um grupo de imprensa efectuou. E acha que o caso é muito importante e releva o papel do The Guardian que andou dois anos a investigar.
O jornalista Costa faz o paralelo entre o caso do The News of the World para justificar o papel do Expresso no caso das "secretas".

É escusado tentar explicar ao jornalista Costa a diferença entre as duas situações, mas como o jornalista Costa insiste em comparar coisas é necessário lembrar-lhe duas ou três coisas porque anda a insistir sempre nas mesmas teclas:

O caso da Ongoing versus Impresa, enquanto guerra comercial, é indesmentível. O Expresso, ao contrário do The Guardian, fartou-se de violar o segredo de Estado conforme o entende o mesmo Costa, ao obter informações de toupeiras nos serviços de informação que lhes deram a indicação de que o dirigente desses serviços teria actuado em favor de uma empresa privada, precisamente a Ongoing. O The Guardian  tentou e conseguiu divulgar informação que comprometia um concorrente que usou métodos reprováveis.
O Expresso tentou e conseguiu divulgar informação que comprometia um concorrente que não usou métodos reprováveis ou pelo menos usou-os em modo tão reprovável como o Expresso.
Qual a diferença fundamental, então, para além dessa? Na investigação jornalística propriamente dita. O Expresso para divulgar informação violou o segredo de Estado repetidamente e apenas para vencer a guerra comercial. Diga o que disser Ricardo Costa, nada mais interessou ao Expresso e à Impresa do que isto. O The Guardian não actuou deste modo. O Expresso para denunciar uma malfeitoria cometeu outras tantas.
E os elementos que o jornal obteve depois disso resultaram da investigação do MºPº, apenas. E foi uma investigação que só o MºPº e o JIC poderiam fazer. Nem a direcção da fiscalização dos serviços de informação poderia fazer essa investigação.
O que Ricardo Costa foi dizer à televisão, sem ser contraditado até agora ( Jorge Bacelar Gouveia e Ângelo Correia atiraram ao lado e nem sequer contestaram o que o jornalista Costa disse) é grave porque é nada de nada. E misturou alhos com bugalhos ao tentar responsabilizar a fiscalização dos serviços de informação, exigindo-lhes o que só o MºPº e o JIC poderiam fazer: escutas telefónicas ou análise de conteúdo de registos telefónicos e informáticos.
E há um aspecto muito grave que ninguém parece entender e nem referem o facto: a recolha de informações que existiam no telemóvel do dirigente do serviço de informações só foi admitida e só é pública e assumiu relevo porque o MºPº e o Jic o fizeram. Se não existir crime que o autorize, como me parece que não há ( mas admito que possa haver) então a gravidade dessa actuação do MºPº, perante o relevo que estes Costas e companhia dão ao assunto que lhes permite virem para as tvs continuar a dizer enormidades e cretinices, tem que ser sindicada.
Ricardo Costa continua a dar-lhe e a burra a fugir quanto ao facto de ter sido vítima de recolha de informação cujo conhecimento só lhe foi dado porque o MºPº colocou no processo e até na acusação.  Se tal informação for recolhida em fontes abertas e apenas para uso privado de quem a recolheu então a cretinice de Costa é evidente. Porque lhe compete provar que tal informação se destinava a outro fim, por muito que tal lhe custe admitir. E tal sem falar na circunstância plausível de as toupeiras de Costa lhe terem soprado outras informações que assumem gravidade maior do que aquela que Costa imputa a outros, mormente de acesso indevido a dados. Aliás, se Costa conheceu o facto, tal só se deveu àquela circunstância ou a alguém que o informou indevidamente e portanto armar-se em vítima de uma coisa destas é, como dizer?-incrível. O jornalista Costa julga-se o quê, para além daquilo que manifestamente é?

O caso das "secretas" só pode ser compreendido no contexto da guerra comercial entre a Impresa de Balsemão, de quem aquele Costa é assalariado e a Ongoing. E Ricardo Costa acabou de o confirmar mais uma vez, denegando-o.

A última pessoa que deveria falar sobre o caso é precisamente Ricardo Costa. Ou então deveria ter sido devidamente contraditado. E não foi. E o programa terminou sem que se dissesse isto e se desmascarasse devidamente o jornalista Ricardo Costa que tem a lata de denunciar a existência de "maçonarias" . Mas só as más. Porque a do GOL, essa, continua de vento em popa. No Expresso, por exemplo.
Enfim, mais um programa perdido, desperdiçado em assuntos tratados por uma rama que só interessa não sei a quem. Aos Ricardos Costas, sem dúvida.

9 comentários:

Alexandre Ferreira disse...

Por muito que lhe custe - e custa-me a mim também - o tipo de ruminantes que vê estes programas só consegue digerir este tipo de informação. Pela rama e com muitos conservantes para disfarçar o sabor (e o saber).

Floribundus disse...

estes vendedores de marketing politico
conseguem vender
«merda com sabor a merda»
para delícia dos consumidores

Luis disse...

Na verdade, o programa foi tão fraco que o José apenas consegue comentar o que Ricardo Costa disse. Porém, por muito que lhe custe, foi mesmo RC o unico que disse alguma coisa de jeito. Mas o José tem tanto desagrado pelo grupo Impresa que até releva comportamentos tão torpes como o do JSC e sua turma em uso e abuso dos serviços e dos seus profissionais.

Vivendi disse...

Este artista anda a tentar fazer engenharia social. Quer abrir o caminho para o irmão António Costa. E o Balsemão dá a bença. Estas nossas elites não tem jeito... Por isso sou defensor de encontramos uma pessoa séria, calibre do Salazar.

josé disse...

Luís:

Que crimes cometeu mesmo o tal JSC?

É capaz de dizer?

Quanto aos comportamentos torpes, depende do critério seguido. Se o mesmo se aplicar ao SIS temos que os nossos serviços de informação são...torpes.

Serão?

Karocha disse...

eu não vi, já não tenho pachorra ,mas o José tem toda a razão!

FMS disse...

E nunca mais ninguem falou no caso DN/escutas/Lima. Porquê?

Karocha disse...

Porque neste Pais as investigações começam e, não acabam FMS!
Tenho várias adoubadas,porque os links desapareceram :-)
Agora adoubo tudo, incluindo Wiki!!!

Karocha disse...

LooLLLL Floribundos

Tem toda a razão!