Estes conceitos eram de tal modo evidentes nas redacções dos principais meios de comunicação social que apareciam extensas reportagens sempre laudatórias e encomiásticas, verdadeira propaganda travestida de jornalismo, sobre esses países onde afinal a miséria era ainda maior que no nosso pobre país capitalista, o que é um facto notório e conhecido após a queda do muro de Berlim, no final dos anos noventa.
Em 25 de Julho de 1975, a Flama dirigida por António dos Reis ( não era comunista, era socialista e maçónico...e a revista era do Patriarcado, ou seja, católica, o que dá para ver até onde isto chegou) dedicou um suplemento especial de doze páginas à...Bulgária. Assim, com uma linguagem escrita da autoria de Carlos Gil ( outro que deve ter ensinado as gerações dos actuais jornalistas do para quem é bacalhau basta):
Em 20 de Junho de 1975 a mesma revista dava amplo destaque a uma reportagem de uma viagem do presidente da República de então, Costa Gomes, à...Roménia! A Roménia apresentada como um modelo de sociedade para Portugal! Isto não era mesmo um loucura colectiva, encenada por essa gente que ansiava pelo comunismo como hoje ainda o fazem?
Note-se que a Roménia de Ceausescu era um país onde a ditadura feroz e o arbítrio da família "real" comunista era do conhecimento comum.
Como foi possível esta fantasia e esta alucinação, em Portugal?
A resposta é simples: Partido Comunista Português. O mesmo que hoje existe e com as mesmíssimas ideias.