quarta-feira, fevereiro 27, 2013

É preciso ter estômago de polvo...

Joaquim Vieira foi jornalista no Expresso e em tempos director da revista Grande Reportagem. Nesta, publicou em 2005 quatro pequenos textos dedicados às aventuras de Mário Soares.

A revista, detida pela Controlinveste ( do oliveira da figueira da publicidade no futebol)  fechou portas em 2005, tendo o director sido despedido antes. Porquê? Não se sabe bem. Cabalas, certamente.
Os artiguinhos podem ser lidos aqui, na íntegra. Ou então uma vista de olhos por aqui, às rosas como flor sem tempo:

 Depois disto se saber, o espanto abre alas de reposteiros altos, ao vermos nos escaparates das livrarias, actualmente, este livro bem nutrido de páginas:


 Uma biografia daquele Mário Soares, assinada por...Joaquim Vieira! O mesmo ou um homónimo? A pergunta não é inteiramente retórica. Um circunspecto e atento José António Barreiros  coloca-a nos seus termos mais precisos: a parte do livro que versa sobre o caso do fax de Macau é escrito à maneira das gatas que passam em telhados de zinco quente e sempre com referência a outras fontes, como o jornal Independente.
O Joaquim Vieira que assinou aqueles quatro artigos não pode ser o mesmo que assina agora esta biografia, porque a lobotomização crítica é notória.
Aconteceu alguma coisa ao indivíduo. Ou ao seu estômago...que já não distingue um polvo de um cágado.


17 comentários:

Floribundus disse...

comparo qualquer deles à anedota sobre a capacidade intelectual do Presidente Nixon:

'caminha ou
mastiga a pastilha elástica'

JC disse...

Que furúnculo é aquele que o cágado tem nas costas?

Unknown disse...

Não é cágado, é uma tartaruga, o cagado está por cima. A bosta tinha ido passear às nossas custas porque nas palavras da cagada dra. "estavam a aproveitar tudo o que podiam porque estava mesmo a acabar".

josé disse...

"Não é cágado, é uma tartaruga"...claro que é.

josé disse...

...um cágado, quer dizer, uma tartaruga.

miguel disse...

Pobre animal,a realizar tarefas de saneamento básico...

JC disse...

Esta imagem do bochechas em cima da tartaruga/cágado não deixa de ter um simbolismo interessante:

O cágado é o povo português, em cima do qual o Mário Soares tem vivido escarrapachado todos estes anos.
E ainda ri, o "gajo"...

Ljubljana disse...

Caro José,

Esta não foi a famosa viagem de importantíssimos negócios e contactos diplomáticos de relevante importância que o "nosso mui querido pai da democracia" fez às Seichelles?

aragonez disse...

Eu, por e em circunstancias que não são agora chamadas, estive por dentro do caso Emaudio.
Como é que um tipo destes ainda é figura atendível por povo e intoxicação social?
É mais um mistério que um dia terá resolução.
Pobre país, em que os escribas mudam formas e conteúdos de acordo com os ventos!

Anónimo disse...


É pá ao menos podiam escrever o artigo sem meter a fucinheira da criatura.
É só para deixar um gajo mal disposto logo pela manhã?

lusitânea disse...

Quem está com o poder come,quem não está cheira...

Unknown disse...

O pai da Pátria anda muito calado. Quando Soares se pronuncia, a memória foge apavorada, a verdade providencia um copo de estricnina, a História refugia-se no pó dos livros, a vergonha na cara esconde-se num escombro. Já os portugueses que não tratam alguns princípios a pontapés, ficam pálidos de espanto ou vermelhos de vergonha.

Todos, menos os devotos do padrinho: “Quando Soares fala, o mundo ilumina-se” derramam-se os olhos ofuscados por tanta luz.

Quando recuperar a voz, Soares será interpelado por jornalistas doidos por lhe darem o que ele mais gosta: o microfone. Então, o mais loquaz dos presidentes será confrontado com perguntas amigas cujas respostas desafiam o mundo real. Como pretende ter toda a razão julga-se com direito a tudo, até matar de inveja o mais delirante dos esquerdistas.

Os cargos que ocupou, a responsabilidade que ele e o seu partido têm na situação do país, recomendariam algum decoro e dignidade e não escolher atropelar a memória, gastar o nome em manifestos caricatos. Para políticos como Soares, só existe um crime imperdoável: perder o poder.
Visto de perto, o presidente que nunca desencarnou da intriga política, vem gastando a voz e esbanjando os últimos anos de vida empenhado em confundir-se com um triste fala-barato.

Numa paisagem infestada de jornalistas militantes, repórteres invertebrados, biógrafos especializados em metamorfoses amigas, analistas que combatem quem ousa ser fiel aos factos e discordar da amnésia reinante, o espaço ocupado por jornalistas nascidos sob o signo da independência e condenados a estimar a verdade acima de todas as coisas começa a parecer perturbadoramente acanhado.

David R. Oliveira disse...

Muito, muito agradecido pela exposição de esse seu «espólio». Usá-la-ei com a respectiva referência;o seu a seu dono.

Karocha disse...

Também não entendi, José!
Anda bem que republicou,senão lá ia eu vasculhar o seu arquivo.
Thanks.

Unknown disse...

José,

Eu não aderi ao desacordo ortográfico. O não é cágado é tartaruga destinava-se apenas a fazer o chiste com o cagado corrupto e a cagada esposa que pronunciou a frase citada.

Kaiser Soze disse...

Vou assumir que, em dado momento que desconheço se terá acontecido, este jornalista (?) terá vindo a público dizer que era um idiota e que o que escreveu sobre Soares (antes da biografia, claro) resultou de uma falha na ingestão da medicação que andava a tomar na altura;
ou então, eu que não li o livro mas que também conto nunca ler, a biografia é uma explanação mais completa da corrupção que envolveu o Soares.

Só pode ser uma coisa ou outra, certo?
Ou então não é de um acordo ortográfico novo que precisamos mas de uma novilingua. A mentira é verdade.

CB disse...

Não está disponivel a primeira parte do artigo (começa na parte 2)

A obscenidade do jornalismo televisivo