Se se confirmar a nomeação do procurador-geral adjunto Amadeu Guerra como novo director do DCIAP, a escolha é muito boa.
Amadeu Guerra é um magistrado com muita experiência e diversificada em vários sectores, para além da magistratura. É um indivíduo esperto e com um sentido correcto do que é e deve ser o Ministério Público. É da velha escola e tem a noção do sentido do dever e serviço públicos.
Os jornais de hoje traçam um perfil limitado da figura, sem fotos actualizadas ou currículo abrangente. Falta por exemplo escrever que Amadeu Guerra foi auditor num ministério em que João Cravinho era mandão, no tempo daquele que todos sabem quem foi e agora é caixeiro-viajante por conta de uma multinacional farmacêutica. Enquanto auditor deu pareceres e muito bem direccionados ao combate a uma corrupção larvar que o ministério não aproveitou, porventura por não querer tal coisa. Amadeu Guerra deixou a auditoria com uma visão precisa dos meandros da corrupção de alto coturno, em Portugal. Tem um conhecimento preciso desse polvo e desses miasmas.
Espera-se agora, à frente do DCIAP um Amadeu Guerra coerente, empenhado nesse combate e cujos contornos conhece bem. Ao contrário de Cândida de Almeida não parece ser alguém a quem possam comer as papas na cabeça ( Alípio Ribeiro, o blogger, não entendeu nada...).
Por exemplo, estou em crer que Amadeu Guerra sabe descodificar muito bem os esquemas de corrupção larvar que rodeiam ou permeiam estes assuntos ( como os que o Correio da Manhã hoje revela), o que não acontecia com Cândida de Almeida. Desejo muitas felicidades a Amadeu Guerra, particularmente nesse combate e fico satisfeito por ver que alguma coisa essencial está a mudar no MºPº.