Mais um texto do comentador Floriano Mongo ( o nome é zappiano), sobre o comunismo, perdão, sobre o nazismo:
"(…)
11. A supressão dos rendimentos a que não corresponda trabalho ou esforço, o fim da escravidão do juro;
12.
Levando-se em conta os imensos sacrifícios em bens e em sangue
derramado que toda guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal graças
à guerra deve ser qualificado de crime contra o povo. Exigimos,
portanto, a recuperação total de todos os lucros de guerra;
13. Exigimos a nacionalização de todas as empresas (já) estabelecidas como sociedades (trustes);
14. Exigimos participação nos lucros das grandes empresas;
15. Exigimos que se ampliem generosamente as aposentadorias;
16.
Exigimos a constituição e a manutenção de uma classe média sadia, a
estatização imediata das grandes lojas, e o seu aluguer a preços baixos a
pequenos comerciantes, cadastramento sistemático de todos os pequenos
comerciantes para atender às encomendas do Estado, dos Länder e das
comunas;
17. Exigimos uma reforma agrária apropriada às nossas
necessidades nacionais, a elaboração de uma lei sobre a expropriação da
terra sem indemnização por motivo de utilidade pública, a supressão da
renda fundiária e a proibição de qualquer especulação imobiliária;
18.
Exigimos uma luta impiedosa contra aqueles cujas actividades prejudicam
o interesse geral. Os infames criminosos contra o povo, agiotas,
traficantes etc. devem ser punidos com pena de morte, sem consideração
de credo ou raça;
19. Exigimos que se substitua o direito romano, que serve à ordem materialista, por um direito alemão;
20.
Com o fito de permitir a todo alemão capaz e trabalhador alcançar uma
instrução de alto nível e chegar assim ao desempenho de funções
executivas, deve o Estado empreender uma reorganização radical de todo o
nosso sistema de educação popular. Os programas de todos os
estabelecimentos de ensino devem ser adaptados às exigências da vida
prática. A assimilação dos conhecimentos de instrução cívica deve ser
feita na escola desde o despertar da inteligência. Exigimos a educação,
custeada pelo Estado, dos filhos – com destacados dotes intelectuais –
de pais pobres, sem se levar em conta a posição ou a profissão desses
pais;
21. O Estado deve tomar a seu cargo o melhoramento da saúde
pública mediante a protecção da mãe e da criança, a proibição do
trabalho infantil, uma política de educação física que compreenda a
instituição legal da ginástica e do desporto obrigatórios, e o máximo
auxílio possível às associações especializadas na educação física dos
jovens;
22. Exigimos a abolição do exército de mercenários e a formação de um exército popular;
23.
Exigimos que se lute pela lei contra a mentira política deliberada e a
sua divulgação através da imprensa. Para que se torne possível a
constituição de uma imprensa alemã, exigimos:
a) que todos os
redactores e colaboradores de jornais editados em língua alemã sejam
obrigatoriamente membros do povo (Volksgenossen);
b) que os jornais
não-alemães sejam submetidos à autorização expressa do Estado para
poderem circular. Que estes não possam ser impressos em língua alemã;
c)
que toda participação financeira e toda influência de não-alemães sobre
os jornais alemães sejam proibidas por lei, e exigimos que se adopte
como sanção para toda e qualquer infração o fechamento da empresa
jornalística e a expulsão imediata dos não-alemães envolvidos para fora
do Reich.
Os jornais que colidirem com o interesse geral devem ser
interditados. Exigimos que a lei combata as tendências artísticas e
literárias que exerçam influência debilitante sobre a vida do nosso
povo, e o fechamento dos estabelecimentos que se oponham às exigências
acima.
(…)
Qualquer semelhança com um programa comunista não é mera coincidência. O
fascismo, também na sua vertente nazi, sempre foi de esquerda nos seus
fundamentos mais gerais. Erigiu, sim, uma concepção de poder e de
organização de Estado diferente daquelas estabelecidas pela
Internacional Comunista e repudiava o entendimento que esta tinha do
“internacionalismo”.
Mas o ódio ao liberalismo económico, à propriedade privada e às liberdades individuais era o mesmo.
Em
ambos, as tentações totalitárias manipulam o discurso da igualdade para
criar um ente de razão, estado ou partido, que busque substituir a
sociedade.
Essa cultura de “engenharia social”, que captura
direitos individuais em nome de um estado reparador, ainda está muito
presente naqueles que não deixam de sonhar com o pesadelo. Ela
estabelece-se oferecendo o paraíso na terra, um verdadeiro reino de
justiça e igualdade.
O resultado dessa “igualdade”, foram milhões
de mortos. Nessa contabilidade macabra, os comunistas levaram uma
enorme “vantagem”, mataram muito mais – incomparavelmente mais,
legitimados pela “razão” de que matavam em nome do “bem”da própria
vítima.
É pouco provável que as barbaridades do nazismo e do comunismo se repitam.
Mas
ninguém se engane, dezenas de anos é quase nada na História. Em 1933,
ou mesmo em 1917, a humanidade já dispunha de boa parte da literatura
que vale a pena, de boa parte do pensamento que vale a pena, de boa
parte até mesmo do conhecimento científico que ainda hoje serve de
referência.
No entanto, o mundo viveu sob o signo destas bestas."