Em 16 de Maio 1975 o O Jornal publicou esta página onde dava conta do panorama jornalístico português na época e da dança de cadeiras nas redacções. Lendo os nomes verificamos que durante décadas fomos dominados mediaticamente por uma imprensa e um jornalismo de esquerda, essencialmente. Foram estes jornalistas quem teceu a arquitectura intelectual do discurso narrativo e histórico que serviu de base para o edifício educacional português dos livros escolares oficiais e não só. Qualquer programa televisivo que verse sobre acontecimentos históricos dos nossos últimos quarenta anos tem que levar o "imprimatur" intelectual destas pessoas que legaram a outros a mensagem politicamente correcta.
É assim que se deseduca um povo e é assim que se atropela a História e a realidade. Se somos o que somos, devemo-lo em grande parte a esta gente que pensava e continua a pensar com bordões de esquerda e a actuar em conformidade.
Nenhum país da Europa passou por esta experiência e por isso não somos verdadeiramente europeus, intelectualmente. Ainda " Somos um povo que cerra fileiras, parte à conquista
do pão e da paz." , como cantava a canção da gaivota da esquerdista Ermelinda Duarte em 1974. Como ela..."Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás."
Foi esta mentalidade que herdamos ( quem herdou, ou seja a maioria da população que vota e por isso continua a dar maiorias a PS e assim) desta gente que nos conduziu por três vezes à bancarrota. Pagamos incomensuravelmente mais impostos hoje do que jamais no tempo de Marcelo Caetano que ainda por cima tinha despesas de guerra que levavam 40% do Orçamento e esta gente nem entende o fosso que os separa daquilo que continuam a chamar de "fassismo".
Ao longo dos anos, os jornalistas mudaram de cadeiras e mesas e até casas editoriais. Porém, de mentalidade nunca mudaram, essencialmente. E ensinaram os mais novos, as lourenços e quejandos que replicam a mentalidade à saciedade. Como se comprova por estas fichas redactoriais. A do Expresso não está aqui porque o jornal não tinha ficha redactorial para além do nome no cabeçalho, muitas vezes "director interino". Deve ser o que fazia todo o jornal, se calhar...
Politicamente e até socialmente, foram estes, essencialmente e a que se juntam os colegas televisivos, frequentemente saídos dos jornais, os pais da opinião pública nacional, durante décadas.
E não se ficaram por aí. Em 1978 a mesma tribo organizou um jornal de espectáculos chamado Sete. Durou anos e anos e foi muito importante para marcar a opinião cultura, esquerdista, naturalmente.
Se tivermos de pedir responsabilidades sociais a grupos concretos de pessoas, pelo estado calamitoso a que chegamos, podemos pedí-las a esta gente. Como não se darão por achados, continuaremos a caminhar alegremente para o abismo.
Só me pergunto o que merecemos como povo para termos esta desgraça colectiva como castigo.