sábado, outubro 19, 2013

José Sócrates: filosofia de almanaque e outros contos para papalvos

O Expresso Revista de hoje publica uma entrevista com José Sócrates, concedendo-lhe nada menos que dez páginas, contando com as fotos de página inteira.

Que diz Sócrates ( que neste blog tenho tratado muito mal, por vezes com insultos de que me arrependo e não voltatei a publicar porque não é preciso ofender ninguém para lhe rebater os argumentos quando existem e para lhe apontar as mentiras se entendemos que se verificam e o fundamentarmos) ?

Os próceres que lerem a entrevista ficarão mais sossegados porque o mesmo explica todos os casos de que foi alvo. As explicações é que são deveras curiosas e entram novamente no domínio do inexplicável logica e racionalmente. Sócrates continua a contar a sua "lenda" do modo mais plausível possível e apenas com uma falha que no caso é monumental: os detalhes. Faltam os detalhes de quase tudo o que é importante e o manchou pessoal e politicamente.
Sócrates acha que os ataques de que foi alvo foram "da direita". E reafirmando-se, diz-se de esquerda. Não explica a distinção e até confunde papéis mas interessa-lhe a ideia genérica. "Esquerda" ainda é uma palavra mágica em Portugal porque "direita" não existe em concreto, apenas na imaginação dos que pretendem, como Sócrates, lançar labéus infamantes a quem os critica e disso tirar partido na sociedade portuguesa. Politicamente, em Portugal ninguém ousa  afirmar-se de "direita"  porque não seria coerente se o fizesse. Seria apenas uma declaração intencional como o é a de Sócrates, sabendo este que a ideia de "esquerda rende sempre.
Por outro lado, a história de José Sócrates é também a história de uma certa geração de políticos que nos tem governado. Intelectualmente capazes para atingir o poder, motivados essencialmente para esse objectivo, aproveitaram o desenho constitucional e político do actual regime para alcançarem lugares de mando. As barreiras democráticas e filtros de escolha que deveriam existir acabam por se submeter a lógicas partidárias em que sobrelevam sempre as velhas tácticas de conquista do poder, ancestrais e que a democracia apenas esconde e oculta para dar um brilho aparente de legitimidade.
Uma pessoa como José Sócrates com um percurso pessoal conhecido e banal, sem preparação técnica para muitos assuntos de governação e sem princípios sólidos que transpareçam como sinais inequívocos de seriedade pessoal e política, no sentido da honradez de antanho e da "recta intenção" caracterizadora dos grandes homens de Estado, acaba sempre por fazer mal a um país, como faria mal a uma associação ou a um clube desportivo.  Como efectivamente José Sócrates fez e com consequências imediatas tão graves e profundas que só daqui a uns anos se entenderão.A bancarrota a que nos conduziu, por imprevidência, desconhecimento, erros por incompreensão dos fenómenos em toda a extensão  ( na entrevista continua a citar a "doutrina que dizia que  num momento de crise internacional como aquela, os Estados têm o papel de fazer mais investimentos para garantir o emprego")  e portanto por  opções de diletante e de teimosia arrogante e estúpida não pode ter perdão público para um indivíduo político como este.
Os dois fenómenos mais graves da governação de José Sócrates assentam na ideia de "festa" passada por uma sua ministra ( a senhora Lurdes Rodrigues). Foram os gastos do Estado, assentes na tal noção keynesiana, aprendida à pressa e simplisticamente assumida e certos actos de gestão pública, ruinosos até aos milhares de milhões de euros que agoram iremoa pagar. Essas decisões concretas devem-se a Sócrates. Pessoalmente, segundo se deprrende da entrevista.
Sócrates justifica a nacionalização do BPN que causou a verdadeira "roubalheira" de vários milhar de milhões de euros ( mais do triplo do que seria a consequência da falência do banco) com argumentos pouco sérios e repetidos pela má consciência: apenas pelo medo da repercusssão dessa falência no sistema bancário nacional. Se assim foi, porque não nacionalizou a SLN? Tem-se a noção, com a entrevista, de que foi Sócrates quem efectivamente decidiu, em modo autocrático, tais opções políticas. E o que se passou com a (re)negociação das PPP´s que favoreceram entidades privadas ( suspeitas como a Mota-Engil e certos bancos) é outro assunto em que um comentador como José Gomes Ferreira já escreveu assunindo que houve um conluio em que naturalmente o governo de Sócrates e este pessoalmente, se envolveram.

Sobre o assunto das contas bancárias de José Sócrates, dos empréstimos para estudar em Paris, das compras milionárias e da vida faustosa com rendimentos nulos ficam as declarações de José Sócrates que atentam contra a inteligência do homem comum e por isso não merecem ser levadas a sério.
Logo que José Sócrates dê os detalhes do modo como comprou um Mercedes série S, a seguir à saída do governo ( facto contado pelo Correio da Manhã, não desmentido por Sócrates e que CFA não pergunta) e ao mesmo tempo contraiu um empréstimo junto da CGD de 120 mil euros para estudar em Paris, pode ser que se entenda o que pretende dizer. Assim, contado deste modo, não aceito a explicação nem ninguém minimamente inteligente pode aceitar. Que garantias deu á CGD? Quem lhe aceitou e justificou o empréstimo ( ou foi assim uma coisa tipo BPN no caso Homeland de Duarte Lima)? A que prazo terá do o pagar e com que rendimentos se é sabido que os bancos não emprestam assim de mãos largas a qualquer um, ainda por cima sem emprego ou rendimentos conhecidos,  na altura? Quem assumiu verdadeiramente a responsabilidade desse empréstimo?
Estes detalhes fazem toda a diferença e é esse o calcanhar de Aquiles de Sócrates: não tem explicações para os mesmos. Ou pelo menos não as dá...

Sobre os estudos e licenciatiura, basta dizer uma coisa: o vice-reitor da universidade Independente, Rui Verde, já disse que Sócrates não fez a licenciatura como deve ser e outro responsável pela mesma escola disse que Sócrates não era licenciado. Veremos o que decide o tribunal administrativo.
Na entrevista esportula umas citações filosóficas que demonstra que leu alguma coisa. Diz que leu a "Metafísica dos Costumes" de Kant, "umas dez vezes". Acredite quem quiser...por mim, as citações parecem-me de almanaque.

Mas vamos à entrevista ( de Clara Ferreira Alves que notoriamente não é isenta ou politicamente distanciada do entrevistado).


49 comentários:

Floribundus disse...

não merece nada de bom um povo que vota maioritariamente numa personagem como esta para o cargo de PM

e faz quanto pode para não pagar a factura durante este século

o CM diz na 1ª pg que o Infante vai casar com o agente e cita o sôzé

'fripór', 'cova da Beira', 'face oculta' .... foram cabalas

David disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

José,

Agradeço o seu texto, pelo sentido crítico e até patriótico.
Quanto ao jornal e personagens envolvidos apenas digo que não leio trampolineiros.

Vivendi disse...

Mais outro que precisa de levar um valente pontapé no cu.

Vivendi disse...

"O meu resumo da entrevista de Sócrates: um homem que fala sobre os dias em que ficava à noite com a ex-namorada em casa dela, não é homem não é nada. Ainda por cima, quando conta tudo isto para provar que não é homossexual."

Paulo Pinto Mascarenhas

Floribundus disse...

na ponte 24 de abril e em Alcântara assistiu-se à 'pinderiquice' da maior manifestação de sempre

no Porto ainda foi máior

Floribundus disse...

Insurgente

A agência Moody’s salienta que se todas as medidas da Proposta de Orçamento do Estado forem aplicadas na íntegra, Portugal irá registar o primeiro excedente primário desde meados dos anos 90 (0,3% do PIB) e a primeira descida anual do rácio de dívida pública (face ao PIB) desde 2000. A agência destaca também o facto de os cortes da despesa serem o “foco predominante”, que contrasta com os aumentos de impostos “substanciais” de 2013.

rita disse...

Gostei muito da análise!!! Obrigada.
Quanto à entrevista, jamais a lerei!!!
Quanto à Clara Ferreira Alves... Já não me desilude...

Anónimo disse...

A tua filosofia não deve ser de almanaque, deve ser de "magnum ultra philosophus tratactus sophus eu mim moi". Um comentário destes, de um nível intelectual (também deves ser contra o acordo ortográfico, mas quando se lê o "c" o "c" fica, não há que ter medo) tão tão tão baixo, praticamente ininteligível, não só não merece aprovação, como merece que o seu autor seja desprezado, tido como alguém que é completamente chanfrado, porque nem se percebe muito bem o que quis dizer com ele, mas o autor para além de chanfrado é demasiado preguiçoso para te explicar que uma sumidade como tu não tem o direito de falar do que foi o governo de Sócrates, do que foi a redução do défice para o nível mais baixo desde que há democracia em Portugal antes da crise, do que estava a ser uma austeridade gradual com PEC's que permitiam uma redução do défice em 1,5% (2011) comparada com uma austeridade para lá do que era exigido pela troika que permitiu uma redução em 1% do défice tanto em 2012 como 2013 (na mais otimista das previsões). Podia continuar, mas o autor é chanfrado e preguiçoso e a sua filosofia nem sequer de almanaque é.

joshua disse...

Craft, também te licenciaste a um Domingo, não foi?! Vai ver se estamos ali.

josé disse...

"uma sumidade como tu não tem o direito de falar do que foi o governo de Sócrates, do que foi a redução do défice para o nível mais baixo desde que há democracia em Portugal antes da crise, do que estava a ser uma austeridade gradual com PEC's que permitiam uma redução do défice em 1,5% (2011) comparada com uma austeridade para lá do que era exigido pela troika que permitiu uma redução em 1% do défice tanto em 2012 como 2013 (na mais otimista das previsões). Podia continuar, mas o autor é chanfrado e preguiçoso e a sua filosofia nem sequer de almanaque é."

Guarda o spleen para derramar no único neurónio que deves ter a funcionar...

josé disse...

Se tivéssemos continuado com este Sócrates estaríamos agora na bancarrota efectiva e pior que a Grécia. E nem é preciso ser chanfrado para dizer isto. Basta ter memória real e não de números abstractos que os serviços da propaganda do partido fornece.

A Câmara Corporativa já tinha ido à vida, percebes spleen?

Vai ouvir o John Fahey e não sejas parvo.

Vivendi disse...

Do blog António Maria

Não há fumo sem fogo

JOSÉ SÓCRATES, sobre o Freeport: “Quem estava a pedir esse dinheiro (ao meu tio) era um gabinete de advogados ligados ao PSD e muito próximos do doutor Santana Lopes, prometendo o licenciamento por um preço.” !!!

Se esta e outras revelações feitas pelo antigo primeiro ministro a Clara Ferreira Alves são verdade, não fica pedra sobre pedra da corja parlamentar que vai do CDS/PP e PSD ao PCP e Bloco. Enfim, o PS sentado na AR era parte interessada, e por isso é obviamente poupado pelo seu antigo SG nesta entrevista.

O PEC-4, que pelos vistos fora meticulosamente negociado por José Sócrates com Angela Merkel, Durão Barroso e o BCE, foi chumbado por uma coligação geral, da extrema-esquerda à direita parlamentares (BE+PCP/PEV+PSD+CDS/PP), dando passo imediato à queda do governo e à entrada da Troika em Portugal. Se foi como Sócrates relata, esta revelação vai ser, de ora em diante, explorada com mestria a favor do antigo PM, afinal a única criatura política que tentou evitar a desgraça em que agora estamos e que vai piorar ao longo de 2014 e 2015!

Esta entrevista, que foi meticulosamente promovida —ao ponto de ser citada e defendida de forma dissimulada por Miguel Sousa Tavares no artigo que publica na mesmíssima edição do Expresso (percebendo-se que a leu antes de redigir o seu texto)—, vem na sequência do programa dominical que José Sócrates mantém na RTP e faz claramente parte de um plano: regressar ao poder assim que a casa em ruínas que é neste momento o desgoverno do Jota Passos Coelho se desfaça de vez. Força Arménio!

Só não percebi ainda se José Sócrates tenciona derrubar o seminarista Tó Zé, antes, ou depois da queda de Passos Coelho...

Creio que a hora dos jovens turcos e da jovem turca do PS chegou!

Será isto, ou outra coisa?

Bastou-me ouvir a entrevista dada pela ministra das finanças ao José Gomes Ferreira no Sábado passado, para perceber que este governo talvez passe o Natal deste ano no poleiro, mas não chegará vivo ao próximo. Não trataram do desmantelamento do paquiderme partidário que inchou o aparelho de estado, nem afastaram do orçamento os rendeiros, no início do programa da Troika, como foi recomendado. Agora, apesar de Victor Gaspar ter reconhecido o fracasso e sobretudo a sua incapacidade de se opor ao regime devorista, a coligação mantém-se, mas em estado terminal, à espera de um golpe de graça qualquer. Há quem diga que espera uma catanada providencial do dito Tribunal Constitucional. Com ou sem catanada, o seu destino está traçado e será curto.

Ironicamente, o PS aguarda que todo o trabalho sujo em matéria de redução do estado e diminuição radical dos rendimentos do trabalho seja realizado pelo governo em funções até às próximas legislativas. Depois, o próximo governo atacará os grandes rendeiros do regime e começará a aliviar lentamente o sofrimento do povo. Se for assim, a direita bem pode emigrar, pois ficará sem país durante umas boas décadas.

Coloca-se, entretanto, um problema: quem sucederá ao Passos Coelho? Seguro? Mas como?!

E que acontecerá ao PSD e ao partido do táxi? A minha previsão é que desapareçam do mapa, acompanhados pelo Bloco de Esquerda. Enfim, talvez não desapareçam de vez, mas ficarão numa tal fragilidade que o vazio gerado tenderá a ser ocupado por uma reorganização partidária do país.

Toda esta balbúrdia mais ou menos inevitável criará o caldo de cultural ideal para o regresso de uma personalidade forte como a de José Sócrates. A princípio, a coisa parecerá óleo de fígado de bacalhau. Mas depois de provado o inferno que este governo ainda nos reserva, muitos preferirão o remédio que dá vómitos à morte prematura.

A presença de Lula vai certamente dar o mote!

Vivendi disse...

E já agora José...

Alguém já parou para pensar quantos ministros do atual governo fazem parte da maçonaria?

Quando esta verdade vier a público até vão apanhar um susto.

Anónimo disse...

Licenciei-me ao domingo, a uma 3ª feira, com a melhor média da faculdade de direito de lisboa, com 9,5 valores, tenho o 9º ano, 62 anos, 19 anos... O Spleen não é meu, eu não tenho ódio nem ao Sócrates nem a ninguém ao contrário dos senhores. O Senhor começou por dizer que não tinham sido dedicadas "nem mais nem menos do que 10 págs." a esta entrevista. Fê-lo claramente como quem diz que é um ABSURDO dedicar 10 págs. ao sujeito. Quem é o Senhor para ajuizar se 10 págs. é muito ou pouco? O Senhor é um ressabiado. Na 1ª frase do seu texto dava logo para perceber. Talvez se tivesse exposto a minha opinião sobre o Sócrates, sobre o seu Governo, sobre o estado do país, de uma forma que o Senhor considerasse politicamente correta (sem "c" lembro) o senhor ficaria mais chateado, com um grande melão mesmo, porque não saberia como responder aos poucos números que apresentei, porque não tem um único argumento REAL (que não seja insultuoso, falso, deturpado ou mentiroso) para me apresentar contra o Sócrates (um, nem um). Fique a saber que o fiz de propósito para o poupar a esse embaraço. Porque o Senhor só é capaz de dizer com ironia que se gastaram 10 págs. de papel e tinta (com fotos de página inteira, veja-se o desplante!) com Sócrates. O Senhor não sabe que não devia ter direito de opinar, de escrever nada que pudesse ser lido por quem quer que fosse, porque o Senhor é um ressabiado. E o seu amigo Joaquim Carlos consegue ser pior ao insinuar que eu devo ter um licenciatura tirada a um domingo. Se esse tipo de argumentação é a vossa, se é assim que fazem democracia com as vossa "opiniões", eu tenho todo TODO o direito de dizer o que me apetece, de chamar-lhes Sumidades ou Merdas.

josé disse...

Spleen: desampare a tasca, por favor.

Vivendi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vivendi disse...

Oh, artista!

Ainda não entendeu que de economia é um 0...

Explica lá de que adiantou o défice mais baixo em democracia se ao mesmo tempo o Sócrates, o animal político que admiras duplicou a dívida pública?

Compra um cão, dá-lhe o nome de Sócrates e entretém-te a dar banho ao cão.

Floribundus disse...

movimento anticatólico expresso por sindicalistas judaicos em Viena contra o Dr Karl Lüger depois da enciclica de 1892 Rerum Novarum

ver caricaturas em
After the foundation of the Christian-social Party, the Glühlichter, again, critizied the antisemitic policy of Lueger. On the occasion of the beginning of the hunting season 1893 the satirical journal put together various hunting scenes, among them the ‘antisemitic deer hunt’ of Carl Lueger.

Glühlichter. Humoristisch-satirisches Arbeiterblatt, Wien, September, 30th 1893

Österreichische Nationalbibliothek, Wien

depois o culpado foi Herr Adolf

Floribundus disse...

estranho apoio dado ao cocainómano freud, que por mero acaso era judeu de Viena

koestler do zero e infinito, também judeu recorda os tempos de Viena nas suas memórias

há também motivos pouco claro no judeu zweig

não contra nada nem ninguém incomoda-me quem não é isento

zazie disse...

Este gajo é mentecapto. Então o palerma diz que é utilitarista à Bentham e depois diz que age segundo o Imperativo categórico do Kant?

ahahahahahaha

Palhação. Misturou umas definições de coisas que nem imagina o que são.
Utilitarismo de Bentham. O panótPico do Pinócrates AAHAHAHAHA

Jonas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
muja disse...

Dize lá, ó acordita, estorvam-te os "cc"?

Só os lês se quiseres. Já eu leio-os sempre, mas só pronuncio alguns. Porque se há-de limitar a liberdade de quem acha utilidade em lê-los?

Ora os brasileiros não só também os lêem, como até pronunciam alguns em palavras em que nós, portugueses, os não pronunciamos.
No caso dessas palavras, passam a poder escrever-se das duas formas, segundo o "acordo".

Ou seja, de palavras que são iguais para os dois, faz-se uma diferente para cada um: para unificar algumas palavras, separam-se outras... qual é o ganho?

Ou por outra, para que é um acordo que substitui o desacordo com outro desacordo?
O próprio acordo, aliás, é no fundo um desacordo, pois ainda nem todos os interessados se puseram de acordo sobre ele.

Isto é um contra-senso.

Ou não é?

hajapachorra disse...

Olhai que esse spleen é o dito cujo em pessoa, se podemos chamar pessoa a uma carraça. Sim, ó minus habens, odeio esse animal, por feroz que se diga, e era capaz de lhe arrancar os pulmões pela barriga das pernas, nem duvides, ó pelintra. A ele, a ti, ao passos, ao portas, ao seguro, a esses merdas ambulantes que não têm onde cair mortos.

foca disse...

Sobre aquela parte da entrevista em que o inenarrável diz que a mae lhe deu um apartamento é mentira. Os srs. Jornalistas que investiguem.
Quando os filhos nasceram o tipo vivia em enormes dificuldades financeiras.
Já era secretario de Estado e continuava a ter graves carências de pilim, perguntem à ex-mulher (que curiosamente tb deve ter descoberto um familiar rico!)
De repente a meio do mandato de ministro do ambiente começa a ostentar fatiotas de banqueiro.
Se ainda houver jornalismo de investigação que vão à procura, comecem por exemplo pelas tais minas de volfrâmio e pela suposta fortuna materna.

josé disse...

foca:

O que mais impressiona neste indivíduo é o modo como passa por cima dessas coisas que uma investigação mesmo perfunctória descobriria serem fantasiadas, de algum modo se não de todo o modo.

E ainda mais impressiona pensar que alguém que exerceu cargos políticos de tão alto relevo seja capaz de interiorizar que se safaria sempre de qualquer investigação.

É impressionante e só me lembro de um caso mais ou menos parecido: Collor de Melo.

Henrique Pereira dos Santos disse...

A parte de nem saber o que era o Freeport, também é uma clara mentira. O que escrevi em 2009, com conhecimento directo do processo e da forma como fui dele afastado depois de ter dado um parecer negativo sobre o assunto, parece-me bastante claro: http://ambio.blogspot.pt/2009/01/para-que-complicar.html
Henrique pereira dos santos

josé disse...

HPS:

Estive a ler o que escreveu sobre o Freeport e tendo a concordar com as questões que coloca.

Porém, havendo uma denúncia concreta de corrupção, consistente e credível, tem que ser investigada.

O problema do Freeport é algo que ultrapassa essas questões porque a prova de eventual crime deveria ser feita em tempo útil ou seja de modo célere. O processo ficou parado na PJ durante quatro anos, sem investigações produtivas.

Nesse tempo desapareceram provas ou não foi possível recolher as mesmas.

O pagamento de luvas em licenciamento de obras desse género é usual ou não? É esta a primeira questão a colocar.

Se sim, quem teria sido o principal beneficiário? Parece-me evidente que poderiam ser várias pessoas em diferentes níveis.

Terá sido assim? Aí é que entra a tal investigação que ( não) se fez porque se calhar já não era possível fazer.

foca disse...

José
Eu lembro-me de um Vale e Azevedo, que já tinha acusações de todos os lados e mantinha uma trupe de seguidores fanáticos.

Há algo de hipnotizador no discurso destes indivíduos.

Estranho é que há sempre uma Clara Ferreira Alves a jeito!

josé disse...

"Eu lembro-me de um Vale e Azevedo, que já tinha acusações de todos os lados e mantinha uma trupe de seguidores fanáticos.

Há algo de hipnotizador no discurso destes indivíduos."

Esse é outro fenómeno bem real e que não entendo. Parece ser mesmo isso, um efeito hipnótico derivado de qualquer problema psíquico. Ninguém, com dois dedos de testa, e no seu perfeito juízo, confiaria num indivíduo como esse.


O próprio parece acreditar no efeito e por isso em tempos o associei ao síndroma Vale e Azevedo.

Mas como disse, não quero repetir insultos e fico por aqui, nesse aspecto. Nunca mais o chamo de Inenarrável ou Mentiroso isto ou aquilo.

O tipo é demasiado perigoso para não ser levado a sério e ao mesmo tempo a seriedade das críticas só poderá ser caldeada pela ironia ou sarcasmo. É esse o limite, agora, para mim.

JC disse...

Estou espantado!

Sócrates chamou "estupor" ao Ministro das Finanças alemão?

Disse "merda de um moderado" na entrevista?

Apelidou de "filhos da mãe" os da Direita que, segundo ele, o tramaram?

E fica tudo impávido e sereno?

Eu imagino o que seria o Passos Coelho - ou alguém que não seja considerado de "esquerda" - a chamar estupor a alguém, a dizer que era a merda de um moderado, e que tinha sido tramado pelos filhos da mãe de esquerda!

JC disse...

E chama bandalho ao Santana Lopes!

Ahahahahahahahah

josé disse...

Sabe porquê? Ninguém dá pontapés a um cão morto. Salvo seja.

Unknown disse...

Não sei se o José não será optimista. Considerando o historial do regime, não me espantaria se o Cromo ainda tivesse uma segunda oportunidade. Há alguns que parecem fazer o jogo dele, a começar na anterior maioria socialista e a acabar na actual...

Miguel D

Unknown disse...

Não sei se o José não será optimista. Considerando o historial do regime, não me espantaria se o Cromo ainda tivesse uma segunda oportunidade. Há alguns que parecem fazer o jogo dele, a começar na anterior maioria socialista e a acabar na actual...

Miguel D

JC disse...

Cão morto que tem um programa de comentário semanal na TV pública, que deu agora esta entrevista ao Expresso, de que todas as TV's falaram, que deu outra entrevista hoje ao DN e que se prepara para lançar com honras de Estado a sua tese de menstruado na Science PO Car*** que o F***.

arg disse...

O Inenarrável. O Mentiroso. O grande chulo tuga. Um... entre milhares.

Jeronimo disse...

Nao foi ao mesmo tempo. O defice mais baixo foi em 2007, a divida aumentou a partir do final de 2008.

A divida nao duplicou. Aumentou 30%. Estranhamente todos os paises da zona euro entraram em recessao e aumentaram as suas dividas, numa media de 25%, nessa altura. Naturalmente que tb deve ter sido o Socrates o culpado, mas esta dificil arranjar provas ...

josé disse...

A questão, agora, complica-se: segundo a entrevista, Sócrates continua a acreditar do despesismo e investimento do Estado como factor de recuperação da economia, quando esta se encontra em recessão.

Portanto, mesmo com os ensinamentos destes últimos dois anos, continua na sua ideia que foi a que nos arrasou e levou à bancarrota.

Se tivesse continuado com o PEC IV o que teria sucedido? Com o aumento proveniente dos investimentos em TGV e outras loucuras onde estaríamos agora?

Pior que a Grécia, acho.

josé disse...

Imaginems que havia um consenso PS-PSD na altura ( não sei como, mas enfim, imaginemos) e que o PEC IV iria para a frente.

E os mercados como reagiriam e os juros associados?

Estavam em níveis estratosféricos porque a confiança dos mesmos na evolução da economia ( não da política, entenda-se) era muito negativa. Os mercados faziam contas e viam que Portugal não iria conseguir solver a dívida acumulada e por isso subiam os juros com medo da bancarrota.

É isto que Sócrates e os próceres nem ponderam.

josé disse...

Portugal não tinha dinheiro para pagar tudo e tinha forçosamente que contrair empréstimos. Os privados fechavam a torneira, com os juros altíssimos.
E como é que iríamos sair da embrulhada sem recorrer a um pedido de ajuda da troika?

Era com PEC´s que sairíamos?

Eu não percebo muito de Economia mas ouvir estes catedráticos que apoiam o Sócrates até me mete dó.

josé disse...

Quem é que estava disposto a emprestar-nos quase 100 mil milhões para equilibrarmos os pagamentos, faseados, ao exterior e continuarmos a ter dinheiro para as nossas despesas?
E a que juro?

Kaiser Soze disse...

Achar que o Sócrates é o cão morto da história parece-me manifestamente errado.
Quando saiu talvez fosse verdade mas agora, com a enorme ajuda do Governo, ressuscita com força.

O cão morto é o Governo e é por isso que Sócrates utiliza esta linguagem mais coloquial. Sócrates cavalga o que todos dizem de quem nos governa e, assim, aproxima-se das pessoas que, com tanta pancada, começam a esquecer que estamos onde estamos à custa dele.

De caminho, aproveita para dar umas facadas ao Seguro porque demonstra (teoricamente) que este não é nem nunca será um animal feroz.

Kaiser Soze disse...

A história da fortuna da mãe e da prova que não é homo porque ficava muitas vezes a malhar a namorada é ridícula. Ou melhor, são ridículas.

Este gajo é muito esperto e muito perigoso.

JC disse...

É esperto e perigoso, sim, mas se não tivesse a complacência - ou talvez melhor, a cumplicidade - da esmagadora maioria da comunicação social era desmascarado em três tempos.

Kaiser Soze disse...

Excluindo o espaço de propaganda ao Domingo (e é uma enorme excepção, admito), não me parece que o Sócrates seja das figuras mais beneficiadas pelos media.

Mas, claro, nesta époce de infotainment, os media dão aquilo que as pessoas querem ouvir e não o que deveriam ouvir, daí este insulto ao Governo ter recebido tanto aparato.

muja disse...

Linguagem "mais coloquial"? Ahahaha! Faz-lhe uma festinha democrática, anda!

Tristeza... Linguagem de carroceiro, assim sim. Por si só, empregue assim, numa entrevista, é sinal de alguém que não tem o menor, o mais infímo perfil para servir o Estado em qualquer posição pública, muito menos de Governo. É uma vergonha, é o que é.

Quanto a ser esperto, em terra de cegos que tem um olho é rei; e quanto a ser perigoso, até pode sê-lo, mas apenas porque o deixam.
Mas é para os contribuintes que ele representa o perigo bem real. O perigo da miséria.

É um merdas e esta "entrevista" prova-o. Apenas uma democracia pode parir um indivíduo destes. Nem o comunismo...

muja disse...

*ínfimo

Merridale and Ward disse...

Publiquei:

http://historiamaximus.blogspot.pt/2013/10/jose-socrates-filosofia-de-almanaque-e.html

Contacto: historiamaximus@hotmail.com

O Público activista e relapso