sábado, maio 31, 2014

Anúncios de cervejas nos anos setenta

Por falar em cervejas a que Marinho e Pinto tirava a tampa, nas cantinas estudantis de Coimbra, aqui ficam algumas  que se bebiam em Portugal na primeira metade dos anos setenta e publicitadas em anúncios do Expresso de 1973, Observador de 73 e 74, Vida Mundial de 1975 e Opção de 1976.


sexta-feira, maio 30, 2014

É proibido cortar salários à função pública, diz o Constitucional.

O Tribunal Constitucional com os argumentos jurídicos que nem vale a pena ler, chumbou 3 artigos do Orçamento que previam cortes de rendimentos dos funcionários públicos e que significam 1 500 milhões de euros de poupança na despesa pública. Que vai ser preciso poupar na mesma e é preciso virem de algum lado. 

Escrevi que nem vale a pena ler os argumentos do Constitucional porque são políticos. Só e apenas e já toda a gente percebeu que um Tribunal Constitucional assim mais vale acabar. Vai ser isso que o PS ( que virá a seguir) vai propor, mais tarde ou mais cedo, porque funciona como outro conselho da revolução. Ou então,  mudar a Constituição. Aliás, já não será sem tempo.

Enfim, onde iremos parar com este Constitucional?  A mais outra intervenção da troika? Ao PS?

A outra bancarrota?

Lembrança de um crime adormecido

Em 2009, por esta altura desenrolava-se em tempo real, a prática de um crime em que era suspeito de autoria directa e dolosa, José Sócrates. O crime era o de atentado ao Estado de Direito, punido com prisão até quatro anos, de acordo com a lei de responsabilidade de titulares de cargos políticos.

Sendo tal a moldura penal, a prescrição ocorre em cinco anos. É agora e portanto acabou a possibilidade de responsabilização criminal do sujeito por esse crime que estava perfeitamente indiciado, como entendiam vários magistrados que dele tomaram conhecimento e foi apagado em circunstâncias rocambolescas quanto a veleidades de investigação por dois magistrados, precisamente os da cúpula do poder judicial em sentido amplo- o PGR e o pSTJ.

Vale a pena por isso mesmo recordar o assunto, como efeméride triste e significativa da verdadeira crise da Justiça, a que contende com os mais elevados princípios da mesma, como seja o da igualdade de todos perante a lei. Este episódio constitui um dos maiores atentados à Justiça de que há memória no Portugal democrático. A par do outro com contornos semelhantes, sobre o caso do "fax de Macau".  Significativamente, com protagonistas da mesma área política e que se julgam supra legem, com o apoio de alguns magistrados que não o souberam ser.

No Sol de hoje, Dinis de Abreu escreve sobre o assunto em modo paralelo e sobre a outra vertente do crime: a tomada de poder no BCP. Ramalho Eanes não tem dúvidas: "houve uma acção de cerco e apropriação do BCP pelo poder político". Quem corporizava o poder político de então? O Inenarrável sabe. E ficou impune.
Porém, se em relação ao aspecto do controlo dos media, o efeito não se produziu ( principalmente devido a uma salvífica violação de segredo de justiça, ocorrida pelo S. João de 2009) o  mesmo não se poderá dizer do efeito produzido no BCP, porque aí ocorreu mesmo a tomada de poder e se consumou o crime.
Relativamente a esta consumação a moldura penal sobe até oito anos e a prescrição até dez anos. Ainda pode ser investigado...e como a PGR anuncia que está a ponderar investigar o que se passou no BES, talvez seja ocasião de se repristinar a investigação do atentado ao Estado de Direito, corporizada na tomada de poder no BCP, pelos mesmos protagonistas, com apoio de alguns lacaios.

Portanto, haja esperança em que a impunidade não vença outra vez.
 


De igual modo vale a pena recordar a síntese do que se passou, e a suprema vergonha a que este Estado de Direito foi sujeito, então escrita por um jurista, num blog- Lei e Ordem, de Luís Menezes Leitão- cujo postal se transcreve:

 Os últimos tempos têm sido férteis em debates jurídicos em torno do conceito de atentado contra o Estado de Direito, constante do art. 9º da Lei 34/87, de 16 de Julho, os quais permitirão criar doutrina para o futuro. Futuramente, os Professores e Comentadores de Direito Penal poderão expor nas suas lições e comentários os desenvolvimentos interpretativos que resultaram destes debates, a benefício dos futuros profissionais do Direito. Ficou-se, por exemplo, a saber que em Portugal não existe qualquer crime se um órgão de soberania resolver intervir numa série de órgãos de comunicação social independentes em ordem a silenciá-los ou fazê-los alinhar com as suas posições. Também ficámos a saber que o art. 9º da Lei 34/87 é uma "norma adormecida", proveniente de um estranho Direito Penal Político, sem nenhuma relevância social, que nenhum magistrado, ainda mais se for "agente local", pode sequer pensar em acordar do seu sono profundo. E ainda aprendemos que o próprio conceito de crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos representa uma perigosa politização da justiça ou judicialização da política, consoante a perspectiva que se queira dar. Corre-se, porém, o risco de alguém achar que o que está efectivamente adormecido é o próprio Estado de Direito.

quinta-feira, maio 29, 2014

O PCP é a face política da miséria mais negra que alguém pode desejar

O PCP, cavalgando a onda de descontentamento popular face às medidas que o Governo aplicou para evitar a terceira bancarrota do país, apresenta agora uma moção de censura ao mesmo governo.

A táctica política é velha e revelha e fiados nos cerca de 12% dos cerca de 34% que votaram, ou seja em 416 425 votos, exigem rotundos mundos e fundos, com a língua de pau do costume, como dizem os franceses.
No Portugal de 2014 ainda há 400 mil pessoas que acham o PCP um partido com futuro político.

Em 1975, no auge do seu poder de influência política, o PCP teve 711 935 votos.  Tem agora cerca de metade, mas o dobro da vontade em derrubar o governo e fazer outra vez a revolução.

Afinal, o que quer mesmo o PCP? É preciso ler o que dizem publicamente, tal como na revista O Militante de Março/Abril de 2013 em que o fóssil ideológico que escreve o artigo explica tudo: " O PCP tem como objectivos supremos a construção em Portugal do socialismo e do comunismo".

Não é preciso dizer mais nada e será que as 400 mil pessoas que agora votaram sabem bem em que votam e em que programa político apostam? Duvido, mas a táctica política dos pequenos passos atrás para o grande salto em frente e que agora mais uma vez se mostra no texto da moção de censura,  é também eloquentemente mostrada neste texto fossilizado


Em 1976 Álvaro Cunhal e o PCP editaram um livro sobre "documentos políticos do PCP", chamado "A Revolução Portuguesa. O passado e o futuro".  As ideias que lá estão de há quase quarenta anos são as mesmas que estão hoje, embora mais camufladas e seguindo o escrito fossilizado, numa outra fase e etapa. Tudo se move por etapas, no PCP e agora acreditam piamente que estão a entrar novamente na etapa prè-revolucionária. O sindicalista Arménio tudo faz por tal desiderato...e o portentoso Jerónimo cerra o queixo para apelar aos jovens.


Em 1975, por força das nacionalizações impulsionadas pelo PCP, estávamos a caminho da primeira bancarrota, no ano seguinte. Porém, os seus defensores achavam que estavam no melhor dos mundos, como se pode ler por este artigo da Vida Mundial de 10 de Abril de 1975, cerca de 15 dias antes das eleições que lhes deram aquela votação expressiva de cerca de 12% dos votos de então.



Do livro de Cunhal,  de 1976, ficam estas páginas  para se compreender  o que é o PCP e o que quer para Portugal: miséria, bancarrota e totalitarismo. Outro fascismo, desta vez a sério e mais odioso que qualquer um. Ninguém o diz, porém, uma vez que tal discurso é logo apodado, precisamente de "fascista". O PCP conquistou o direito a usar a palavra com exclusividade conceptual e por isso quem a usa tem que lhe prestar a vassalagem devida sob pena de ser apodado imediatamente de reaccionário que é expressão que poucos toleram, como se fosse lepra política. A lepra do PCP essa, é sempre bem vinda e é por isso que temos uma Impresa sic e os media a prestar vassalagem ao fóssil.

O que o PCP é, está aqui muito bem explicado e não percebo por que muito pouca gente quer entender isto que é simples: o PCP é o agente político da miséria mais negra que o país pode desejar.  Na Europa já toda a gente entendeu. Aqui, demora a entender, apesar das experiências do passado.





Imparável, o nosso grillo populista.








Económico, via Sapo:

Marinho e Pinto assume-se como político de esquerda, confessa que votou pela primeira vez no MPT nestas europeias e revela que apoiou Sócrates em 2005. Diz também, em entrevista ao Diário de Notícias, querer "construir uma alternativa de Governo" porque o PCP não é viável.

Marinho e Pinto já se olha ao espelho de modo damásico:  "chique a valer!". Parlamento Europeu, Governo, Presidência da República! Panteão, a seguir.

Pobre Marinho. Anda inebriado e ainda não se deu conta de que quanto mais alto for a subida, maior será a queda...

De Marinho julgo recordar esta memória do tempo em que era cantineiro na "Racional" de Coimbra, em meados dos setenta. Estava ( segundo julgo e peço desculpa se me engano) no fim da fila do self-service, a recolher senhas e a tirar cápsulas das garrafinhas. Uma vez, não tendo visto a cervejinha Cergal, perguntei-lhe: "então, não há cerveja?" E ele: " na sociedade que queremos construir não há lugar ao álcool." Em banda sonora, nos altifalantes da Rádio Universidade, passava, sei lá!, o "Aprende a nadar companheiro..." do Sérgio Godinho, para celebrar o mergulho fatal, nas águas gélidas do Tejo, do camarada Alexandrino...

Se não for o Marinho o visado na história real, peço outra vez desculpa, mas a imagem é muito semelhante ao cretino que estava lá para dar aquelas respostas. E, como dizem os italianos, si non è vero è ben trovato, sobre este sapo que quer ser rei.

Quanto à primeira medida de Marinho no PE é fácil de adivinhar: colocar a filha e o genro em lugar de assessores. Vai uma aposta?


As imagens são da revista Sábado de hoje.

quarta-feira, maio 28, 2014

28 de Maio de 1926: Salazar chegou ao poder porque o chamaram...

Hoje perfazem-se 88 anos sobre a data do golpe militar chamado "28 de Maio" e que acabou com a I República jacobina e que nos arruinou  durante vários anos após a queda da Monarquia. Os bancarrotas de então são do mesmo género dos de agora porque a estirpe é a mesma.

É data festiva que nenhum jornal ou media em geral celebram. Porquê? Pela mesmíssima razão por que celebram o PCP.

Aqui ficam meia dúzia de páginas de testemunho de quem viveu a época e não historiou tipo Rosas&Pereira.

Marcello Caetano, do livro Minhas memórias de Salazar.


O director do Expresso não se enxerga

Das notícias: Ricardo Costa põe lugar de director do Expresso à disposição, mas a administração da Impresa sic recusou que o mesmo saísse do posto.

Em Dezembro de 1980, após a morte de Sá Carneiro, o patrão da Impresa sic, Balsemão, foi designado primeiro-ministro.

Ninguém da direcção do Expresso se demitiu ou fez tenções disso. Aliás, o próprio Balsemão se queixou depois ( com ou sem razão) de o jornal ter sido bastante crítico da sua actuação, como primeiro-ministro em determinadas alturas e Balsemão esteve lá mais de dois anos ( Janeiro de 1981 a Junho de 1983)   a tricotar a próxima bancarrota que veio dali a pouco, com o apoio pleno de son ami, Mário Soares que governou entre 1983 e 1985 e teve de chamar o FMI, para não ficarmos sem dinheiro.

Esta atitude do actual director do jornal revela bem a estirpe de onde provém: a das mediocridades imitativas de algo que parece bem, mas cuja substância deixa muito a desejar e nada a esperar.


Educação no secundário: "muitas horas de aulas, programas longos e turmas grandes"

 RR:

A carga horária dos alunos do 10º ano é muito elevada, alguns programas são muito extensos e o sucesso escolar poderia ser mais facilmente atingido com turmas mais pequenas. Estas são algumas das conclusões do estudo "Cursos Científico-Humanísticos e o alargamento da escolaridade obrigatória - medidas educativas de inclusão".

Este estudo teve por base respostas de 4.676 estudantes portugueses, que no ano lectivo passado frequentavam o 10.º ano, mas também opiniões de directores de escolas e pais, também entrevistados para o trabalho coordenado por Marília Cid, do Centro de Investigação em Educação e Psicologia, da Universidade de Évora.

Sobre a carga horária, "dizem que não lhes deixa muito tempo para estudarem ou fazerem outras actividades fora da sala de aula", contou à agência Lusa Marília Cid.

Os alunos e psicólogos entendem ainda que "a articulação entre o básico e o secundário não está muito bem conseguida" e que as notas tendem a baixar quando chegam ao secundário.


Os problemas estão elencados e ainda falta falar em disciplina, assunto que se torna aflitivo no básico. Falta mencionar que os alunos do secundário que precisam de notas altas para entrar em cursos almejados ( Engenharias e Medicina, mas não só) carecem absolutamente de frequentar explicações caras para a maioria das bolsas. Sem isso, o ensino público e mesmo privado ( à volta do Colégio do Rosário no Porto há centros de explicações que surgem como cogumelos e o panorama em todo o país é idêntico) seria uma verdadeira catástrofe.

40 anos de ensino inclusivo e massificado, com todas as "ciências da educação" a estudar o problema e todos os sociólogos debruçados e de cócoras sobre o assunto deram no que tinham para dar: falência do sistema, ausência de motivação dos professores ( muitos deles mal formados técnica e cientificamente, inadaptados ao ensino, apesar de todas as pedagogias científicas ensinadas por outros tantos especialistas em nada), desprestígio da classe profissional, com os sindicatos própcp sempre a lutar e a coleccionar derrotas.

É este o panorama do ensino e apesar disso ouvimos a estralejar foguetes lançados por aqueles pedagogos, sociólogos de iscte e outros antros científicos a proclamar a excelência do nosso ensino que nos legou a "geração mais bem preparada de sempre".

Outro embuste e outra intrujice dos mesmos de sempre. O sistema, nas chamadas "ciências sociais", foi gizado para produzir raquéisvarelas e quejandos que se tornam depois nos mentores do próprios sistema, perpetuando as anomalias. As ciências propriamente ditas produzem o que têm de produzir: técnicos que se preparam para intervir numa sociedade orientada por aquelas luminárias. Uma contradição que tarda em se resolver.

terça-feira, maio 27, 2014

A intrujice do PCP repenica outra vez como um relógio de cuco

O PCP anda como um cuco e Jerónimo anda a dar as horas de todos os noticiários e a badalar o sino do patriotismo e da juventude e de novos amanhãs cantadores.

Praticamente, o PCP teve a votação percentual de 1975, o que os coloca na vanguarda da revolução já para amanhã.

Esta intrujice dura há décadas com a plena complacência de todos os demais partidos e media em geral. O PCP, partido essencialmente anti-democrático e de centralismo totalitário e fossilizado,  tem feito das tripas foice e martelo para convencer o eleitorado que respeita as regras da democracia burguesa. Coisa que Cunhal nunca respeitou intimamente, Jerónimo não respeita intimamente  e fazem sempre de conta que sim para que os passos atrás possam justificar o grande salto em frente quando a oportunidade surgir.

Esta sujeira democrática, incrível, sabida, consabida é sempre escondida da juventude, do povo que vota e da democracia que temos.

Até quando é que Jerónimo e sequazes continuarão a lançar foguetes com a politiqueira nacional sempre a aparar as canas?

domingo, maio 25, 2014

Já temos o nosso grillo: Marinho e Pinto, o populista.

A democracia portuguesa aproxima-se da italiana: Marinho e Pinto, o populista vai para o PE. O grillo nacional já canta na toca.

Fidel Castro e o perfume personalizado do leite de vaca

Dentre as publicações internacionais que se distinguiram ao longo de décadas em denunciar oportunamente os embustes do comunismo e do socialismo de marxismo exposto, avisando para a tragédia que tais sistemas significam, poucas chegaram ao nível da L´Express francesa.

Nos anos setenta do século que passou, esta revista primou sempre pela apresentação de livros, ensaios, entrevistas e crónicas, para além de notícias que mostravam inequivocamente a natureza totalitária desses regimes comunistas, contribuindo para o esclarecimento público da natureza fascista, de esquerda, desses sistemas.

Curiosamente, em Portugal, os media nunca deram o devido destaque a tais denúncias e factos que mostravam a verdadeira realidade dos países atingidos e, pelo contrário, sempre se associaram ao jogo táctico dos partidos comunistas e de esquerda marxista.

A explicação de tal fenómeno carece de estudo estatístico e reflexão analítica. Porém, tratando-se de fenómenos da natureza humana, com as suas variáveis incontáveis, as opiniões tornam-se livres e  integradas nesse contexto podem ajudar à reflexão.

Para mim, tal fenómeno nacional fica muito a dever à especial classe de jornalistas que ainda temos. Oriundos de meios urbanos ou já assimilados, filhos e netos de pessoas que execravam o fascismo que identificavam com o regime de Salazar/Caetano, herdaram tal carga ideológica quase no adn e por isso desculpabilizam, contextualizam para tal e condescendem com as atrocidades totalitárias de regimes cuja ideologia se opunha à do tal fascismo de Salazar e Caetano e  o combatia. Presos, muitos deles deixaram marcas nos descendentes, para toda a vida.
Esta gente não tem por isso distância psicológica, subjectiva ou mesmo senso comum para se posicionarem como pessoas isentas na análise ou imparciais no juízo. São adeptos e correligionários de quem se opunha àqueles e tendem por isso mesmo a aplicar o ditado de que os inimigos do meu inimigo meus amigos são.

Talvez seja essa a razão de em 1974-75 o comunismo ter conseguido os sucessos que por cá obteve, sempre com apoio dos media, em geral e mesmo dos que à partida se julgariam insuspeitos, como é o caso do Expresso.
E talvez esse fenómeno se ficasse a dever à proibição que até então impendia sobre toda e qualquer propaganda explícita ao comunismo. O fruto proibido...

Pelo contrário, em França, a liberdade de expressão maior e a legalização do PCF contribuía para que a discussão pública fosse mais livre e mais esclarecedora e era o L´Express quem fazia muitas vezes a honra dessa casa. E uma vez, em 1975 foi até muito criticada pelo Expresso de cá, por exagerar no retrato do país que era o Portugal de então...porque o Expresso de então ( onde já estva um Marcelo Rebelo de Sousa) não acreditava que o L´Expresse tivesse razão...


Em 1974 o Expresso de cá não deu o mesmo destaque que o L´Expresse a este acontecimento de relevo mundial e a primeira vez que se denunciava, com factos ( após as denúncias de Krutschev do estlinismo) o que se passara na URSS, pátria do socialismo que muitos queriam ver por cá a raiar.



Na mesma altura, apesar de ser uma evidência o que se passava na Europa, por cá não dávamos conta...


A foto de baixo é do livro de Joaquim Vieira Nas bocas do mundo.

Esta semana a mesma revista L´Express publica mais uma denúncia de outro embuste monumental do comunismo internacional que o PCP segue ainda hoje como bandeira e ninguém ousa denunciar com vigor e convictamente, à semelhança do que se passou em 1974-75 e eventualmente pelos mesmos motivos ( a especial idiossincrasia dos media portuguese e particularmente de quem os dirige- basta ver quem são e de onde vêm).

Desta vez é Fidel Castro o visado e a Cuba comunista e pátria da igualdade entre todos os cidadãos.

As imagens e o texto são de um antigo colaborador muito próximo de Fidel que resolveu agora escrever um livro que desmonta todas as falsidades do regime comunista de Cuba e do seu mentor principal, o monarca comunista Fidel.

No livro A vida escondida de Fidel Castro, Juan Reinaldo Sanchez que durante vários anos serviu de aio ao ditador conta algumas coisas que sabe sobre o comunista igualitário do socialismo à moda de Cuba. modelo para muitos comunistas portugueses, ainda hoje.

O pormenor mais pitoresco e revelador é o de Fidel Castro ter um privilégio raro, todos os dias de pequeno almoço: leite saido de uma vaca personalizada. Privilégio extensível à família. O leite de Fidel é da vaca nº 5. Como o perfume Chanel...

Ah! Já me esquecia: Fidel é um nababo paranóico, tirano e assassino. Não sou eu que o digo, mas está aí escrito. E mesmo assim tem muitos turiferários, mesmo por cá. E por muito esforço que façam nunca conseguirão dizer tal coisa de Salazar, por exemplo e por ser aquele que queriam ter apeado para colocarem alguém da estirpe de um Fidel. Por exemplo, um Cunhal.




sábado, maio 24, 2014

Humberto Delgado por Joaquim Silva Pinto, ministro de Marcello Caetano e militante socialista

Terceira parte do artigo de Joaquim Silva Pinto, ministro ( das Corporações)  de Marcello Caetano, sobre Humberto Delgado. Silva Pinto é agora militante socialista depois de ter sido fassista. Coisas da vida e da maçonaria.

O mistério da morte de Delgado continua. Silva Pinto pergunta quem enviou o general para a armadilha de Badajoz e deixa a interrogação para que Manuel Alegre ou  outro do "grupo de Argel" responda. E deixa ainda a interrogação sobre quem efectivamente madou liquidar o " general sem medo", sendo certo que tem muitas dúvidas que Salazar fosse o mandante directo.

O Expresso de 18 de Maio de 1974 tinha duas páginas sobre " a anatomia de um crime".












Raquel Varela, a teórica do capitalismo e mais pares de botas

Raquel Varela tem 36 anos, um curso de História e escreve livros sobre fenómenos sociais, como o pedântico "História do povo na revolução portuguesa".

Em entrevista à revista Tabu do Sol desta semana, desenvolve algumas ideias que mostram bem uma confusão mental sobre conceitos mal amanhados.

Nesta primeira parte da entrevista explica que saiu de Direito e foi para História para "estudar as classes trabalhadoras, o movimento operário e por que é que as sociedades mudam e não mudam".
Há quantos séculos anda gente a estudar isto e ainda não descobriram a chave da sabedoria?
RV pretende assim explicar que já descobriu " as estratégias políticas que estão por trás...", ao contrário dos demais que não compreendem porque a tv não explica.
Esteve no PS como militante e depois passou para o BE. Saiu em 2005 quando tinha 25 anos, porque já nessa altura sentia necessidade de aprofundar o conhecimento e não via modo de o fazer dentro dessas partidos, porque são "dogmáticos" . Além disso, "não rompi com a ideia de uma crítica radical à sociedade".

Vejamos então que ideia é essa...e logo nesta primeira parte temos uma luminosa: "temos um modelo  subdesenvolvimentista(sic), de trabalhar cada vez mais horas, com cada vez mais tarefas, com pior qualidade. É óbvio que se um jornalista, por exemplo tiver mais 15 dias para investigar uma peça, para ler um trabalho, para ir aos locais, vai preparar uma peça diferente do que se tiver meia hora para fazer alguns telefonemas numa redacção..."

Este exemplo serve para mostrar a "ideia" de RV: no caso do artigo de meia dúzia de páginas sobre a nossa identidade nacional, no Público de há uns dias, nem dois meses chegariam para um trabalho mais em conta com a realidade. E o problema, de RV e doutros, é esse mesmo: um divócio de uma realidade com a qual, aliás, nunca casaram.É sempre o sonho que os comanda, a tal visão de "crítica radical à sociedade" que não os abandona e nos fustigam depois com essas luzes apagadas.

A realidade não se pode ver através de uns óculos ideologicamente escurecidos, apenas. Se tal suceder, como é o caso, temos um fenómeno pop, tipo lucy in the sky with diamonds, um panorama surrealista induzido pelas drogas das ideias-feitas.


A seguir aparece o exemplo da Alemanha que estraga de algum modo o ambiente, apesar de RV assegurar que "o modelo alemão não é muito diferente do nosso". Só esta afirmação deita por terra toda a argumentação que segue.  Segundo RV a Alemanha tem "bolsas de produtividade em alguns sectores" e paga seis mil euros por mês, nesses sectores, a operários especializados. RV acha que nós falhámos, nesse caso, porque não temos professores à altura dos alemães...o que denota bem a ausência de conhecimento de uma realidade exasperante do nosso ensino técnico-profissional, muito baseado na ideologia que RV acapara. Não basta ter professores de categoria e que aliás não temos porque se aniquilou essa qualidade no PREC e anos que se seguiram, com muita responsabilidade daqueles "dogmáticos" do PS e do BE e por causa da visão radical da sociedade, matriz ideológica da mesma RV.

Logo depois  aparece a explicação da social-democracia: "a essência desse pacto [ inominada, entre patrões e trabalhadores, através dos sindicatos] era a de os patrões abdicarem de uma parte dos lucros, para que esse mecanismo de acumulação  fosse compensado com salários bons, incluindo subsídios de férias, o 13º mês, a protecção à maternidade e um amplíssimo estado social".

Falta explicar uma coisa apenas: esse estado social só é possível se um país for desenvolvido economicamente e para tal, teremos sempre o mesmo problema por resolver: quem desenvolve melhor um país, o Estado ou a sociedade civil, sem grandes entraves burocráticos? É o modelo defendido pelo PS e pelo BE mai-la visão radical da sociedade?
 Mais ainda: desse modo " os trabalhadores abdicam da clássica luta de poder pelo Estado".

A social-democracia, modelo inominado mas evidente na análise,  seria por isso mesmo um rebuçado para os trabalhadores enquanto os patrões ficariam com os bolos todos. Ou seja, tudo na mesma e a visão radical da sociedade sempre presente.
E, assegura a RV,  "esse modelo manteve-se até aos anos 70. A partir do final da década de 70 temos a situação inversa. Os ricos estão mais ricos e os pobres estão mais pobres."

Então o que explica que tivesse sido precisamente na década 60-70 que os movimentos de esquerda radical terrorista, na Europa e até nos EUA, fossem mais activos e tentassem efectivamente a conquista do poder político, como em Portugal chegou também a suceder com a aventura PRP-FP25?
Em Portugal explica-se facilmente pela alteração das circunstâncias revolucionárias depois de 25 de Novembro de 1975 e a verificação que o "poder popular" jamais seria poder, a não ser pela força utópica e estúpida. Lá fora, a ideologia comunista explica o resto, porque havia dois blocos políticos no Ocidente. 

Onassis era um rico dessa época. Hoje é Bill Gates. A América e a Inglaterra, a partir de final dos anos setenta tornaram-se liberais. E cresceram economicamente. Há mais ricos? Talvez, mas há seguramente menos pobres. Todos ganharam, menos nós em Portugal, muito por causa das ideias radicais de esquerda, do PS e do BE, para além do PCP.
A evidência mostra que estas forças políticas são verdadeiramente reaccionárias, na acepção do termo que costumam usar e que foram as causadoras directas de três bancarrotas, em Portugal. Sobre isto, RV , népia. Não vem nos livros de História e Salazar era fascista. Caetano também. Protegiam os ricos e defendiam os poderosos. E por isso veio o 25 de Abril para nos libertar dessas amarras e mostrarem a luz depois de quase 50 anos de obscurantismo e pobreza.  E fica tudo explicado sobre o nosso modelo político-económico.

A explicação que RV dá do capitalismo parece-me anedótica. Por uma razão: o Estado, se for capitalista como em Portugal tentou ser, não funciona melhor que a sociedade civil e a prova tivemo-la nós, exuberante e evidente. Só não vê quem não quiser.  O modo de produção de bens e serviços para os cidadãos não pode apenas ser explicado como de contraposição entre uma forma de organização ou outra, supostamente mais simpática para os trabalhadores, mas seguramente mais totalitária, numa utopia sem medo de amanhãs a cantar, pela simples razão que não há alternativas. A China comprova-o. A Rússia actual comprova-o e a História comprova-o.

A explicação que RV dá para a crise do Lehman Bros é hilariante. Diz que "antes de a Lehman Brothers cair eu sabia exactamente quando iria acontecer a próxima crise".

É pena que não tenha ido aos escritórios do banco, em Times Square e pedir para falar ao presidente Richard Fuld, para lhe explicar as razões das suas previsões catastróficas e a tempo de as evitar...e até podia fazer melhor: candidatar-se a conferencista perante o grupo de judeus que controlavam o banco e explicar-lhes o que eles aparentemente não entendiam, apesar de peritos e raposas velhas, com décadas de experiência  e afinal era tão fácil e a RV sabia de ginjeira.

Como aliás sabe e conhece todo o processo capitalista que originou a crise, tal  como sabe o resultado prático da emissão de moeda a rodos que inundou os mercados americanos. RV afiança que " a verdade é que a economia mundial deveria ter colapsado em Agosto ou Outubro de 2008". Gosto particularmente da precisão "em Agosto ou Outubro" que revela um conhecimento, uma profundidade analítica e uma sabedoria que me impede de continuar a comentar esta triste entrevista.

Só um comentário final: porque é que não se publicam estas entrevistas com um caveat sobre o cuidado a ter com as asneiras que estas pessoas produzem e vendem? E outra: porque é que estas pessoas não se enxergam?

Resposta em aditamento: porque já não podem...pois a dita já alcançou o posto de guru universitário e são virtualmente dezenas os estudiosos desejosos de a ter como "orientadora" de doutoramentos, mestrados etc etc. Até já ganha prémios da banca ( Santander) o que não deixa de ser irónico e revelador do que esta banca significa.
Precisamente no DN de hoje há uma entrevista com Vieira Monteiro, responsável pelo Santander em Portugal, " o único dos grandes bancos que deu sempre lucro durante estes anos", mesmo com os "swaps" impingidos ao Estado. O dito Vieira Monteiro CEO, diz uma coisa singular, na entrevista: "acho que ainda há uma enorme interferência do Estado na vida das pessoas e na vida económica e esta mudança era, para mim, fundamental". Esta afirmação do CEO do Santander, prenhe de consequências, convive alegremente com o prémio atribuído àquela Raquel, em tandem com outra académica, pela "internacionalização da produção científica". Científica?  É, parece que é mesmo assim.

Enfim, a "geração mais bem preparada do país" será esta. Pobre país e pobre geração.





quinta-feira, maio 22, 2014

Os cães dos media ladram e a caravana da Sérvulo passa...

 Daqui, InVerbis:

Contrato de assessoria jurídica da sociedade de advogados Sérvulo & Associados com o Banco de Portugal quase duplicou de preço.

O contrato de assessoria jurídica da sociedade de advogados Sérvulo & Associados com o Banco de Portugal quase duplicou de preço, após uma alteração acordada recentemente.
Segundo a plataforma online de contratos públicos, o preço contratual passou de 650 mil euros para 1,15 milhões, o que representa um aumento de 77 por cento no valor pago à sociedade de advogados lisboeta. O contrato original foi celebrado em Agosto de 2009, por ajuste directo, e tinha um prazo de execução de três anos.
O Estado já adjudicou à Sérvulo & Associados 197 contratos, num total de 10 milhões de euros. Foi a sociedade que prestou assessoria jurídica, por exemplo, no programa de reestruturação das concessões de autoestradas SCUT, em 2011.
Entre os clientes estão também a Parque Escolar, a Fundação para as Comunicações Móveis e várias Administrações de Regiões Hidrográficas. O CM contactou a sociedade de advogados, mas não obteve qualquer esclarecimento até à hora de fecho desta edição.
Manuel Jorge Bento/Tânia Laranjo | Correio da Manhã | 22-05-2014

Esta gente está realmente nas tintas para a vox populi. Não quer saber. O Governo, idem aspas. Como agem dentro da legalidade e esta é a ética, na democracia que temos, fazem de conta que isto é coisa natural, normal e perfeitamente aceitável. Eventualmente até se abespinharão contra quem os criticar. Afinal, cumprem a lei...
Resta dizer que um dos advogados da sociedade é António Cadilha, filho do juiz do Tribunal Constitucional que tem a seu cargo o dever de relatar o acórdão sobre o Orçamento de Estado para este ano. 
Não tem nada de especial porque o indivíduo, segundo consta, é advogado de mérito e não está lá por favor. Mas é assim  e deve ser dito porque estas coisas devem ser conhecidas.
ntrato de assessoria jurídica da sociedade de advogados Sérvulo & Associados com o Banco de Portugal quase duplicou de preço, após uma alteração acordada recentemente. Segundo a plataforma online de contratos públicos, o preço contratual passou de 650 mil euros para 1,15 milhões, o que representa um aumento de 77 por cento no valor pago à sociedade de advogados lisboeta. O contrato original foi celebrado em agosto de 2009, por ajuste direto, e tinha um prazo de execução de três anos. O Estado já adjudicou à Sérvulo & Associados 197 contratos, num total de 10 milhões de euros. Foi a sociedade que prestou assessoria jurídica, por exemplo, no programa de reestruturação das concessões de autoestradas SCUT, em 2011. Entre os clientes estão também a Parque Escolar, a Fundação para as Comunicações Móveis e várias Administrações de Regiões Hidrográficas. O CM contactou a sociedade de advogados, mas não obteve qualquer esclarecimento até à hora de fecho desta edição.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=CD3892E4-D7C4-4F73-B74A-8DA8D4B98C8B&channelID=00000011-0000-0000-0000-000000000011
O contrato de assessoria jurídica da sociedade de advogados Sérvulo & Associados com o Banco de Portugal quase duplicou de preço, após uma alteração acordada recentemente. Segundo a plataforma online de contratos públicos, o preço contratual passou de 650 mil euros para 1,15 milhões, o que representa um aumento de 77 por cento no valor pago à sociedade de advogados lisboeta. O contrato original foi celebrado em agosto de 2009, por ajuste direto, e tinha um prazo de execução de três anos. O Estado já adjudicou à Sérvulo & Associados 197 contratos, num total de 10 milhões de euros. Foi a sociedade que prestou assessoria jurídica, por exemplo, no programa de reestruturação das concessões de autoestradas SCUT, em 2011. Entre os clientes estão também a Parque Escolar, a Fundação para as Comunicações Móveis e várias Administrações de Regiões Hidrográficas. O CM contactou a sociedade de advogados, mas não obteve qualquer esclarecimento até à hora de fecho desta edição.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=CD3892E4-D7C4-4F73-B74A-8DA8D4B98C8B&channelID=00000011-0000-0000-0000-000000000011

As obras de Salazar e o génio português em Moçambique.

Em 2005 a editora Aletheia publicou um álbum de fotografias da autoria de Carlos Alberto Vieira, fotógrafo nascido em  Moçambique, educado no Porto e retornado à sua terra-mãe, em 1945, onde morreu em 1995.

O álbum é dedicado a Lourenço Marques, na época em que os portugueses lá estavam como sendo território nacional, desde o séc. XVI.
As fotos retratam várias décadas, de 1945 a 1975 e mostram o que os portugueses e o regime de Salazar fizeram em Lourenço Marques, hoje Maputo: uma cidade moderna que hoje, com toda a certeza, não evoluiu tanto nos últimos 40 anos como naqueles trinta de "colonialismo".

Estas imagens são a prova que os portugueses foram um povo admirável nessa época. Por que terão deixado de o ser e nos últimos 40 anos andaram ao deus-dará dos empréstimos externos e da caridade internacional, por três vezes?
Alguém responda, mas a verdade entra pelos olhos dentro de quem quiser ver.

Estas imagens mostram de que fibra eram e foram os portugueses dessas décadas e representam também elas um espelho da sua identidade, muito longe da imagem virtual que nos querem impingir aqueles intelectuais de tretas que o Público andou a consultar para escrever um pastelão de meia dúzia de páginas de inanidades.

Esta cidade foi imaginada e construida por portugueses, a par de outras nas então chamadas "províncias ultramarinas", designação agora proibida pelos patrulheiros do politicamente correcto que as conhecem apenas como "colónias".
Tudo isto foi entregue de mão beijada, em 1975,  aos autóctones que faziam guerrilha a Portugal e por meia dúzia de portugueses que decidiram agir em nome de todo o povo, sem qualquer consulta e apenas fundados na legitimidade revolucionária.

O génio português aqui espelhado onde pára?



A senhora Rodrigues já não se lembra ...da festa.

 RR:

A ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues afirmou nunca ter tomado qualquer decisão com intuito de beneficiar João Pedroso, o irmão do ex-ministro socialista, Paulo Pedroso. Em julgamento justificou ainda a contratação com a "falta de juristas" no Ministério da Educação.

"Não identifiquei nenhum técnico superior para fazer esse trabalho", disse esta quinta-feira Maria de Lurdes Rodrigues ao colectivo de juízes, quando questionada sobre as razões porque não escolheu nenhum jurista daquele ministério para o efeito.

A ex-governante socialista alegou "falta de recursos humanos e de juristas" no Ministério da Educação e a necessidade de encontrar alguém com um "perfil abrangente" de jurista, investigador e académico para dirigir um grupo de trabalho que ia sintetizar e tornar legível toda a legislação existente no sector.

Maria de Lurdes Rodrigues garantiu que não conhecia pessoalmente João Pedroso, embora soubesse quem ele era (tinha sido chefe de gabinete de António Guterres) e se tivesse cruzado com ele em duas reuniões de trabalho.

Revelou ainda que o nome de João Pedroso para integrar um grupo de trabalho, do qual também fazia parte António Landeira, foi indicado por Augusto Santos Silva, que já tinha sido ministro da Educação e que "conhecia pessoalmente João Pedroso".

A ex-ministra confirmou que convocou uma reunião com João Pedroso para discutir o trabalho e perceber se este era "exequível", mas demonstrou falha de memória relativamente a vários outros pormenores, designadamente relacionados com os honorários da contratação.

Além da ex-ministra, são também arguidos Maria Matos Morgado e João da Silva Batista, à data dos factos chefe de gabinete e secretário-geral do Ministério da Educação, respectivamente, e o advogado João Pedroso. Em causa está a contratação, por ajuste directo, deste último, para exercer tarefas de consultoria jurídica a partir de 30 de Janeiro de 2007.

O advogado da ex-ministra considerou hoje uma "ignomínia" que o processo seja julgado num tribunal penal e não no direito administrativo. "É uma traição intelectual e um acto criminoso", declarou Nuno Godinho de Matos à entrada para as Varas Criminais de Lisboa, onde Maria de Lurdes Rodrigues e outros três arguidos começaram a ser julgados, acusados do crime de prevaricação de titular de cargo público. 


Esta senhora Rodrigues quer fazer dos outros, particularmente o tribunal, parvos.  Só pode ser assim, tendo em atenção que o Ministério da Educação, incluindo as direcções-gerais,  do seu tempo,  tinha mais juristas, provavelmente, do que qualquer outro ministério.
Hoje em dia é assim...e dantes era mais que assim porque era mesmo assado.

É preciso ter em atenção que a tarefa adjudicada a preço exorbitante e faraónico, em flagrante ilegalidade criminosa, a um jurista, no caso João Pedroso, tinha como objectivo uma simples compilação de legislação publicada em Diário da República. A "complexidade" da tarefa que custaria centenas de milhar de euros ( a senhora Rodrigues não se lembra de quanto era, nem mesmo depois de ler a acusação...) consistia nisso, essencialmente.
Pois bem: a senhora Rodrigues não tinha ninguém no ministério para executar tal tarefa. Ninguém! Nem um "técnico superior" já funcionário do ministério da Educação! E por isso contratou o pobre Pedroso, pessoa que nem conhecia muito bem. É obra, de facto, tanta desfaçatez.

Quanto ao advogado Godinho, é uma raposa velha do classicismo nacional, porque é o homem da cicuta. A Maçonaria está sempre presente nestas ocasiões...

quarta-feira, maio 21, 2014

Uma indignação postiça mas justa

Este texto é de Henrique Monteiro, do Expresso. O que espanta é apenas esta putativa indignação, agora, com esta indecência que tem barbas de todos os governos anteriores. Para além do "não falta a falta de vergonha", Henrique Monteiro é jornalista do Expresso há tanto tempo quanto isso...

Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, departamento que não tem dinheiro para - como se costuma dizer - mandar cantar um cego e vai cortar 15 milhões de euros em despesas com pessoal, recrutou um 'boy' (do PSD) para o seu gabinete a quem vai pagar como adjunto. Ou seja, mais de três mil euros, mais do que ganha um director de serviços, ou, como escreve no Expresso João Garcia, "mais que juiz, que coronel, o dobro de professor'. Fernanda Cachão ironiza que "afinal há dinheiro" desde que seja "money for the boys".
Mas o melhor, o melhor mesmo, é o currículo do adjunto. Tem 24 anos, três workshops no centro de formação de Jornalistas Cenjor, fez o estágio na Rádio Renascença, onde trabalhou oito meses e foi durante cinco meses consultor de comunicação do...PSD! Uau!! Que rica experiência...
Acresce que Barreto Xavier, antes desta contratação já tinha três adjuntos, sete técnicos especialistas, duas secretárias pessoais, chefe de gabinete, dez técnicos administrativos, três técnicos auxiliares e três motoristas.
Falta dinheiro (salvo para os boys) mas há excesso de descaramento.
Digamos que se há algo que não falta, é a falta de vergonha.

O Expresso, o Público e a indecência jornalística

O Expresso da Impresa Sic deu agora em veículo de propaganda comunista, em prol do PCP.
O Expresso dirigido por esse Incrível Ricardo Costa, filho de antifassistas requintados, a par do Público dirigido por uma senhora filha de antifassista preso pela DGS e neta de antifassista preso pela PIDE têm um background comum: o antifassismo militante que o PCP acapara há quarenta anos.
Num reflexo condicionado por uma aparente crise de meia idade, estas pessoas, bem como uma parte significativa dos jornalistas portugueses, retomam sempre o velho filão da luta contra o fassismo de Salazar que houve por cá no tempo em que os seus familiares directos eram perseguidos e presos.
Era um fascismo postiço e daí ser fassismo,  mas tanto faz porque a palavra mágica,  introduzida há quarenta anos  no léxico do português corrente, serve-lhes às mil maravilhas para caucionar o apoio a partidos "democráticos" como  o PCP.
O PCP, para essas pessoas,  é um partido essencial à democracia burguesa mesmo que a  queira eliminar para a substituir pela democracia popular, de partido único e excludente de qualquer veleidade de oposição ou aparentada a algo bem definido e que todos os dois meses aparece na revistinha O Militante.
O PCP tentou destruir a democracia burguesa em 1975 e só por um triz não o conseguiu, mergulhando Portugal numa guerra civil de consequências imprevisíveis.
O PCP logrou ainda assim destruir, em 1974-75, todo o tecido mais importante da economia nacional, nacionalizando as empresas, bancos e seguros do país de modo que ficaram inteiramente satisfeitos com o resultado e julgaram que tal bastaria como prolegómeno da "construção do socialismo" e do caminho para a "sociedade sem classes", expressões que conseguiram impôr na Constituição de 1976, com o apoio do PS, uma vez que nessa altura Mário Soares era contra o capitalismo que tínhamos por cá, por ser nefando e entregue a meia dúzia de famílias e a estupidez não pagar imposto pesado.

O PCP é o partido comunista mais ortodoxo e próximo do estalinismo mais radical que jamais existiu na Europa Ocidental. Álvaro Cunhal, que apoiou todas as medidas imperialistas da antiga URSS ( Hungria em 1956  e Checoslováquia em 1968) foi o seguidor constante de uma URSS prè queda do muro e lamentou essa revolução . Francisco Miguel, um notável comunista, esteve na URSS em 1935, na época em que decorriam os "processos de Moscovo" em que foram assassinadas inúmeras pessoas por ordem de Estaline, instalando um clima de terror impossível de passar despercebido ao mais distraído dos cidadãos.
O PCP é responsável directo pelo assassínio de vários dos seus militantes, acusados, julgados e executados sumariamente por desvios políticos, tal como sucedeu na URSS ao longo das décadas que durou o comunismo e depois, na era de Putin, com assassínios de jornalistas como Anna Plytovskaya.

Nenhum daqueles jornalistas ignora estes casos e este circunstancialismo. Nenhum deles pode alegar desconhecimento do que era o regime soviético cuja comparação com o fassismo português imputado a Salazar nem tem qualquer réstea de comparação e só razões que a razão desconhece,nomeadamente aquelas de âmbito familiar, podem ajudar a perceber.
Nenhum daqueles jornalistas ignora que o PCP nunca alterou uma vírgula no seu programa político de conquista da "democracia" e se pauta pela Revolução de Abril entendida como em 1975, como ainda há poucas semanas  Jerónimo de Sousa o afirmou.



Se dúvidas pudessem existir que o PCP é efectivamente um partido anti-democrático, totalmente avesso à democracia que a Europa ocidental entende e pratica, e que vai a votos no Domingo, sendo por isso mesmo um partido totalitário como o regime de Salazar nunca o foi, tais dúvidas rapidamente se desfariam com uma consulta ao O Militante que vai saindo peridodicamente e que tem passagens deste teor ( número de Maio/Junho de 2013):


A questão simples que se coloca àqueles indivíduos que fazem jornalismo que não merece tal nome, é simples:

Como compatibilizam a obsessão contra o regime de Salazar que lhes garantiria uma relativa liberdade de expressão como a que havia antes de 25 de Abril de 1974,  com a propaganda activa que fazem em prol de um partido cujo programa político e prática efectiva experimentada em breves meses de 1975,  evidencia um totalitarismo e um regime mais fascista do que alguma vez o de Salazar o foi?

São estúpidos, sectários, cretinos ou o quê, afinal?

O Público activista e relapso