O ex-primeiro-ministro José Sócrates
garantiu ontem que nunca usou um cartão de crédito do Estado em serviço.
"Acontece que, enquanto fui primeiro-ministro, nunca tive nenhum cartão
de crédito do Governo. Nunca tive", declarou o ex-governante
socialista, citado pela Lusa, numa reação à notícia do Correio da Manhã
sobre a investigação do DIAP de Lisboa.
Em causa está um processo que resultou
de uma queixa apresentada pela Associação Sindical de Juízes
Portugueses, em 2012, sobre o uso de dinheiros públicos no tempo da
governação de José Sócrates, entre 2005 e 2011. Um dos pontos-chave da
investigação é uma auditoria do Tribunal de Contas, de 2007, que
concluiu pelo risco de "discricionariedade" no uso de cartões de
crédito.
É sempre a mesma táctica: negar factos, sempre e veementemente, através de meias-verdades que podem ser mentiras completas. São vários os exemplos desta táctica do Inenarrável para justificar condutas ilegais e que merecem repúdio público e acção penal, como no caso Face Oculta.
Esperemos que desta vez não tenha a cobertura dos poderes de supervisão.
Será que é desta que se esclarece o mistério do bijan?
ADITAMENTO:
Daqui, do denunciante:
O gabinete do ex – primeiro-ministro José Sócrates tinha dois cartões de crédito, que eram usados pelo seu chefe de gabinete e por um assessor. A confirmação do uso desse meio de pagamento no gabinete de José Sócrates foi feita ontem pelo próprio gabinete de Pedro Passos Coelho, atual chefe do Governo, em resposta a questões do CM.
“O José Sócrates não tinha cartão de crédito em nome dele. Tinha [cartão de crédito] o chefe de gabinete e o assessor administrativo” afirmou Rui Baptista, assessor de imprensa de Pedro Passos Coelho. Quanto ao montante financeiro atribuído a esse meio de pagamento, Rui Baptista acrescentou que “o plafond do cartão de crédito era o fundo de maneio”, cujo valor ascendia a 30 mil euros.
Conforme já tinha sido esclarecido pelo Gabinete do P.M.: " A este propósito, o gabinete do então primeiro-ministro respondeu: "O uso de cartão de crédito, para pagamento de despesas exclusivamente oficiais, é restrito ao Chefe de Gabinete e ao Assessor Administrativo, no quadro das competências delegadas para autorização de despesas, nos termos regulamentares aprovados pelo Ministério das Finanças." O Supremo Tribunal Administrativo chegou a pedir mais documentos ao Ministério das Finanças, por considerar que a legislação não abordava o uso de cartões de crédito."
Portanto, a táctica da meia-verdade torna-se clara: o ex-PM nunca teve cartão de crédito em seu nome pessoal. Mas tiveram-no os dois assessores do seu Gabinete, cuja responsabilidade política e não só apenas ao PM se deve imputar.
Que concluir disso? Que essa meia-verdade pode ser uma mentira completa se se apurar que houve despesas do PM pagas pelos assessores, mesmo oficiais, mas fora do âmbito do "cabimento" orçamental e legal.
Como é que o ex-PM sai desta incogruência? Como habitualmente: negando os factos, negando outra vez e apresentando pequenas verdades que sossegam os ex-apaniguados e colocam dúvidas aos cépticos, confundindo os detractores.
Brilhante! Foi assim no caso Face Oculta, perante a ausência de prova audível das gravações telefónicas sobre o que sucedeu e foi assim no caso do BCP e da tomada de poder com ajuda da CGD, com o amigo Vara aos comandos dos mecanismos de empréstimo ou com a influência suficiente para tal suceder. Directamente, ele PM, nada teve a ver com o assunto...
O caso do bijan é importante e carece de escarecimento oficial, nunca o tendo sido após a repórter ocasional da TVI ter dado com o fenómeno ( testemunhado por pessoas que lá passaram depois e confirmam a inscrição no vidro da montra, tal como aparece: "prime minister of Portugal"). Quem coloca na montra de uma loja de roupa, o próprio nome "José Sócrates" enquanto era temporariamente primeiro-ministro, tem que dar explicações ao país ( e eventualmente às autoridades que na altura fizeram vista grossa) sobre esse assunto cuja relevância criminal pode ainda não ter prescrito.
Será que é desta que se esclarece o mistério do bijan?
ADITAMENTO:
Daqui, do denunciante:
O gabinete do ex – primeiro-ministro José Sócrates tinha dois cartões de crédito, que eram usados pelo seu chefe de gabinete e por um assessor. A confirmação do uso desse meio de pagamento no gabinete de José Sócrates foi feita ontem pelo próprio gabinete de Pedro Passos Coelho, atual chefe do Governo, em resposta a questões do CM.
“O José Sócrates não tinha cartão de crédito em nome dele. Tinha [cartão de crédito] o chefe de gabinete e o assessor administrativo” afirmou Rui Baptista, assessor de imprensa de Pedro Passos Coelho. Quanto ao montante financeiro atribuído a esse meio de pagamento, Rui Baptista acrescentou que “o plafond do cartão de crédito era o fundo de maneio”, cujo valor ascendia a 30 mil euros.
Conforme já tinha sido esclarecido pelo Gabinete do P.M.: " A este propósito, o gabinete do então primeiro-ministro respondeu: "O uso de cartão de crédito, para pagamento de despesas exclusivamente oficiais, é restrito ao Chefe de Gabinete e ao Assessor Administrativo, no quadro das competências delegadas para autorização de despesas, nos termos regulamentares aprovados pelo Ministério das Finanças." O Supremo Tribunal Administrativo chegou a pedir mais documentos ao Ministério das Finanças, por considerar que a legislação não abordava o uso de cartões de crédito."
Portanto, a táctica da meia-verdade torna-se clara: o ex-PM nunca teve cartão de crédito em seu nome pessoal. Mas tiveram-no os dois assessores do seu Gabinete, cuja responsabilidade política e não só apenas ao PM se deve imputar.
Que concluir disso? Que essa meia-verdade pode ser uma mentira completa se se apurar que houve despesas do PM pagas pelos assessores, mesmo oficiais, mas fora do âmbito do "cabimento" orçamental e legal.
Como é que o ex-PM sai desta incogruência? Como habitualmente: negando os factos, negando outra vez e apresentando pequenas verdades que sossegam os ex-apaniguados e colocam dúvidas aos cépticos, confundindo os detractores.
Brilhante! Foi assim no caso Face Oculta, perante a ausência de prova audível das gravações telefónicas sobre o que sucedeu e foi assim no caso do BCP e da tomada de poder com ajuda da CGD, com o amigo Vara aos comandos dos mecanismos de empréstimo ou com a influência suficiente para tal suceder. Directamente, ele PM, nada teve a ver com o assunto...
O caso do bijan é importante e carece de escarecimento oficial, nunca o tendo sido após a repórter ocasional da TVI ter dado com o fenómeno ( testemunhado por pessoas que lá passaram depois e confirmam a inscrição no vidro da montra, tal como aparece: "prime minister of Portugal"). Quem coloca na montra de uma loja de roupa, o próprio nome "José Sócrates" enquanto era temporariamente primeiro-ministro, tem que dar explicações ao país ( e eventualmente às autoridades que na altura fizeram vista grossa) sobre esse assunto cuja relevância criminal pode ainda não ter prescrito.