Há quem pense, escreva e diga que Marcello Caetano é responsável pela sua própria queda e do regime em que se apoiava.
Perante a crescente onda esquerdista que invadiu Portugal nos anos sessenta, Marcello Caetano contemporizou demais com essas forças deletérias do regime e que acabaram por o derrubar em 1974, tomando as rédeas de um PREC inesperado.
Sendo esta tese apelativa para quem gosta de passar culpas, colocando nas vítimas a responsabilidade pelas ofensas sofridas, torna-se difícil de escrutinar se contextualizada no tempo e no modo.
Há contemporâneos de Marcello- até ministros do seu Governo, como Joaquim Silva Pinto- que preferem essa explicação, eventualmente para não assumirem traições pessoais aos que afeiçoaram e há os que não compreendem - é o meu caso- como é que em poucas semanas de 1974 se passou de uma situação política avessa a uma Esquerda totalitária, para uma outra no mínimo contemporizadora com tal solução política, adoptando a linguagem e até a doutrina dos que até pouco tempo antes eram perseguidos policialmente e presos por actividades subversivas contra o Estado.
Esta transição de mentalidades é um mistério, para mim, uma vez que não compreendo como foi possível em tão larga escala e sem obstáculos de oponentes credíveis, a passagem sem transição, de uma mentalidade autoritária ma non troppo, para uma ideologia totalitária sem barreiras.
Será que o que sucedeu em 1975 é explicável pelo que aconteceu entre 1978 e 1974? Não sei, francamente, mas tendo a pensar que não.
Porém, o regime em que Marcello Caetano vicejava afundou-se de motu proprio uma vez que se torna evidente que não teve ninguém à altura para o defender e ao longo das décadas desapareceram quase todas as pessoas que o poderiam fazer e nunca fizeram.
À parte um punhado de porrugueses que escreveu em jornais marginais e e livros lidos por uma minoria, como Manuel Maria Múrias, nunca apareceu alguém que tivesse a corajem suficiente para se impôr com argumentos sólidos e razoáveis à onda de propaganda comunista e esquerdista que invadiu o país logo a seguir ao 25 de Abril de 1974.
Este mistério, que se prolonga há décadas, carece de ser desvendado.
Assim, para já fica aqui um artigo de Joaquim Silva Pinto publicado no i do passado 21 de Junho, sobre a escolha de Américo Tomás como presidente da República em reeleição que poderia não acontecer e que Marcello Caetano provocou.
Silva Pinto que hoje está próximo da esquerda do PS, tem por Marcello Caetano estima e consideração pessoal, reconhecendo-lhe virtudes e valores que não se coadunam com a habitual chancela de "fascista" que lhe aplicam os mais variados comentadores, turiferários do comunismo e tributários da Esquerda global.
Depois aparece Jaime Nogueira Pinto que no livro Portugal Os anos do Fim ( d.quixote, 2014), escrito no dealbar da Revolução e do PREC, em 1974-75, considera efectivamente que Marcello foi o seu próprio coveiro. JNP, ciente provavelmente do ditado quem muito se agacha o traseiro se lhe vê, parece crente da ideia que Marcello cedeu demasiado a uma Esquerda que o engoliu e provocou não só a queda do regime mas a sua transformação num regime de identidade oposta e tendencialmente totalitário.
Quem saberá dizer melhor?
149 comentários:
Tenho ideia que a resposta só se pode encontrar no tom de todas as revoluções.
O 25 de Abril não aconteceu por mudança interna, nem por derrube de adversários políticos.
Foi golpe militar e esse programa e tom originou rapidamente a "revolução".
As revoluções são assim- é raro acontecerem mas, quando acontecem, têm a adesão da populaça.
Ninguém se atreve a deter populaça.
Claro que são sempre precisos maestros. Mas o coro abafa tudo.
Pois...mas como é que a populaça virou revolucionária esquerdista com adesão maciça e logo no 1º de Maio à foice e martelo e à "mãozinha", se quinze dias antes nem conhecia tal coisa?
Foi a novidade? O brilho das palavras novas? A promessa de amanhãs a cantar logo no dia seguinte?
E então como se explica que tenha esquecido logo aqueles que até nem execrava tanto assim?
Marcello Caetano, se saísse à rua, nunca seria apupado. Antes pelo contrário...
E tenho pensado que a responsabilidade foi mesmo do MFA.
Foi o MFA que deu tom revolucionário à deposição do regime.
Tinham toda a mística para passarem por justiceiros populares que apenas estavam a colocar no caminho certo um país.
Será que devemos entender que o regime tinha-se fechado tanto sobre si mesmo que já nem era reconhecido pelos seus?
Essa é a questão: não apareceu ninguém a defender um regime que nem era tão mau quanto isso.
Mas o MFA era moderado. Os primeiros comunicados são moderados e tendentes a acreditar que o que pretendiam era a tal "democratização" com abolição da censura e a liberdade de falar, reunir e formar partidos.
O que sucedeu no 1º de Maio não foi apenas isso e não foi o MFA que provocou tal coisa.
Foi o tom do MFA.
A populaça sentiu que aquilo era para lhe dar voz.
Se fosse um golpe de Estado com recolher obrigatório e mudança política rápida era diferente.
opoder cai na rua e foi o MFA que o deixou cair.
Também gtenho pensado nisso. Dantes ainda alinhava com a cena do Copcon ter andado a fazer de "nova pide" mas é mentira.
A tropa deixava que a escardalhada avançasse. Foi o MFA o mentor e protector do PREC.
Por que razões as pessoas em geral não perceberam logo que o regime que o Cunhal queria era bem pior que o que existia?
É esta a pergunta? É que nem sequer o Mário Soares foi capaz de o entender e só em 1975 percebeu e ainda assim não completamente.
O MFA era apenas a cortina de fundo não foi o mentor do PREC.
O MFA deixou que o PREC se instalasse. Mas os seus mentores foram outros.
E as pessoas em geral não perceberam isso na altura. Não entendiam que estavam num PREC.
Porém, a minha questão é mais específica: por que é que as pessoas não entenderam isso logo no 1º de Maio?
Acredito que tenha havido uma sensação de happening por causa da tal liberdade que julgaram conquistar.
Mas nos dias seguintes os jornais, revistas e comentadores no rádio e tv estavam todos alinhados no PREC, na onda de esquerdismo militante.
Os apoiantes do antigo regime calaram-se. Ninguém se atrevia a falar, tal como antes os comunistas não falavam também.
Passou-se de um extremo ao outro num ápice e é esse fenómeno que me intriga.
O MFA nem era moderado- era poltrão.
E deixaram que as ocupações começassem logo a acontecer.
A partir do momento em que a populaça tem trela solta para ocupar o que não é seu, nada se pode travar.
A revolução começou assim- com os saneamentos e ocupações feitas por garotada e escardalhada.
O MFA foi lá para a palhaçada das sessões de esclarecimento.
A resistência, como o José já mostrou- aconteceu no Norte e pela Igreja.
«Por que razões as pessoas em geral não perceberam logo que o regime que o Cunhal queria era bem pior que o que existia?»
Se calhar pelo mesmíssimo motivo que ainda hoje o PCP é acarinhado por cá.
O PCP era popular. Ainda o é.
Se calhar porque esse esquerdismo já era dominante nos media, nas faculdade, em tudo o que era informação e até "cultura".
Não sei. Foi demasiado tempo de um regime sem mudança e a guerra colonial também não era coisa muito acarinhada pelo povo.
As perguntas ajudam a encontrar respostas e no caso uma outra é esta:
como é que as pessoas em geral aceitaram logo o discurso comunista, sobre o "fascismo", o "colonialismo", o imperialismo e outras tretas sem se questionarem sobre o significado disso?
Como é que foi possível calar logo e abafar todas as vozes que poderiam chamar à razão as pessoas?
No 28 de Setembro de 1974 já não era possível um discurso de defesa de Marcello Caetano ou das virtualidades do regime anterior. Quem o fizesse era fascista e até preso, como foram dezenas de pessoas nessa noite.
Como é que isto foi possível em cinco meses?
Em 28 de Setembro acabou qualquer veleidade de o regime anterior poder ter os seus defensores.
Tornou-se impossível e é isso que me intriga.
Guerra colonial, tenho ideia que até já era o sentido que se dava à guerra no ultramar.
Vivia-se um clima de esquerda por toda a parte. CVhegou cá tarde mas houve ecos da guerra do vietnam, do Maio de 68 e por aí fora.
E o que era moderno no estrangeiro era diferente. Sempre gostámos de acompanhar o estrangeiro...
(só agora é que os comunas querem movimento inverso e nacionalista ehehehe)
A repressão policial que tinha sido um dos motivos do 25 de Abril, voltara com o COPCON e ainda assim as pessoas não reflectiram.
Não. Eu só ouvi a expressão "guerra colonial", vinda dos comunistas e depois do 25 de Abril. É por isso que nunca uso tal expressão bastarda.
"fascismo", colonialismo e imperialismo eram bordões modernos.
Era isso que era proibido chamar. Houve a tal rábula da "liberdade" e a populaça segue por aí.
Não havia tom de elite. Tudo aquilo, até na linguagem de caserna, era tu cá, tu lá.
O povo quando é tratado por tu, acha logo que pode ir à boleia.
Mas o Copcom só chateava os revolucionários
ahahahahahah
O problema é que a esquerda tinha mil faces.
Mesmo os opositores ao PCP eram superiores na esquerda no que nos que não eram de esquerda.
Por outro lado eu percebo como é que o fenómeno aconteceu.
O que não percebo é como tanta gente foi enganada por tão poucos durante tanto tempo e tão rapidamente.
E é o "rapidamente" que me faz questionar o que se passou porque é isso que não entendo bem.
Eu ouvia-a na faculdade a toda a gente.
Até me lembro de uma aula em que um brasileiro começou a chamar literalmente isso e o prof chamou um funcionário para o colocar na rua.
Não me lembro é de no meio estudantil se chamar guerra no ultramar.
A sério. O clima estava de feição e o regime já tinha fabricado heróis por estupidez.
E isso é que é estranho. Porque esse clima era mais estudantil.
Não era a povo que estava doutrinado.
Mas no sul a coisa foi fácil e, na volta, já tinha sido fácil noutros tempos.
Também nos custa entender como os republicanos conseguiram fazer tanta coisa e fizeram.
"Eu ouvia-a na faculdade a toda a gente."
Pois é este tipo de informação presencial que é importante. Eu não ouvia tal coisa no Liceu em que andava.
Nem ouvia nas ruas ou nas pessoas que conhecia, muitas delas indivíduos que tinham feito a tropa no Ultramar e de quem gostava de ouvir as histórias reais ou imaginárias, dos feitos.
Assim, julgo que a Esquerda entrou pelo meio estudantil universitário e que era na altura o viveiro dos que iriam mandar no país: engenheiros, juristas etc.
Sabe, José:
Eu ainda acho mais estranho serem agora enganados do que na altura.
Não me convence que seja apenas uma geração nova que não viveu e que foi doutrinada na escola.
É praticamente tudo. O PCP é acarinhado em Portugal.
Mesmo as coisas más passam por devaneios idealistas.
Nunca se sentiu na pele o "fascismo de esquerda".
Quem o sentiu, também fez por não sentir para se adaptar. Os outros não regressaram.
Provavelmente o meio mais rápido de dispersão da linguagem bastarda foram os jornais e os jornalistas da época, tutelados por pessoal que já era de esquerda e até comunista em muitos casos.
Acho que foi por aí que o fogo começou a arder rapidamente e se propagaou à sociedade.
Acho porque não vejo outras razões.
Os media da altura censuravam tudo o que não era de esquerda, literalmente.
A parte da galvanização de massas e do happening e assim, ainda dou desconto ao tom de ruptura.
Agora as ocupações foram outra coisa e isso é irreversível.
Aliás, acho que há muita gente que foi formada com elas.
Mas concordo consigo. Também não sei de onde saíram tantos comunistas de um dia para o outro.
Na altura gozava e chamava-lhes aparições.
Eram a magote.
E é por isso que coloco recortes. Para demonstrar que foi assim.
E até agora parece-me que assim foi.
Sim. Na faculdade de Letras posso afiançar que se falava na "guerra colonial".
E nem era apenas paleio de comunistas ou militantes.
Era o nome que davam. E provocavam até a questão nas aulas que proporcionavam que se falasse nisso.
Fora desse meio, lembro-me dos grupos yippies que também falavam assim.
O "colonialismo e imperialismo" já cá tinham chegado e hão-de ter estado em "Vilar dos Mouros", como já estavam no Jazz de Cascais.
Fascismo é que foi neologismo.
Não tenho ideia de se andar a chamar fascista ao poder.
Isso é palavra que nasce com o 25 de Abril.
Essas aparições, como lhe chama sempre me surpreenderam.
Na minha aldeia havia uma associação recreativa e cultural que ajudei a fundar e até desenhei o logotipo. Simples e com uma rede de vólei e uma bola, porque era essa a actividade desportiva praticada. Permitia que as raparigas também jogassem...
O teatro era habitual e cheguei a ensaiar algumas peças simples. Havia um monitor da FNAT que já era de esquerda comunista e notava-se mas era cuidadoso e não fazia propaganda abertamente. Logo depois do 25 de Abril não mudou muito o tom mas revelou o que era.
Pois bem: apareceram logo na associação uma chusma de uma bona dúzia de comunistas que não sei de onde apareceram. Eram empregados do "estaleiro" ( o que fechou há meses...) e por isso havia por lá uma célula comunista.
De repente começo a ouvir falar em "comunismo científico" e outas asneiras e comecei logo a discutir política com aqueles neófitos que eram crentes puros.
Foi assim , a tal surpresa que julgo se passou em todo o país.
E isto era no Norte...
E estou apenas a falar de Lisboa.
Não sei como era no resto do país, ou sei muito pouco.
Mas por cá até o cinema contribuiu para esse tom e esses bordões.
Foi a geração que tomou conta disto que foi formada assim.
A minha
ehehhehe
eheheheh
Pois era assim. Houve gente que papagueou aqueles chavões e ainda hoje falam assim.
Conheço pessoas assim e até acho piada quando as revejo ver como não mudaram nada.
Ainda andam com as "contradições da dialéctica" e os problemas do "sistema".
Vão morrer a falar como aprenderam numa idade determinante e sem darem conta disso.
Mas isso foi o PREC e que começou logo.
Porém, pergunto-me porque não houve logo um contra-prec que fosse capaz de travar a onda comunista?
É que não houve mesmo nada e as poucas manifestações nesse sentido eram logo abafadas como fascistas e outros mimos.
É isso que me surpreende porque é um fenómeno que julgo ser único: a tomara de poder ideológico fez-se sem dor especial. Apenas com propaganda e censura nos media.
Porém era isso que sucedia com o regime anterior ao 25 de Abril e porém tal propaganda não era levada a sério. Esta, dos comunistas, era.
As pessoas acreditavam logo no discurso contra os ricos e fascistas.
E é esse fenómeno que me importa perceber porque é o essencial.
Mas repare. Houve muita gente a ganhar lugares chave e poder sem precisar sequer de trabalhar.
Quando surgem todas aquelas "comissões" para tudo e mais alguma coisa, está-se a formar uma mentalidade e um modo de vida.
Essas pessoas destacaram-se com poder nos mais diversos sítios. De faculdades, a jornais, a sindicatos, a rádio, tv, por aí fora.
Mandaram. Mandaram em tudo sem terem que obedecer a nada.
Isso há-de ser tramado e quem se acostuma não vai depois cuspir na sopa.
O discurso dos "ricos" e fascistas ainda hoje pega e os socialistas do PS usam-no despudoradamente.
O PCP sempre usou e as pessoas acreditam nessas balelas.
É esse fenomeno que é interessante porque se calhar é essa coisa simples que explica o que sucedeu tão rapidamente: as pessoas acreditarem que o comunismo e o socialismo iriam resolver os problemas dos pobres, combatendo os ricos.
Basaicamente é capaz de ser isto e nada mais.
Eu lembro-me de ter feito esse exercício de observação.
Topava como uma aparição- um analfabruto qualquer que no dia anterior era desconhecido, conseguia ser "chefe" de qualquer merda por adesão ao grupo.
E até gramava comparar que tanto inchava o badameco numa ficção de mando, como outro menos besta num mando mais real.
Se se reparar o discurso de propaganda contra o "fascismo" é apenas esse: o "fascismo" protege os ricos os latifundiários e os milionários que sugam a riqueza do país enquanto o PS e o PCP protegem os pobres de tal desgraça.
As pessoas acreditam nisto e acreditaram logo.
O PS em 1975 teve quase 40% dos votos e o PCP 12,5% : mais de metade do país já acreditava neste discurso.
E ainda hoje é assim
Se calhar é. Os probrezinhos, a igualdade, o fim das prepotências, por aí fora.
Nem sei se de início distinguiam assim tanto o que era dito pelo comuna do que era dito pelo xuxa.
Porque o tom era idêntico. E o MFA já o tinha começado.
Não importa o facto de ser moderado. Importa que lançou o tal tom popular e democrata em que todos podem ter voz e assim.
Portanto, essas pessoas que são mais de 50% dos votantes acreditam que os pobres podem ser menos pobres se houver menos ricos.
Esta asserção básica pode ser a explicação para o fenómeno.
Assim, o PCP nunca foi combatido porque a maioria das pessoas quer acreditar nessa parte do discuros e desvaloriza tudo o que o possa contradizer.
A Liberdade tanto lhes dá como se lhes deu, o que era notório antes do 25 de Abril.
O que importa realmente é esse discurso contra os "ricos".
Conclusão: temos um povo estúpdido até à medula eleitoral.
Sim, José. A propaganda é tramada e a contrário não pegava porque estava gasta.
tem piada como toda a gente foi engrominada e ainda é engrominada por propaganda de esquerda e comuna, quando tinham como bandeira combaterem a alienação da propaganda do Estado Novo.
Nessa ninguém acreditava.
Na volta nem os próprios. E há-de ser nesse aspecto que terão alguma razão quando dizem que "caiu por si".
Não caiu mas já não tinha voz própria.
Nesta lógica se se mostrar como vivem certos nababos do PS, como José Sócrates é um meio seguro de os desacreditar.
Provavelmente o mais Seguro.
Percebes, ó pá? Põe ao léu o que o gajo tem escondido e ganhas o combate,pá.
«Portanto, essas pessoas que são mais de 50% dos votantes acreditam que os pobres podem ser menos pobres se houver menos ricos.»
Aí, vai-me desculpar, mas não sou tão ingénua.
Os pobrezinhos da história, agora são eles e têm como santo patrono o Tribunal Constitucional.
Os coitdinhos que votam por esse motivo são função pública e o resto é onda.
Claro que é.
Caem em 2 tempos.
Porque agora os ricos são eles!
Sempre que lhes atiro com essa ficam sem resposta.
O comunismo no Leste caiu do mesmo modo, apesar da propaganda. Estava gasta e mais ninguém acreditava.
Mas a propaganda contra o comunismo, por cá e tal como era enunciada por Marcello Caetano era real e não gasta. Porém, era apenas isso porque a Censura cortava os exemplos concretos e não deixava publicar.
Que estúpidos!
Talvez seja essa a explicação: as pessoas já nem acreditavam na propaganda do próprio regime e aderiram precisamente à propaganda que o mesmo combatia.
Tal como fizeram no Leste e o fenómeno deve ter explicação psicológica.
«Talvez seja essa a explicação: as pessoas já nem acreditavam na propaganda do próprio regime e aderiram precisamente à propaganda que o mesmo combatia.»
Exacto!
Não quiseram saber do que Soljenitsine denunciou; Ou Sakharov e do que os trânsfugas da URSS denunciaval e do que se dizia que a socidade de Leste era: concentracionária, totalitária e mais fascista que jamais o regime de Salazar e Franco juntos o foram.
Não quiseram saber porque desvalorizaram e quiseram acreditar nas promessas de pobres a mandar e ricos sem poder.
É o simulacro do "ser do contra".
Ainda hoje são mainstream e discurso dominante e agem como se fossem proibidos
ehehehe
E dizem sempre: "não posso pensar de modo diferente"?
Quando pensam de modo igual e não aceitam é o diferente
ehehehhe
A maioria do povo português não se interessa pela Liberdade. Quer saber é do poder de ter alguma coisa sem grande esforço e se para tal for necessãrio tirar aos ricos que seja.
O caso BPN é enunciado assim. E o comunismo sempre prometeu esse tipo de bem estar.
O Comunismo caiu no Leste quando as pessoas começaram a ver que os ricos eram os do Partido e os privilégios eram para os dirigentes.
Esse fenómeno arruinou o comunismo.
Por cá, a maioria nunca o entendeu.
Ainda assim permanece o mistério: porque desapareceram de repente as pessoas que não pensavam assim e ficaram inibidas de se manifestarem e mostrar as suas ideias?
Uma explicação possível: Censura da Esquerda.
Outra: eram muito poucas e sem expressão.
Outra ainda: não tinham lideres para se organizarem e ao longo dos anos acomodaram-se.
Se calhar as 3.
ehehehe
O José faz uma coisa que mais ninguém faz.
Pensa isto. E pensa pegando também no poder do verbo.
Parece uma coisa básica, toda a gente fala na propaganda dos sistemas totalitários e blá, blá, blá e nem pensam que foram doutrinados da mesma maneira.
Na altura era a única coisa que mordia porque nunca percebi nada de política.
Mas não tive interlocutores que a percebessem como o José percebe e bem melhor que eu.
Ainda hoe uso muito a expressão "vivem de palavras" por causa disso.
MC parece ter acreditado que podia fazer uma transição pacífica quem nem pc nem ps queriam
também parece ter acreditado que o gajo do caco no olho a poderia fazer
esqueceram-se da força da urss
a tropa comportou-se miseravelmente como se esperava e era seu dever
não sei quem é o 'vitor copos' que dirige uma biblioteca, segundo ouvi dizer
Por mim isto nada tem a ver com a força da URSS. Tem a ver com a estupidez nacional.
Nos tempos da ditadura fassista vi correr no estádio universitário com as cores da AM.A estudantada não gostou mesmo nada daquilo a que chamavam "academia musical"...a juventude foi como o foram os estudantes do império bem formados e nas barbas da DGS...
A coisa só podia ir em frente se de facto houvesse uma maioria voluntária.Pelos vistos não queriam e aproveitaram a traição conhecida dos antifassistas...que curiosamente acabaram por não receber as medalhas Lenine...
Houve quadros que foram recrutados pelo PC que qualquer um pode ir ver as listas dos derrotados de 25 de Novembro.Recuperadinhos da silva actualmente...
Mas a maioria eram milicianos de baixa patente e até num quartel vi que havia um furriel que mandava naquilo tudo...
Mas deixem andar a rapaziada agora no internacionalismo colonizador e salvador do planeta que o zé povinho adora africanizar...
E os grandes timoneiros actualmente como diz o Seixas dão prioridade à lusofonia.Tirando o Brasil não estou a ver nenhumas reciprocidades e ganhos depois de tanta labuta...branco lá continua a ser cadáver ambulante e a propaganda comunista intocada...
Penso que subestimais a URSS, que era a base principal de onde vinha o apoio, dinheiro, saber e inspiração para esta gente fazer o que fez.
Mas se os comunas proletários apareceram de repente é porque, evidentemente, já lá estavam. Estavam simplesmente à espera. Foram apenas mobilizados chegada a altura. O PC tinha uma rede clandestina, como toda a gente sabe.
A DGS sabia certamente quem eles eram e quem eram os cabecilhas e se os deixou estar foi porque lhe servia. Tanto que nem chateavam muito e não era aí que residia o problema subversivo.
Já em relação ao meio universitário penso que foi aí que a coisa terá sido diferente. Aí acho que a DGS já não tinha rédea solta porque, por um lado, MC era desse meio e não via com bons olhos interferências lá e, por outro, era aí que estavam os filhos dos "grandes"... e a DGS tinha problemas certamente, de cada vez que tentava actuar lá.
É provável que se quisesse, igualmente, a fazer um esforço para a reabilitação da imagem exterior do país e, portanto, evitavam-se ou procuravam evitar-se grandes ondas nesses meios que têm sempre fácil difusão internacional. Ou seja, por tudo isto, a contra-subversão estava aí em desvantagem e e depois viu-se.
Quanto à propaganda é preciso distinguir. A propaganda do regime era essencialmente de esclarecimento das políticas do Governo e educação e mobilização de massas, se assim se pode dizer.
A propaganda dos esquerdistas é apenas de combate político. Não visa esclarecer, visa agitar e extremar. Tudo é transformado em combate, em luta política. Tudo serve como arma política. A linguagem usada é disso reveladora: agressiva e violenta, emocional ao ponto do histerismo, perfeitamente maniqueísta.
Não é por isso questão de saber se as pessoas acreditavam numa ou noutra. Uma visava alterar hábitos e mudar mentalidades; a outra apenas desinquietar e acirrar paixões e ódios. Uma procurava implantar uma ordem, a outra a desordem. É claro que a segunda é muito mais fácil de fazer, portanto eficaz, que a primeira.
Mujah:
O que é que a URSS tem a ver com nascerem comunas debaixo das pedras logo nos dias seguintes ao 25?
Acha que eram russos que encheram o estádio no 1º de Maio?
A propaganda do regime é sempre a mesma quando se torna disco rachado.
Não aquecia nem arrefecia.
Estupidamente as pessoas foram no paleio que parecia ser diferente daquilo que o regime combatia.
Era pior. Mas nunca provaram esses malefícios e ainda hoje fecham os olhos porque só lá longe é que parece que essas coisas aconteceram.
Os nossos comunas são sempre diferentes- são pelos pobrezinhos e a culpa deles ainda existirem é dos riquinhos.
O discoa rachada da esquerda é este.
O Mujah não entende que se apareceram é porque já estavam.
Não estavam- essa gente não era nada.
Foram literalmente aparições.
Vivi isso, mordi isso. Não me vai agora querer contar que foi diferente.
V. tem a panca das conspirações; das grandes teias secretas, de uma data de gnomos a saírem da terra.
Treta. Vá pelo José.
As pessoas são estúpidas e vivem de palavras.
e o povo tuga também é muito oportunista.
De resto, é verdade que não havia líderes nem grupos, nem gente a defender o governo.
Lembro-me de pensar nisso na faculdade.
Talvez em Direito estivesse lá o Nogueira Pinto e mais uns tantos.
Mas nem eram audíveis.
É perguntarem-lhe quem liderava o apoio ao regime e o que faziam.
Eu nunca vi nada.
Rigorosamente nada. Até quando furei uma greve estive sozinha e só o fiz porque a treta já chateava de ter de andar às ordens daquele associativos.
E fui lá à porcaria da Associação que diziam que estava selada e por isso é que tinha de haver greves e dei um pontapé na porta.
Pronto, já não está selada. Fugiram que foi uma coisa louca.
E eu nem percebia nada de nada porque pensava mesmo que o problema era da porta ter lacre ou assim
eheheheh
Era completamente naive nessa altura.
Mas não apareceu um único aluno a apoiar ou defender. Era tudo amorfo ou revolucionário.
Até o meu namorado da altura ficou todo procupado por eu ter dado o pontapé na porta.
e ele não era nada. Não se interessava por nada que tivesse a ver com política.
Mas o tom era dado pelos associativos e o resto fazia-lhes o favor de os tratarem como perigosos militares em emboscadas e foi assim que patrocinaram mártires e heróis de esquerda.
Se houvesse oposição a toda essa malta associativa aquilo não se aguentava.
Mas não havia. A única existente era da polícia de choque e essa não provoca adesões ideológicas.
Pronto, lá vem V. com as conspirações. Se é assim, nem vale a pena eu continuar que hoje não estou com paciência para isso.
Rede clandestina. Sabe o que é? A PIDE sabia. De onde vinha o dinheiro para isso? Os comunas portugueses são diferentes de quê? As técnicas, as estratégias, a linguagem é tudo o mesmo. É tudo igual e nem foram os russos que inventaram, foram os alemães como bem sabe ou devia saber. E não estou a falar de Marx nem Engels.
E faça o favor de ler o que eu escrevo, não o que pensa que eu escrevi.
Fala em aparições mas depois eu é que acredito em gnomos e tenho pancas. Enfim... Olhe, eu vou pôr só o que estava aqui a acabar de escrever e pronto.
Em relação aos documentos do postal, Silva Pinto não explica porque é que foi um erro a reeleição do Almirante Américo Tomás.
Porém, se calhar, está aí uma boa parte do busílis de toda esta questão. Será que foi um erro por causa do próprio 25A?
Se calhar, eu que estava a aqui a reclamar a decomposição política do regime, tenho-a agora a falar para mim na forma desse indivíduo. Rebelo de Sousa, Veiga Simão, Jovens Turcos, Ala Liberal. Todos passaram por entre as pingas do fachismo. Ainda hoje passam. Que papel tiveram nisso tudo? Sabe-se?
JNP aflora o assunto:
Fica entretanto uma dúvida. Como foi tudo possível sem uma reacção, um protesto, ao menos um voto de vencido? Estas políticas sinuosas, conduzidas por um poder fraco nos princípios, mas forte na intriga, que domina pela corrupção, pelo equívoco, pela mentira cautelosa, pelas meias verdades, têm uma capacidade de sobrevivência paradoxal, se olharmos à fraqueza das suas bases e ao vazio dos seus objectivos.
Ainda hoje assim é.
Ele diz que a política externa nunca foi o forte de MC. Talvez. Mas começa a parecer-me que o fraco foi, na realidade, a interna. Não foi talvez a falta de abertura e reforma, foi o precisamente ter-se enveredado por esse caminho que, devido ao Ultramar e ao interesse que tinha para as super-potências, nunca se poderia fazer com a calma e prudência que queria MC. Daí que os que contavam com o desabrochar da primavera marcelista já a estavam a ver murchar para o lado deles e o regabofe que queriam e esperavam - e que veio depois, quando a tropa lá deu uma varridela na merda que fez e travou a comunagem - não viria assim de qualquer maneira. E como era gente - como hoje se vê - de apetite, em lhes dando a mão levam a mal que não venha logo o braço de caminho...
Ter-se-á juntado assim, penso, a fome dos comunas à vontade de comer dos chamados liberais (ou democratas, ou que se lhes quiser chamar; eu prefiro ladroagem). O Ultramar foi o preço que todos estavam mais que dispostos a pagar para levarem a deles avante.
Ai eu é que venho com as conspirações?
AHAHAHHAHA
v. é uma anedota.
estivemos aqui a tentar entender como é que apareceu tanta gente a aderir ao discurso comunista assim do pé para a mão.
Como é que no 1º de Maio já eram aqueles milhares no estádio.
Vai v. e diz que descurámos o papel da URSS e das manobras do PCP porque toda essa gente já estava instrumentalizada.
e depois eu é que tenho a mania das conspirações.
Se v. pensasse um pouco na anormalidade que disse ainda se ria.
Já imaginou o que era um país, do tamanho de Portugal, com uma rede de russos e comunas a instrumentalizarem mais de metade da população sem ninguém dar por nada
AHAHAHAHHAHA
Se assim fosse nem se percebe porque é que não fazíamos parte do Bloco de Leste
eheheheheheh
ò caraças- v. fala á ET.
Parece aqueles malucos que juram a pés juntos que fulano que é nosso vizinho também já é ET. Já foi clonado por eles.
":O))))))))))
Não dá.
Porque é que apenas quer ouvir-se a si próprio?
Acha que com isso fica a saber algo de novo?
Hoje em dia tendo a concluir que de facto MC cavou a própria sepultura.
A situação no inicio de 74 era totalmente diferente da situação em 72, para nao ir mais longe. Os próximos de MC falam num estado depressivo profundíssimo. ele parece viver no vácuo, abandonado pelos liberais e incompatibilizado com os nacionalistas.
A sucessão de eventos em 74 (o alastrar do MFA sem contramedidas, o episódio do livro do Spinola, os rumores da ruptura em Angola combinada com Santos e Castro) mostra alguém psicologicamente disposto a entregar-se.
Miguel D
Vem com as conspirações, queria eu dizer que vinha com a história de eu ter a "panca" das teorias da conspiração. V. às vezes é muito literal... noutras lê palavra sim, palavra não...
Que V. não acredita em conspirações sei-o eu já.
Olhe o Floribundus também não deve acreditar nada em conspirações...
Explique aí então as aparições (isto se carecerem, a ser ver, de explicação; já não digo nada), que eu vou ali ler um livro que se chama "A Subversão". Nada que lhe interesse particularmente, apenas mais conspirações...
:P (espero que seja este o boneco de deitar a língua de fora)
Os meus vizinhos da cave; as peixeiras todas do meu bairro; os vizinhos do 3º andar; toda a malta das barracas; os vendedores de fruta; os polícias sinaleiros, o namorado da vizinha que até era fotógrafo da DGS,
Como é que toda essa malta já era comuna, instrumentalizada pelos russos e nunca ninguém tinha dado por nada?
AHAHAHHAHAHAHA
Se quiser chamo-lhe outra coisa à panca.
Lá por isso, deixa de haver panca das conspirações e v. continua a inventar explicações por conspiração russa
":O)))))))
Já agora.
Como v.a acha muito inteligente essa explicaçõ rebuscada dos comunistas pagos pela URSS a doutrinarem e instrumentalizarem mais de metade do povo tuga em pleno Estado Novo, agora sou quem lhe pergunta outra coisa:
E no presente?
Qual é a super-potência e quais são os clandetinos que andam a instrumentalizar metade da população que acredita no mesmo?
O que é que explica o apoio à mentira comuna e a invenção de umas trevas sem eles?
São os americanos que financiam o presente?
Chame o que quiser, quero lá saber.
V. já formou ideia não já? Sou o ET da panca das conspirações e dos turbantes, pronto.
Adianta alguma coisa eu escrever mais alguma coisa? Claro que não.
Continue que já cá não está quem falou. Realmente, para me ouvir a mim próprio escuso de perder tempo a escrever.
Mas acaso v. é o tema do debate?
Eu gosto destas trocas com o José porque ele formula as questões de modo diferente.
Não é propriamente um "homem de letras" que atira com poesia, mas sabe equacionar questões que também não se traduzem em "leis", ou "factos".
o José apanha as nuances e o clima de um tempo e tem uma bruta memória factual.
E tem uma questão para a qual não tem resposta.
Está farto de a fornular.
Como foi possível, em tão pouco tempo, haver tanta gente a aderir aos comunas e como é que não houve resistência.
Nem eu sei. Vivi e também não tenho resposta.
Mas o timming certo está aí- o José percebeu quando a coisa era irreversível e não entende como do 24 se chega ao 1º de Maio.
Eu também não. E por não entender e viver na altura, chamava-lhes aparições.
Há aí uma gigantesca verdade que o José disse e que também mais ninguém fala dela.
o povo tuga está-se nas tintas para a Liberdade.
Isso nunca lhe disse nada e nunca foi sequer ideal para nada.
Fui porventura eu que me fiz tema do debate? Ou não foi V. que começou com merdas sobre o que eu sou ou deixo de ser? Homessa agora...
V. põe-se para aí a adivinhar e a fazer diagnósticos e depois não lê com atenção o que se escreve e precipita-se nas respostas e nas conclusões que tira sobre os outros.
E que o povo se está nas tintas para liberdade já eu percebi há muito e até já o disse várias vezes. Agora é menos livre de muitas maneiras e não há revolução nenhuma, ora...
Copy paste. «Penso que subestimais a URSS, que era a base principal de onde vinha o apoio, dinheiro, saber e inspiração para esta gente fazer o que fez.
Mas se os comunas proletários apareceram de repente é porque, evidentemente, já lá estavam. Estavam simplesmente à espera. Foram apenas mobilizados chegada a altura. O PC tinha uma rede clandestina, como toda a gente sabe.»
Ao que eu respondi:
«O Mujah não entende que se apareceram é porque já estavam.
Não estavam- essa gente não era nada.
Foram literalmente aparições.
Vivi isso, mordi isso. Não me vai agora querer contar que foi diferente.»
V. não entende e agarra-se a uma palavra que também lhe parece magia negra:
e insiste na pergunta descabeladad:
«Explique aí então as aparições (isto se carecerem, a ser ver, de explicação; já não digo nada),...»
Dá para diálogo?
Não dá.
«Mas se os comunas proletários apareceram de repente é porque, evidentemente, já lá estavam. Estavam simplesmente à espera. Foram apenas mobilizados chegada a altura. O PC tinha uma rede clandestina, como toda a gente sabe.»»
Isto. Isto é treta.
Isto é o que o José não entende; nem eu entendi. E foi a isto que chamei "aparaições".
Ainda não entendeu?
O José ilustrou isto com factos, com memória sque tem. E era disto que se estava a falar e que v. traduziu por já serem comunas e por ser o PCP que os instrumentalizva ás escondidas com dinheiro da URSS.
O exemplo do José foi este:
«Essas aparições, como lhe chama sempre me surpreenderam.
Na minha aldeia havia uma associação recreativa e cultural que ajudei a fundar e até desenhei o logotipo. Simples e com uma rede de vólei e uma bola, porque era essa a actividade desportiva praticada. Permitia que as raparigas também jogassem...
O teatro era habitual e cheguei a ensaiar algumas peças simples. Havia um monitor da FNAT que já era de esquerda comunista e notava-se mas era cuidadoso e não fazia propaganda abertamente. Logo depois do 25 de Abril não mudou muito o tom mas revelou o que era.
Pois bem: apareceram logo na associação uma chusma de uma bona dúzia de comunistas que não sei de onde apareceram. Eram empregados do "estaleiro" ( o que fechou há meses...) e por isso havia por lá uma célula comunista.
De repente começo a ouvir falar em "comunismo científico" e outas asneiras e comecei logo a discutir política com aqueles neófitos que eram crentes puros.
Foi assim , a tal surpresa que julgo se passou em todo o país.»
Agora multiplique isto por milhares e explique.
Foi assim. Há casos que se pode ter a certeza que não eram rigorosamente nada. Outros podiam ter ficado com tretas na orelha.
Mas isto não explica como o comunismo pegou e como não apareceram outros tantos a deitá-lo abaixo quando ainda tudo era possível.
Não sei.
Do mesmo modo que já disse que não sei nem me recordo de alguma vez ter assistido a alguém a desmontar as brigadas estudantis que decretavam greves.
Greves que chegavam a durar o ano lectivo inteiro, como no Técnico, como antes disso em Coimbra.
O VP<V uam vez disse que o facto de haver polícia política e repressão fez com que também houvesse demasiada complacência com o PCP.
Na volta com ele e com a extrema-esquerda e com o clima de esquerda do contra porque, pelos vistos, até o Jaime Nogueira Pinto também era do contra
ahahahhaha
Estes regimes fechados com demasiada obediência centrada numa pessoa tendem a dar bode.
Em Espanha foi diferente porque tiveram a guerra civil.
Aí houve ideologia de Direita. Por cá era tudo do contra, incluindo dentro do governo.
Ufa! Uma hora de caminhada a pé, ao ritmo de 6,4 km por hora. Um bom duche e voilà!
Agora a pergunta essencial, a Zazie já a percebeu. O Mujahedin acha que houve influência da URSS para se dar esse fenómeno.
Acho que não foi, mas também é verdade que na mesma associação de que falei, começaram a tirar livros do "fascismo" e a aparecer jornais como o Granma do PC cubano e que nem se vendia nos quiosques.
A primeira vez que vi tal jornal em cima da mesa de reuniões, fiquei basbaque. O quê? O jornal do PC cubano, por aqui?
Não obstante, isso aconteceu em 1975 e não foi a causa do aparecimento de comunistas debaixo das pedras.
Esse fenómeno é que tento perceber e esta discussão dá para formular outra ideia: talvez fosse porque a propaganda do regime marcelista não pegava e por isso desvalorizavam o que depois era apresentado como anti-comunismo primário.
No entanto o que não encontro explicação é para que um jornal como A Rua que não era fascista coisa nenhuma fosse considerado como tal e ainda hoje se se perguntar a um comunista assim o considera.
Assim, fica o mistério meio resolvido mas o principal ainda não.
Mas está tudo tolo ou sou eu que não me exprimo bem?
e por isso havia por lá uma célula comunista.
Então afinal eles estavam lá! Havia organização lá. E se não funcionava antes era porque era reprimida obviamente. Quando deixou de ser passou a funcionar em pleno! Essa e as outras todas!
Quando digo que subestimam os soviéticos é em relação à capacidade e à qualidade de apoio ideológico e técnico que forneciam e à eficácia dessa doutrina e dessa técnica!
E acho que quem fez o golpe de estado também subestimou e por se passou o que passou.
O que Vs. procuram compreender, na realidade, é a própria eficácia dessa doutrina e dessa técnica no Portugal de 74.
Faço-me entender ou não?
Não faz por um motivo:
toda essa logística soviética apareceu por cá por intermédio do PCP, mas após o 25 de Abril e uns meses depois, já em 1975.
O que eu me refiro é ao fenómeno do aparecimento de comunistas "debaixo das pedras", logo em 1974, em Maio ou Junho e durante o Verão.
Esses comunistas, anteriormente eram pessoas sem ideologia definida. E nem sequer pareciam ser de esquerda.
Isso é que se torna um fenómeno e nada tem a ver com a influência soviética.
Que é que pensam que o Cunhal e cia. ltda. iam fazer à Rússia, Checoslováquia, Alemanha, etc?
Passar férias?
ehehehe! É claro que iam fazer "formação".
Um curso de "formação de formadores" mais precisamente! ahahah
Tem a ver com a influência soviética exactamente pelo que disse: são o resultado da aplicação da doutrina e da técnica que eles - os verdadeiros comunas - aprenderam lá!
Melhor ou pior aplicaram o que lá aprenderam. E sem lei para os reprimir, sem polícia para os controlar e com o ambiente que montaram os militares - também eles infiltrados por outros "formadores de formadores" - e os media - infiltrados também, foi como ferreiro em ferro quente.
Não houve resposta porque foi tudo muito rápido e sanearam logo tudo.
Claro que iam e até lá estiveram. Cunhal esteve na Checoslováquia mas em 1974 estava em Paris. Domingos Abrantes também.
Mas não é essa a questão.
O problema pode melhor ser percebido se se entender que Cunhal quando chegou a Portugal no dia 30 de Abril de 1974, nem tinha bem a certeza do modo como seria recebido. Durante uns meses andou meio desconfiado de que a "reacção" tomasse outra vez o poder e o prendesse. Tal sucedeu no 28 de Setembro de 1974 e parece que Cunhal se pôs ao fresco.
Enfim, a questão principal é saber como muitos milhares de portugueses ainda não expostos ao comunismo antes ou depois do 25 de Abril se tornaram comunistas de gema, como eu os vi a discutir a ideologia pela cartilha escassos meses após o 25 de Abril quando antes nem sequer ideologia tinham.
É essa a questão.
Agora para compreender o que quer compreender, tem de olhar para a forma como essas técnicas e essa doutrina foi aplicada cá.
Que é o que o José tem vindo a fazer, no fundo e no que respeita aos media; tanto o que neles foi aplicado, como o que através deles se aplicou.
E durante esse tempo poderia ter existido gente que denunciasse o comunismo como devia ser denunciado.
Até há um facto que ocorreu nessa altura e serviu para que em França o comunismo fosse denunciado: a publicação do livro de Soljenitsine, a seguir ao 25 de Abril de 1974 e que por cá nem sequer foi noticiada.
É esse fenómeno que nenhuma influência da União Soviética explica.
Não se explica por que é que o Expresso não publicou excertos do livro, como fizeram em França.
Tal como não se explica que meses depois a entrevista de Cunhal a Oriana Fallaci não tenha sido publicada por cá, integralmente mas apenas passagens ( pelo Expresso).
Quem tinha a obrigação de denunciar o comunismo nessa altura, em 1974 não o fez e até fez pior: adoptaram a linguagem comunista, bastarda, como linguagem normal e corrente.
O Expresso foi o pior exemplo mas todos os jornais o seguiram.
Isso é que nenhuma influência da URSS explica.
Enfim, a questão principal é saber como muitos milhares de portugueses ainda não expostos ao comunismo antes ou depois do 25 de Abril se tornaram comunistas de gema, como eu os vi a discutir a ideologia pela cartilha escassos meses após o 25 de Abril quando antes nem sequer ideologia tinham.
Mas foram então expostos depois: escassos meses, mas foram.
Os que se opunham ao comunismo e fizeram algo de público para tal, foram logo afastados do convívio democrática até pelos jornais moderados.
Isso é um fenómeno estranhíssimo, o desaparecimento de qualquer oposição ao comunismo frontal e directa.
Ficou tudo amainado em águas de bacalhau que não entendo como foi possível.
Em nenhum país da Europa tal sucedeu e a URSS tinha mais poder de influência nesses países...
Claro que foram expostos, mas não se compreende que em poucas semanas ou meses tenham sido tantos. Milhares e milhares.
Por muita propaganda que os comunistas tenham feito não explica o fenómeno até por uma razão:
como é que o MRPP tinha tanta influência e era contra o PCP?
Talvez por essa via se compreenda melhor porque aí não havia qualquer URSS a influenciar.
Como não havia no caso da UDP ou o PRP ou de outros de extrema esquerda.
Aí não se pode dizer que foi a propaganda comunista que justificou essa actividade porque o PCP era inimigo dessa gente.
O José tem razão.
Eu penso que quem espalhou mais o comunismo até foi a extrema-esquerda que combatia o PCP.
Para entender isso é preciso ter vivido esse tempo.
Em certa altura o PCP aparecia como moderado...aahahahaha.
O que uma Maria José Morgado fazia em finais de 1974 era inacreditável.
É esse fenómeno que merece também explicação. Essa loucura de quem era já adulto.
O que uma Isabel do Carmo fazia era inacreditável. Criminoso.
Na volta, até já era essa extrema-esquerda que estava nas universidades e que depois saltou para os órgãos de informação e instituições de poder.
Agora a ideologia pegou de estaca.
Porque, se calhar, tem ingredientes que, ainda hoje, são "compatíveis com o adn tuga".
eehheh
E depois foi acontecendo a dita revolução.
A revolução, ao contrário da ideia que se dá, não é algo que destrói poder. É tomada de poder.
E toda a gente se ia chegando à frente pela maneira mais fácil.
Mas aquela berraria contra o fáxismo foi uma loucura que saiu do nada.
Essa gente era pura e simplesmente demente.
ehehwehe
Pode crer. Até o PCP era moderado ao pé daqueles malucos.
Foi uma coisa que só vivida. Não se ilustra por nenhuma anormalidade do presente (e anormalidades no presente não faltam).
O fenómeno do extremismo radical é difícil de explicar pela propaganda da URSS e do PCP.
Porque esses partidos radicais atacavam o PCP pela esquerda e apesar de não representarem grande peso eleitoral tinham um grande peso mediático.
Quem escrevia nas paredes e berrava nas manifs era mais extrema-esquerda que PCP e o PCP ia a reboque e não queria ficar atrás.
Marcello Caetano percebeu isso e escreveu na anotação às constituições isso mesmo.
Pode crer.
Tive a perfeita noção da facilidade com que o fanatismo pega.
Ver aquela loucura e depois perceber todos os horrores do "fascismo" e do "nazismo" era demasiado fácil.
Porque bastava ter-se propiciado a ocasião para serem iguais.
estavam prontos.
E pior. tinham audiência.
Ainda hoje o Arnaldo de Matos tem audiência. E é um louco imbecil.
O único que se arrependeu dessa loucura foi o Saldanha Sanches.
Mas de um Jorge Coelho, passando por um Nuno Crato até um José Lamego, foi uma onda de extremismo que perpassou na sociedade portuguesa universitária da altura.
É esse fenómeno que surge nos primeiros meses de 1974 que se torna estranho.
Pois era. Antes do 25 de Abril já a extrema-esquerda fazia mais que o PCP.
E acredito que tivessem uma data de gente infiltrada em todo o lado.
Como também acredito no oposto- o mero som de esquerda já tinha entrado em quem nem sequer tinha qualquer ligação a seitas ou PCP.
Porque, o mais curioso é que essas seitas não provocavam adesão. Não andavam a doutrinar ninguém.
Nem sequer eram abertas. Faziam provocações e foram criando umas mística de martírio.
Tiveram adesão depois com as tais aparições que queriam "posto" para serem gente na vida.
E postos para se ser gente na vida estavam eles todos à disposição.
Porque o COPCOM não controlou nada e o MFA foi deixando.
A rábula das vítimas é tramada.
E os tugas são muito dados a esse choradinho para mamar.
Segundo consta, o Prof. Bissaya Barreto tomando conhecimento do 25 de Abril terá dito que "rebentou um cano de esgoto". De facto é uma definição soberba do que de facto foi o 25 de Abril: o rebentar do cano de esgoto que fez surgir a baixeza das nossas elites, que ansiosas estavam de se saciarem na mesa do Orçamento.
Estava enfim instalado o ambiente propício à acção dos oportunistas de toda a espécie (p.e. é sabido que muitos informadores da DGS foram de imediato inscreverem-se no PCP...).
E há um factor que explica a transformação imediata e a pressa: o Ultramar.
A Metrópole podia ficar depois como sítio/protectorado da Europa...
O primeiro congresso da LUAR teve milhares de pessoas no Coliseu.
Pode ser visto aqui
A Mizé nem fazia nada. Fazia por ser presa para ser torturada e sentir lá a mística toda.
O Saldanha Sanches fez mais para criar adesões mas saltou fora a tempo.
E arrependeu-se no sentido em que não teve problemas em considerar que tudo aquilo foi loucura.
Não se levou a sério nessas memórias.
Nisso fez bem mas teve uma vida inteira, desde a adolescência, sem dar por isso.
E perdeu anos de vida na choldra em nome de loucuras que eu só entendo ao ar livre
eehhehehehe
Estas pancadas hão-de ser genéticas. Têm de ter algo mais que pensamento ou empatias.
Mas isso não explica como tanta gente se sentiu contagiada por utopias que eram horrores onde tinham vingado.
E ainda hoje é diferente. Um neo-nazi aterroriza; um comuna é simpático porque é "idealista".
Ainda no outro dia ouvi essa treta- que há a mania de se insultar alguém chamando-lhe comunista.
Portanto, de novo a pergunta: como é que isto apareceu assim de repente, brotando das pedras da calçada?
Como é que isto foi possível em Portugal como fenómeno único na Europa?
É isso que pergunto.
Uma coisa é certa- foram meses que marcaram Portugal e deram frutos que ainda estão vivinhos da silva.
O Crato esteve na UDP até quando?
O Crato esteve o tempo suficiente para não me merecer credibilidade.
No outro dia, na tal conversa de trabalho, um colega meu, que estava a dizer mal do governo e de tudo, também deu como exemplo do pior neoliberalismo o Crato.
E depois acrescentou: "sim, logo o Crato que até era da UDP".
E eu acrescentei- é verdade. Era e saiu demasiado tarde.
e aí ele ficou meio atrapalhado porque estava a querer dizer o contrário.
ehehehe
O mal era ter saído
":O)))))))
O Pacheco Pereira é outro que tal.
Palerma assim é difícil de descobrir.
Fenómeno único na Europa, diz bem.
Mas isto também nunca foi lá muito Europa.
Foi esta extrema esquerda que se tornou mais influente que o PCP. Esta anarquia ideológica com dois neurónios a ligar as noções básicas influenciou mais a sociedade portuguesa da "cultura" mediática do que o PCP.
E é isto que não entendo.
Quem lê hoje o José Manuel Fernandes, outro extremista, vê claramente nos seus escritos e idiossincrasia o ovo dessa serpente.
Mas lembro-me de outras coisas que também nunca entendi.
Como é que houve tanto militar a entregar armas, até em Timor?
Eu sei de um que nada tinha a ver com política e não só depois contava que as atirou ao mar, como trouxe um arsenal que guardava no quarto.
Conhecia a família, fui colega da irmã e nunca entendi isso. Porque também não havia ali doutrinação do PCP.
Apanharam o tom num instante, quando a maioria da população nem sequer era politizada.
E o Soares dos Santos que era do marcelismo mais tradicional entrega-lhe o trabalho cultural da fundação e agora o Observador.
«Quem lê hoje o José Manuel Fernandes, outro extremista, vê claramente nos seus escritos e idiossincrasia o ovo dessa serpente.»
É verdade. também vejo o mesmo, penso o mesmo, não o suporto e não entendo como há tanta gente que vai atrás daquilo.
Mudam de objecto mas a pancada está lá.
-Onde é que estava a 'juventude' - a alta adolescência e os pré-adultos - antes de 74? Na Mocidade Portuguesa...?
-Individualmente as pessoas são uma coisa, em grupo são outras.
- "Muita fomeca passei no tempo da Outra Senhora"
_ Quanto mais filhos têm os pobres, mais criados têm os ricos. Um sistema quase 'dinástico' na hierarquia social.
- O 'clima' era cinzento e depois veio o verão. "A festa, pá"
-O Marcello "era bom rapaz, um pouco tímido até"
- "Descobri o sexo numa revista pornográfica e imaginei durante muito tempo que os filhos eram paridos pelo cu. As mulheres estão ali para nos satisfazer e cuidar dos filhos"
-Com três letrinhas apenas se escreve a sigla MFA. O MFA é tudo e o Estado é o MFA.
-O que estava subjacente no regime autoritário de Salazar em termos mentais foi coaptado e revisto e actualizado pelos abrileiros. A força passou de um campo para o outro e investiu redobrada na novidade.
-A inveja recalcada deu largas à sua pulsão.
- A vida fácil - a anterior era 'difícil' e de contenção - irrompeu. A malta passou a ganhar bem.
-Marinheiros passaram a sargentos, e a estudantada entrou na faculdade directamente.
-Houve passagens administrativas em todo o lado.
-O MFA bulimizou a sociedade e de repente ficámos todos antifassistas, a detestar o passado e a gostar da facilidade como tudo era conseguido e consentido.
Pisada a relva,licenças de isqueiro abolidas e bolso mais cheio, respirámos a sensação de que eramos livres para sempre.
a urss com a cumplicidade de empresários, políticos laxistas de direita
permitiram a instalação de comunas a partir de 68
em lugares importantes
como editoras, jornais
na empresa onde trabalhei pagaram a comunas quando presos pela pide
a mim não me pagaram quando fiz o serviço militar obrigatório
caparam a pide ao transforma-la em dgs
também não distinguiam um social-democrata dum comuna
na minha aldeia conhecia todos os comunas antes do 25.iv
nunca menosprezei o IN
O José Manuel Fernandes era aquele rapaz que há uns anos saudou a entrada em Bagdad das tropas de Dick Cheney e restantes neo-cons como um "25 de Abril iraquiano".
Como a Zazie já referiu acima, as massas vão sempre atrás do vento. Os mesmos que aplaudiam Caetano poucos dias antes do 25/A saudavam Soares e Cunhal poucos dias depois; o mesmo sucedeu com Pétain pouco tempo antes da entrada dos aliados em Paris, com as massas a redireccionar o seu aplauso para De Gaulle. Como dizia um tribuno romano, após o seu discurso ter sido aplaudido pela populaça: "terei dito algum disparate?"
Um dos problemas de Caetano foi ser até certo ponto demasiado "aberto" e tolerante com a oposição, de que o próprio dá aliás um exemplo no seu prefácio às "Minhas Memórias de Salazar". Sendo os seus inimigos o oposto, fanáticos e farejando fascistas onde eles não existiam, a sua queda foi mais fácil.
"Sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança; como bola colorida entre as mãos de uma criança".
Como as crianças, sempre gostámos de sonhar e continuamos...
"Uma andorinha voava, voava ...
Como ela, somos livres, somos livres ...".
Não é por acaso que estas canções de embalar serviram às mil maravilhas para anestesiar a raiz ao pensamento.
Gaivota, gaivota, a fdp que não se cansava
":OP
Versão alternativa: "um comunista voava, voava, empurrado com força, de um 10º andar..." :D
O que é preciso afirmar, peremptoriamente e com firmeza, é que a Esquerda, o Socialismo - versão comunista, ou qualquer outra versão, tipo guterrismo e sucedâneos - arruinaram o País, a nível económico (o mais visível), mas também a nível moral e social. O projecto de sociedade da Esquerda, o modelo social/económico que pretende implementar significa a ruína da Humanidade.
Hoje o zé povinho estaria disposto a dar o cu e cinco tostões se aparecer por aí alguém que lhe convença que é possível viver sem a famigerada "austeridade"...
O PS já inventou até o conceito da 3a via para o engodo.
Tirando a ala dos extremados avariados, os portugueses não são dados ao comunismo mas adoram a dialéctica marxista que os merdia lhe servem de bandeja todos os dias.
Estudem os acontecimentos da I república e verifiquem como a imbecilidade não andou longe como o pós 25 de Abril.
Desde O Marquês de Pombal e depois com a revolução liberal este país começou a bater muito mal. Só se encontrou estabilidade governativa no Salazarismo de resto nickles.
E o papel da maltinha da direita? É quem mais tem medo da herança de Salazar, que foi o que foi e pode ser quantificada (não estamos a falar de tretas nem opiniões vás)... Repito! A herança pode ser quantificada.
A reflexão da "coqueluche" do conservadorismo em Portugal sobre o Salazarismo, o João Pereira Coutinho (que já foi aqui ridicularizado em post), percebe-se com este exemplo, facilmente o falhanço na sustentação de um contra-peso contra a dominância da lógica esquerdista na sociedade.
E como cereja em cima do bolo deste festim ainda temos um tribunal constitucional completamente arrogante e ignorante sobre a capa do socialismo.
Resta-nos assim um povo condenado à pobreza e a ignorância mas que foi formatado para aplaudir e contribuir para o espetáculo demo-crático.
Tentando dar uma modesta achega ao debate, permito-me deixar aqui alguns exemplos algo estranhos, ou nem tanto assim, relativamente à reviravolta de 360% verificada da direita para a esquerda do 24/4 para o 25/4 ou seja, literalmente da noite para o dia.
O José interroga-se como foi possível operar-se uma tão repentina mudança do Regime sem a (aparente) mínima resistência do povo, povo que na véspera era totalmente apoiante do Estado Novo e dava "vivas" a Marcello Caetano. Mas e não houve resistência?, houve e não pouca, mas foi travada de modo abrupto e traidor no 28 de Setembro. Resta saber quem efectivamente teve a última palavra nesse desiderato, qual a conivência e de quem e qual o apoio decisivo obtido de dentro e e de fora do Regime. Conhecem-se alguns nomes de personalidades próximas do Presidente do Conselho, entre as quais militares de Alta Patente e mesmo alguns militares-ministros, que o traíram cobardemente por acção e omissão, pois caso estes factos inadmissíveis da parte daqueles que juraram defender a Pátria com a própria vida e de uma certa direita oportunista, não tivessem ocorrido em simultâneo e o Golpe teria sido imediata e fàcilmente abortado. Hoje conhece-se bastante dela mas não a trama completa então diabòlicamente tecida à volta do Presidente do Conselho e do seu Governo, trama gigantesca impossível de ser combatida por um só homem e, tragédia maior, por um homem só. Perante um drama pessoal imenso e político de tão enorme dimensão, a Marcello Caetano só lhe restava um caminho, desistir. E foi exactamente o que fez.
Tem razão o José quando afirma (cito de memória e acrescento algo mais) que Marcello Caetano - por cansaço; estado depressivo; falta d'apoio genuíno dos colaboradores mais próximos em quem depositava toda a sua confiança; indiferença e abandono dos movimentos políticos integrados no sistema ainda que não apoiantes do Governo em funções mas não obstante leais ao País; demasiado desiludido pela sincera 'abertura' que proporcionou à oposição admitindo a sua participação no sistema e tendo como paga desonestidade, falsidade, cinismo, oportunismo, ganância pelo poder e sobretudo traição ao País e a si próprio - farto e saturado de tudo e de todos e sentindo-se só e isolado no meio de uma alcateia de lobos esfomeados desejosos de abocanhar o regime e comandar os destinos de Portugal, baixou os braços e simplesmente desistiu de lutar.
(É evidente que o Prof. Marcello Caetano, um homem bom, íntegro, patriota, com uma formação moral acima de qualquer suspeita, polìticamente honesto, tentou lidar de igual para igual com um punhado de maçons e outros tantos militares anti-patriotas, traidores, gananciosos por poder e dinheiro (poder e dinheiro que eles anteviam à mão de semear e uma vontade incontida de chamar um figo ao tão longamente cobiçado Ultramar Português) viu finalmente o mal que fez em neles confiar..., mas nessa altura já era tarde demais para reverter a situação e ele sabia-o perfeitamente.
Mais do que o Presidente do Conselho e teve alguma culpa, quem a teve quase na totalidade na derrocada de Portugal foi a direita portuguesa, militar e civil, caso tivesse interiorizado vontade férrea e orgulho-pátrio, sendo infinitamente maior em número comparativamente à chamada esquerda, tinha impedido em menos de nada que o golpe traidor que destruiu Portugal tivesse levado de vencida).
(cont.)
Leia-se:
"... em que depositara (ou havia depositado)..."
"... o mal que fez em neles ter confiado..."
Perdida a segunda parte do comentário, esta já não irá exactamente igual, porém tentarei que siga parecida.
Nos dias que se seguiram ao "25/4" a horda de estrangeirados/exilados políticos/socialistas, comunistas e extremo-esquerdistas espalhados pelo mundo, começou a afluir em massa e em grande velocidade a Portugal. Os seus chefes, a quem estavam unidos e sob cuja protecção viviam lá fora, acolheram-nos como haviam combinado antecipadaente e colocaram-nos imeditamente ao serviço da 'revolução' e da nova ordem-democrático-mundial. A par da propaganda desenfreada de "abaixo os fascistas", os saneamentos em tudo quanto era lucrativo (e este pormenor era de suma importância, como se veria mais tarde) simultâneamente sob a chefia de proprietários e patrões considerados fascistas ou simplesmente pró-regime, começaram imeditamente nessa altura para não dar tempo ao povo de reagir às mentiras monumentais e prepotências criminosas dos revolucionários.
Os jornais, televisão, radios, etc., foram sistemàticamente invadidos de sindicalistas arregimentados à pressa, vindos não se sabe de onde, para sanear e ocupar as respectivas redacções, sobretudo as próximas do orgãos do poder, com a desculpa miserável, mas que pegou quase automàticamente, mais por analfabetismo político das classes mais baixas, mas também por ganância pela riqueza dos patrões e com o fito de atingir o modo de vida destes, aliás constantemente prometido pelos dirigentes sindicais, levando com estas falsas promessas as classes trabalhadoras mais incultas a aderirem de corpo e alma ao projecto de "abaixo os patrões fascistas". Claro que os ditos trabalhadores só caíram em si, perante tanta embustice, passado dezenas de anos, mas aí já nada havia a fazer. Perderam o trabalho, que o tinha assegurado para a vida, perderam salários fixos e regalias várias, perderam os patrões que os estimavam e respeitavam, bem como o apoio social que lhes era proporcionado assim como às suas famílias, por esses mesmos patrões..., etc. Numa palavra, por acreditarem nas vigarices monumentais propaladas e prometidas por traidores e pulhas do pior e especialmente por inveja incontida dos 'ricos', ficaram sem nada. Quem tudo quer, tudo perde.
E José, lembre-se de que igualmente como na comunicação social, o mesmo aconteceu quanto ao assalto aos Liceus e Universidades e a outras instituições d'ensino superior e isto operou-se pràticamente em simultâneo, isto é, a doutrinação marxista atacou em força nos vários quadrantes julgados imprescindíveis para o controlo absoluto do País com os resultados que se conhecem. Eles sabiam que só procedendo deste modo conseguiriam atingir os fins demoníacos prèviamente traçados a que se tinham proposto. Claro que na chamada "rua" a intoxicação do povo pela comunagem política e sindical continuava em paralelo e em pleno a sua caminhada até à vitória final.
(cont.)
José, por favor apague um dos comentários que saiu em duplicado. OB.
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É bom não esquecer que a brutal lavagem ao cérebro das populações, que se inicou alguns anos antes de Abril e perdurou violentamente mais outros tantos após 1974, até por fim começar a dar os seus frutos. E deu.
À direita civilizada e patriótica (a quem os comunistas e esquerdistas, exclusivamente para a enxovalhar e torná-la odiada e repudiada pelo povo, que engole tudo o que lhe seja servido desde que bem adocicado e na quantidade certa, apelidavam sistemàticamente de direita nazi-fascista para lhe apôr o selo inexpugnável do execrável nazismo...) foi-lhe sendo sistemàticamente barrado o caminho para se afirmar polìticamente e dificultada ao máximo a sua institucionalização, até porque os comunistas e socialistas, que de uma forma ilegal porque contra a liberdade política e de expressão tão reivindicadas durante anos pelos 'democratas' como direitos inalienáveis dos portugueses mas não passando tudo de hipocrisia e cinismo elevados à máxima potência como é bom de ver, uma vez que não se esqueceram de o deixar bem explícito na Constituição da República. Pois, pudera! Medo, um medo atroz e um risco que não podiam correr de modo algum, pois perderiam, de que através de eleições justas e verdadeiramente livres e não manipuladas (como têm sido todas desde essa altura até ao presente) a direita lhes retirasse democràticamente o poder das garras totalitárias e os colocasse no seu devido lugar. Do qual em boa verdade nunca deveriam ter saído. As difamações, os epítetos de baixíssimo nível, as mentiras e falsidades, as bombas à porta das sedes e das casas de família, tudo servia para amedrontar e provocar pânico nas populações e particularmente nos dirigentes dos partidos e movimentos direitistas e nos seus militantes e simpatizantes através d'ameaças do mais soez, para de uma forma cobarde e vil poderem neutralizá-los afastando-os ràpidamente da concorrência. O pânico de que a direita alcançasse o poder era-lhes simultâneamente insuportável e inadmissível. Se tal acontecesse onde iria parar o plano diabólico da destruição de Portugal no qual estava incluído o mais importante deles todos, a entrega das nossas Províncias Ultramarinas aos dois internacionalismos?
Depois de toda a população ter vindo a ser bombardeada diàriamente e a todas as horas durante anos a fio e mais agressiva e selvàticamente nos dois ou três anos posteriores a 74 pelas forças extremo-esquerdistas e com o COPCON e o MFA a ajudarem à festa e de que maneira, vociferando permanentemente frases cheias de elevação e muito democráticas, do género: "morte aos fascistas", "vamos partir os dentes à reacção", "pides para a prisão", "a reacção não passará", "patrões para a rua", "os ricos que paguem a crise", "fascismo nunca mais", "o poder aos trabalhadores", "latifundiários fora", "reforma agrária, jà!", "a terra a quem a trabalha", etc. - além dos chamados "ricos", fossem eles empresários bem sucedidos ou famílias pró regime econòmicamente relevantes para o desenvolvimento do País, portugueses com enorme prestígio pessoal e profissional cá e lá fora e bastante influência política em ambos os lados, que poderiam ter ajudado o País a reerguer-se ràpidamente do abismo político, económico e social para os quais a comunagem o havia empurrado sem aparente recuo possível, depois de muitas destas famílias terem sido forçadas a exilar-se sob pena de serem encarceradas como outras tantas o foram efectivamente, depois de ameaças mil e prepotências indescritíveis...,
(conclusão)
..., depois de quase todo o sistema educativo, o judicial, de uma parte importante das Forças Armadas e de quase toda a comunicação social escrita e falada e de muita da nossa intelectualidade, depois de toda esta gente ter sido convertida ao marxismo ou aderido à causa revolucionária de livre vontade (ou não) - fosse ele compulsivamente, através de chantagem, por cobardia, idealismo, oportunismo, medo, coacção, ameaças de morte a si e à família ou de moto proprio - era completamente impossível haver forças direitistas (que as havia) com a liberdade de acção e capacidade de manobra suficientes e principalmente de possuir voz activa para poder afirmar-se polìticamente junto do seu público apoiante de modo a atrair para a sua nobre causa portugueses com a coragem, a valentia e o patriotismo indispensáveis e munidos das mesmas armas do inimigo e do espaço requerido, para poder desactivar a poderosa e mortífera armadilha que lhe fora satânicamente lançada.
Era de uma enorme ingenuidade pensar-se (embora muita gente boa o deva ter feito na altura, porém é bom não esquecer, as armas era terrìvelmente desiguais) que - com o País totalmente subjugado aos ditames das forças marxistas e extremo-esquerdistas; com muitas famílias declaradamente de direita e econòmicamente influentes, exiladas; com os poucos partidos direitistas existentes atados de pés e mãos desde a sua fundação e durante a sua curta existência como tal, constante e violentamente atacados e finalmente silenciados; com o povo inteiro apavavorado com o terror e a violência propositadamente instalados no País com esse preciso fim - pudesse existir a mínima hipótese de a verdadeira direita poder impor-se como um movimento genuìnamente representativo da direita patriótica, capaz de derrotar a esquerda falsária e prepotente.
A partir de 1979, passado o pesadelo ou parte dele (apesar de muito do grande mal já ter sido consumado), quando finalmente começou a poder vislumbrar-se uma luz ao fundo do tunel e essa possibilidade poder vir a traduzir-se numa saída vitoriosa para a gravíssima crise que atingia o País e os portugueses..., eis que surge de sopetão o Mal que está sempre pronto a atacar e com ele a trincheira inexpugnável capaz de travar a viragem do País à direita, a maçonaria. Que desde então até aos dias de hoje nunca mais deixou de orientar a política interna e externa do nosso País. Ela própria, por outras palavras, o confirmou em directo.
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