quinta-feira, janeiro 07, 2016

O mundo português era muito relativo...

Segundo se escrevia em 29 de Outubro de 1971 na revista Vida Mundial, com capa alusiva, Portugal esteve em sérios riscos de perder as suas "extensões territoriais ultramarinas", vulgo colónias, por três vezes nos últimos cem anos, aferidos a 1974 e antes da entrega de mão beijada, pelos militares e políticos saídos do golpe de 25 de Abril desse ano.



Os protagonistas da façanha foram sempre os mesmos: os nossos amigos ingleses. Em 1938, imediatamente antes da eclosão da guerra, os ingleses tinham um governo conservador ( não era de esquerda...) e tentaram um "apaziguamento" com a Alemanha cada vez mais belicista e com Hitler a comandar. Tal política falhou e se não tivesse falhado e a guerra não tivesse eclodido, teríamos assistido, impotentes, como acontecera antes, à tentativa de partilha dos nossos territórios africanos por obra e graça da sua majestade britância mai-los nossos vizinhos europeus.
O nosso mundo já não era deste mundo...se é que alguma vez o fora.

Como o então embaixador Armindo Monteiro reconhecia "na minha modesta opinião, o mais que podemos fazer é opor à Inglaterra um impedimento moral claro e actual que a impeça de dispor do que é nosso. Se este for inútil, tudo será inútil".

Claro fica. Como é que se poderá pensar que nós tínhamos o mundo ou que o mundo estava connosco? O que valia a nossa força moral perante a realidade política trazida pelos "ventos da História"?  Haveria possibilidade de abrigo?
Não me parece.


Questuber! Mais um escândalo!