sábado, janeiro 02, 2016

A crise dos jornais e a Komentadoria

O Komentador Pacheco num artigo do Público de hoje aprecia criticamente o jornalismo caseiro e decreta que o Correio da Manhã, afinal, é um jornal de notícias, de informação. É essa a diferença que o separa dos jornais de "referência".

Porém, ainda consegue alinhavar umas razões de fundo, sobre a ausência de informação que temos e que os jornais de "referência", segundo o komentador não dão: "quem manda, quem é mandado, sobre quem é "dono" dos jornais e televisões, sobre os poderes paralelos de grandes escritórios de advogados ou de consultoras financeiras"...etc. etc.
Curiosamente, nunca ouvi o Komentador Pacheco em qualquer um dos lugares de tv que tem ocupado de há anos a esta parte, lançar qualquer discussão concreta sobre o assunto, com os seus companheiros de komentário, mormente um certo Jorge Coelho.

Sobre o assunto "José Sócrates" também o Komentador Pacheco é parco em ideias. O máximo que se lhe apanha é considerar, muito a custo, que o dito "vivia por conta". O resto, ou seja, os factos que estralejam em todos os media, o Komentador Pacheco prefere ignorar e realçar as "fugas de informação" e os "ataques ad hominem" do Correio da Manhã. O essencial, ao Komentador Pacheco, escapa sempre entre os dedos da escrita e fica apenas a espuma do que convém, dando sempre a aparência de ser o fundamental. Prestidigitação komentadorística, é o que é.

O Komentador Pacheco sobre isto tem aquela posição confortável de falar concretamente em abstracto, conhecendo bem o problema, mas dando conta de que é coisa que tem exclusivamente a ver com os outros media ou komentadores, mesmo quando tem oportunidade em esclarecer o assunto. Detecta muito bem o problema, tem chaves para o resolver, oportunidade para tal, mas nunca aborda directamente o assunto quanto o pode e deve fazer. Escreve depois sobre o fenómeno, do ponto de vista do observador descomprometido afastado dos factos, com as luvas da conveniência, mas com a crítica acerada de quem se sente autorizado ao arremesso de pedras avulsas aos alvos mais fáceis. Sobre José Sócrates já proclamou que não gosta de bater em quem está caído e que bateu que se fartou antes, quando os demais batiam palmas. Não me lembro nada disso, mas enfim. Não me lembro de o Komentador ter escrito algo sobre a licenciatura, sobre o Freeport, sobre os escândalos vários e sérios que atravessaram a governação do dito.
Não me lembro mas pode ser que haja...
Por enquanto, o que me parece é apenas o "não me comprometa!",  um bordão de um programa humorístico de Jô Soares nos anos 70...


Por usa vez, o Komentador Dinis de Abreu, no Sol de hoje,  com outra categoria que aquele não tem, apesar da imensa biblioteca armazenada, define muito melhor o problema dos jornais, hoje: "A confiança dos leitores-consumidores não se conquista se os media forem um exercício de umbiguismo dos jornalistas ou de servilismo aos poderes do dia."
Este recado vai direitinho para o Público e para o Diário de Notícias do incrível André Macedo que conseguiu baixar ainda mais as vendas do jornal e mantém-se ao leme para alcançar outro recorde daqui a uns meses. O jornal deve dar um prejuízo medonho mas alguém paga...porque tem interesse nisso, claro.O Komentador Pacheco podia perguntar ao J. Coelho, naquele programa da Quadratura, quem será. Ele sabe.



5 comentários:

Floribundus disse...

sobre os lixo humano dos jornais encontra-se publicado há mais de 10 anos o livro
'os novos cães de guarda' de Serge Halimi do Le Monde

jpp é um dos muitos
flatus vocis

da comunicação socialista
desta ditadura social-fascista

onde o monhé não passa dum Wimpy.
ou comedor de hamburguers

o Oge deve sair ainda este milénio

JReis disse...

Para se salvarem, os Jornais terão de abandonar o seu papel de madrassas com madrasseiros ao serviço da esquerda. Não será um processo fácil mas esse será o primeiro passo.

foca disse...

Da mesma forma que o Lobo Antunes, o Araújo Pereira e outros me levaram a deixar de comprar a Visão, o Pacheco vai fazer-me o mesmo com a Sábado.
Não percebo isto de pagar a gajos para escreverem bacorada semanas seguidas.
Toda a gente tem semanas mesmo felizes ou mesmo infelizes, mas alguns destes farsantes abusam.

PS - o tal Pacheco Pereira podia explicar como é que que não tendo feito o doutoramento assina como professor universitário.

josé disse...

Porque não tem título a apresentar e assim ajusta-se a esta parolice.

Os professores universitários hoje em dia são como os coelhos a multiplicarem-se.

Rui disse...

Bom artigo do Pacheco. De acordo com aquilo que já digo há vários anos. Para o bem e para o mal o correio da manhã é o melhor jornal português.

O Público activista e relapso