A seguir ao 25 de Abril de 74, em poucos meses a situação no Ultramar português agravou-se de modo dramático, com a aceleração do PREC.
Os comunistas de todos os matizes tomaram conta do processo ideológico, influenciando o MFA e perante a evolução da opinião publicada e da manipulação dos media no sentido de "nem mais um soldado para as colónias", o destino ficou traçado rapidamente, em poucos meses: entrega dos territórios, sem condições algumas, aos "movimentos de libertação", com o favorecimento de uns em detrimento de outros.
É isso que se espelha nestes recortes de revistas da época.
Em 29 de Junho de 1974, o Século Ilustrado mostrava o que tinha resultado de uma conferência promovida por Agostinho Neto, em Fevereiro de 1974 sobre o que entendia acerca do problema das então ainda consideradas nossas províncias ultramarinas.
Agostinho Neto já era claro, então: o problema maior nem era com Portugal, mas com a Grã-Bretanha, o maior investidor estrangeiro em Angola e com os Estados Unidos.
Não é difícil de ver onde queria chegar o chefe do MPLA...e como se desenvolveria a estratégia para correr com os portugueses e europeus, logo no PREC. Mesmo afirmando o contrário...
Em Angola não havia apenas o MPLA como movimento a pretender o poder. Havia também a FNLA e a UNITA, esta de Jonas Savimbi, o qual em 21.9.1974 foi entrevistado por aquela revista e contou o seu ponto de vista, pouco coincidente com o do líder do MPLA...
Muito por causa dessas dissidências, em meados de Setembro de 1974, o general Spínola, ainda com o prestígio intacto, foi encontrar-se com Mobutu, do Zaire, à procura de uma solução, como mostra a edição de 21 de Setembro da revista. Uma semana depois, Spínola foi vilipendiado na sequência dos eventos do 28 de Setembro, no Campo Pequeno e da "maioria silenciosa".
Em Portugal, nessa altura deixou de haver lugar democrático para quem não aceitasse os ditames ideológicos da esquerda comunista e socialista que pretendiam entregar, como entregaram os nossos territórios africanos a alguns "movimentos de libertação" , como o MPLA em Angola e a FRELIMO em Moçambique, abrindo o caminho todo para as guerras civis que começaram então.
Flama de 13.12.1974:
Quem se opunha a tal política era assim tratado, como mostra esta imagem da revista de 29.3.1975: fascista ou pior.
Nessa altura nos media, uma gigantesca campanha de desinformação e propaganda pretendia alterar, como em parte logrou, o sistema político-económico que tínhamos, fundado no modelo europeu ocidental e com possibilidades de continuação pacífica como sucedeu em Espanha após o franquismo.
Nesse mesmo número de 29.3.1975 havia um artigo como este que espelhava o estado em que se encontrava o país: supostamente alguém andava à procura de uma "via original". Para onde? Para o socialismo e era essa a aberração de que a maioria do povo nem se dava conta.
O modo para encontrar esta via original tinha este selo: uma nova censura, sem qualquer pudor, como se mostra neste artigo do SI d 13.5.1975.
E como se fez aquele encontro de vontades entre os "movimentos de libertação"? Assim, em Janeiro no Alvor:
O que é que deu isto? O que era previsível, de acordo com aqueles dois líderes e mostrado em 25.8.1975:
Depois destes factos e após décadas de reflexão sobre os mesmos um certo Freitas do Amaral escrevia isto, em10.6.2017: