As Bibliotecas do Vaticano são os lugares onde se guardam importantes registos escritos da Cristandade e não só. Está lá um Património da Humanidade, sem paralelo noutras bibliotecas. Desde o século XV que são o lugar do repositório documental, arquivístico do mundo cristão e guardam obras, volumes e livros antiquíssimos.
Se o Segundo volume da Poética de Aristóteles tivesse existido, como alvitra Umberto Eco, no Nome da Rosa, seria lá que se encontraria...a não ser que tivesse existido na biblioteca do mosteiro de Monte Cassino.
Em suma, é uma honra para o país ter um bibliotecário do Vaticano que é português, o agora bispo José Tolentino Mendonça.
CM de hoje, com o apontamento imprescindível de Francisco José Viegas:
27 comentários:
andei por lá 3 meses em 2005
ofereci para a sua Biblioteca um volume sobre João XXI (vigésimo primeiro - 'numerais ordinais indicam o número de ordem, posição ou lugar ocupado em uma série') e não 21
existe ali muito de história desconhecida do rectângulo
infelizmente muito se perdeu e queimou com Napoleão e entrada na Porta Pia em 1870
entre nós há gente com valor
sem acesso à pulitica de sinistra
José Tolentino Mendonça
«Vivemos numa sociedade dominada cada vez mais pelo mito do controlo. E o seu postulado dogmático é este: a receita para uma vida realizada é a capacidade de controlá-la a 360 graus.
Estranho sentimento, a inveja. E, contudo, tão infiltrado nas relações humanas, tão abrasivo da vida interior, tão capaz de fazer em cacos ambientes (familiares, de trabalho, de amizade).
Passamos pelas coisas sem as habitar, falamos com os outros sem os ouvir, juntamos informação que nunca chegamos a aprofundar. Tudo transita num galope ruidoso, veemente e efémero. »
Não podia estar + de acordo
Para além de português - o que já não seria pouco - é um meu grande amigo desde os tempos de estudantes em Roma. Então um jovenzinho, um pouco mais novo que eu, mesmo que façamos anos no mesmo dia... já dava nas vistas pela sua perspicácia, dedicação ao estudo e conhecimentos. Mais um madeirense, do Machico, creio eu, que ficou por cá e valeu a pena... Aquele convite para pregar o retiro ao Papa e à Cúria não podia ter outro desfecho. Mas nós ficamos a perder... Parabéns, Zé Tolentino!
Um português que se notabilizou, estranhamente, não pela habitual razão do desfalque no erário público. Caso raro nos dias que correm. Bem haja! Gosto bem do pensamento escrito dele, da poesia, e principalmente, para lá dela.
Mas o "Zé Tolentino" tem 52 anos como diz o CM ou 57 como diz o Público?
Tolentino, cidade do centro de Itália, entre os Apeninos e o Adriático
já não tenho a cota de importante resumo de documentação de várias páginas, sobre o rectângulo parcialmente queimadas pelos franceses quando o arquivo se encontrava depositado no Castelo de Santo Ângelo, primitivamente mausoléu de Adriano
Animula vagula blandula… Hadrian’s farewell to life
e náo Blandula, Tenella, Vagula poema de Ezra Pound
What hast thou, my soul, with paradise?
Will we not rather, when our freedom's won,
Get us to some clear place wherein the sun
Lets drift in on us through the olive leaves
A liquid glory? If at Sirmio,
A Wiki diz 52… mas citando o próprio — "juntamos informação que nunca chegamos a aprofundar"… no caso da imprensa portuguesa não há esse perigo. Não se junta nada que se aproveite.
O Barbosa que nos ilumine.
Como poeta, humanista e pessoa da cultura certamente é um bom reconhecimento que lhe é dado.
Mas é pena a igreja ir para estes caminhos:
https://adelantelafe.com/papa-francisco-abre-la-puerta-la-teologia-homosexualista/
"El papa Francisco abre las puertas de la Iglesia Católica a la teología gay? La pregunta surge espontáneamente ante la noticia de que para dirigir los inminentes y ya tradicionales ejercicios espirituales de Ariccia para el propio papa Bergoglio y a los miembros de la Curia romana se ha llamado al sacerdote-poeta portugués José Tolentino de Mendonça, conocido por ser admirador de Sor María Teresa Forcades i Vila, teóloga notoria por sus posturas favorables a la ideología homosexualista, que precisamente se encuentra en Italia estos días para presentar su libro Siamo tutti diversi! Per una teologia Queer"
https://sol.sapo.pt/artigo/68904/jose-tolentino-mendonca-acho-que-deus-nos-vai-perdoar-tudo
"tudo o que fazemos é marcado pela fragilidade da nossa condição. somos esta coisa humana, provisória, incerta, inacabada, imperfeita. mas somos também poeira enamorada. há em nós alguma coisa de maior. mesmo no erro. beckett dizia: errar, errar mais, errar melhor. no erro podemos encontrar um caminho."
Sentimentalismo que nos deixa no erro não é nada. Sem transmissão de Fé e conversão é uma mão cheia de nada, só palavras bonitas.
Humanismo cristão não é a Fé católica, se não estamos aqui parece que para lá caminhamos:
http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2cap2_422-682_po.html
675. Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes. A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra, porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado.
Para acompanhar a perda da Fé:
https://odogmadafe.wordpress.com/
Francisco: comungo das suas preocupações...
Le Figaro
ENQUÊTE - Retard à l'école, culture de l'immaturité, misère sexuelle : la révolution féministe et l'avènement d'une société égalitaire ont engendré une crise de la masculinité sans précédent. Un phénomène qui commence à peine à être étudié.
«L'Occident a perdu foi dans la masculinité»: c'est le titre d'une conférence de l'universitaire canadien Jordan Peterson, inconnu il y a deux ans, devenu, selon le New York Times, «l'intellectuel le plus vénéré et plus injurié» d'Internet. Ce professeur de psychologie doit son succès à ses passes d'armes à la télévision avec des militantes féministes dont il démonte implacablement l'argumentaire, notamment sur les inégalités salariales. Le succès planétaire de Peterson (des millions de vues sur YouTube) est révélateur d'un phénomène qui passe au second plan, tant l'attention est retenue par la révolution «me Too»: celle d'une inquiétude de plus en plus partagée autour de la masculinité des hommes occidentaux. Derrière la vague d'indignation contre une domination masculine qui serait encore visible à travers le harcèlement sexuel, se cache une autre vérité: celle d'un déclassement généralisé du mâle.
sapo
identificadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira 2.716 embalagens de medicamentos suspeitas de serem ilegais ou falsificadas, num total de 112.986 unidades intercetadas que foram retidas ou devolvidas ao remetente.
Os mais afetados
A maioria dos medicamentos detetados nas alfândegas nacionais no primeiro semestre de 2017 pertenciam às categorias de analgésicos (23%), disfunção erétil (20%) e outros (12%).
ça biche
É a segunda vez que o José é apanhado.
Primeiro descai-se a assume-se apreciador de bom rock e boa BD, o que fez logo os broncos que incentiva neste blog irem buscar as mocas - porque para atrasados mentais como os seus kameraden, rock e BD só pode ser coisa de mariconços drogados.
Agora descai-se e exalta pateticamente a elevada "honra" para o país só por um clérigo tuga ir para um posto no Vaticano e... vem-se a saber que o gajo defende os direitos dos gay!
Ó José!
Estou preocupado com a sua saúde.
Os broncos que sobreexcita com a sua propaganda bronca ainda organizam uma noite das facas longas só para si...
Mesmo que seja gay, o que não dou de barato, merece o meu apreço.
Um esclarecimento acima solicitado. O P. José Tolentino Calaça de Mendonça tem 52 anos, precisamente menos 10 que eu... Mesmo que estivesse convencido desta diferença de idade (10 anos) fui conferir ao Anuário Católico Português.
Quanto ao resto do que aqui se diz e insinua, não sei. Mas não deixo de manifestar alguma perplexidade, por vários motivos; porém, aqui não vou dizer mais nada. Como não sei identificar tais pessoas e para não ser mal interpretado, fico-me por aqui.
Deixo apenas uma interrogação que me ocorreu ao saber da nomeação; não estando em causa o enorme talento do José Tolentino, porque é que o Vaticano foi escolher para Bibliotecário e para director do Arquivo Secreto um Doutor em Sagrada Escritura e não em História, para não dizer em Arquivística?
Não deixa de ser uma honra para o país. E não tem nada demais o José mostrar o apreço e a importância da nomeação e do reconhecimento.
O apontamento do Francisco José Viegas termina com: "Um guardião notável que reinventou a linguagem para falar da fé e das suas incertezas."
O problema, na Igreja, é precisamente ficarmos à volta das incertezas e esquecermos as certezas da Fé, que nos chamam à conversão e a dar uma resposta.
143. Pela fé, o homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com todo o seu ser, o homem dá assentimento a Deus revelador. A Sagrada Escritura chama «obediência da fé» a esta resposta do homem a Deus revelador.
157. A fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na própria Palavra de Deus, que não pode mentir. Sem dúvida, as verdades reveladas podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas; mas «a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural». «Dez mil dificuldades não fazem uma só dúvida».
158. «A fé procura compreender»: é inerente à fé o desejo do crente de conhecer melhor Aquele em quem acreditou, e de compreender melhor o que Ele revelou; um conhecimento mais profundo exigirá, por sua vez, uma fé maior e cada vez mais abrasada em amor. A graça da fé abre «os olhos do coração» (Ef 1, 18) para uma inteligência viva dos conteúdos da Revelação, isto é, do conjunto do desígnio de Deus e dos mistérios da fé, da íntima conexão que os Liga entre si e com Cristo, centro do mistério revelado. Ora, para «que a compreensão da Revelação seja cada vez mais profunda, o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa sem cessar a fé, mediante os seus dons». Assim, conforme o dito de Santo Agostinho, «eu creio para compreender e compreendo para crer melhor».
http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c3_142-184_po.html
"Um guardião notável que reinventou a linguagem para falar da fé e das suas incertezas"?... O P. Tolentino não reinventou nada. O que acontece é que ele teve acesso ao que muitos outros, que antes dele reinventaram essa linguagem, não tiveram. A possibilidade de publicar o que se escreve. Como é que certas "portas" se abrem não sei. Depois, não é difícil falar das "incertezas" da fé. Difícil é falar das suas certezas, sobretudo ao mundo de hoje. Basta ler Ratzinger / Bento XVI...
Barbosa, desculpe se no meu caso em algum ponto lhe possa ter causado pertubação ou perplexidade.
O que indico é o problema do caminho da Igreja que já há alguns anos promove a voz de teologias estranhas à Fé e à doutrina, como neste caso da irmã María Teresa Forcades i Vila, e mais antiga mas agora renascida como a teologia da libertação e uma transmissão de Fé que é mais humanista do que católica.
Concordo consigo que falta ao mundo de hoje falar-se das certezas, o que não é nada fácil.
"Difícil é falar das suas certezas, sobretudo ao mundo de hoje. Basta ler Ratzinger / Bento XVI..."
De facto assim será.
Os Crentes têm uma certeza em si mesmos por causa da Fé. Deus existe.
Ratzinger, enquanto cardeal teve há uns anos uma discussão teológica com dois ateus, um deles Paolo Flores D´Arcais e que foi publicada num número especial da revista Micromega.
O título: Dio esiste?
Pode ser lido por aqui
A discussão foi com o D´Arcais. O outro era o organizador...
Quanto à certeza fundamental, há cerca de dois mil anos que surgiu a discussão sobre outra certeza: Jesus Cristo é filho de Deus, como todos somos e para mais, a Segunda Pessoa de uma Santíssima Trindade.
Outra certeza derivada daquelas:
Tudo o que se passa no nosso corpo, particularmente no cérebro e suas extensões e conexões, participa daquela divindade.
O que fazemos com isso é da nossa responsabilidade.
Para nos orientarmos temos "Mandamentos". Há dois mil anos, apareceu um mandamento novo: "amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei".
Esta certeza é que se torna difícil de explicar e entender totalmente.
A biblioteca do Vaticano concentra o saber sobre tais assuntos, tal como adquirido ao longo dos séculos.
Francisco, não foi você que me causou perplexidade, mas é a situação da Igreja que você precisamente refere que me causa perplexidade. Estou de acordo consigo, e com o José.
Obrigado Barbosa por esclarecer.
O modernismo sintetiza a situação actual, é o pensamento do mundo que entrou na Igreja.
Coloquei aqui um texto sobre o modernismo que ajuda a compreender o problema:
http://enxertadosnacruzdecristo.blogspot.com/p/o-modernismo.html
Francisco:
Julgo que o "orgulho" sobre o qual escreve, como exemplo, será outra coisa que o pecado da vaidade, embora possa lá ir ter.
Na minha terra, aquele orgulho parolo a que chamo gorgulho é chieira.
Nada como as tradições para nos darem um nome assim tão acertado para descrever estas situações de orgulho!
Sim, tem algumas caracteristicas diferentes, o que quero indicar é que a raiz é a do pecado capital da soberba que junta o orgulho e a vaidade e que de forma sedutora leva-nos numa direcção diferente do Evangelho.
No fundo é o mal apresentado como um bem. É como o modernismo que nos deixa confortáveis no humanismo como se fosse catolicismo, daí termos tantos católicos não praticantes, o que vão praticar? Humanismo, a liberdade, igualdade e fraternidade?
A soberba talvez seja um pouco mais complexo, como sentimento.
Dir-se-ia a ausência de qualquer humildade e portanto a inclinação para nos colocarmos em paridade com o Criador.
A pior das soberbas, quanto a mim é a intelectual, a que desponta do sentimento de alguém se julgar superior aos demais, pelo que julga entender, assemelhando-se ao Criador.
E isso nem é vaidade nem orgulho, apenas. É uma afronta ao Criador e vai mais longe que tais sentimentos algo patéticos.
José,
Esse foi precisamente o pecado a que se chama "original": o orgulho de pretender ser igual ao Criador: "Sereis como deuses...", mas depois repararam que... "estavam nus". E tiveram vergonha. Agora já não têm...
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