sexta-feira, junho 15, 2018

15 anos depois, o jornaleirismo continua igual

Atente-se neste escrito de Bárbara Reis, agora cronista do Público depois de o dirigir durante uns tempos.

O que é que diz aqui uma jornalista que se notabilizou em causas de esquerda, cumprindo os preceitos de Gramsci?

Em primeiro lugar que Paulo Pedroso era, à data do processo Casa Pia, um predestinado do PS. O processo foi o seu Waterloo e é legítimo supor que com grande pena daquela jornalista.

Portanto se assim for, a isenção daquela, sobre este assunto, é zero. Nem esforço algum faz para disfarçar tal parti pris. Diz que Pedroso andou "anos a desenvolver projectos na Europa de Leste" e seria curioso saber o quê e quem pagou.A jornalista dá por assente que assim foi tudo muito normal, "desenvolver projectos na Europa de Leste"  e agora tomar assento em Washington, no Banco Mundial. Paulo Pedroso, continua assim a ser um predestinado e presumível candidato natural a lugares desse calibre. Quem designa? Quem indica? Quem paga? E quem escolhe deste modo? Isso agora não interessa nada. Este tipo de corrupção tecida a tráfico de influências era típico do fassismo, segundo a moda em voga, porque toda a gente sabe que os acusados no Ballet Rose, por exemplo,  foram agraciados com cargos e sinecuras bem apetecíveis. Agora, em democracia é tudo transparente: basta um despacho publicado algures...e ninguém tem mais nada com isso.
Para Bárbara Reis isto é normal e sem motivo de escândalo.

Em segundo lugar,  a análise do acórdão do TEDH. Para quem leu as 1000 páginas coordenadas por Maria de Lurdes Rodrigues, esse farol intelectual, sobre coisas da Justiça, a jornalista Bárbara Reis já se considera mestre no assunto. E por isso cita outro mestre de assuntos judiciários, José António Pinto Ribeiro, ministro da Cultura de Sócrates, por engano e  muito versado em penal por ter conhecimento vago do sistema de justiça inglês.
A citação do antigo ministro de Sócrates ( Bárbara Reis propende sempre para este tipo de gente...como se lê) é sobre o que significa uma acusação em processo penal. O tal Ribeiro, especialista em juridicidades entende que uma acusação em processo penal é para dar em dez dias, senão, nada feito. E isto, diz a Bárbara, não é uma tecnicalidade processual: é um direito fundamental que está na Constituição. E o TEDH é quem nos tem ensinado, segundo Teixeira da Mota que na coluna ao lado, no jornal de hoje,  se pronuncia sobre uma questão mais vexata, a do consentimento informado dos velhinhos acamados nos hospitais. O assunto é transcendente, como se poderá ler. Do Casa Pia, moita carrasco que Paulo Pinto de Albuquerque também se pôs ao fresco quando pressentiu o calor do momento. E como toda a gente sabe, pediu licença sem vencimento antes de se saber que seria escolhido, como por azar foi. Este teve um pressentimento informado...mas sobre isto Bárbara Reis não leu no relambório daquela inteligência rara que agora preside ao ISCTE, local afamado onde aquele Pedroso também andou. La boucle était bouclée.

Portanto, aquela leitora do relambório do ISCTE percebeu o que leu no acórdão do TEDH escrito em "50 páginas de inglês claro"? Claro que não.

Mas isso que importa? O essencial é passar a mensagem de sempre: os tribunais portugueses são um antro de ilegalidades que  condenam pessoas inocentes e acusam fora de prazo sem dar aos arguidos a oportunidade de se defenderem.

O Pinto Ribeiro é que sabe e a Bárbara também leu o relatório de 1000 páginas do ISCTE. 

Até quando estas pessoas continuarão a abusar da nossa paciência?
 

Questuber! Mais um escândalo!