sábado, junho 24, 2017

As catástrofes "fassistas" que matam mais branco

Perante a dimensão da catástrofe do fim- de-semana passado certa inteligentsia de esquerda que protege a geringonça governativa procura comparações com outras catástrofes mais antigas e lá vai ter ao passado do "fassismo" que é sempre o de maior conforto nessa avareza cognitiva.

Na revista Visão desta semana lá aparece o antifassista de serviço ( são muitos nessa revista) Luís Almeida Martins a dar conta em relato pessoal de uma catástrofe natural ocorrida em 25 de Novembro de 1967 na área de Lisboa.


O articulista antifassista  socorre-se da memória pessoal e apresenta capas do Diário de Lisboa ( disponíveis na hemeroteca da fundação Mário Soares) e titula "surdina para 500 mortos", informando que "a ditadura teve que reconhecer que centenas de pessoas perderam a vida nas cheias de 1967", deixando suposto que as vítimas eram por si mesmas avessas ao regime que no entender antifassista pretendia submergi-las nas ondas da Censura.

A estupidez do raciocínio explana-se por si mesma no artigo em que o antifassista acusa o antigo regime de pretender esconder estas catástrofes: no dia seguinte de manhã, ou seja 26 de Novembro os jornais ( Diário de Notícas e Século)  "contavam, mas de forma tanto quanto possível contida. Falava-se de muitos mortos. Dezenas. Centenas. A Censura não podia, de qualquer modo negar a evidência. À tarde. o Diário de Lisboa era mais objectivo do que o Diário de Notícias e o Século."
Os jornais da manhã fizeram-se durante a noite da catástrofe mas o antifassista já queria informação a rodos logo pelas sete horas da matina e que só não foi possível por causa da Censura...mas à tarde já era possível saber mais. Enfim!

Se este Martins antifassista lesse e consultasse outros meios de informação teria talvez mais senso nos comentários mas não lhe seria possível vituperar o regime e a Censura o que seria uma uma frustração.

Assim, haverá que recorrer a outras fontes para saber o que aconteceu na informação a propósito da catastrofe.

Um livro antifassista também, editado em 2006 pela Bertrand ( Portugal século XX, de Joaquim Vieira)  mostrava imagens da catástrofe tal como publicadas na época e a imagem da capa da revista Século Ilustrado.
As imagens são eloquentes e mostram por si o que estes antifassistas primitivos pretendem esconder: que em 1967 a Censura tinha outro recorte e função que não o que lhe querem atribuir à outrance. E que as imagens então publicadas hoje em dia, neste antifassismo militante, seriam impossíveis. Vá lá explicarem isso...!


Para além da catástrofe de Novembro de 1967 outras são citadas pelo antifassista. Uma de 1966, num incêndio em Sintra, em que morreram 25 militares ( na altura combatiam incêndios, sem problemas burocráticos de maior...) e ainda o terramoto de 1969.


Esqueceu-se o antifassista destes caso singulares, também mostrados na imprensa da época:


Até quando teremos estes relatos tendenciosos, maliciosos e falsos? Até quando continuarão o livre curso na imprensa portuguesa actual? Os media portugueses actuais estão inundados de "fake news", de "demagogia cognitiva"  em que aparentemente alimentam uma imagem auto-construída e falsa em si mesma: a de o regime de Salazar e Caetano ser fascista, em primeiro lugar. E em segundo, de ser aquilo que nunca foi: uma opressão constante e permanente, totalitária, a usos, costumes e modos de viver populares. O regime anterior, nesse aspecto era mais liberal e livre do que o actual, por muito que lhes custe a aceitar.
A permanente guerrilha cultural e gramsciana a que se entregaram de alma e coração de há 43 anos a esta parte não encontra grande resistência, é certo. Mas a verdade acabará por se impor, uma vez que não é possível enganar toda a gente durante o tempo todo.

Esta atitude recorrente não se distingue muito da falsificação fotográfica praticada pelos soviéticos quando apagavam literalmente figuras que deixavam de ser benquistas do regime. E sabemos como isso acabou.

14 comentários:

zazie disse...

Ora bem... O José foi rápido e desmontou a patranha

Floribundus disse...

lembro-me perfeitamente

o Tenreiro queimou os militares em Sintra

AOS afogou os 500 no rio Jamor depois de ter pedido chuva a São Pedro

vim de Moscavide para Campo dórique no meu VW

o Pe Manuel Antunes teve água pelo peito no Campo Grande

nessa noite começamos a ser informados da dimensão da tragédia

não havia siresp nem telemóveis

Floribundus disse...

Net

Em declarações à Lusa, António Louro, coordenador da Proteção Civil Municipal, disse que Mação fez distribuir dezenas de motobombas por todas as aldeias do concelho, "para um primeiro combate enquanto os bombeiros não chegam", e criou o sistema McFire, ferramenta informática que permite levar a informação sobre a zona de combate para o posto de comando e monitorizar o desenvolvimento do fogo em tempo real.

Com mais de uma centena de pequenos aglomerados populacionais espalhados pelos 41 mil hectares do território de Mação, essencialmente florestal, o objetivo da distribuição de motobombas é "dar alguma capacidade de autoproteção às populações das aldeias mais isoladas", tendo a autarquia promovido ainda a criação de grupos de autodefesa.»

acontece que do ponto de vista químico
era preferível usar substâncias que evitassem o fogo receber oxigénio da atmosfera ou da água

os extintores portáteis não usam água

há interesses diversos em roda livre

João disse...

Isto é uma cambada de aldrabões, e servem-se das universidades e das escolas para a reprodução ideológica sem contraditório. Pegue-se no Luís Reis Torgal, o grande catedrático de Coimbra. No seu Estados Novos Estado Novo diz, ás tantas, que no Estado Novo eram proibidos os livros sobre marxismo. Só nos anos setenta foram dezenas. Em 1951, se não me engano, foi editada uma biografia de Marx. O aldrabão também escreve que havia mais livros proibidos, dos existencialistas a Simone de Beauvoir. Claro que, depois, os alunos engolem isto. Como orientava mestrados e doutoramentos, tem a continuidade assegurada.
Depois, no secundário, há centenas de papagaios que reproduzem estas aldrabices e os putos acreditam - a maior parte deles também não quer saber, é mais tablets e telemóveis.
As universidades estão infestadas destes gajos. Andei um ano em Direito, e nunca mais me esqueço de uma aula de economia política com o grande doutor Avelãs Nunes, em que ele se referiu à hostilidade dos nazis relativamente a Marx e disse que este nem tinha nada de judeu. Eu já na altura tinha lido que o pai dele era judeu que depois se converteu, mas ainda era suficientemente ingénuo para pensar que o erro talvez fosse meu - um professor associado não ia cometer um erro destes, certo? depois percebi o que a casa gastava, e desde então tenho lidado com muito antifassista aldrabão.

joserui disse...

Depois de ler isto, ainda me enerva mais o Raposo. Que palerma.

joserui disse...

Eu li essa história de Mação no JN. Eu próprio já tinha pensado nisso um dia a olhar para o meu terreno — pensei que se tivesse meios mínimos, facilmente dominava um incêndio que viesse da vizinhança.
Essa dos extintores é peregrina… um incêndio no mato é um bocadinho diferente de um flambé que sai mal. Uma vez em pleno Inverno e com tudo razoavelmente limpo (estava a limpar), tinha uma fogueira e ao estar ao telefone aquilo descontrolou-se… rapidamente incendiou a leira toda e mais impressionante, rapidamente passou para a de cima através de um muro de uns três metros que praticamente era só pedra sem vegetação. Eu não tinha água e vi-me grego, estava a ver que ficava por lá estendido todo intoxicado. Se fosse hoje deixava arder, mas na altura tinha pouca experiência.

joserui disse...

Dito isto, há anos li não sei se na protecção civil australiana ou lá que era, conselhos para que os proprietários tivessem meios para debelar incêndios — basicamente água. Desaconselhavam motobombas porque diziam que falham sempre nas alturas cruciais, que era preferível, se possível, armazenar água em local elevado porque a gravidade nunca falha.
Eu tenho isso, mas não são 600 litros patéticos, são 60.000 ou 100.000 em dois tanques enormes. Foi o que me safou três vezes já. E tenho a dizer o seguinte: Em dois dos incêndios, o problema maior foi depois dos bombeiros lá passarem e darem como extinto. Rapidamente se reacende e arde tudo. Se eu não tivesse água ficava sem nada. Algum daquilo a que se chama bombeiros é insurrectada de 18 anos ou pouco mais, que no Verão vai esfolar algum pendurado em carros com luzes e sirenes. Deve ser só cervejum e pagode. Os que assistiram nestes meus casos, pouco ou nada sabiam do que andavam a fazer. Gastam os tais 600 litros de água desmioladamente e vão-se embora.

joserui disse...

Ah, entretanto vandalizaram-me todo o sistema, roubaram torneiras e está tudo inoperante. Foi naturalmente culpa dessa pesada herança obscurantista de Salazar e Caetano.

joserui disse...

Voltando ao post, aquilo que vejo são cadáveres? Onde anda a polícia mortuária do politicamente correcto que se indignou com um coberto com um lençol?

joserui disse...

Diz o presidente que temos "exige que “tudo” seja apurado no plano "técnico e institucional""… não foi este incontinente que declarou — ainda mais depressa que a descoberta da árvore onde tudo começou —, que foi feito tudo o que era possível? E terá ficado a milímetros de dizer que estava tudo a correr bem?

Floribundus disse...

se um dia pegarem fogo em casa abram a porta para entrar mais oxigénio atmosférico

não usem cobertor ou sobretudo

recomendo no Nat Geo o programa
'a ciência da estupidez'

pinheiros e eucaliptos produzem
óleos essenciais
são os seus vapores que ardem e propagam as chamas, assim como as pinhas cheias de resina

não é a gasolina que arde, mas os seu vapores, como demonstram os indivíduos que cospem fogo

conheço uma propriedade montada de raiz por 1980
com sobreiros eucaliptos e pinheiros com contra-fogos de faias
ardeu completamente em 2003

o calor da chama atinge elevadas temperaturas e o ar quente por ser mais leve provoca ondas de choque tipo furacão

por onde chega.
mas há muito mais para dizer
e nada do que digo foi inventado por vim vem na infância da minha profissão
que me ensinam a toda a hora

joserui disse...

Ò Floribundus sinto que de alguma forma me está a responder, estupidamente como é o seu hábito quando me responde como quem cospe para o ar. Não veja esses programas dos antigos canais científicos, só desaprende.
O calor da chama atinge elevadas temperaturas e o La Palice 10 minutos antes de morrer estava vivo.
Eu tenho dois extintores em casa — todos os anos têm de ser revistos —, mas aconselho-o vivamente a não pegar fogo à *sua* casa, podem andar no ar os vapores do Old Spice e vai ser um sarilho.

Floribundus disse...

estive a consultaras raras notas do tempo em que trabalhava na indústria química fina e tínhamos de calcular os custos de produção

as fornalhas de lenha com a quantidade necessária de ar iniciam a a combustão a 300 e atingem os 650º

as de hidrocarbonetos alifáticos tipo gás natural o butano atingem temperaturas mais elevadas

deve ter sido a 1ª temperatura a que matou os ocupantes dos carros e casas

Unknown disse...

O mais trágico é terem perdido a consciência de quanto é baixo ir desenterrar mortos para fazer habilidades e justificar a cobardia de não fazer o jornalismo de investigação que deveria ter feito. E que esta mesquinhez nem tem consciência de si.
Tam

A obscenidade do jornalismo televisivo