Tudo isto aconteceu entre 2004 e 2007, apesar de o cursilho só ter entrado em funcionamento em 2010.
Aparentemente e segundo o Observador, o inquériro que agora deu em buscas e constituições de arguidos surgiu mediante uma denúncia anónima:
A EDP confirma as buscas realizadas à sede em Lisboa e diz que as diligências se inserem “no âmbito de uma investigação que teve origem numa denúncia anónima”.
Curioso, isto da denúncia anónima...em tempo real já os media tinham dado conta de coisas fantásticas que aconteciam no seio daquela troupe que agora se conhece e se vê em andanças deste género criminal. São sempre os mesmos e torna-se estranho por que razão o MºPº não deu andamento a averiguações sumárias ou preventivas, como se faz nas participações duvidosas de branqueamento de capitais. Podia e devia fazê-lo e não o fez, indo agora a correr atrás de todos os prejuizos que a troupe causou ao país: dezenas e dezenas de milhare de milhões de euros. BES/GES, nacionalização do BPN, ruína da PT, desmantelamento da EDP, ruína do BCP, etc etc. Casos de polícia todos eles como agora se comprova e já então era de adivinhar ou suspeitar em modo sério e suficiente para se organizar inquéritos criminais. Nada se fez e tudo se faz com "denúncias anónimas" ou de outro género. Poder de iniciativa do MºPº nesta matéria: zero. Consequências práticas: mega-processos, prova perdida, oculta e destruída, etc etc.
Afinal, vistas bem as coisas e avisado por amigo, a investigação aos negócios da EDP até existiria e anunciada mesmo na TVI, através do repórter Carlos Enes.
Portanto o que estamos a presenciar ao vivo e a cores é a uma história de um Atentado ao Estado de Direito, com diversas fases e episódios, alguns rocambolescos ( escutas cortadas pelo então PGR, a x-acto no processo Face Oculta) e que se desenrolou perante o povo português, entre 2005 e 2011. Tal e qual, sem tirar nem pôr e desafio quem quer que seja a dizer o contrário, mostrando a idiotice desta verificação.
Não houve falta de avisos mediáticos. Até por aqui. Mas ninguém quis saber das piruetas do Pinho dos tamancos:
O antigo ministro da Economia (!) Pinho era, segundo notícias da época, um dos génios da alta finança do BES. Trabalhava para o banco de Ricardo Salgado. Logo que foi a ministro. o BES ainda era o maior e Pinho ajudava José Sócrates na governação.
No final do ano de 2005, Pinho confirmou Mexia, que tinha sido empregado do BESI e ministro de Santana, na EDP. É o que diz o Público do passado Domingo.
Em Fevereiro de 2006, a OPA da Sonae tropeçou em Pinho e Sócrates e estatelou-se. Salgado ficou a ganhar.
Em Abril desse ano, o BCP foi tomado de assalto pelo comendador da Bacalhôa e outras sombras. O BES emprestou dinheiro ( 280 milhões) para a investida.
Em Outubro desse ano Pinho autorizou a TAP a comprar a Poprtugália, do GES, por 140 milhões. Diz o Público que tal foi visto como "um favor do ministro ao ex-patrão".
Em Julho de 2009, o Pinho fez aquelas figuras tristes na AR e só assim foi despedido sumariamente, numa indignação postiça e jacobina que só o PS consegue apresentar como sinal de dignidade democrática.
Em 2010, o mesmíssimo Pinho arranjou um emprego novo, pago por uma EDP que ainda tinha umas shares do Estado. Mexia mexeu-se, com grandes dúvidas de alguns sectores:
A eléctrica portuguesa fez uma doação à School of International and Public Affairs (SIPA), num montante que pediu à Universidade nova-iorquina para não divulgar e que tem como uma das iniciativas o seminário sobre energia renováveis que vai ser leccionado pelo ex-ministro da Economia.
"Manuel Pinho será professor visitante School of International and Public Affairs (SIPA) da Universidade Columbia. A sua posição faz parte de uma série de novas iniciativas que estão a ser apoiadas pela EDP", disse ao Negócios fonte oficial da Universidade e Columbia.
Agora que acabou a subvenção, Pinho quer a reforma. Dourada. Dois milhões. Prometidos por carta escrita de Salgado.
"Num chega", dizia o outro colega de governo. Uma carta de conforto para assegurar uma reforma desse calibre "num chega" e Pinho vai ter que enfileirar na lista de credores reclamantes na insolvência do banco. Para a qual, aliás, poderá ter contribuído...
Isto que já era claro em 2009, num chegou para o MºPº investigar...
Ora vejamos então o indício dos factos deste Atentado ao Estado de Direito que vai ficar impune...
No Público de hoje, o antigo presidente do BCP, Jardim Gonçalves elabora uma teoria com pés e cabeça sobre o que sucedeu no banco que então capitaneava:
Primeiro andamento: controlo da banca. O BCP, então em vias de se tornar o maior banco nacional, privado e independente, perdeu para os conspiradores que são apontados a dedo, com motivação e tudo: BES, Governo de Sócrates, PT, EDP, com apoio activo e de cumplicidade de um grupo de malfeitores ( Ongoing, agora falida e cujo mentor vive de esmolas) e de apaniguados como Joe "fuck you" Berardo, o inteligente Santos Ferreira de quem Jardim Gonçalves diz não saber de quem dependia, se de José Sócrates, se de Vítor Constâncio se de Teixeira dos Santos, as famílias somagues e companhia lda mais os finos do Porto e outros que tais como botões. Vítor Constância estava a fazer de conta que regulava no BdP e foi premiado sem delação, indo para o BERD. O actual presidente da CGD, Macedo, deu uma ajuda preciosa ao grupo e terá traído o chefe.
Intermezzo: chumbo da OPA da Sonae à PT. Quem foram os protagonistas? Os mesmíssimos...
Quem quis tomar o poder mediático, através da compra encapotada ( PT) da TVI? Os mesmíssimos...
Quem foi que sapou e ocultou este esquema inserido naquele esquema maior? Dois personagens, os mais altos da magistratura portuguesa de então.
Como é que isto se passou às claras e à vista desarmada de todos nós? Já apontei ontem um exemplo, com a fotografia do bando dos quatro que foram à OA debater assuntos de justiça em Setembro de 2009, mesmo antes das eleições legislativas.
Tudo isto se enquadra lógica e consequentemente. Tudo isto aconteceu em Portugal e tudo isto se vai sabendo às pinguinhas. Porque é que o MºPº não actuou em tempo real quando teve inclusivamente denúncias de pessoas do seu interior ( magistrados de Aveiro) sobre o que se passava?
Pergunta ociosa, perante o que agora se sabe.
E os media, nisto tudo, com destaque para todas as lourenças das tv´s? Idiotas úteis, só? Quanto é que ganham mensalmente essas pessoas a dirigir a informação, os farias, os carvalhos, judites e lourenças? Alguém sabe? Não é preciso saber?
É verdade: esqueci-me de referir um nome: Proença de Carvalho. Mas vou falar a seguir.
Ora cá está, fresquinhas do Expresso de hoje:
E agora, Domingo no DN, o inevitável Lopes, o komentador mais medalhado pelo sistema e que naturalmente defende os seus e a vidinha que lhe dão...porque a sua função é mesmo esta:
O contraponto a este tartufo fá-lo Octávio Ribeiro, director do CM, na edição de hoje e percebe-se muito bem a razão de o Lopes detestar aquele jornal: