Observador:
Em entrevista ao Diário de Notícias/TSF,
gravada na última sexta-feira (horas antes de ser conhecido o relatório
da Proteção Civil que dava conta de uma falência grave do SIRESP que se
prolongou por quatro dias) e publicada este domingo, a ministra da
Administração Interna admite retirar consequências das investigações à
operação em Pedrógão Grande que estão em curso. “Tiraremos as devidas
ilações e eu tirarei naturalmente as devidas ilações”, diz Constança Urbano de Sousa.
A
ministra fala de uma “grande tragédia” mas recusa retirar “conclusões
precipitadas” sobre as investigações em curso. E ressalva: “Neste
momento, eu acho que é muito prematuro estar aqui a seguir pelo caminho
que é fácil, era o caminho mais fácil a seguir, ia satisfazer uma certa apetência que alguns têm pelo sangue, se quisermos. Mas ia resolver algum problema pergunto-lhe a si eu agora?”
Esta senhora percebe zero sobre princípios políticos democráticos tal como são amplamente proclamados...para os outros e sempre que lhes interessa. Responsabilidade política, responsabilidade objectiva, pudor, senso é tudo arrasado em argumentos patéticos e "resilientes".
Só por isso devia sair. Nem precisa de saber mais nada de relatório algum. Um cargo político exerce-se para servir um país mas não deve ser "resiliente" a vicissitudes que o colocam objectivamente em causa.
O país não precisa de gente desta, na política.
Entretanto no CM de hoje, "ridendo castigat mores":