Segundo se apura por informação que os visados não regateiam mas poucos estão interessados em saber ( Carlos Lima do Diário de Notícias esqueceu-se de perguntar tais coisas, mas ainda vai a tempo...) os juízes que estiveram cá, nas conferências perto do casino, tiveram sempre um tratamento preferencial daqueles que visavam nas suas investigações e seus apaniguados de todas as cores.
Por exemplo, Antonio Di Pietro foi alvo de 563 denúncias enquanto juiz de instrução. Depois de ter entrado na arena política, mesmo aí não o deixaram em paz e teve de instaurar 23 processos crime contra jornalistas. Segundo consta, o inefável Berlusconi ter-lhe-á oferecido o ministério do Interior e também houve incidente com meninas e copos proibidos.
Quanto a Baltazar Garzón foi um pouco pior: assalto em casa, escutas ambientais no gabinete, falsificação de despachos e imputação de falsas despesas em viagens de serviço, depósito de dinheiro em offshores, callgirls e tutti quanti.
Por cá, do que se conhece, não me parece que qualquer juiz da Relação de Lisboa ou do STJ se possa queixar do mesmo que o juiz de instrução Carlos Alexandre já se queixou...e nenhum teve que fazer strip do seu trem de vida para aplacar denúncias anónimas sortidas e mantidas em lume brando pelos poderes democráticos do CSM, delegados por vezes numa única pessoa...
Portanto, cá e lá os métodos são os mesmos porque as causas e efeitos os mesmos são: os entalados e seus apaniguados em todos os sítios, mormente nos media, não gostam que lhes estraguem a vidinha que tanto lhes custou a conquistar: cargos, por vezes em organismos do Estado, remunerados acima da função originária, prebendas variadas e avulsas, viagens à discrição por conta do erário público, para além dos beneficiários directos dos esquemas investigados e que acumulam fortunas em offshores em nome alheio. E por isso percebem que a situação é de casus belli e tentam ferir de morte quem os pretende ajuizar pelo que fizeram a todo um povo que aliás nem se queixa muito e é tido como nem sendo vítima. Por isso tais crimes são sem vítimas conhecidas...uma vez que os pobres, deixados por conta do "pugresso" e os que sofrem a austeridade já com dezenas de anos de atraso económico-social geralmente nem se queixam de quem os colocou nessa situação e às vezes até vota nesses que são os fautores directos das desgraças.
Quando uma sociedade encara os tribunais e juízes como inimigos a abater algo vai mal nesse reino de podridão e alguém anda a fazer o trabalho sujo e de sapa que escapa ao controlo democrático.