quinta-feira, junho 08, 2017

A prova da corrupção em equação singela

Hoje no DN, um serviço público raro e assaz curioso. Paulo Baldaia que se resguarde e agasalhe porque a corte já lhes está a fazer a cama...



Na Sábado, o director tenta explicar o que terá sucedido no nosso país nos últimos 15 anos, para não dizer mais.



A explicação encalha numa frase: "Espera-se agora que a justiça saiba o que está a fazer. Que saiba se vai discutir alterações legislativas ou se tem arsenal probatório para uma guerra desta magnitude".

É isto mesmo: a prova da corrupção política parece que é clara. A prova da corrupção criminal, só através de instrumentos que padecem do síndroma Al Capone ( apesar de ser um criminoso conhecido por matar e mandar matar, só o apanharam pela gola em fraude fiscal) e por isso requere-se alguém do MºPº que consiga resolver uma equação que se poderia enunciar deste modo:

Políticos do PS e PSD+PT+EDP+BES+BCP+CGD=crimes económicos. É preciso determinar que políticos e que elementos daquelas empresas, em primeiro lugar. Tal tarefa tem vindo a evidenciar-se perante a opinião pública, ao longo dos anos. Depois determinar a função que  impõe uma igualdade com a temática da criminalidade económica e para tal é necessário enunciar os factos que a sociedade e as leis penais consideram ser passíveis de punição penal.

É aqui que se apresenta a porca com rabo retorcido ou o busílis desta questão: que factos devem considerar-se incluídos na temática criminal estrita?

Por exemplo: o Pinho dos tamancos que parece ser professor de cátedra (!) foi ministro de um desses governos e foi administrador de empresas citadas e amigo de vários indivíduos que agora são arguidos, simultaneamente. Foram esses amigos que lograram arranjar um tacho numa qualquer universidade americana, para o indivíduo leccionar as matérias em que supostamente tem cátedra ( energias renováveis, parece...desconhecendo a que nível, se de politécnico ou de escola de adultos) . Esse tacho foi subsidiado por uma das empresas favorecidas objectivamente por aquele Pinho enquanto governante que doou uma quantia apreciável à universidade em questão. Deve haver trocas de mensagens electrónicas, de correspondência directa e até de contactos. Impõe-se por isso uma demanda junto de responsáveis daquela universidade, em carta rogatória aos EUA para se saber como foi.

É preciso estabelecer uma ligação com índice criminoso evidente. Por exemplo, um acordo de favorecimento explícito ou, na sua falta, um cúmulo de indícios que qualquer pessoa média, nas circunstâncias de se tornar julgador considere como tal em domínio de prova indirecta.

Será isso possível ao MºPº que temos? Depende. Se forem as mesmas pessoas que arranjaram aquele género de processo de intenção ao juiz Carlos Alexandre, esqueçam porque nunca o conseguirão...e lembra-me logo o dito antigo de um psiquiatra anónimo e homónimo de um cineasta ( João César Monteiro): se não sabem...porque perguntam?

Infelizmente acho que a frase de Eduardo Dâmaso põe o dedo numa ferida aberta e já com pus. Se não for tratada a tempo teremos infecção grave, dificilmente curável. O MºPº está numa encruzilhada e não se vê ninguém a falar nisto, a explicar ou expôr estes assuntos. Ficam em reserva permanente, fechados em copas, calados e caladas e numa torre de marfim que tem fundações de barro. Espera-se por isso o pior: que desmorone com fragor. 

Espero sinceramente estar enganado mas os indícios já são preocupantes e já chegaram aos media que até costumam apoiar o esforço de luta contra a corrupção...

Questuber! Mais um escândalo!