sábado, agosto 28, 2010

O caso Duarte Lima

O Expresso de hoje revela novos dados sobre o caso da portuguesa assassinada no Brasil e representada por Duarte Lima como advogado. O assunto passou a centrar- se em Duarte Lima, este queira ou não queira. É assim e não vai mudar, infelizmente porque poderia ser de outro modo, mesmo jornalístico.

A notícia é o mais clara possível: "Recai uma suspeição sobre Duarte Lima", escreve o Expresso citando a polícia brasileira.

No artigo são reveladas 10 questões práticas e que fazem parte do inquérito policial sobre o caso. Algumas das perguntas a que Duarte Lima aparentemente não respondeu, são obviamente indiciadoras de suspeitas.

Não obstante, num caso como este, complexo e com notícias diárias sobre o assunto, o que espanta de algum modo é a facilidade de acesso aos elementos da investigação policial de um modo que seria praticamente impossível, em Portugal.
Por isso, as suspeitas sobre Duarte Lima surgem naturalmente do acesso a esses elementos filtrados pela polícia e sem que o suspeito tenha algum controlo mínimo sobre eles, assim se colocando o problema do segredo de justiça num plano ético, mais que judicial ou mesmo legal. No Brasil não existe o segredo de justiça tal como o conhecemos por cá.
Será isso bom ou mau?

É bom para os jornalistas e voyeurs da leitura que pretendem sempre saber tudo e mais alguma coisa sobre estes assuntos "jornalísticos".
Para os visados que podem estar inocentes é péssimo. Para a investigação raramente pode ser bom.
Este caso denota ainda uma outra coisa: são os jornais, os media em geral, quem faz e desfaz reputações. Não são os tribunais, a polícia ou o MP. E o segredo de justiça nada vale perante esta circunstância que os políticos muito bem conhecem mas que usam como arma de arremesso sempre que lhes convém.
O advogado Júdice e também o advogado Proença e outros, fartaram-se de vociferar contra a quebra de segredo de justiça em casos de muito menor gravidade que este, imputando-o directamente a magistrados, mesmo sem qualquer prova do facto. Neste caso, curiosamente, estão calados e até vemos um Júdice nas figuras que ontem fez no i.
Hipócritas? O mínimo que se pode dizer.

Questuber! Mais um escândalo!