quarta-feira, janeiro 30, 2013

A abertura solene do ano judicial e a SIC-N

Acabei de ver na SIC-N a jornalista Lourenço a entrevistar um advogado- Paulo Saragoça da Matta- e um jornalista- João Garcia, director- adjunto do Expresso. "Ambos os dois" falaram com aquela que se mostrou muito à vontade em zurzir mais uma vez na Justiça, a propósito da cerimónia de abertura do ano judicial, hoje ocorrida em Lisboa. A Lourenço em jornalismo é um portento, portanto está sempre à vontade para zurzir em qualquer coisa, mormente no que não conhece bem.

O advogado Saragoça lá adiantou o palpite sobre o modo de ultrapassar a crise de pendências, achando que tal só se conseguirá como se conseguiu acabar com o estacionamento proibido nas ruas de Lisboa, ou seja plantando "bloqueadores"  a eito. Saragoça acha que a Justiça precisa de bloqueadores para os operadores que não produzem o suficiente  e se tornam ineficazes, porque o problema será de eficácia, atenta a semelhança e comparação com outros países europeus. Depois misturam tudo: cível, administrativo, tributário, penal, etc.
Saragoça ainda acha que a Justiça é uma das funções do Estado que não deve ser privatizada como está a acontecer com a proliferação de tribunais arbitrais. Curiosamente citou o Jornal de Negócios de hoje onde também aparece o Sombra-mor, Proença de Carvalho a achar que a solução para os problemas da Justiça reside...nos tribunais arbitrais.
O Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto, gastou boa parte do seu discurso em que declarou que não se importa que lhe chamem cabrão, a zurzir nos tribunais arbitrais, dizendo até que são fonte de corrupção.
Portanto, só sobre este tema temos logo várias opiniões divergentes. Quem terá razão ? O Proença ou o Saragoça? Decidam-se...

Por fim, o tal director-adjunto do Expresso ( não sei o que tal coisa seja, mas enfim), falou sobre o discurso da nova PGR, para realçar que se preocupou com as violações do segredo de justiça. Garcia recebeu a carta mas leu-a mal. Disse que a PGR apontou tal preocupação como sendo importante para uma melhor investigação criminal e uma maior eficácia na mesma. Errado, João Garcia. Errado. O problema da violação de segredo de justiça, tal como se tem apresentado mediaticamente pouco ou nada tem a ver com a eficácia da investigação criminal e duvido que alguma violação de segredo de justiça até hoje ocorrida ( com excepção do caso gravíssimo do Face Oculta, ocorrido em 24 de Junho de 2009 quando  o processo estava nas mãos de gente altamente responsável  no MºPº) tenha prejudicado investigações. O que tem prejudicado é a imagem de certos impolutos que preferem continuar a actuar na sombra e impunemente. Isso sim e se a PGR enunciou o discurso com esse entendimento então perdeu a sua ocasião de causar boa impressão pela primeira vez publicamente.

Com estes comentadores de palpite avulso a Lourenço encontra gente à sua altura: mediana.

Questuber! Mais um escândalo!