segunda-feira, janeiro 07, 2013
A troika de Copacabana
O Correio da Manhã de hoje dá duas páginas a este assunto, da reunião de uma troika da Sombra, no Rio de Janeiro, na festarola de passagem do ano.
Nenhum dos visados aparece nas imagens e reportagem a não ser para relatar o encontro entre os três, numa ocasião da vida privada de todos. Mas...olha que três! Que troika!
Numa altura em que o governo pede e impõe sacrifícios do mais alto gravame à maioria esmagadora do povo, estes três indivíduos, conhecidos e correlegionários, reunem-se em grande farra no Rio, dando uma imagem nítida e impressiva de se estarem nas tintas para esses gravames que notoriamente os não atingem.
Um deles é ministro e dos mais importantes deste Governo, ou seja um dos que devia dar melhor imagem de si e do governo de que faz parte. Não dá, antes pelo contrário. Os episódios pindéricos que lhe estão associados nos últimos meses não lhe fizeram mossa visível e continua a marcar a agenda política porque é um dos governantes encarregados de lidar com os assuntos mais sensíveis da governação, no caso o das privatizações.
Uma dessas privatizações, porventura das mais importantes, careceu de assessores jurídicos para acompanharem não se sabe bem o quê e que os demais assessores que admitiram no governo precisamente para esse efeito, poderiam assegurar de modo competente. No caso da ANA- Aeroportos de Portugal, estava em jogo a importância de mais de três mil milhões de euros. No caso da TAP, idem aspas embora com valor menos relevante.
Quem foi um dos tais assessores que substituiram os assessores que foram admitidos no governo para estes efeitos e outros? Precisamente um dos membros desta troika- José Luís Arnaut e seu escritório-firma de advogados que congrega ainda um certo Rui Pena, versado em direito público e da estirpe jurídica de um Sérvulo Correia.
Seria bom saber publicamente quanto é que o governo pagou por esta assessoria da Sombra. Publicar no Portal dos contratos públicos, com toda a transparência e saber em concreto em que consistiu essa assessoria jurídica considerada tão complicada que os assessores do Governo não foram capazes de efectuar.
Outro dos membros desta troika é Dias Loureiro, agora em férias permanentes, mas sempre na Sombra, apesar de viver de rendimentos muito, muito parcos, segundo afirmou há uns anos. Tão parcos que não lhe permitem pagar o que deve ao BPN e empresas associadas.
Esta cimeira desta troika, no Rio de Janeiro é o exemplo mais flagrante da falta de pudor, de vergonha e de sentido de Estado que assola esta gente que governa. Nem sequer se preocupam com a imagem que evidentemente gera ruído negativo e deletério para o governo.
Numa altura em que a palavra, o conceito "confiança" é um dos ingredientes mais essenciais para sairmos de uma crise política e financeira das mais graves que jamais tivemos, estes indivíduos estupram a palavra e o conceito precioso com comportamentos politica e eticamente imorais.
Até quando?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)