quinta-feira, setembro 25, 2014

O jornalismo de investigação tipo melão




A investigação jornalística ao percurso de Passos Coelho encetada pelo Público tem toda a lógica do jornalismo que descobriu que José Sócrates tirara o curso a um Domingo.  Ou seja, não descobriu porque foram outros a fazê-lo. Porém, a lógica retoma-se porque foi o Público a mostrar nos quiosques as coisas de tal licenciatura na Independente. 

Agora, na questão de Passos Coelho, o Público replica o método. Tendo sido esse jornal a mostrar em diagramas de dúvida e suspeita o que era a empresa Tecnoforma, logo em Outubro de 2012, não constra que tenha dado o mesmo relevo de forma e conteúdo ao arquivamento dessas suspeitas, ocorrido recentemente no DIAP de Coimbra. E era essa a principal suspeita da campanha jornalística nesta investigação ou vice-versa, porque era disso que se tratava.
Porém, como o jornalismo neste caso é como as cerejas, veio agora a lume outro facto relevante, inserido na mesma campanha para saber o que foi a tal Tecnoforma que envolveu o antigo ministro Relvas e o actual primeiro-ministro Passos, que esteve logo em foco , a propósito deste assunto, desde que tomou posse como governante.
Jornalisticamente, o resumo dos factos pode ser este, faltando apenas os que  envolvem o jornalismo destas causas sempre interessantes e que funcionam por meios que nunca saberemos ao certo. Uma coisa é certa: há factos e factos. Uns servem; os outros não servem para nada.

Querem um exemplo deste jornalismo casuístico sem causas conhecidas? Já foi aqui notado, logo em 2010 que o antigo primeiro-ministro fora a Los Angeles em visita e deixou por lá uma marca de relevo: o seu nome como "prime minister" na montra de uma loja de roupa. Estranho?
 
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Absolutamente. A TVI, por acaso e condição da altura, noticiou. E o assunto ficou por ali, morto por ser descoberto pelo jornalismo nacional das causas dignas de serem investigadas. Nunca o foi. Porquê?
Porque este tipo de jornalismo não é bem como as cerejas. É mais como os melões...é o sair.

7 comentários:

José Domingos disse...

O "jornalismo" de m..., cá do burgo, Habituou-se a criar as realidades, aos indígenas. Feito por "jornalistas" corruptos, materialmente, politicamente ou pagadores de promessas, limitam-se, a fazer o que lhe mandam, as redações, o patrão, o politico, 0...O jornalismo de investigação, não existe. Existe é publicar o que dá jeito. A esquerda em Portugal, roga-se a detentora da verdade e dos bons costumes. Todo o resto, é censurado. Estão ao nível de conversas de escada, das antigas sopeiras ( sem ofensa. Rouba-se milhares de milhões, fecham-se empresas a ser investigadas, existiram bancos que hoje estão bem e abrem falência no dia a seguir, não existe estado de direito, só quando dá jeito. A longa noite comunista, está a chegar, os camaradas, fizeram três bancarrotas, a caminho da quarta e no passa nada.
Os corvos estão aí, os abutres, já perderam o medo. Resta ao povo, continuar a pagar o circo.
Até quando?

Floribundus disse...

este tipo de jornalismo insere-se na agit-prop (agitação e propaganda)

1º prepara-se o escândalo para o público
2º injecta-se o escândalo no público

tipo cu a sair pela culatra

j. manuel cordeiro disse...

Portanto, o DCIAP arquivou o processo com base nas declarações de uma testemunha que punha as mãos no fogo pela transparência no processo de candidatura. Esse mesmo processo que foi incapaz de averiguar a utilidade de um projecto avaliado em 1,2 milhões de euros que visava formar empregados municipais para funções que não existiam nos aeródromos do centro e que previa ter 1063 formandos para nove aeródromos municipais, dos quais apenas três tinham actividade, se bem que residual. Certamente que não haveria nenhuma falha nas assinaturas e carimbos na candidatura.

Num dos artigos linkados, sobre uma notícia no Expresso, escreve-se que não se sabe se a noticia terá sido plantada. Mais abaixo lê-se na transcrição da notícia "Entrou naquela empresa deixando a política para trás das costas e com o feito de ter sido o único deputado a deixar o Parlamento sem requerer a subvenção mensal a que tinha direito." Como se pode ver em resultado deste jornalismo de melão, este início de notícia não corresponde à verdade. Notícia plantada? Claro que não. Curiosamente; serviu na mesma para o autor deste post ilustrar a sua tese de mau jornalismo, mas praticado pelo Público, não pelo Expresso.

Afirma-se que não existe investigação nem factos para notícia nestes artigos do Público. E no entanto não se tecem considerações face às informações erradas que a Assembleia da República prestou. Nem quanto ao aspecto central de o primeiro-ministro não responder à questão de ter ou não recebido cinco mil euros por mês durante dois anos. Não se recorda? O banco aviva-lhe a memória. Não tendo nada a ganhar em não responder, porque é que não responde então?

j. manuel cordeiro disse...

Já agora sobre o caso do curso do engenheiro, deu bem para perceber que grau de qualidade se pode esperar de algum ensino privado, esse mesmo de que tanto gostam os defensores do cheque-ensino. E pelo caminho aprendemos mais um pouco sobre o nepotismo na política.

Lamas disse...

Já agora pergunto o que deu esta investigação do mesmo Cerejo?

http://www.publico.pt/politica/noticia/socrates-acumulou-subsidio-de-exclusividade-como-deputado-com-funcoes-privadas-1318441

foca disse...

Pois José

Reparou que desde que conseguiram despachar o Vitor Bento do Novo Banco as noticias de calamidades quase desapareceram?

Faz-me lembrar o que sucedeu há uns anos com um ministro da saúde, que todos os dias tinha grávidas a nascer em bermas de estrada, e que como por magia a sucessora de um dia para o outro "resolveu" o problema.

Amélia Saavedra disse...

Então a censura não era coisa do tempo da outra senhora? Não me digam que no regime mais democrático de sempre, afinal existe censura?
Não quero acreditar...

O Público activista e relapso