terça-feira, novembro 08, 2016

A esquerda mortágua e a realidade antiga e sempre presente

A deputada Mortágua é entrevistada hoje pelo Jornal de Notícias do "amigo" Camões. E que diz? Duas coisas a destacar.
Uma é que está muito "orgulhosa" de ter promovido o saque tributário a quem tem mais. Outra que em relação ao PCP, as divergências são de pormenor porque em 99% dos casos estão de acordo. Bem me parecia...

Ninguém pergunta a esta indivídua nada sobre a sua vida privada, o que não deixa de ser curioso, uma vez que aparentemente toda a gente sabe...mas é tabu. A coisa continua a ser tabu. Enfim.

Sobre Orçamentos de Estado vale a pena ler o que se escrevia na Vida Mundial de 17.1.1969, por ocasião do primeiro Orçamento após a chegada de Marcello Caetano ao poder.

Vale a pena porque mostra o modo como se discutia publicamente o assunto, após uma primeira apresentação de razões pelo então presidente do Conselho, na televisão, em "conversa em família".


"Não se deve gastar mais que o estabelecido, salvo se a certa altura do ano for apurado com segurança haver maior receita do que se tinha orçado".

O equilíbrio orçamental em estado perfeito. Será que passou completamente de moda tal filosofia? Parece que sim e temos 3 bancarrotas no currículo nacional, nos últimos 40 anos. Quantos países da Europa se podem gabar de tal feito inédito?
Com relevo e tirando a Irlanda, mais nenhum outro. Prémio do feito? Todo para a Esquerda nacional das mortáguas e outros piratas.
Mais: andamos ainda a enaltecer eleitoralmente quem nos garantiu tal feito digno do Guiness e parece que se houvesse eleições os mesmos tinham a vitória no papo.

Que se passa connosco, afinal? Perda de memória? Desinteresse pelo passado? Confusão mental com o presente?
Ninguém parece ligar ao "comunismo" e seus rebentos ideológicos, como causa natural e implacável de tais efeitos e apostam em repetir os mesmos erros, sempre com base em ideias fantásticas de que o tempo é outro e o que lá vai, lá vai.
Incrível!


 No mesmo número da revista um artigo sobre Cuba que mostra o modo como era encarado o problema da "revolução cubana".  Nada de comunismo, nada de repressão, de censura, de limitação de liberdades. Só batalhas de produção, só sucessos económicos e anúncios de coisas grátis para todos, como a água, electricidade e telefone. E dentro de pouco tempo até os transportes e a habitação. A escolaridade efectiva "era total" e as bolsas de estudo faraminosas. A contrapartide de sacrifícios, se os houvesse, estaria na "política social extremamente avançada".
Ou seja, o paraíso na terra...

Como é que depois disto iriam os jornalistas e intelectuais da treta acreditar na realidade dos países socialistas, pintada por alguns atrevidos nos países ocidentais ?
A Leste e em Cuba era tudo cor-de-rosa e quem dissesse o contrário era da CIA. Foi assim, logo em 1974 e isto ajuda a explicar o que se passou no PREC.
A Mortágua e os piratas que lhe deram origem são fruto desta escola.


30 comentários:

contra-baixo disse...

"Ninguém pergunta a esta indivídua nada sobre a sua vida privada, o que não deixa de ser curioso, uma vez que aparentemente toda a gente sabe...mas é tabu. A coisa continua a ser tabu. Enfim."

É hábito em Portugal fazerem-se esse tipo de perguntas? Alguém, por exemplo, perguntou alguma coisa ao Portas, ao VO ou ao AMN? Penso que não.

Comentário dispensável.

Ricciardi disse...

Bancarrota é um termo que não pode ser aplicado a Portugal nas três intervenções que teve. Portugal nao foi à bancarrota pela simples razão de que não suspendeu pagamentos de dívida a ninguém.
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Uso desadequado da palavra.
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Falemos então de países que precisaram de ajuda para evitar a tal bancarrota. Nesse lote estão mais de 16 países. Portugal é um deles. Russia, Ucrania, Espanha, Irlanda, Chipre, Grécia, peru, Islândia...
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Esses pedidos de ajuda externa tem causas distintas de pais para país. Por exemplo, as duas primeiras em Portugal (que na realidade derivam do mesmo problema) tiveram origem na mudança de regime e nos desmandos que essa mudança provocou nos líderes. Com a Rússia (1998) e com a Ucrânia foi coisa semelhante. É digamos o preço que se paga para acabar com um regime para o substituir por outro.
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Já as ajudas externas recentes a Portugal, Espanha, Chipre, Grécia, Irlanda, Islândia... tem outra origem. Desta vez a ajuda não foi para debelar os desmandos causados pela mudança de regime. Foi, isso sim, uma ajuda para manter o nível das taxas de juros das dívidas estáveis.
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Com a crise de subprime todas as economias derraparam nas contas públicas. Todas, sem excepção. Umas foram mais atingidas do que outras. Por exemplo, a Irlanda que tinha em carteira grandes quantidades de activos tóxicos. Outras foram menos atingidas, no entanto, a economia de mercado deste século vive muito do ganho em especulação. Especular sobre dívida soberana. Esta especulação Atirou os juros soberanos para cima forcando alguns países a pedir ajuda para, simplesmente, substituir dívida por nova divida a taxas mais baixas. Por essa razão criou-se a troika é por esta razão o bce passou a intervir no mercado (desde 2012) para manter o nível dos juros.
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Em suma, nunca houve suspensão de pagamentos a credores em democracia. Nunca houve, portanto, bancarrota. Bancarrota houve noutros tempo. Da monarquia. E eu até conto cinco.
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Rb

josé disse...

Andamos todos enganados estes anos todos. Só este Rb está certo...

Quanto às perguntas inconvenientes sobre a vida pessoal é a hipocrisia do costume relativamente a quem defende casamentos gay como a coisa mais natural do mundo.

Então como é?! É natural ou para esconder?

josé disse...

VO e AMN não sei nem imagino quem sejam.

Mas sei que um JSM fugiu com um rapazinho aí pelos idos dos noventas e nunca mais deu sinais de vida nem ninguém perguntou pelo ausente. Era figura muito pública na AR desse tempo.

Dudu disse...

Em resumo, os 78MM da chamada troika foram para ajudar o Fmi, o Bce e,sobretudo, os banqueiros alemães.
Nós até estávamos a ir bem, mas as agências de rating é que nos tramaram!

contra-baixo disse...

Existe o direito à indiferença sobre a vida sexual de cada um.
Há tempos criticou-se, em minha opinião bem, a exposição das preferências sexuais das figuras do Estado Novo, fazendo-se agora o contrário; Não sei que é o JSM nem me interessa.

Ricciardi disse...

Pode sempre usar a palavra pre-bancarrota.

Também tem o efeito desejado e já não pode ser acusado de usar termos indevidamente.
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A verdade verdadinha é que bancarrota não existiu. Podemos sempre intuir que existiria sem ajuda externa.
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Por exemplo, o governo estado novo também teve os seus problemas orçamentais. Principalmente por causa do esforço da guerra colonial que, em alguns anos, chegou a 30% do orçamento estado. O governo não cessou pagamentos ao exterior nessa altura. E pediu emprestado pouco dinheiro ao estrangeiro. Preferiu a tatica da compressão interna e impostos. Foi tal a compressão que Portugal viu desaparecerem para a emigração mais de 2 milhões de pessoas.
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São ideias. Nao sao boas nem mas, mas tem consequências práticas. E são essas que eu meço e aprecio.
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Financiar uma guerra levando o povo à miséria é uma opção. E talvez a acertada dadas as circunstâncias de isolamento internacional. Outros países financiaram a campanha pedindo emprestado para não sobrecarregar o esforço da populaça.
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Rb

Floribundus disse...

antes duma nova bancarrota
pretendia saber como

se assalta um banco
e um navio de passageiros

'mitras' há muitas à venda em certas zonas suburbanas

josé disse...

Se não se interessa nem devia vir para aqui citar iniciais de nomes...

Por outro lado, o direito à indiferença existe se não existir o direito a saber algo sobre figuras públicas que defendem direitos e deveres dos outros que contendem com esses mesmos direitos...

Por outro lado ainda quem criticou a exposição pública da mulher de um Passos Coelho, com cabelo rapado e em moldes a insinuar que o mesmo usava essa figura para se promover politicamente, está sujeito a devassa que não seria normal noutros casos.

Um político não é igual a uma pessoa como as demais, quando ainda por cima tem voz activa na criação de direitos e deveres para os demais cidadãos, precisamente nessa área "privada" e íntima.

josé disse...

Não é devassa alguma ou atentado à intimidade ou indiferença como direito, saber que uma deputada é lésbica e com quem anda a fazer vida.

Quem defende o casamento gay pode aceitar isto pacificamente sem de tal fazer um caso.

josé disse...

Só uma pessoa hipócrita pode argumentar o contrário sem razão suficiente para tal.

foca disse...

Eu preocupa-me pouco que seja lésbica, bi ou tri, o que me incomoda mesmo é ser filha de um terrorista e perigosamente demagoga.
Isso e ver que muita gente vota nela como quem vota no Trump, para contestar seja lá o que for.
Isso sim é que me preocupa

foca disse...

Das iniciais não sei, mas saber que um Ferro Rodrigues não foi indiciado por prescrição de prazos, por pedofilia, causa-me um certo nojo.
Ele e os amigos, como o "marido" da outra que anda lá na bancada xuxalista, e que anda pela Roménia e Timor a conviver com rapazinhos.
Quando temos pedófilos à solta no Parlamento, lésbicas é coisa pouca.

josé disse...

Ferro Rodrigues não foi indiciado por carência de prazo tempestivo para tal. Não se indiciou nada contra ele. Mas, pelo contrário, quem o acusava e que eram 4 rapazes foram pelo mesmo accionados e não foram condenados porque não se conseguiu provar que mentiram.

Por outro lado quem quiser saber estas coisas pelo Google não sabe rigorosamente nada porque tudo está apagado.

A capa do Expresso em que tal foi notícia não aparece no Google e em lado nenhum.

Isso é que é mesmo estranho e desconfio que alguém andou a pedir para apagar tudo. E a Google obedeceu.

Floribundus disse...


durante a IIGM ouvia-se no falecido além Tejo
'diz-me com quem te deitas,
saberei quem és!'

com a moderna aparelhagem dispensam os raros machos
que aparecem no mercado

o deus Príapo deixou deslocar o centro de gravidade e tombou do pedestal

zazie disse...

Muito estranho isso de terem sido apagados os registos do das calças na mão.

E as k7s? Nunca mais se ouviu falar nisso e elas estavam nos jornais e para saltarem cá para fora, não fosse o Sampaio dar a volta à coisa e ele pirar-se em troca do 44.

josé disse...

Não há registos nenhuns e ninguém deu conta disso.

Até já procurei por aqui o tal número do Expresso que julgava ter e nem isso encontrei...ahhahaha. Acho que devo ter, mas tenho de procurar melhor.

zazie disse...

ehehehe

Essa é forte

Bic Laranja disse...

Saco de plástico, edição 1595, 2/5/2003.
É só o que sobra no archivo da Internete. Em bibliotecas há-de achar-se. Fica a ref.ª.

No Público do mesmo dia, notícia viva da cabala, calúnia ou lá o que lhe chamam.

Cumpts.

josé disse...

E sobre os tais 4 jovens encontrou alguma coisa? E a capa do Expresso está disponível como outras estão?

Bic Laranja disse...

Não cavei muito mais que isto. Cavei a capa mas não a achei. Só em bibliotecas, provàvelmente.

Conde de Oeiras e Mq de Pombal disse...



Há para aí gente que vive a sua vida inteira chafurdando na mentira e, ou nem se dá conta, ou não se importa nada...


Aquilo a que boçalmente aqui se chama a nossa segunda "bancarrota" (arrota aí denominações à tua vontade, pá, estás em casa...), foi em boa verdade provocada por um dos piores desgovernos que este País conheceu nos últimos 43 anos, formado por dois conhecidos Partidos, já então de trafulhas - o PPD e o CDS -, chefiado pelo guvernante português mais incompetente, até Julho de 2011 - Franc.º Balsemão -, e inspirado ainda na irresponsabilidade canalha desses marialvas politica e historicamente arruaceiros que foram Sá Carneiro, Cavaco Silva, Morais Leitão e João Salgueiro, entre outros.


Essa célebre "bancarrota", que aliás originou a cobarde e patética demissão do Balsemão a meio do seu mandato (então com uma larga maioria AD na Assembleia) e a consequente segunda "ajuda" do FMI a Portugal, só veio a ser superada pelo patriótico e competente Governo de Mário Soares/Mota Pinto, vilmente torpedeado antes do final do seu mandato pela segunda investida do oportunista Cavaco Silva, que depois se aproveitou perfidamente, durante dez anos de consulado, do trabalho de recuperação económica e social desse Governo e da entrada de Portugal na CEE.


O resto são cantigas.


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Mas, calma aí, para que nos interessa agora virem os factos estragar as nossas belas e idílicas narrativas da treta, hã?


Império brutoguês ÜBER ALLES...

josé disse...

As cantigas estão letradas em factos que até estão por aqui documentados...

A bancarrota de segunda que aconteceu em 1984 ou por aí tem os seus antecedentes.

Um deles, o mais importante é a Economia que herdamos de 1975 desses teus heróis que branqueiam toda a merda que fazem com ideias estapafúrdias sobre Economia.

Na altura os "elefantes brancos" eram os culpados, mas que os criou foram os teus amigos ideológicos e políticos.os mesmos que agora querem fazer o mesmo: os filhos dos piratas que me parece uma boa designação para tais inteligentes. João Cravinho, por exemplo é um dos grandes responsáveis político-ideológicos e já o demonstrei por aqui.

Por outro lado, quando falo em bancarrota quero significar o estado de sítio a que um país chega quando lhe falta o dinheiro para pagar o básico e tem que pedir emprestado: ao FMI ou à Alemanha ou seja a quem for.
Tal só aconteceu connoscom em 1976 com os socialo-comunistas e em 1984 com o grande Mário Soares que foi o padrinho desse descalabro.

Sá Carneiro e a AD têm as costas largas mas não deve ser por isso: deve ser por não terem conseguido inverter o caminho usual das bancarrotas: viver sempre à grande e à francesa com o dinheiro dos outros. Como é hábito dos socialistas.

A discussão aqui não se deve limitar a olhar para uma árvores esquecendo a floresta ou olhando para o dedo que aponta a lua, sem a ver...

josé disse...

Portanto, ó Conde, pareces-me mais um borra-botas que um aristocrata do entendimento.

josé disse...

Tratei-te por tu porque me pareceu que era essa a linguagem do comentário e não é.

Peço desculpa pelo coloquialismo mas não pelos argumentos.

josé disse...

Além disso, boçal seria uma tia que deve ter.

Conde de Oeiras e Mq de Pombal disse...


Desculpas aceites, sem acrimónia.

Aceito até o "borra-botas", com um certo orgulho (o meu Pai era um excelente Sapateiro...), mas vejo que perco aqui o meu pobre tempo com aristogatos do "entendimento", que nem sequer sabem os factos básicos sobre o segundo pedido de ajuda de Portugal ao FMI (EM MIL NOVECENTOS E OITENTA E TRÊS). Mantenho obviamente tudo o que disse, para eventual proveito de quem possa vir ler este blogue sem o exacerbado gosto pela distorção da verdade e pela efabulação da História, que muito humildemente não aprecio.


«So long, farewell, auf wiedersehen, goodbye,
I leave, and heave a sigh, and say good-night...»

josé disse...

Perde-se sempre o tempo quando o espírito está fechado para perceber o Tempo passado.

josé disse...

Em 1983 a Economia sofria ainda os efeitos do que fizeram em 1975.

Aonde estava o nosso Capital? E os empresários que o formaram dez anos antes, em 1973?

Ou será que a Economia é coisa estática e que se analisa ao milímetro?

josé disse...

Para além disso haverá sempre aqueles que reescrevem a História segundo os seus preconceitos ideológicos.

Podendo tal se aplicado ao que aqui escrevo, a verdade é que me esforço por demonstrar o contrário.

Assim, quem afirma deve demonstrar e é isso que não vejo no seu escrito.
Apenas afirmações.

A obscenidade do jornalismo televisivo