A aventura tinha começado praticamente uma dúzia de anos antes e em princípio de Março de 1969 tinham lançado a Apolo-9, para testar e ensaiar o que se poderia passar alguns meses depois.
A Capital noticiava assim, em 4 de Março de 1969:
Além dos americanos, também os russos estavam nessa corrida espacial e tinham já lançado os seus engenhos, não se sabendo o que iriam fazer a seguir, conforme relatava o "pai" do projecto americano. Previa-se a chegada do primeiro homem à lua, em Julho desse ano. Tal como sucedeu.
No dia 7 o mesmo jornal dava conta do desenvolvimento da aventura:
Em 18 de Maio os americanos lançaram a Apolo-10, com um voo tripulado à volta da lua, em treino final, aproximando-se 10 quilómetros do solo lunar e voltando para trás, numa viagem de meia dúzia de dias.
Em 13 de Julho desse ano os soviéticos, na corrida, anunciaram o lançamento de uma nave espacial, não tripulada, a Luna-15, também com o objectivo de chegar à lua. Não chegou...e em 17 de Julho ainda nem se sabia qual era a missão.
Parece que o objectivo seria chegarem primeiro que os americanos, recolherem as pedras em primeiro lugar e chegarem cá primeiro, para mostrar o feito e proclamarem a superioridade da ciência soviética.
Correu-lhes tudo mal, tal como antes. Em 19 de Julho anunciaram ter alterado a rota, o que repetiram no dia seguinte e sempre a anunciar em conversas de pé de orelha ( com o enviado Frank Borman) que não interfeririam com o voo dos americanos. A informação ficava por aí e pouco mais que a agência de propaganda TASS transmitia.
Em 16 de Julho, faz hoje 40 anos, partiram os americanos. Chegaram...às 10:56:20, hora americana do dia 20 de Julho.
Quando regressaram até os russos felicitaram os americanos, sem reservas, aparentemente. Pudera! O Luna-15 tinha-se estatelado na superfície lunar algumas horas antes da partida dos americanos do solo lunar.
Segundo se conta aqui, mesmo que tivessem sucesso na operação, chegariam sempre depois...o que seria ridículo como propaganda.
Só no ano seguinte conseguiram lá ir...mas com um veículo não tripulado. Nunca concretizaram o sonho de colocar um homem na lua...
A imprensa portuguesa foi bastante sóbria na época, no relato destes acontecimentos.
Antes do final de Julho praticamente nem havia imagens que só apareceram algum tempo depois.
Continua...
A história do grande falhanço soviético, na corrida à lua...e em 2009 a divulgação de uma gravação audio efectuada por um dos monitores que acompanharam as viagens dos dois engenhos (Sir Bernard Lovell em Jodrell Bank que acompanhou as explorações espaciais soviéticas) .
Também se explica o falhanço devido a idiossincrasias soviéticas...
Como aqui se conta, os líderes soviéticos esconderam tudo durante anos a fio. Só vinte anos depois mostraram a estrangeiros as instalações de exploração espacial, em Baikonur...o que é típico das ditaduras totalitárias nessa altura afeiçoadas por alguns portugueses que militavam no PCP e não só porque havia muitos compagnons dessa route. por cá. Os segredos, aliás, continuam, embora o essencial do falhanço soviético só fosse conhecido após a era Gorbatchev.
Décadas depois dos factos...
A grande diferença: a viagem da Apolo 11 foi seguida por milhões e milhões de espectadores de televisão no mundo inteiro...excepto na União Soviética, China e Coreia do Norte, onde os respectivos líderes dessas repúblicas populares socialistas escolheram esconder aos seus concidadãos o feito dos americanos, por razões apenas políticas. Era essa a democracia avançada...que o PCP por cá defendia. Então e agora.
Sobre a missão Luna-15 a informação vinha da agência de notícias TASS, onde a censura era permanente e sem comparação com o que se passava por cá, nesse tempo. Isso em nada incomoda o PCP e os compagnons de route que continuam a vituperar a censura de Salazar, como se fosse algo horrível, comparado com o que queriam para cá, em vez disso.
Aliás, quando é que se soube publica e exactamente o que tinha acontecido à Luna-15? Não foi na altura, com certeza e não descobri quanto foi, exactamente. Talvez nos anos oitenta, em consequência de investigações singulares e depois com a célebre glasnost.
Na altura os soviéticos esconderam o falhanço, omitindo o crash. Assim, como se conta aqui, esconderam tudo. Até fizeram uma festa de comemoração do falhanço estrondoso, apresentado como uma vitória. Tal como o PCP costuma fazer com as derrotas eleitorais, o que denuncia a Mentira permanente como método de propaganda.
Se o falhanço fosse com a Apolo 11 o conhecimento seria imediato.
A diferença, mais uma vez.
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