terça-feira, maio 03, 2016

As Luzes na ribalta

Sobre o Iluminismo a revista francesa Obs publicou um suplemento que ainda está à venda em quiosques porque é de Maio-Junho 2016.

Aqui ficam algumas páginas significativas e que merecem leitura. A revista é dirigida, ainda, por Jean Daniel, um socialista judeu. N´importe. Refiro que é judeu porque este povo tende a ser muito solidário e a contar as coisas à sua maneira.









73 comentários:

zazie disse...

Boa! Muito obrigada pela partilha.

Logo vou ler

josé disse...

Ah! É para estar à vontade. Às vezes há coisas que não me apetece ler. Neste caso, já tinha lido porque é assunto que tem barbas e ainda há relativamente pouco tempo foi mote de discussão aí num blog que já não frequento há semanas e semanas.

Com pena minha porque era dos poucos aonde ia. Só que estou ressentido, o que não é costume.

Floribundus disse...

depois de 25.iv os conceitos desapareceram em quase tidas as frentes

actualmente são palavras perdidas nos vocabulários

tolerante deu lugar a kgb
laico é anticlerical

voltou-se à barbárie do mau selvagem

Bruxelas mandou recolher os touros ao curral

mas estes continuam a marrar no burladero onde se esconde o entertainer com o monhé às cavalitas

mande o Ego às urtigas
e mostre tudo o que tem

a lavagem é muito importante

os escorpiões vão ter de beber a cicuta

zazie disse...

V. agora ler. Ainda só li a primeira folha e parece-me que também não vai ser desta que consigo compreender como se chamou iluminismo e a que propósito.

Claro que a posteriori pode-se dizer tudo e incluir nesse conceito que se espalhou muitas outras questões. Já vi que aqui até se recua a 1660. Ok
Mas isso é apanhado posterior.
Porque a primeira vez que foi chamado iluminsimo- no sentido filosófico- foi em 1773 por Jean-Baptiste Dubos.

Depois disso, em 1784 o Kant publicou o pequeno texto com a pergunta do que é o Iluminismo. E sim, foi conhecido na época como iluminismo.

Mas só foi conhecido a partir daí. Nunca antes. E o que eu gostava de saber era o motivo e o sentido pelo qual na altura lhe deram esse nome e não deram antes e nem deram outro.

O resto é outra coisa. É fazer-se um apanhado histórico com outras balizas. Mas aí o uso do termo iluminismo é anacrónico.

zazie disse...

E insisto muito nisto porque não me parece minimamente uma coisa despiciente. Englobou muitos intelectuais e todos eles se reivindicavam desse conceito. Em cima do acontecimento não podiam estar a fazer os balanços civilizacionais que se fazem agora, apontando para as consequências.

Portanto, teve de existir algo mais que uniu essas pessoas- e para isso é preciso saber quais as que se reivindicaram do conceito para se entender o que pretendiam na altura.

E tinham de pretender. De outro modo não se achavam iluminados e essa iluminação não era a da velha esscolástica.

zazie disse...

Um conceito que aparece no final do século XVIII não é minimamente uma continuação de mudanças estruturais e conjunturais da Europa a partir do séc XVII.

Ou melhor- à posteriori até se pode achar que sim. Mas eles nunca o disseram e não se uniram em torno dessa noção de forma tão tardia por mera falta de palavras um século antes.

zazie disse...

Ok. Já lá cheguei. Ele próprio o diz- tudo em torno das lojas maçónicas.

Era mais interessante pegar nestes nomes todos e explicar como todos eles pertenceram à maçonaria (o Cesare Beccaria não directamente mas faz parte do círculo do arquiduque Leopoldo da Áustria que é) e daí contar como formaram as Academias das Ciências e como as trocas e o ideal é das luzes da razão dos illuminati e não de outra coisa qualquer.

Depois disto, e sem histerismos, aferir-se qual o valor que a maçonaria trouxe nestas mudanças que se podem detectar em torno de tanta coisa.

zazie disse...

O Diderot e o Holbach fundaram a loja maçónica a meias. Tudo isto está ligado por essa via. E vai tendo aclimatações diferentes em diferentes países precisamente porque a maçonaria alemã foi uma coisa, a inglesa outra, a francesa outra, etc, etc. O deísmo do Voltaire é um deísmo maçónico, não há mais deísmo algum na altura

Nunca me tinha lembrado. Foi há pouco tempo que me ocorreu fazer a pergunta e só encontrei esta explicação.

zazie disse...

Como não se vai por aqui, sem procurar o factual, depois cai-se no erro que este também cai ao dizer que a base de tudo é a descoberta da razão e de tudo questionar racionalmente.

Ora isto é mentira. Duvido mesmo que algum destes filósofos das luzes tenha conseguido construir um sistema de persuasão e argumentos lógicos de tal modo complexos como o fez o Raimondo Lullo em pleno século XIII. Racionalismo puro. E apologético. Só que não punha a Igreja de fora, como estes. Era uma razão a justificar a prevalência racional de um sistema religioso.

zazie disse...

Estes vão colocar a Ciência nesse lugar e, quanto a isto, não há volta a dar porque é mesmo assim. Uma Ciência que quer destronar a Igreja, quando antes era uma Ciência com a Igreja.

zazie disse...

Mas foi bem importante. Muito mesmo.
Quem o não teve ficou num mundo fechado que explica o atraso civilizacional das sociedades muçulmanas.

zazie disse...

Ah, que maravilha, José. Estou a adorar este artigo. É o primeiro que pega na questão.

E eu não estava enganada. Cheirou-me e este estudou.

Vou guardar ehhehe E vou ler tudo muito bem porque foi uma grande prendinha que deixou aqui.

josé disse...

Mas é melhor comprar a revista que tem mais que o que coloquei.

E a ideia básica com que fiquei é a de que o conceito de Iluminismo não é simplificado mas apresenta-se com várias facetas cujo melhor exemplo será Voltaire: "O Homem teve sempre necessidade de um freio e apesar de terem sido ridículas as oferendas aos faunos ou às naias, era bem mais razoável e útil adorar essas imagens fantásticas da Divindade do que se entregarem ao ateísmo. Um ateu que fosse arrazoado, violento e poderoso seria um flagelo mais funesto do que um supersticioso sanguinário"...

Unknown disse...

«Refiro que é judeu porque este povo tende a ser muito solidário e a contar as coisas à sua maneira.»

Os outros povos não tendem a contar as coisas à maneira deles??

Claro que não podia faltar, no artigo, a soberba francesa de que a liberdade de expressão nasceu com a Revolução Francesa. Só se tiver sido na guilhotina. Antes disso, já alguns, como nomeadamente Voltaire, se refugiavam em Inglaterra porque...lá havia liberdade de expressão.

josé disse...

Não conheço outro povo tão solidário com os seus...e quanto a contar as coisas à sua maneira é uma evidência que dispensa demonstrações.


Basta dizer que se consideram o povo escolhido por Deus...

Zephyrus disse...

Comprei as revistas cujos artigos colocou aqui.

Foram para a prateleira e lá ficarão até ter férias.

Agradeço a partilha.

Quanto ao paganismo e ao semitismo, deixo umas notas.

Li algures que um dia Hitler estaria a discutir com um membro do partido sobre a superioridade da raça alemã. Então o outro respondeu: «enquanto nós estávamos em tendas e casas de pedra e palha, havia uma Civilização no Sul da Europa». Hitler terá então dito que essa informação seria ocultada na propaganda...

O conceito de raça superior esteve sempre presenta em força no nazismo e disso nunca houve em Portugal. Cá acontecia o contrário, mas isso os Rosas nunca contaram... fomos por excelência o povo da miscigenação...

josé disse...

Não foi apenas a Revolução Francesa mas também americana...que inventaram a liberdade de expressão, segundo o articulista.

josé disse...

O Rosas parece-me um idiota.

Zephyrus disse...

O Cristianismo não é uma religião semita e basta constatar isto:

- O Cristianismo é solar, com dia de celebração ao Domingo, Sunday, Dia do Sol;

- Os Judeus têm dia santo ao Sábado, dia de Saturno.

Jesus nasceu entre os Judeus e foi rejeitado por eles.

O judaísmo e o islamismo não têm qualquer culto ao Feminino. O Cristianismo tem e em força na Península Ibérica e na América Latina...

Os judeus têm umas escatologia linear, o paganismo tem uma noção cíclica do Tempo... mas já encontrei simbologia sobre essa noção cíclica em Igrejas portuguesas.

O Cristianismo rejeita a mentira, o judaísmo... nem por isso em algumas situações...

O Cristianismo vai buscar ideias que já vinham da Grécia Antiga...

Zephyrus disse...

Eu defendo a ideia que o Cristianismo foi uma evolução do paganismo... e não um corte... o paganismo tinha práticas bárbaras, sacrifícios humanos e animais, rituais sexuais, o casamento monogâmico era seguido normalmente pelas elites (mas no final do Império havia muito divórcio), havia a questão da escravatura e dos costumes sexuais desviantes...

O Cristianismo reduz drasticamente a escravatura, tenta introduzir a família monogâmica estável em toda a sociedade, há a abolição dos sacrifícios ritualísticos ou dos rituais sexuais, entre outras evoluções...

Os judeus seguiram outro caminho...

zazie disse...

Vou comprar, pois. Ainda estou a ler e a fazer outras coisas mas parecem-me artigos bem pertinentes.

Zephyrus disse...

Agora com a internet tem-se difundido de novo o paganismo...

É interessante ver gente com formação universitária a aderir a estes neo-paganismo parvo. Com conceitos de raça à mistura. Discutem em fóruns se este ou aquele povo é ariano ou semita, se esta ou aquela celebridade tem sinais de sangue judeu. Isto tem alastrado e acham que o paganismo é superior ao Cristianismo. Esta gente tem aderido por sua vez a partidos nacionalista como uma Frente Nacional e está por detrás dos ataques a estudantes portugueses ERASMUS na Polónia.

A questão de fundo é esta: tiraram o Cristianismo à força do espaço público, ficou um vazio, e agora será preenchido. O Islão acha que em poucas décadas preencherá esse vazio na Europa. Estes grupos embrionários neo-pagãos, por sua vez, querem preencher esse vazio.

Zephyrus disse...

O Islão tirará liberdades que o Cristianismo genericamente sempre concedeu na sua essência teológica.

O neo-paganismo trará isolacionismo e confusão política e posteriormente económica e quem sabe o espectro da guerra na Europa.

O Laicismo das Esquerda bem pensantes é uma ilusão perigosa.

Kaiser Soze disse...

Facto esquecido: ser judeu em França tb não é coisa fácil.
Um gajo tende a lembrar-se só dos alemães mas...

zazie disse...

Qual é a dificuldade de vida do Jean Daniel do Observateur em França?

Diz-se cada coisa mais imbecil por chavão que faz favor.

Têm sempre de se eriçar pavlovianamente.

josé disse...

Nem o Jean Daniel nem os do L´Express ( J.L. Servain Schreiber) que também pertencia ao povo escolhido...

zazie disse...

Quanto ao esclavagismo não sei. O Edmund Burke fez muito em Inglaterra e conseguiu a destituição do Hastings, no Parlamento. Os franceses conseguiram foi instigar a revolta no Haiti com os ideais da descolonização.

Floribundus disse...

Iluminati da Baviera
outro conceito de Luzes
a Alemanha, prinipalmente a Prússia de Frederico ii, 1º reino a criar escolas públicas

nos sec. xiii e xix a maçonaria especulativa foi o início dos partidos políticos

Viena foi grande centro maçõnico por onde passaram marquês de pombal,
pai de Gomes Freire,
duque de Lafões a quem Gluck dedicou uma ópera,
duque de Tarouca, conselheiro da Imperatriz,
outros

a rev gringa sai de Paris
no jardim do Luxemburgo pode ver o modelo da estátua da Liberdade de NY

josé disse...

Illuminati?

Ora também tenho uma coisa recente sobre tal assunto...

Domani...a revista Historia onde colaborava Alain Décaux falecido há pouco tempo, sobre Les Complots.

As teorias de conspiração.

Por cá nem sequer há gente capaz de escrever direito sobre estas coisas. Sobram-nos os Rosas e Baloffos.

zazie disse...

Boa, José.

Eu tenho pó a teorias de conspiração. Mas isto não são teorias de conspiração- são factos. A maçonaria e illuminati é a mesma coisa. O Marx fazia parte da confraria e a América foi criada por eles.


A questão que não sei é se o Kant fazia parte e se por isso também pegou no termo e até nos ideais.
Mas suspeito que sim. O Descartes era rosacruciano.

josé disse...

A revista Historia francesa é já antiga e o tal Alain Décaux era uma espécie de José Hermano Saraiva, embora com uma cultura superior.

Por causa de uma série que passa agora na RTP2 sobre uma Aldeia Francesa no tempo da Ocupação alemã comprei um número especial da Historia,já com umas décadas, sobre o modo como os franceses trataram os colaboracionistas em 1944. Sumário...

Floribundus disse...

José e Zazie
os iluminados bávaros pretenderam unificar as várias maçonarias

Goëthe pertenceu ao movimento
Frederico ii creio bem que terá pertencido por ter daddo força ao Rito Escocês de orige, católica, aoesar de luterano

fiquei sempre que D. Fernando II terá pertencido, daí parte dos seus problemas quando se casou e deu o titulo de condessa a 2ª mulher a quem deixou bens muito contestados

a meu ver as Luzes começam na Alemanha e seguiram caminhos diversos

até à conspiração

comemora-se o Maio de 68,
diz-se que Dani. le rouge estaria ao serviço dos gringos contra De Gaule

muja disse...

Ahah diz-se... Se não estava, disfarçou bem.

Quanto à suposta superioridade racial alemã, convém perceber que - e sem saber alemão a sério é difícil aprofundar mais - não se está a falar de uma cena estilo caricatura kkk, em que os brancos são superiores aos pretos. É um conceito que engloba e sobretudo e derivado da cultura.

Não é o sangue germânico que os torna superiores. É a superioridade atestada através das obras e das acções. Ou seja, não é como os judeus que são sempre os eleitos mesmo quando eram pela maior parte uma corja de miseráveis grunhos que vicejavam em pleno obscurantismo na Polónia depois Rússia do sec XVII e XVIII.

A superioridade germânica pode degradar-se e daí o cuidado que a nós parece obsessivo em a cultivar quer fisica quer moralmente.

Depois a explicação "científica" foi atribuida ao racismo que então era moda. Os vendilhões do sofrimento passaram a projectar nesse inimigo já lendário os seus próprios defeitos e a acusarem-no de odiar todas as raças como eles são ensinados desde pequeninos a fazer.

A verdade porém não era essa e quem demonstrasse aproximar-se do valor germânico era respeitado enquanto tal, independentemente do resto.

muja disse...

Isto porque depois se fazem caricaturas que são levadas a sério como justificações para outras maradices.

No Mein Kampf está claro qual é o conceito: os alemães são superiores sobretudo porque têm uma produção cultural e artística superior ao longo da história. E os judeus são inferiores segundo o mesmo critério. E os alemães deixarão de ser superiores quando deixarem de ter essa "performance". Depois essa constatação é que é teorizada dentro da moda do racismo e da sobrevivência dos mais aptos. A história sendo sobretudo uma luta pela sobrevivência dessas "raças" ou aglomerados etno-culturais, como as espécies na natureza.

Isto é diferente dos judeus que são superiores porque são os escolhidos e os outros os inferiores porque não são os escolhidos e por isso ainda devem vassalagem quando não escravidão, que é inevitável e há-de acontecer quando vier o Messias.

josé disse...

"No Mein Kampf está claro qual é o conceito: os alemães são superiores sobretudo porque têm uma produção cultural e artística superior ao longo da história".

Acho que não é verdade e tal resulta da leitura do livro The German Genius de Peter Watson que já citei por aqui e não se encontra traduzido em português.

Os alemães começaram a impor-se culturalmente apenas no séc. XVIII, se tanto.

muja disse...

Isto nem é nada de especial nem é diferente do que na altura estava na moda noutros países. Não chocava ninguém e hoje também não choca se se estiver a falar de judeus, por exemplo, que toda a gente acha naturalíssimo agirem no sentido de preservar "a raça".

O que chocava era o totalitarismo associado à ideia do militarismo prussiano e foi por aí que se vendeu a guerra. Os vendilhões do sofrimento só vieram muito tempo depois. Aliás, tentaram inserir a ideia das câmaras de gás aos ingleses cujos serviços de informações estavam bem informados e já conseguiam decifrar as comunicações alemãs, a rejeitaram liminarmente como mito:


In the summer of 1942, the first Polish and Jewish reports appeared12 alleging the commission of mass murder on an industrial scale in Auschwitz. According to these reports, 2,000 inmates were being killed in gas chambers every day. Since the number of Abgänge reported amounted to approximately 2,000 inmates per month, and not 2,000 inmates per day, the British Intelligence Service rejected these reports as war propaganda. Thus, the president of the British Joint Intelligence Committee, Victor Cavendish-Bentinck, on 27 August 1943, wrote that the reports from Poles and Jews were devoid of all basis in fact:13

«The allegations of mass executions in gas chambers are reminiscent of the atrocity stories from the last war, according to which the Germans were processing corpses into fat – a grotesque lie, which was immediately unmasked as pure propaganda.»


http://inconvenienthistory.com/archive/2016/volume_8/number_1/the_enemy_is_listening.php

zazie disse...

Se tanto mesmo.

muja disse...

José,

eu não estou a discutir se é verdade ou não. Estou a dizer qual era a ideia. Entre franceses e italianos e alemães torna-se difícil apontar um como claramente superior no domínio artístico e cultural. Em certa medida, todas as raças europeias têm bastante valor nesse nível ahaha!

Agora há uma coisa que os alemães têm que penso ser superior a quaisquer outros, independentemente de quando começou, que é a indústria. Não há gente mais industriosa e eles provaram-no à saciedade no último século...

josé disse...

O livro explica que tudo proveio de um conceito "bildung", prussiano, provindo da filosofia idealista, um procedimento educativo em que a descoberta também era um acto moral, como o resto.

Portanto, tudo terá resultado do protestantismo, filosofia e do génio alemão enraizado na tradição.

muja disse...

Portanto, escusam de eriçar também a vossa germanofobia ahahah!

josé disse...

A indústria é de facto algo admiravel nos alemães. Mas nós já tivemos por cá coisa parecida, no Norte, durante o salazarismo. Não medrou porque nos faltava o capital que os alemães têm.

josé disse...

Eu não sou germanófobo. Sou mentirófobo ou mitofóbico.

Aliás, nos últimos dois anos tenho visitado a Alemanha para aprender e devo dizer que é o país da Europa que conheço e que mais gosto.

josé disse...

O problema dos alemães é mesmo a superioridade. Enquanto os judeus a adquiriram no caldeirão do nascimento, os alemães bebem-na das fontes da sua terra, logo de pequenos.

Entre ambas as manias destas superioridades nem sei qual será a pior.

No entanto, estas superioridades alemãs conduzem-nos a desgraças. Foi no tempo do Kaiser e da I GM e no tempo de Hitler e da II GM.

Perderam ambas as duas, como se diz e refizeram tudo em dois tempos. Agora estão outra vez na mó de cima, mas querem mandar através da Finança e da superioridade económica. E estão a conseguir.

A raiz do problema porém é a mesma de sempre...

muja disse...

Não acho que se possa encontrar a raiz do problema nos alemães em particular. A verdade é que as potências continentais europeias tendem para a hegemonia, independentemente de serem os alemães, os russos, os franceses ou os espanhóis em tempos mais recuados, por um lado; e por outro os ingleses terem-se constituído em potência insular cujo interesse constante, por esse motivo, é agirem no sentido de limitar essas hegemonias.

É nas fases de re-equilíbrio continental entre as potências que vêm as guerras. Isto liga-se directamente a nós porque é nessas fases que os pequenos países correm os maiores riscos pois são sempre uma tentação como factor desse re-equilíbrio. Como é evidente, é sempre preferível re-equilibrar à custa dos mais pequenos do que entrar em guerra com os outros grandes.

muja disse...

E é precisamente por causa desse domínio alemão no seio da UE, ou, por outras palavras, da hegemonia alemã que se vem desenhando e tomando forma nos últimos anos, que vai haver o referendo no RU em Junho. Se não passar, daqui a um ano ou dois arranjarão outro pretexto.

Os ingleses já não têm por onde combater a hegemonia alemã no continente e, como tal, esgotou-se a utilidade de estarem dentro da UE.

muja disse...

Já não têm por onde combater, entenda-se, de dentro da UE.

Isto, ou muito me engano, ou é o início de uma fase de re-equilíbrio. A velha dança vai começar outra vez. Temos os alemães a caminho da hegemonia, os russos em pleno ressurgimento, os ingleses na sua de sempre, e os franceses no meio sem saberem para que lado pendem. É por estas falhas tectónicas, por assim dizer, que vão depois agir os diversos interesses obscuros com maior ou menor penca, para influenciarem por sua vez os acontecimentos em seu favor.

Isto é perigosíssimo para nós, porque à medida que se desenham os blocos, a tentação vai ser grande de alinhar desde logo com um deles, e isso raramente é boa política para nós.

Kaiser Soze disse...

Eu sei que vim tarde mas: óbvio! Povo menos xenófobo que o francês não há!
Não é pavloviano, e histórico.

É imbecil tanto pensar que porque meia dúzia é tratada como um sonho (Oprah, nos absolutamente igualitários EUA) como pensar que um pensamento recalcado não existe.

Enfim...

Unknown disse...

José, expliquei-me mal. Pareceu-me detectar um sentimento contra os judeus na sua expressão segundo a qual eles tendem a contar as coisas à sua maneira. E não me parece, como dei a entender, que eles nisso se distingam dos outros.

Se o interpretei mal, peço desculpa.

Quanto ao sentido da solidariedade entre os judeus, tem toda a razão, mas não era a isso que eu objectava.

muja disse...

Ó diabo! É melhor chamar já a polícia que isto sentimentos contra os judeus não se pode tolerar! Afinal, há uma hirarquia no racismo, como escrevia o putativo primeiro mayor londrido aqui há dias no jornal...

muja disse...

Putativo primeiro mayor muçulmano londrino, queria eu escrever.

Unknown disse...

O seu sarcasmo anti-semita merece apenas o meu mais profundo desprezo, muja.

muja disse...

Pois. É como os judeus do quotidiano, esses também merecem o desprezo dos seus putativos defensores. Como os dos campos de concentração que os aliados bombardearam, ou metralharam nos comboios, como os que foram enganados e levados para a Palestina para levarem com foguetes e bombas árabes. Ou, se quisermos recuar mais um pouco, como os miseráveis que os kehalim na Polónia e na Rússia mandavam para o recrutamento obrigatório em troca de abatimentos nos impostos sobre a "comunidade". Ou as pressões para não abolir e a seguir restabelecer o herem. Ou os boatos espalhados para que eles não ingressassem nas escolas públicas. Ou as regras e os rituais inventados pelos rabis para os impedir de conseguirem trabalhar produtivamente e fossem condenados ao fura-vidismo atávico.

Para azar dos filo-semitas de algibeira, rafeiros de batida dos anti-semitas semitas, ando a ler o Deux Siécles Ensemble do Soljénitsyne. Pelo que tenho fresquinhos na memória uma data de factos porreiros para a rafeiragem lambe-cus.

É... eu como anti-semita levo vinte a zero dos anti-semitas... semitas.

Desprezo mereces tu pázinho. Isso e um cachaço bem mandado que é para não seres burro.

Unknown disse...

Não sabia que Solzhenitsyn escrevia em francês.

Quanto ao mais, você está claramente abaixo do meu campo de visão.

muja disse...

Não escreve. Mas como eu não sei russo e curiosamente só há traduzido para francês...

Foge foge com o rabinho à seringa que estás a perder o pé...

josé disse...

Talvez os judeus não se distingam muito dos outros a contar as coisas à sua maneira. A diferença é que a eficácia com que o fazem tem sido muito maior...por causa da tal solidariedade.

E portanto nisso ponho sempre um caveat, sempre que perscruto um nome de ascendência judaica a relatar seja o que for. Em filmes, em livros, em conferências. São cartas marcadas quando a mim e por isso com valor relativamente mais baixo.

Mas gosto de Ana Arendt.

muja disse...

Por acaso eu não sou bem assim. Depende desde logo da audiência. Se for para uma audiência goy então nem vale a pena ler. Dá para ver pelo assunto: tudo o que é causa fracturante e vendilhice do sofrimento é exterco e nem vale a pena.

Fora disso as coisas são menos lineares. A imprensa israelita diz coisas que a outra não diz. Incluindo sobre os próprios e sobre Israel. É praticamente a única que ainda vejo mais ou menos regularmente. Tudo o que não é israelita e é "mainstream" está amordaçado. É simplesmente assim.

No campo da história há um paralelo semelhante. Mais uma vez depende da audiência e também da altura. Se for contemporaneo aos acontecimentos é por norma bastante cândido e fiável. Passado uns anos é que os vendilhões começam a fazer negócio com o material e a "traçá-lo" para render mais.

muja disse...

E de uma forma geral, o que se aproveita é muito melhor do que a quase totalidade da produção goy porque eles não lambem cus e têm mesmo que passar as marcas para se queimarem.

E esses, que deviam recolher o maior apoio de toda a gente são precisamente aqueles que os goyim perseguem mais furiosamente.

A única coisa pior que um anti-semita é um judeu renegado.

Unknown disse...

josé: não comento mais. Estou esclarecido.

muja disse...

Por isso é que estes filo-semitas de algibeira me encanitam. Eles estão-se cagando para os judeus. Fazem esse papel porque querem ver se lucram alguma coisa nas mais das vezes. Que pode não ser mais do que masturbação moral.

Quem perde algum tempo a saber das desventuras dessa gente forçosamente conclui que a responsabilidade recai esmagadoramente nos chefes deles e nos goyim que os servem. A grande parte deles faz pela vida com o que tem e o que sabe como toda a gente.

Porque é que só têm o que têm e sabem o que sabem é que é a questão fulcral.

Kaiser Soze disse...

Leio tanta estática...

PS. Não me admira que goste da Arendt. Além da qualidade tem a vantagem de ver de dentro o que dificilmente se vê de fora.
Fiquei muito curioso e intrigado com a ideia dela de que o pior que os judeus fizeram foi querer uma nação em vez de continuarem supra-nacionais.

Maria disse...

"Porque é que só têm o que têm e sabem o que sabem é que é a questão fulcral." Muja

Muja, explique-se melhor, por favor. Claro que imagino perfeitamente o que seja, mas quero ter a certeza.

Quanto às diversas opiniões que aqui têm vindo a ser expostas com a civilidade costumeira, sobre o tema trazido por José, gostei de as ler. Com as devidas desculpas a todos os outros comentadores, cabe-se concordar totalmente com o que Muja escreveu e em parte também o José.

Sobre Alex Jones. Este homem é um aldrabão e os americanos independentes e não facciosos e que não apoiam o sistema político norte-americano, não o suportam e sabem que mente ou inventa tudo quanto afirma. O muito apreciado, esclarecido e independente de lobbies e/ou partidos, sobre as matérias que o Jones tem vindo a abordar desde há anos nos seus programas televisivos e radiofónicos, o Historiador Dr. David Duke já o desmentiu vigorosamente em vários debates transmitidos em directo e em vídeos. Dizem os norte-americanos -- e David Duke já o denunciou no mesmo sentido e por diversas vezes e com provas do que afirma -- que ele é pago pela maçonaria lá do sítio (como aliás quase toda aquela comunicação social falada e escrita também o é, mas isto é do conhecimento de todo o mundo sabe e a propósito, há um Estado, creio que o Nevada (cito de memória) cuja comunicação social recebe várias centenas de milhões de dólares anuais (ou serão mensais?...) para publicar notícias segundo a regra pré-estabelecida por quem manda nela) para difundir as causas que falsamente defende e tentar denegrir ou desprestigiar e sobretudo confundir, trazendo para a sua causa os mais influenciáveis e estes são cada vez menos, que escutam os seus vídeos com mil atenções, ocultando subreptìciamente os verdadeiros males políticos, sociais e morais que afectam gravemente os Estados Unidos e por extensão o Mundo.

Sobre as implosão das Torres Gémeas (esta é para o José, com o devido respeito pela sua opinião sobre o caso) o próprio dono do espaço e dos dois edifícios principais, o afirmou claramente em entrevista quase logo a seguir ao 'ataque': "... o modo como os edifícios foram indo abaixo aos poucos, parecia exactamente o que acontece quando há uma implosão programada e não um ataque d'aviões". Este senhor, Silverstein, recebeu uma fortuna de biliões de dólares do Seguro (como quem sabia d'antemão o que ia acontecer um dia depois e ele sabia evidentemente), um ou dois dias antes do ataque às Torres.
Vários bombeiros e até alguns funcionários que estavam já fora dos edifícios, após o derrube destes, mas perto deles, afirmaram sem margem para dúvidas que ouviram perfeitamente vários rebentamentos, tipo bombas a rebentar umas a seguir às outras e não um única explosão, como seria natural caso fosse resultante do embate do avião.

As muitas toneladas de barras d'ouro guardadas nos subterrâneos de uma das Torres, foram todas retiradas alguns dias antes do ataque. Isto foi afirmado por gente (seguranças e pessoal de limpeza) que trabalhava na dita Torre e viu os movimentos algo suspeitos, mas só posteriormente os compreendeu.

muja disse...

O que eu quero dizer, Maria, é que quando se tem um grupo de gente à qual se não permite que aprenda a língua que a rodeia, que frequente escolas profanas; e que se obriga a vestir de forma característica, se submete a regras religiosas sem sentido nem fundamento teológico que dificultam quando não impossibilitam o trabalho produtivo em geral e a agricultura em particular, e se perseguem furiosamente todos aqueles que procurem escapar a essa situação, muitas vezes com a conivência do estado; quando se tem tudo isto, não se pode ter um grupo de gente completamente normal.

A razão pela qual os judeus sempre preferiram aquelas ocupações típicas não têm nada que ver com nada inerente à sua natureza. Têm que ver que a cultura e a forma de vida que lhes era imposta não permitia outras. Repare que 1880 metade dos judeus da Europa vivia na Rússia. Ainda nessa altura era mal visto entre eles enviar as crianças para a escola pública, trabalhar na agricultura - que as regras rabinicas tornavam muito difícil de qualquer maneira, vestir outra coisa que não lá as véstias ortodoxas, tomar residência permanente num sítio, e outras mil coisas. Casavam muito cedo, por volta dos dez anos muitas vezes, que fazia a população aumentar muito rapidamente e dificultava igualmente a instrução.

Tudo isto criava problemas desde logo de competição entre eles: não há ocupações compatíveis que cheguem para tanta gente que saiba (ou não saiba) o mesmo. Não sabem a língua, não sabem trabalhar a terra, não sabem nenhum ofício. A maior parte vivia de destilar aguardente. Que fazer? Evidentemente muitos vão cair na tentação do ilegal, outros vão tentar métodos menos ortodoxos para concorrer, etc, etc, etc.

A quem se devia este estado de coisas? Aos kehalim, plural de kahal, que é uma espécie de concelho da comunidade que tem toda a autoridade. Uma espécie de soviete, et pour cause... Entre o kahal e os rabis, que tratavam com o Estado, decidia-se o futuro de milhões de pessoas que não eram tidas nem achadas para nada. Como, aliás, ainda hoje com os sionistas.

Por exemplo, uma das coisas que fazia o kahal era recolher os impostos e as taxas, também para pagar as dívidas em atraso da maior parte das comunidades de judeus. Também era o kahal que fazia os censos da comunidade. Era o kahal que escolhia os recrutas, incluindo menores, que deviam ir prestar serviço militar. Era o kahal que administrava o herem, ou seja as punições e perseguições por apostasia que podiam ser a morte, até isso ser abolido pelo Estado. Etc, etc, etc...

Resumindo, os judeus são o que são porque os chefes deles nunca permitiram que eles fossem outra coisa. Sempre fizeram tudo para manter e impôr a segregação. E a grande tragédia é que os goyim cooperaram sempre, com consciência disso ou não.

Por isso é que o sionismo vai ser defendido fanaticamente. É a única coisa sobre a qual pode ainda assentar a segregação. Sem sionismo, penso que os judeus seriam assimilados em uma ou duas gerações hoje em dia.



Maria disse...

Muito bem Muja. Se tiver tempo, mais logo deixo aqui alguns exemplos de judeus-russos que fugiram (é o termo) da Rússia com os filhos recém-nascidos e/ou que vieram a tê-los já nos países d'adopção e ainda outros descendentes dos primeiros que partiram ainda adolescentes ou com poucos anos de vida e nunca mais quiseram voltar ao seu país d'origem e dos seus progenitores. E sei o que digo porque pelo menos um destes, russo d'origem e outro polaco, eram amigos dos meus Pais e contaram os motivos de terem deixado os seus países de nascimento e os motivos pelos quais nunca mais lá quiseram voltar. Fizeram a sua vida no exterior e dado o jeito extraordinário para os negócios, enriqueceram e viveram em paz e naturalmente sem os constrangimentos a que a sua religião os obrigaria caso nos ditos países tivessem permanecido.
Devo acrescentar que cheguei a conhecer estes judeus e tenho deles as melhores recordações.
Quanto ao resto, é pràticamente tudo conforme o Muja descreveu.

Kaiser Soze disse...

Love boat.

muja disse...

Tu és outro em quem um cachaço bem mandado também não se perdia. Mas para além de burro és cretino.


Kaiser Soze disse...

Isso tem ar de aleijar...

muja disse...

Não mais do que já estás da cabeça...

Kaiser Soze disse...

Então cachaço é curto...
Como.os judeus, os pretos, os ciganos, os eslavos e quem padece de vitiligo, era uma bala!

muja disse...

Ó cretino mas o que é que tu queres? Tens alguma coisa para dizer em concreto ou estás com dores?

Queres um espantalhozinho para te masturbares moralmente e mostrares a toda a gente que grande democratinha cheio de virtude és, é isso?

Balas mete-las tu onde quiseres cretino. Quem escreveu isso foste tu. Atira-te ao mar e diz que te empurrarem!







Kaiser Soze disse...

Queria...mas tenho medo de ficar cego e com as palmas das mãos cheias de pêlos...

muja disse...

Tens medo é de passar pela nulidade que és.

Argumenta qualquer coisita. Desenvolve um tema, sei lá.

Falta-te pedalada filho. Se a malta falasse da bola, das sondagens ou dos bestsellers aí sim, saltavas de peito feito!

Assim, olha, andas aí a ranhosar pelos cantitos, a escrever cretinices e ad hominems...

Ahaha, cuidado que eles andam aí! Toma rennie que isso talvez passe.

Kaiser Soze disse...

(passei à porta e pensei ter ouvido alguma coisa...nada. Nem chuva nem vento)

Maria disse...

Muja, farto-me de rir com as suas tiradas. É com cada uma de fazer inveja ao mais arguto. Elas são disparadas à velocidade da luz e depois é cá com cada contra-argumentação que só o mais indiferente, distraído ou cínico é capaz de não admirar.
E bem que preciso de me rir, bem basta a depressão que se apoderou do meu sistema nervoso central (e até o periférico) em virtude das sessões de quimioterapia em dose dupla a que fui submetida e que me deixaram sérias sequelas que não mais me abandonarão.

Embora òbviamente não concorde com o que ele escreve, tenho que dar os parabéns ao comentador Kaiser Soze pelo seu fair-play. Não é qualquer pessoa que aceita d'ânimo leve as investidas de Muja, umas espirituosas outras brejeiras mas todas a bater no alvo e que - perdoar-me-á - são do melhor (a par das do Dragão) que se pode ler nas caixas de comentários:)

A obscenidade do jornalismo televisivo