Ninguém parece ligar a isto porque os media nacionais são uma miséria. Mas deviam...porque isto significa que o MºPº português pode andar a reboque, agora, do poder político. Não é preciso vir Rio nenhum ou alterar a composição do CSMP se estas coisas da interferência da hierarquia do MºPº passarem a suceder-se com esta facilidade e descaramento. Nem sequer no tempo de Pinto Monteiro isto aconteceu, como agora aconteceu.
Sindicato do MP diz que diretor do DCIAP não pode "impedir inquirição de testemunhas" como Marcelo e Costa.
Já aqui tentei explicar as razões pelas quais considero bizarra e ilegal a intervenção hierárquica do director do DCIAP, mas ninguém quer saber disto para nada.
A Sábado foi entrevistar o presidente do Sindicato do MºPº que tem a mesma opinião: a intervenção do director do DCIAP neste caso não devia ter acontecido deste modo.
Por outro lado, o antigo sindicalista António Cluny, agora principescamente colocado no Eurojust, por artes mágicas, assim é que é, depois de ter sido chumbado para o lugar, discorda e acha muito bem e que o MºPº assim é que é. Dá uma no cravo para dizer que o director do DCIAP fez bem e logo dá outra na ferradura, para dizer que não deveria ter feito tal coisa fora do processo.
É pena que António Cluny tenha abandonado a defesa do MºPº independente do poder político e o prefira como voz do dono, no caso socialista. É mesmo muita pena, mas compreende-se. Não estaria no lugar que está se assim não fosse.
O MºPº actual, ou seja a PGR e o director do DCIAP mostraram finalmente de que lado estão: e não é o dos magistrados, como deve ser um magistrado, parece-me.
ADITAMENTO em 10.10.2019:
Pelos vistos a PGR Lucília Gago não meteu prego nem estopa no assunto do inquérito no caso Tancos. Mas acha bem o que o director do DCIAP fez porque foi no "exercício das funções directivas que lhe estão cometidas" .
Pois, gostava de saber como é se compaginam tais poderes e funções com o que diz a lei ( o EMP e o CPP)...mas parece que a assunto vai ser discutido numa próxima reunião do CSMP.
Esperemos para ver...sentados.
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