Na Sic-Notícias, Mário Crespo entrevistou Eurico Reis, juiz desembargador. Como de costume, os comentários deste indivíduo são imperdíveis.
Mário Crespo citou uma declaração anterior de Marinho e Pinto, dita há minutos no jornal da Noite da mesma Sic, em que o mesmo repescou um caso singular que foi analisado pelo STJ e relativo a uma expressão-desabafo de um juiz que dissera em privado e em conversa entre conhecidos que "os membros do CSM são todos uns filhos da puta". Esta boutade serviu a Marinho e Pinto para demonstrar que certas conversas privadas valem nada de relevante, enquanto outras desembocam em processos e decisões em sentido diferente.
Eurico Reis, depois desta historieta que envolve os juízes, desvia o assunto para dizer que os magistrados do MP não são órgãos de soberania e que os juízes sim, é que são. Depois lamenta que estes assuntos que atingem o MP atinja também os juízes...nem se dando conta da gaffe.
Depois disto, Eurico lembra que o inquérito disciplinar é um processo secreto e lamenta a quebra do segredo que ontem já permitia que as pessoas adivinhassem o processo disciplinar a Lopes da Mota.
Depois comenta o processo Freeport e a organização do MP. Critica o tempo decorrido ( "devido à estrutura irracional do MP", diz) e comenta amplamente o que provavelmente não conhece, não pode conhecer e que apenas se limita a referir o que os media relatam.
Critica o MP ao dizer que "não há uma estrutura organizada". E comenta logo a seguir o tipo de crime em causa, para dizer que a corrupção para acto lícito será crime já prescrito. Eurico já sabe que é isso que está em causa e como o entrevistador não pesca um boi do assunto, a coisa passa assim.
Este tipo de intervenção de magistrados assumidos como tal, como é o caso de Eurico dos Reis, devia ser proibido pelo Conselho Superior, por uma única razão: desprestigia a magistratura e é, a meu ver, indecorosa, por vezes.
Nada acrescenta de relevante ao que os jornais vão escrevendo e servem, no caso concreto ,para menorizar uma magistratura( o MP) sem que o indivíduo em causa tenha gabarito suficiente para o poder fazer.
Mário Crespo pergunta ao desembargador Eurico o que pensa do caso do presidente do Eurojust e este declara-se como juiz, "titular de órgão de soberania" ( como se ali pudesse ter alguma soberania!) e por isso não vai comentar. Só comenta que gostaria que se cumprissem as regras...e que nestes casos, se fosse com ele, fugiria como o diabo da cruz. E espera que se cumprem as regras. E repete que o MP não são juízes e não são titulares de poder de soberania ( como se ele ali o fossse!).
E Eurico dá a sua versão do figurino que gostaria para o MP: não seria como na França em que o ministro da Justiça manda no MP, mas com um PGR eleito e a mandar. Tipo tropa, subentende-se.
E Mário Crespo insiste no caso do procurador Lopes da Mota e Eurico lá diz, apesar de ter dito antes que não comentava ( por ser titular de órgão de soberania, entenda-se) que "é óbvio que as questões de fundo são as mais importantes" e lá repete a coisa do MP e dos juízes e coisa e tal. "Nós, juízes, estamos blindados" contra estas coisas ( estarão mesmo?!) e adianta que o MP deve encontrar um maneira de evitar estas "situações impróprias" . "Isto são situações impróprias", diz sobre o assunto que afinal não queria comentar.
Mário Crespo cita o caso antigo do ministro Alberto Costa sobre o tempo de Macau e outras pressões. Eurico, sobre isto, diz o quê?
Diz que a "situação é delicada, como é óbvio" e volta a não querer imiscuir-se numa área que. "Não posso e não quero estar a comentar". E insiste no sistema que "blinde os tribunais" ( afinal não estão blindados?) deste tipo de coisas.
Mário Crespo fala então numa coisa inesperada e curiosa: "imagine que o convidam para jantar e o abordam" etc e tal. Eurico tapa a cara com a mão, fica com um rubor que o écran não esconde e responde: "Ah! isso não acontece porque já sabem que eu nessas coisas sou bruto..." e volta a falar na blindagem.
A entrevista acabou aqui.
"Só espero que tenha conseguido ser útil", acaba por dizer Eurico.
"Ah! Certamente!" Responde Mário.
Arre!
Mário Crespo citou uma declaração anterior de Marinho e Pinto, dita há minutos no jornal da Noite da mesma Sic, em que o mesmo repescou um caso singular que foi analisado pelo STJ e relativo a uma expressão-desabafo de um juiz que dissera em privado e em conversa entre conhecidos que "os membros do CSM são todos uns filhos da puta". Esta boutade serviu a Marinho e Pinto para demonstrar que certas conversas privadas valem nada de relevante, enquanto outras desembocam em processos e decisões em sentido diferente.
Eurico Reis, depois desta historieta que envolve os juízes, desvia o assunto para dizer que os magistrados do MP não são órgãos de soberania e que os juízes sim, é que são. Depois lamenta que estes assuntos que atingem o MP atinja também os juízes...nem se dando conta da gaffe.
Depois disto, Eurico lembra que o inquérito disciplinar é um processo secreto e lamenta a quebra do segredo que ontem já permitia que as pessoas adivinhassem o processo disciplinar a Lopes da Mota.
Depois comenta o processo Freeport e a organização do MP. Critica o tempo decorrido ( "devido à estrutura irracional do MP", diz) e comenta amplamente o que provavelmente não conhece, não pode conhecer e que apenas se limita a referir o que os media relatam.
Critica o MP ao dizer que "não há uma estrutura organizada". E comenta logo a seguir o tipo de crime em causa, para dizer que a corrupção para acto lícito será crime já prescrito. Eurico já sabe que é isso que está em causa e como o entrevistador não pesca um boi do assunto, a coisa passa assim.
Este tipo de intervenção de magistrados assumidos como tal, como é o caso de Eurico dos Reis, devia ser proibido pelo Conselho Superior, por uma única razão: desprestigia a magistratura e é, a meu ver, indecorosa, por vezes.
Nada acrescenta de relevante ao que os jornais vão escrevendo e servem, no caso concreto ,para menorizar uma magistratura( o MP) sem que o indivíduo em causa tenha gabarito suficiente para o poder fazer.
Mário Crespo pergunta ao desembargador Eurico o que pensa do caso do presidente do Eurojust e este declara-se como juiz, "titular de órgão de soberania" ( como se ali pudesse ter alguma soberania!) e por isso não vai comentar. Só comenta que gostaria que se cumprissem as regras...e que nestes casos, se fosse com ele, fugiria como o diabo da cruz. E espera que se cumprem as regras. E repete que o MP não são juízes e não são titulares de poder de soberania ( como se ele ali o fossse!).
E Eurico dá a sua versão do figurino que gostaria para o MP: não seria como na França em que o ministro da Justiça manda no MP, mas com um PGR eleito e a mandar. Tipo tropa, subentende-se.
E Mário Crespo insiste no caso do procurador Lopes da Mota e Eurico lá diz, apesar de ter dito antes que não comentava ( por ser titular de órgão de soberania, entenda-se) que "é óbvio que as questões de fundo são as mais importantes" e lá repete a coisa do MP e dos juízes e coisa e tal. "Nós, juízes, estamos blindados" contra estas coisas ( estarão mesmo?!) e adianta que o MP deve encontrar um maneira de evitar estas "situações impróprias" . "Isto são situações impróprias", diz sobre o assunto que afinal não queria comentar.
Mário Crespo cita o caso antigo do ministro Alberto Costa sobre o tempo de Macau e outras pressões. Eurico, sobre isto, diz o quê?
Diz que a "situação é delicada, como é óbvio" e volta a não querer imiscuir-se numa área que. "Não posso e não quero estar a comentar". E insiste no sistema que "blinde os tribunais" ( afinal não estão blindados?) deste tipo de coisas.
Mário Crespo fala então numa coisa inesperada e curiosa: "imagine que o convidam para jantar e o abordam" etc e tal. Eurico tapa a cara com a mão, fica com um rubor que o écran não esconde e responde: "Ah! isso não acontece porque já sabem que eu nessas coisas sou bruto..." e volta a falar na blindagem.
A entrevista acabou aqui.
"Só espero que tenha conseguido ser útil", acaba por dizer Eurico.
"Ah! Certamente!" Responde Mário.
Arre!
11 comentários:
Gostava de o conhecer José, a si e à zazie!
One of this days :-))))
Peço desculpa mas fui-me abaixo, só tenho o novo pc para a semana!
eheheh vou youtubar!
É esfregar-lhe com o brilhante "Ad usum Delphini" do Dr. Euclides Dâmaso, escrito no Público e depois na RMP (n.º 114). Talvez depois começasse a compreender qualquer coisa!
Diria mesmo mais,Arre Burro!Quanto ao Marinho Pinto,assim como em Inglaterra existe a Ordem da Jarreteira,em Portugal o Senhor PR já criou a Ordem da Esfregona?
Referia-me ao Desembargador, como é óbvio!
Depois das declarações do Vitelino em nome do PS a gozarem connosco o Procurador Geral tem a obrigação de tornar público o Relatório.Se não o fizer já, será cúmplice de uma tentativa de encobrimento dos crimes praticados pelos intervenientes no processo das pressões.
Todos os argumentos que hoje ouvi a favor da urgente demissão de lopes da mota servem para exigir a demissão, há meses, do eng. de vão-de-escada. Um pouco de decoro, como diria o vital trapalhão.
Este Eurico tem um nome ou melhor um " petit nom " que, por razões óbvias não o vou dizer aqui mas que, em privado, nos meandros da justiça é conhecido de todos e que o define na íntegra....
Sempre direi que este indivíduo é ele prórprio um órgão de Soberania, quais tribunais... É Ele!...
E tal como outros cuja imagem já deveria estar gasta de tanto aparecerem nas TV's, Rádios e cassetes piratas, já devia, por decoro e temperança de um órgão de soberania, estar retirado destas lides...
Pena é que os continuem a convidar para darem estas entrevistas...
Mas... está bem..., tb convidam o Márinho, né???
Eurico está muito bem para Crespo. E vice-versa.
Lé com cré. Similis cum similibus
O Eurico é um egocêntrico e um vaidoso da quinta casa.
O pobre do man não consegue dizer duas palavras sem intercalar um "eu" ou um "mim" no meio.
E fica de tal forma ofuscado pelo seu próprio brilhantismo, que se atrapalha entre o aplauso da genialidade do que acabou de dizer e a expectativa tremenda do que vai dizer a seguir.
É uma doença diagnosticável.
Mas essa pessoa, Eurico, não participou na campanha, e respectivos debates, a favor da despenalização do aborto? Na altura não seria "titular de órgão de soberania"? Porque é que pode comentar, e insurgir-se contra a lei, quando se trata do aborto mas não o pode fazer quando se trata de corrupção? Gostava de saber.
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