sexta-feira, abril 05, 2013

Caso Sócrates: porque será o óbvio tão difícil de ver?

...se até o director do Sol já o viu, como mostra no seu artigo de hoje, no jornal?


6 comentários:

Floribundus disse...

'para quem não tem vergonha todo o mundo é seu'

Kaiser Soze disse...

A propósito deste artigo, que nada traz de novo para quem tem uma memória maior que a de um peixe de aquário, lembrei-me de duas coisas...

Num dos episódios do Seinfeld, o próprio vai-se sujeitar a um teste de polígrafo e, porque vai mentir mas ainda assim quer vencê-lo, pergunta a George, o rei da mentira, como fazer para o conseguir.
George responde-lhe: "Não é mentira se tu acreditares nela."
É o que acontece com Sócrates. Acho que é uma patologia clínica que não tenho conhecimentos para identificar.

A outra coisa foi a prestação do MST...também a vi...
Foi miserável... uma demonstração clara daquilo a que aqui se chama de "tudologia" sem qualquer esclarecimento e, infelizmente, conhecimento.

Unknown disse...

Nos filmes do velho faroeste americano, os actores que faziam o papel de bandido usavam lenços para esconder a cara. Como havia também o chapéu, ficavam expostos apenas os olhos. Não era fácil ao xerife identificar um fora-da-lei.

No moderno faroeste da Era Sócrates, os bandidos são autênticos e os crimes ocorrem no mundo real e ninguém precisa de esconder o rosto. Basta esmerar na pose de político ou empresário ao serviço da pátria, e estará garantida a condenação à perpétua impunidade. Foram óptimos os seis anos de colecções de casos de polícia e de farras no saloon. A boa vida sem perigo de cadeia que animou José Sócrates, serviu de exemplo para muitos outros.

Agora muitos cobrem a cara com barba para prevenirem a remotíssima possibilidade do rubor provocado pelo descompasso entre o que disseram e o que fizeram.

Mas o foragido de Paris pode estar confiante, os amigos são muito mais que bons companheiros. São cúmplices, prontos a colocar no peito do chefe da quadrilha a estrela de xerife.

Sempre disposto a balear a verdade, o canastrão que posou seis anos de xerife repetirá que só há dois é que começou a enxergar assaltantes na paisagem.

O campeão de bandalheiras que ocupou regularmente o noticiário político-policial, não necessita explicar nada e merece sossego enquanto se exercita no mistério da multiplicação dos Euros. E dos cheques.

muja disse...

Eu não concordo com a teoria da patologia.

Acho que ele não acredita numa vírgula do que diz. Acho que mente, sabe que mente, e sabe como mente porque o faz de maneira treinada.
Aliás, nada nele é genuíno: a pose, os gestos com as mãos, o tom de voz e, naturalmente, o discurso.
Tudo ensaiado, treinado, repetido.

E podemos assistir (semanalmente agora, para quem tiver estômago e vontade de o fazer) a pequenos vislumbres que demonstram isso quando, por exemplo, a câmara filma uns segundos mais do que estava previsto, capturando a mudança de "modo" (chamemos-lhe assim) de JS político para genuíno. Ou, por exemplo, nos breves segundos que às vezes demora a recompor-se depois de acusar o toque de alguma pergunta mais atrevida. Estai com atenção e vereis a transformação do bicho.

Acho que ele sabe muito bem o que faz e como o faz. Quanto a megalomanias, bom, penso que isso é consequência natural da impunidade, nele como na maioria dos seres humanos.

Conclusão: é um escroque. Mas um escroque bem assessorado, bem aconselhado (na medida do ponto de vista dele evidentemente, que é inversamente proporcional à nossa) e bem treinado. Nem sequer acho que possua talento particularmente grande na interpretação do papel que interpreta. Esses vislumbres que refiro descobrem-lhe a careca, haja perspicácia de quem assiste para os topar.
Penso é que ninguém antes dele tinha levado a arte de enganar o papalvo votante de maneira tão sistemática e "profissional" (salvo seja). Os anteriores baseavam-se normalmente num misto de intelectualidade (a fazer de erudição) e de particularidade ou idiossincrasia (a fazer de carisma) para atingirem o mesmo efeito - ou não viessem todos da mesma escola PRECiana. O inenarrável já não é dessa escola, é de outra mais moderna, portanto fazendo uso total das potencialidades que a tecnologia moderna de propaganda oferece e.g. consultoria de imagem, de pose, de discurso, etc.

Não é preciso patologia para explicar simples vigarice. Penso eu de que...

Unknown disse...

O problema não é o reles "bicharel" - o problema,aparentemente irresolúvel, é o povo de que esse bandalho é parte intrínseca, e o regime "pulítico" que, além de o aceitar, o promove.

Mário Rodrigues disse...



Para que não se perca:


Cheques de Sócrates descobertos em quinta no Ribatejo
inShare1

5 de Abril, 2013por Felícia Cabrita
Um agricultor no Ribatejo fez um achado insólito: mais de mil cheques da família de Sócrates, 263 do próprio, escondidos numa escrivaninha que pertenceu a um primo do ex-primeiro-ministro.
Na entrevista à RTP, Sócrates assegurou aos portugueses nunca ter tido acções nem offshores e de ser, precisamente há 25 anos, senhor de «uma única conta, na Caixa Geral de Depósitos». E, uma vez que nunca fez poupanças, foi obrigado a contrair um empréstimo na Caixa para fazer um mestrado em Paris.

No percurso de uma vida, há quem deixe pelo caminho espólios inéditos. Esta é a circunstância que liga Sócrates a Nuno Caçador, que no último Natal fez uma descoberta inusitada: num móvel abandonado na sua quinta do Ribatejo, encontrou dezenas de livros de cheques por usar, de José Sócrates e de outros familiares.

Na gaveta fechada à chave de uma velha escrivaninha, que teve de abrir a martelo, o agricultor descobriu 1.273 cheques, todos em branco e guardados ainda nos respectivos envelopes de origem, a maioria por abrir.

À medida que corria as cadernetas, saltavam-lhe à vista os nomes de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, do tio, da irmã e de três empresas da família, nos mais variados bancos: BES, Fonsecas e Burnay, Totta & Açores e Banco Português do Atlântico.

Dos 1.273 cheques, 263 são de uma conta de José Sócrates no Totta, 110 são de uma conta do tio, António Pinto de Sousa, e 75 de uma conta da irmã, Ana Maria. À época (1991), Sócrates era deputado e cortara o vínculo à Sovenco, empresa na área dos combustíveis, na Amadora, que fundara com Armando Vara, entre outros sócios.

Nuno Caçador interrogou-se: «Qual é o banco que entrega tantos cheques de uma vez só a uma pessoa? Isto não é normal!».

Leia mais na edição impressa do SOL, hoje nas bancas.

felicia.cabrita@sol.pt


http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=72379

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