quinta-feira, abril 11, 2013

Outra rabecada

O comentador João Miranda, no Blasfémias, escreve que a comentadora Ferreira Leite, ontem na tv disse coisas como isto:  "Manuela Ferreira Leite veio ontem aconselhar o governo a deixar derrapar o défice e a acumular mais dívida. Também disse que isso dos resgates não interessa para nada, o que interessa é que as pessoas não sofram, pelo que não vem grande mal ao mundo se vier um 2º resgate".

O comentador João Miranda conclui portanto que Ferreira Leite era um Sócrates alternativo quando concorreu a eleições que este ganhou, numa "extraordinária vitória" ( de facto foi o que disse, depois de ter passado um Verão de conspirações de Belém e conversas no Face Oculta que foram retalhadas à tesourada no processo para não se poderem ler porque eram "inócuas".)

Também ouvi a antiga ministra das Finanças e conclui coisa bem diversa: Ferreira Leite não era nem é despesista. Não era nem é um Sócrates alternativo e não era nem é alguém que enverede por políticas neo-liberais, mesmo e principalmente quando o pais se encontra à beira da bancarrota.
Está por demonstrar, se bem que o Governo ainda tenha espaço e margem de manobra para tal, que tais políticas que se limitam a afectar os funcionários públicos em geral e poupando grandes interesses económicos  e a banca, seja mais eficaz do que uma moderada política que Ferreira Leite defende.
Evidentemente pode ser que tenham razão. Ninguém sabe e é essa a diferença que tenho em relação à Ferreira Leite que me parece pessoa politicamente bem avisada.

PS. pode alguém perguntar porque razão comento o comentador Miranda. É simples: ninguém dá pontapés em cães mortos...

19 comentários:

zazie disse...

Em grande, José.

Assino por baixo!


Estes neotontos são marados e são perigosos.

São como os comunas, ou és por nós, ou és contra nós.

Floribundus disse...

MFL ou Dias Ferreira, o único politico com tradições familiares,
ao contrários dos outros saloios de 1ª geração,
é para os inimigos
'velha, feia,bruxa ...'

Kaiser Soze disse...

Estava, de facto, a perguntar-me o motivo desse Miranda ter tempo de antena neste blog.
O Blasfémias é muito mal frequentado e a prova disso é esse intenso disparate sobre a Ferreira Leite produzido por gente acéfala.

Pode-se gostar dela ou não mas chamar-lhe despesista é demasiado estúpido para levar em consideração...

lusitânea disse...

O Miranda esqueceu-se do tempo em que o gang do Relvas/Passos tiraram o tapete à Manela aliando-se com o Sócrates.Daí terem o JPP agora à perna...

Vitor disse...

Também ouvi MFL ontem. Confesso que não ouvi tudo o que disse porque já estava a falar quando, a fazer zaping, a apnhei. Mas não ouvi nada do que aquele comentador diz que ela disse. Devia estar muito distraido ... eu, claro. Ou então, aquele ouviu o que gostaria que ela tivesse dito para poder fazer o comentário que fez.

Mentat disse...

"Também ouvi a antiga ministra das Finanças e conclui coisa bem diversa: Ferreira Leite não era nem é despesista."

Caro josé

Decididamente vivemos em realidades paralelas.
Onde é que andava, quando ela foi ministra da educação e pôs como secretário de estado do ensino superior um tonto, que eu conheci, e que nunca conseguiu acabar o curso superior?
E se o acabou, já deve ter sido à moda do Relvas ou do Sócrates?
Bolas, ela foi uma das cavaquistas que preparou o terreno, para o Guterres transformar no pântano.
.

josé disse...

Esse tal tonto foi ela que o escolheu?

A Ferreira Leite sobre Educação deve saber pouco ou pelo menos não sabia o suficiente. Porém, sobre gastos e despesas públicas sabia e disse-o na devida altura.

Como o Cavaco, aliás, porque a Ferreira Leite é um alter-ego do Cavaco. No outro dia numa entrevista admitiu que conversa muitas vezes com o PR.

Porém a questão aqui é outra: se ele fosse primeiro-ministro em vez do Sócrates não tínhamos as dificuldades que temos. Isso tenho a certeza.

josé disse...

Na sociedade portuguesa é impossível ser neo-liberal sem se ter uma autoridade indiscutível. Ora o pobre do Passos é isso que não tem, apesar de me parecer bem intencionado.

Em Portugal o socialismo ganha aos pontos aos liberais e por isso é preciso fazer primeiro o trabalho da desconstrução do socialismo e da igualdade fictícia.

Depois se verá.

josé disse...

O que tenho feito por aqui a ir buscar o regime de Caetano e o que tivemos imediatamente antes do 25 de Abril é com esse propósito, ou seja, o de mostrar que poderíamos ser diferentes e bem melhor do que somos.

Ljubljana disse...

Caro José,

As suas palavras escritas sugerem-me mais um fluxograma, do género daqueles que o José parece não gostar muito, e que por aqui comentou há dias atrás. Aviso desde já que não pretendo tocar rabecão.

Cortar na função pública, ou é por si só inconstitucional, ou, por atacar o estado social, é igualmente inconstitucional, logo, ao que tudo indica, não se pode cortar na função pública.

Cortar nas PPP's e nas rendas energéticas, os grades interesses económicos que o José refere, não se pode por elas terem sido protegidas com contratos blindados à prova de qualquer ataque (pelo menos é o que eu tenho lido, e ilucide-me pf se estou mal informado).

A banca, além de se invocar ser "too big to fail", estará, apesar de tudo mais para lá do que para cá, como indicam as mais recentes declarações de Lagarde. No bom tempo, quem de direito ou não, já no bolso meteu o que pôde.

E finalmente, parece que só nos resta um sector onde se pode, e se tem, pelo menos até agora esquartejado à vontade. Ao que parece não há constituição que o proteja, porque assim quis quem a criou.

josé disse...

Também não me parece raciocínio acertado: pode cortar-se em todo o lado desde que se faça tal coisa com igualdade e proporcionalidade. Foi isso que o Constitucional disse.

Agora saber o que é isso da igualdade versus desigualdade é um boco de obra que o Constitucional não soube deslindar devidamente e não saberá.
Por aí, a crítica será certeira e houve quem a fizesse no mesmo acórdão para aceitar as normas como plenamente constitucionais. Mas tal tarefa de interpretação é Direito puro.

josé disse...

Um bico de obra, quis dizer.

Mentat disse...

"Esse tal tonto foi ela que o escolheu?"

Claro que foi.
A Senhora gosta de se fazer passar por uma Senadora, mas ela é tão ou mais filha da maquina partidária do que o Passos Coelho.
E foi ela que começou o descalabro do aumento de custos no Ministério da Educação.
.

josé disse...

Provavelmente terá razão, mas ainda acredito mais na senhora do que noutros.

Quem está nos partidos tem que fazer concessões e por vezes inadmissíveis.

É esse um dos problemas da nossa democracia.

Lembro-me bem, já agora, que a mesma senhora disse que o Jaime Gama tinha sido muito bem escolhido como presidente da AR.

Isso mostra o descalabro.

josé disse...

Costumo dizer que se o Paulo Rangel fosse o PM não teríamos os problemas que temos.

Mas...não teríamos mesmo? É que já não sei.

josé disse...

Agora há limites para a inadmissibilidade e um deles é escolher o inenarrável Sócrates seja para o que for.

Ljubljana disse...

"Mas tal tarefa de interpretação é Direito puro"

Para quem sabe tocar rabecão, portanto.

"...houve quem o fizesse no mesmo acórdão para aceitar as normas como plenamente constitucionais."

Sabe que na minha humilde opinião considero mais correcta a decisão do ano passado, em que deixaram passar invocando regime de excepção, se não me engano, do que aceitarem da forma como refere acima.

A lei fundamental é que parece estar completamente descontextualizada da realidade social actual.

zazie disse...

Teríamos por um pequeno detalhe, José:

Havia de mostrar aquele defeito que o Paulo Portas também tem- retorcid@s. São sempre muito retorcid@as e dad@s a tricas.

eehhehehe

josé disse...

Não me tinha ocorrido tal coisa mas é bem capaz de ter razão.

O Público activista e relapso