quinta-feira, abril 04, 2013

A licenciatura de Relvas e a de Sócrates

O Marcelino, mentor do jornalismo desportivo no Diário de Notícias está neste momento ( 21h) na RPT1 a dizer que a licenciatura de Relvas e de Sócrates não se comparam. Este "estudou", fez cadeiras e só houve aquele pequeno problema na parte final da licencitatura que lhe tira o lustro de ser engenheiro. Isto do lustro sou eu a escrever porque o Marcelino desportivamente acha que a licenciatura de Sócrates é um exemplo de razoabilidade e a de Relvas uma vergonha. Pobre Marcelino e pobre Diário de Notícias cuja direcção anda assim à imagem dos oliveirinhas da nossa pobre figueira. Um jornal com uma tradição secular entregue a este tipo de gente é uma tristeza.

Marcelino que aqui faz novamente papel de imbecil, provavelmente com má-fé,  esquece os outros pequenos problemas que surgiram com essa licenciatura de Sócrates e que um dos dirigentes da universidade onde se terá licenciado, Rui Verde, bem qualificado para o fazer,  apontou já: Sócrates não é licenciado como deve ser porque as irregularidades são tantas que acabam por ser piores e bem piores do que as de Relvas.
Marcelino esquece a falsificação de documento na A.R. com uma escandalosa alteração da ficha biográfica que beneficiou aquele e que portanto deveria ser alvo de investigação criminal que nunca o foi verdadeiramente porque o DCIAP passou pelo assunto como cão por vinha vindimada.
Marcelino esquece que uma licenciatura não é o mesmo que um bacharelato e que mesmo assim, as cadeiras que Sócrates cursou para o obter são alvo de discussão académica por causa do célebre professor Morais que Sócrates não conhecia senão por apresentação aquando do curso da Independente, o que é duvidoso e altamente aldrabante.  Portanto, estas coisas que o jornalista Marcelino esquece de propósito determinam exactamente o contrário do que disse: a licenciatura de Relvas é provavelmente mais digna do que a de Sócrates.

Na SIC-N, com o regressado Mário Crespo, está um socialista político ( futuro governável, o Eurico)  a comentar o assunto Relvas. Diz que não estava à espera desta demissão assim tão de surpresa. Percebe-se: os socialistas deste tipo nunca se deram por achados com estes pequenos problemas de licenciaturas cabalísticas porque nunca se deram por achados por outros problemas bem piores como sejam as acusações de pedofilia dos seus dirigentes. Por isso, é outro triste que por ali está a perorar sobre assuntos sobre os quais deveria ter pejo. Vergonha.

Aditamento em 5.4.13:

Rui Verde em declarações ao Diabo desta semana é taxativo, sobre o regresso  e a licenciatura de José Sócrates: banco dos réus seria o destino natural e não o banco da televisão.


De facto, o jornal Sol de hoje traz uma notícia que suscita um mistério: José Sócrates disse na entrevista à RTP que era senhor de "uma única conta, na CGD, há 25 anos".
Segundo conta o Sol, há 22 ( em 1991) era titular de uma outra conta, num outro banco e com contornos misteriosos: uma conta com centenas de cheques passados pelo banco emissor e que nunca foram usados. Pior ainda: estariam na posse de um primo, suspeito de coisas estranhas que se passaram no Freeport. Haverá matéria para reabrir o processo? Nunca se sabe...antes de se saber, até porque com 22 anos em cima estará tudo prescrito.
Porém, o autor do achado pergunta muito legitimamente: " Porque é que os cheques do Sócrates, da irmã e de uma empresa da mãe estavam na casa do primo?"
Sim, porque é que estavam? É essa uma das perguntas a fazer-lhe no próximo Domingo, na tv. Por outro motivo apontado pelo jornal, apresentado por "fontes da banca": "É estranho os bancos terem emitido tantos cheques de uma só vez e, ainda por cima, a empresas cuja dimensão e actividade parecem não o justificar."
Com Sócrates é só mistérios por resolver e ninguém verdadeiramente interessado em saber. Vá-se lá saber porquê...


Questuber! Mais um escândalo!