domingo, abril 28, 2013

O jornalismo trash do Correio da Manhã: manchas de sujidade na primeira página

Ontem o jornal Correio da Manhã tinha esta mancha na primeira página:

Quem leu percebeu o quê, exactamente? Que Durão pode ter sido um estudante "à Relvas", cujo significado entrou no domínio do discurso corrente: facilidades académicas para obtenção de curso superior.
A mancha do jornal é grave porque associa as "cadeiras à Relvas" com a "passagem administrativa a 8 disciplinas", "no Prec", acrescenta o jornal na mancha suja de primeira página.

Tal é desenvolvido no interior do jornal em modo ainda mais manchado e com sujidade ainda mais carregada. Assim:

A jornalista Diana Ramos que provavelmente não viveu o PREC e não sabe o que foi exactamente, atira a mancha de sujidade escrita para cima da foto de Durão Barroso, o apanhado do dia neste jornalismo trash que não sei em que escola foi aprendido e com quantas cadeiras se fez.
Escreve a mesma que Barroso "tirou o curso no período da revolução de 1974", o que é falso, porque Barroso acabou o curso em 1978. Escreve ainda que "do total de 23 cadeiras, 8 foram feitas com a atribuição de notas de forma automática, uma prática comum naquele tempo". Falso novamente. Não foram oito nem era comum "naquele tempo" que  porque tal só ocorreu num mês daquele tempo, precisamente o mês de Maio ou Junho de 1974, no rescaldo do 25 de Abril e na confusão que se gerou nas faculdades, mormente de Direito, a propósito de disciplinas "fascistas", professores "fascistas" ( o grande professor Martinez que o diga) e de curricula "fascista". Como passou quase tudo a ser "fassista" ( Domingos Abrantes repetia o termo ad nauseam) o curso de Direito, onde Barroso se encontrava inserido no MRPP, movimento cripto-comunista contra o "fassismo" e o "social-fassismo", levou uma volta ideológica e em Junho de 1974 foi aprovada em RGA ( estive lá, numa dessas reuniões gerais de alunos e vi o ambiente revolucionário, fervilhante dos garcias pereiras, barrosos e tutti quanti) a suspensão de exames na faculdade. Tal determinou, por decisão sabe-se lá de quem, as tais passagens administrativas para aqueles que se encontravam inscritos em exames e só para esses. Barroso estaria inscrito em dois exames nessa altura e beneficiou por isso de duas passagens administrativas e não oito como escreve a jornalista-trash. O jornal de hoje, aliás, refere que Ana Gomes também beneficiou de tal coisa, a uma cadeira...

A explicação deste fenómeno ocorrido em Junho de 1974 não é devidamente contextualizada no artigo em causa porque o objectivo não seria esse, notoriamente. O desiderato que a mancha de primeira página confirma é apenas um: declarar urbi et orbe, com a autoridadae jornalística do Correio da Manhã, sancionada pelo seu director que neste caso devia ter grande vergonha, que afinal Durão Barroso é da mesma estirpe académica de um Relvas. E não é, evidentemente. Mas com a mancha de primeira página do CM passa a ser para muita gente que passou no escaparate do quiosque e leu a sujidade manhosa. Esse efeito ninguém lho tira, ao Correio da Manhã e os jornalistas trash sabem perfeitamente que assim é e deixam que seja porque lhes rende leitores e dinheiro. Obsceno, portanto. Criminoso, eventualmente. Indesculpável, sempre.

A prova de tal malfeitoria vem na edição de hoje do mesmo jornal. Com a mancha suja na primeira página de ontem, a reitoria da Universidade fez horas extraordinárias num dia de descanso semanal, eventualmente por pressão do visado ( será que fariam o mesmo com outra pessoa?) e o jornal publica hoje mesmo um esclarecimento cabal que deveria aparecer na primeira página. Mas não aparece porque o efeito de ontem já surtiu todo o curso possível. A mancha de hoje é sobre a"pornografia infantil" atribuída a uma juíza ( uma magistrada jubilada mas tal só se descobre lendo no interior. O que interessa é, mais uma vez, a mancha suja na primeira página).

Apesar de Durão Barroso solicitar a "correcção imediata da notícia, com o mesmo destaque com que foi publicada" tal não acontece porque o jornalismo trash é mesmo assim: faz o mal, aproveita para fazer caramunhas logo a seguir, se lhe interessar, e não tem emenda, porque não há modo de o emendar, a não ser com medidas drásticas que a democracia não permite, em nome da liberdade de informação que esta gente por vezes avilta sem punição alguma.

A única correcção decente à tal mancha suja seria um esclarecimento cabal na primeira página em que se desse conta dos erros e asneiras da notícia assinada pela tal Diana Ramos que provavelmente nem se dá conta da gravidade destas coisas.
O Correio da Manhã deveria ter escrito muito simplesmente isto na mancha da primeira página de hoje:

"Ao contrário do que o Correio da Manhã afirmou ontem, em primeira página, Durão Barroso não fez o curso com cadeiras à Relvas. O jornal errou em vários factos que se esclarecem no interior e pede desculpa aos leitores e visado". Era assim, pelo menos. Pois bem, nada no jornal de hoje reflecte tal mea culpa que evidentemente não sentem. Nada de nada e a página que consagram à reposição dos factos é esta, simples e sem comentários a pedir desculpas ou a explicar o jornalismo de manchas sujas.

O que fazer com este tipo de jornalismo? Nada de especial. Parece que a Universidade recorreu à ERC. Perda de tempo. Os tribunais também não são para este tipo de jornalismo porque a jurisprudência do TEDH assegura que isto pode ser liberdade de informação legítima,  porque há factos que são verdadeiros e o exagero noticioso é algo com que as sociedades modernas têm que conviver.
Pois então sugiro outra coisa mais eficaz e pessoalizada: aos responsáveis por esta mancha suja no jornal onde trabalham e de que vivem, far-lhes-ia o que dantes no far-west se fazia aos pequenos delinquentes sem emenda: um balde de alcatrão e penas, com passeio pela Rua Principal. Por cá, o alcatrão está pela hora das ppp´s e as penas já as devemos aos pássaros. Por isso mesmo, pode haver alternativas mais viáveis: um balde de entulho de papéis velhos do jornal que escrevem, com tinta fresca por cima.
Estou em crer que não farão queixa do tratamento...

39 comentários:

zazie disse...

Tem toda a razão. É uma gigantesca mentira e cospem para o ar.

Eu também apanhei com passagem administrativa em algumas cadeiras, mesmo que não quisesse.

E teria de me sujeitar ao apto A, B ou C, em 75/76, pois não havia alternativa.
No meu caso, interrompi porque nunca suportei trabalhos de grupo e não estava para baixar média.

Floribundus disse...

os jornalistas da nossa praça deviam ser passeados 'nus com as mãos nos bolsos'. os cursilhos que tiram são 'novas oportunidades'

na minha modesta opinião nada disto acontece por acaso

o 'jornalismo de causa' têm sempre pelo menos um 'pai' ou é filho da mãe

havia um colega seu da fac muito famoso pelas passagens administrativas.

é sempre difícil compreender os factos que se não viveram por cada qual tem a sua ideologia e confunde-se desenvolvimento com progresso. ontem tive oportunidade de ver isso no seu anterior post.




jatavares disse...

Que muita gente se soube aproveitar das confusões do PREC não tenho dúvidas e mais, normalmente, os que mais souberam tirar partido da situação eram activistas políticos. para trás ficaram todos aqueles que fieis ao cumprimento das leis e ao "Estado" de direito preferiram manter-se independentes e observadores do teatro da luta política.

Quem na altura foi activista político , encaixou-se nos partidos, estes vieram a transformar-se em verdadeiras agências de emprego e distribuidoras de tachos.
O resultado de tanto desvario e da premiação da mediocridade está hoje a descoberto, à vista e agora paga o justo pelo pecador, cortes a eito e desemprego que atingem preferencialmente aqueles que continuaram a querer ser independentes dos partidos.

zazie disse...

Por acaso penso precisamente o contrário.

Quem mais tirou partido da bandalheira académica foram os que apenas cuidaram da vida.

Os das utopias entregaram-se a isso e só depois assentaram.

O exemplo do Saldanha Sanches é sintomático.
Licenciou-se muito mais tarde e nem ficou com casinha de graça à conta de ocupações.

zazie disse...

Porque a "fidelidade às leis e ao Estado" obrigava mesmo a ter-se passagem administrativa, a ficar-se sujeito a trabalhos de grupo obrigatórios e depois não ter notas- apenas apto/não apto em 2 escalões por letras.

Devo ter sido das raríssimas pessoas que não concluiu um curso nessa altura.

E depois nem me deram equivalências porque alteraram tudo a meio.

Fiz tudo de novo, passados uns anos.
Sempre que alguém vê o meu cv nem acredita. Não aproveitei o que era de lei.

zazie disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
zazie disse...

Em 3 escalões.

E aquilo tornou-se insuportável. Em letras era só marxismo mongo obrigatório.

Em Direito, ainda me lembro de alguns que foram para profs e cheguei a ver manuais que metiam dó.

Portanto, há uma geração que se não foi doutrinada por partido, há-de tê-lo sido por licenciatura.

Depois passaram a ser logo formatados na primária.

zazie disse...

Mesmo o Durão não encaixa por aí. Ele não tirou partido da bandalheira para fazer carreira por partido.

Ele lá há-de ter achado que nasceu para chefe e foi chefe em puto. Era ele quem mandava em Direito.

Depois fez bom casamento e fez estudos de outra forma.

A carreira nem sei bem como terá sido mas pela facilidade com que achava que era chefe.

Tomou-lhe o gosto bem cedo. Não ia descer depois de já mandar. E há-de ter saltado para o PSD assim- para mandar. As pessoas deixam-se sempre ludibriar por estas cenas à National Geographic.

zazie disse...

O Rosas, idem. Saltou sempre como chefe; nunca passou por pé-raso, nem para aprender a historiador

":O)))))

zazie disse...

Na volta é essa explicação pela qual uma geração da minha idade, da área de letras e que foi para prof ficou tão ursa.

Por isso é que nem abrem a boca nas escolas e amocham estas merdas das militâncias das jotas e das patrulhas comemorativas do centenário do Cunhal.

Os que ainda não se reformaram, licenciaram-se assim.

Luis disse...

Exemplo tipico do "jornalismo" do CM. Nao é por acaso que a este OCS se chama "correio da manha", porque de manha se trata na forma como fabricam cabeçalhos, de manha se trata na forma como constroem artigos e de manhosos se trata quando se refere os construtores destes artigos. Lamentavelmente, porque nao precisam desta manha toda para vender. Até porque toda esta manha é sinonimo de falsidade da "informaçao" publicada.

Mentat disse...

"Tem toda a razão. É uma gigantesca mentira e cospem para o ar.
Eu também apanhei com passagem administrativa em algumas cadeiras, mesmo que não quisesse.
E teria de me sujeitar ao apto A, B ou C, em 75/76, pois não havia alternativa."

Cara zazie

Afinal é mentira ou não é mentira?
Só houve um mês de aptos, ou houve 2 anos (com uma versão final dos chamados aptos escalonados) ?
Se o Durão acabou em 78, então entrou em 73 e apanhou os tais 2 anos de aptos.
Eu não sei o que se passou em Direito (mas a ideia que tinha era de ter havido uma razia geral de saneamentos políticos), mas sei o que se passou no Técnico.
E não foi um só mês de “aptos”.
E eu, e os meus colegas, que entrámos em 79, pagámos com língua de palmo, como se tivéssemos alguma culpa, o ressabiamento de alguns dos professores regressados do “exílio” (vulgo saneamento).
E esse tipo de "engenheiros", que tirou o curso com esse “legítimo” modo de avaliação, sei bem onde é que eles se instalaram e a “categoria” que possuem.
.

Mentat disse...

"Devo ter sido das raríssimas pessoas que não concluiu um curso nessa altura.
.../...
Não aproveitei o que era de lei."

.
E só lhe fica bem.
.

zazie disse...

É mentira porque ele era de Direito. Em Letras foi diferente. As passagens administrativas apenas acontecerem em 74.

E nada tem a ver com Relvas. No sentido em que ele não se armou em chico-espero a procurar facilidades dentro do sistema.

Ele apanhou com o sistema (que ajudou a construir, é um facto)

Mas não por incapacidade ou por fazer carreira em partido.
O MRPP até foi ilegalizado e nunca foi local para carreira.

Por isso é que depois saltaram para PS e PSD.

zazie disse...

No meu caso, tamb+em foi por questões familiares.

Mas garanto-lhe que é ao contrário do que o outro disse- não foi por "ficar a ver".

Foi precisamente por activamente me dar para ler aquela porcaria e andar a deitar abaixo tudo.

Olhe, tal como agora, quando me dá para embicar.

Nunca fui muito influenciável (ou mesmo praticamente nada) e, quando noto fraqueza teórica perco o respeito.

Era impossível respeitar aqueles pseudo-professores filhos de Abril.

E quanto a trabalhos de grupo sempre foi assim. Trabalho bem em grupo, sim, desde que não seja para depois ser avaliada por média.

Agora ter nota à conta de outros, não faz o meu género. E recusei-me sempre a isso.

zazie disse...

Mas olhe que não se trata de me ficar bem.

Atrasei a vida à conta disso.

Nem sabe como. Nem me apercebi na altura das consequências.

Mas estava noutra e depois também nunca me assustou estudar e fazer outro curso de novo.

Nas calmas. A trabalhar, até à noite e a tirar as melhores médias.

Não é para me gabar; é até para perceber que isso nem é o principal, em certas áreas onde merece mais a pena ser papagaio ou porta-estandarte.

zazie disse...

O que eu queria dizer é que o Barroso pode ter muitos defeitos mas não era do género "barriguista".

Não se meteu em negócios para depois inventar status académico com equivalências como o outro.

Não tem absolutamente nada a ver.

zazie disse...

Não sei é se em Direito houve apto/não apto com aptos por A,B,C.

Não faço a menor ideia.

Isso nem facilitava nada porque podia baixar média final.

Se calhar ele fez melhorias por causa disso.

Muito mais gente as fez ou tentou fazer.

Mas a fraude dos aptos escalonados ou não é que houve aptos a granel que nem uma linha precisaram de escrever para ficarem com as cadeiras feitas.

Lembro-me perfeitamente de quem fazia os trabalhos sobre Platão em letras.

Hoje até é mais ou menos figura pública que chega a dar entrevistas acerca do "estado das coisas".

Não por ele que apenas era simpático, mas por quem aceitou que ele os escrevesse e depois bastava assinar com nome próprio.

Esta malta, sim. É da minha idade, muita nada teve a ver com militâncias e muita mais foi mesmo para prof, porque era uma área propícia a isso.

zazie disse...

Claro que o curso dá apenas "ferramentas".

Não É por causa de 4 anos que se tem de ficar ignorante para o resto da vida.

O que eu referi foi a mentalização escardalha.

Quem nem andava próximo disso, e tinha muito respeitinho a tudo o que fosse a figura do prof, engoliu aquela merda e nem sei se notou o paladar.

Não sei. Às vezes pergunto-me porque é que a maioria dessa malta que foi minha colega ficou mesmo a dar para o status quo em tudo, incluindo no tom ideológico de fundo.

Ainda hoje fazem logo upgrade de toda a linguagem e aderem com a maior das facilidades ao politicamente correcto.

Outros eram filhos de gente que teve de fugir para o Brasil.

Na volta foi a sorte deles.

zazie disse...

E, é claro, que existe a formação familiar que é sempre muito importante.

josé disse...

Palpita-me que a Ana GOmes tirou o curso desse modo. Não sei e não quero difamar, mas pelo que vejo e pelo que ouço, quer-me bem parecer que sim.

O CM é que lhe podia perguntar agora como foi aquilo...

Mentat disse...

"Agora ter nota à conta de outros, não faz o meu género. E recusei-me sempre a isso."
"Mas olhe que não se trata de me ficar bem."

Cara Zazie

Este meu último cumprimento foi um pouco duma espécie de auto-louvor disfarçado.
Eu fiz todo o meu curso a trabalhar e sou um comprovado incompetente na chamada “gestão de carreira”.
Também me recusei a fazer trabalhos de grupo, em que a nota era a média do grupo.
E o último trabalho, que fiz com um grupo com mais de 1 colega, foi Investigação Operacional.
E isto, porque durante a discussão do trabalho o Professor resolveu (e ainda bem) avisar, que se ninguém se opusesse ao que era defendido por qualquer dos intervenientes, ele assumia que todos estavam de acordo e ele classificaria nessas condições.
O modo como acabou a discussão do trabalho não se pode dizer que tenha sido muito elegante.
Passei a fazer grupos só com um colega, até chegar ao cúmulo da parvoíce, de ter resolvido fazer Processos Gerais de Construção sozinho.
Por isso, cara Zazie podemos estar, por vezes, em extremos opostos da ideologia e em termos de cultura estamos sempre (vc no topo, eu na base), mas eu aprecio mais a honestidade do que os currículos académicos.
.

zazie disse...

Não estamos nada em extremos ideológicos.

Eu nem tenho ideologia e acho qeu o Mentat também não.

Mas é isso, ser-se individualista é uma chatice.

Eu cheguei a preferir ser eu a mandar e fazer tudo, só para não ter de apanhar com o grupo e média por moda

eeheheheh

................

Quanto à Ana Gomes, é possível. Essas coisas nem são clandestinas. Basta ver como é que a faculdade tinha os curricula e as datas em que lá andaram.

Profs sei. E cheguei a ler folhear alguns manuais e aquilo era uma vergonha.

Um desses foi o do Romeu Francês- uma trampa sem ponta por onde se pegasse.

Aquilo nem era Direito, era uma pseudo-filosofia do Direito que impingia marxismo.

zazie disse...

E não me chame culta que nem sou nada disso. Nadinha.

zazie disse...

Lembrei-me agora de autores de manuais escolares.

Ahahahahha

É um facto que andaram manuais escolares do 10 ao 12º feitos por quem apenas deixou a assinatura no trabalho escrito por outro

ehehehe
Verdade. Por isso é que depois precisam de muitos bonecos para "ilustrar" a teoria.

Uma treta. Não devem ter lido nunca mais nada na vida. Já tinham o curso, depois era só "transmitir" aos alunos.

E depois vendiam os manuais que vinham já da liofilização escolar.

Mas hoje deve ser pior. Tudo tende ainda mais para baixo. Quem faz os programas é literalmente mongo.

E isso sei do que falo porque cheguei a ser convidada para fiscalizar aquelas cenas de provas que eles faziam.

Mandava quase tudo para o lixo. Era só erros.

manuela moura guedes disse...

Fui colega de Durão Barroso , do 1º ao 5º ano na Faculdade de Direito de Lisboa. Era um excelente aluno, mas atravessou o PREC como todos nós, alunos naquela altura(o Santana Lopes por exemplo , a Bébé beleza que agora está no Supremo) e ,principalmente em Direito ,isso foi muito sentido e sofrido. O que o CM fez não só é jornalismo de sarjeta como me parece ser uma "encomenda". Posso estar enganada mas , pelo menos até há muito pouco tempo, o Relvas era um rapaz de francas convivências por aquelas bandas. É claro que também pode ser pura estupidez .Ou as duas...

josé disse...

É provável que seja mesmo uma encomenda, sem remetente concreto. Também me ocorreu porque Durão Barroso pisou uma mina, ma segunda-feira, em Bruxelas ao dizer publicamente e com estrondo que há limites para a austeridade. A mina rebentou hoje na Alemanha porque a Merkel ficou irritada e deu ares de querer mandar na Europa. Mais uma vez...

Unknown disse...

Caro José, hoje nem estou a conhecer a sua escrita "MALFEITORIA", lembrou-me logo o camarada jerónimo.
Tambem não percebi a rapidez com que disse "juiza jubilada", não quer dar aqui a conhecer a plebe, o que é a "mama do jubilado".

Respeitosamente
Carlos

josé disse...

Olhe: nem é "juiza jubilada" mas reformada, parece-me. E acho que a conheço. Reformou-se porque não tinha condições mentais para tal. Se for a que estou a pensar que é, há uns anos tentou suicidar-se e ficou muito debilitada.

Se for essa, conheci-a nos anos noventa quando fazia julgamentos e sempre me pareceu pessoa com problemas psicológicos, mas era diligente, trabalhadora e sabia Direito. Senso, por vezes, não tinha. Mas isso, há tantos e tantos de quem se pode dizer o mesmo...

Unknown disse...

Sim José eu tambem conheço a senhora em questão e tudo isso é verdade.De si outra coisa não espero.
Do que se queria falar, era dos jubilados, com menos de por exemplo,50 anos, sem problemas mentais,diligentes,bastante e sem nada que se lhe aponte, no CSM, para não dizer que se reformam principescamente, estes. Com estas bonitas idades.
Isto não é um ataque á classe acredite, mas é um facto.Ou não é?
Por isso apenas fica a pergunta, quem legislou assim á vara larga? Os vermelhos os rosas ou os laranjas?com bom senso ou nem por isso?
Respeitosamente
Carlos

P.S desculpe pelo facto de não ser o tema do Post.Os meus comentarios sobre isto terminam agora

josé disse...

Esteja à vontade para comentar mesmo fora do assunto do postal porque aqui não faço questão de etiquetas.

Portanto, sobre os jubilados com 50...não me parece que os haja na profissão. Pelo menos não conheço nenhum. Com 60, sim.


Conheço um que trabalhou desde os 14 anos, a descontar para a Previdência desde então. Tem agora 58 e não conseguiu jubilar-se ou reformar-se com perda mínima de vencimento. Se fosse há meia dúzia de anos teria conseguido...

hajapachorra disse...

Há uma geração intocável. Diz a Zazie que durão «depois fez bom casamento e fez estudos de outra forma».
Qual forma?

Não me lixem. Quem tinha 20-30 anos em 75 safou-se bem e pagamos um preço elevadíssimo por isso. Com o sétimo ano muitos, milhares, tornaram-se professores de liceu para a vida. Com algum tempo de exílio alguns tornaram-se assistentes universitários e com um mês de mestrado em Boston muitos passaram a catedráticos num instante.

hajapachorra disse...

Um inspector da judiciária num abrir e fechar de olhos arranjou um passo antifascista e tomou conta de uma faculdade.

hajapachorra disse...

um passado

José disse...

Talvez tenha razão num aspecto que focou e que está implícito no que escreve: a mediocridade tomou conta de muitos sectores e a meritocracia que existia de algum modo, foi atenuada ou mesmo eliminada. Talvez isso explique a razão de não termos saído da cepa torta. Mas é a penas um palpite que merecia desenvolvimento e estudo.

Saber por exemplo a razão de ter aparecido um ISCTE como o que existe e que antes de 25 de Abril fora criado por Marcello Caetano para dar ocupação aos sociólogos da treta esquerdista que já larvavam nos meios laborais e académicos.

zazie disse...

É capaz de ser mesmo assim.

O que eu queria dizer é que os estudos do Barroso devem-se ao bom casamento e não a carreiras partidárias.

Não tem comparação com o Relvas como se escreveu no CM.

Como foi depois, não sei. Foi no PSD. Mas não foi sendo prof universitário nem sacando por cá, grandes cargos em empresas públicas.

zazie disse...

Mas o resto que o hajapachorra diz é mesmo o que eu penso.

Eu também referi que se tornaram profs para a vida só com umas pitadas de marxismo.

E passaram a fazer manuais escolares com isso.

Ontem até estava a pensar alto precisamente acerca dessa geração.

zazie disse...

«Quem tinha 20-30 anos em 75 safou-se bem e pagamos um preço elevadíssimo por isso.»

Era nisto que estava a pensar.

Safou-se bem, sim. Pagamos preço, idem.

josé disse...

O mérito tecnocrático que dantes existia e tinha sido uma das chaves do sucesso caetanista deixou de fazer o mesmo sentido, com o relaxamento dos costumes políticos e até morais.

Esse relaxamento deu cabo disto. Como disse o Catroga sobre o Bandeira e o Vara, a propósito da CGD, abandalharam tudo porque não tinham nem têm estaleca para governar.

Formaram-se na política, à Relvas, isso sim. Com percursos profissionalizantes na intriga e capelinhas maçónicas(PS) ou de interesses económicos particulares ( PSD. Foi essa a formação que tiveram.

Basta dizer que as primeiras leis de organização judiciária do país sairam do bestunto de ALmeida Santos. A COnstituição dos comunistas com a colaboração de tipos como Jorge Miranda, um compõe.

Em Economia foi sempre uma desgraça porque nunca tivemos ninguém com autoridade para demonstrar o logro em que nos encontrávamos, ao seguir pela via colectivizante.

VOzes soltas e desgarradas como a de Pedro Ferraz da Costa e outros nunca foram ouvidas.

O Público activista e relapso