sábado, setembro 21, 2013

A apologia de Salazar e Caetano

Vasco Pulido Valente  no Público de ontem fez um panegírico a um intelectual do séc.XIX, declarando-o urbi et orbi, "o homem que melhor percebeu o Portugal da segunda metade do século XIX". Não sei, mas talvez seja. Quem sabe? VPV louva-se nas obras do dito que influenciaram gerações ( até à de VPV, pelo menos) e cita-o profusamente para concluir que desde a segunda metade daquele século Portugal viveu de dinheiro emprestado para pagar ao funcionalismo directo e aos apaniguados do Estado, quase toda a classe mediana que então existia. Conclui que hoje se passa o mesmo e por isso estamos como estamos.

A análise de VPV peca pela excessiva demonstração que tenta provar demais. Entre a segunda metade do séc. XIX e todo o séc. XX, portanto cento e cinquenta anos de enfiada, apareceu um indivíduo em Portugal que durante quase cinquenta anos contrariou esse fado martins: Salazar. E o continuador, Marcello Caetano.

O Estado Novo nada tem a ver com a mentalidade de que fala Martins e VPV.  Logo, a apologia é evidente e fica implícita. Que o reconheça e tire as devidas ilações, deixando o antisalazarismo atávico na sua própria contradição !
Por outro lado, Oliveira Martins ( tio-bisavô do actual presidente do T. Contas) foi um poço de sabedoria...reciclada. Basta ler o que dele se escreve na Wiki ( a imagem do jornal, referenciada como sendo de "DR" poderá ter vindo de lá...):
 Perfilhou várias ideologias contraditórias pois foi anarquista (prodhouniano), republicano, monárquico, liberal, anti-liberal e iberista. Defendeu a liberdade política e económica, mas, também a ditadura como a de João Franco. É apontado como um dos introdutores das ideias socialistas em Portugal, mas também como um proto-fascista1 . Era também racista pois defendia a tese de que os povos formados a partir do negro e do índio eram incapazes para o progresso2 .


Questuber! Mais um escândalo!