Dois desses livros são da autoria de um certo Daniel Proença de Carvalho - Cinco casos de injustiça revolucionária, Edição de Autor, 1976 e de um certo José Miguel de Alarcão Júdice- do voluntarismo na revolução portuguesa, Edição de Autor, 1976.
Do primeiro deles aqui ficam algumas páginas reveladoras do estranho fenómeno de linguagem que se entranhou no léxico corrente.
O primeiro tem a ver com o "saneamento" ( era assim que se designava o afastamento compulsivo de pessoas ligadas ao "fascismo" e que ocupavam ainda cargos no Estado) de um alto funcionário da Biblioteca Geral da U. Coimbra e a linguagem que Proença de Carvalho utiliza nas alegações para anular tal "saneamento" é bem exemplar do aggiornamento que este indivíduo sempre foi capaz a fim de se manter à tona do poder que está.
Outro finório com elevado poder de adaptação, tanto que até se tornou socialista, é José Miguel Júdice, o advogado sistemático que logrou progredir pessoal e profissionalmente neste regime vicioso em que nos encontramos.
É um dos fingidores do regime e finge tão completamente que consegue fingir que é democracia a oligarquia partidarítica que deveras sente.
Neste pequeno livrinho de autor, dedica-se a historiar diacronicamente os dias do PREC, com textos recolhidos de uma publicação intitulada Boletim Informação e Análise, de Janeiro a Abril de 1975.
O conhecimento interior dos fenómenos políticos da época deu a esta simbiótica personagem a densidade do saber de experiência feito e a arma do poder futuro.
Estas duas personagens, 40 anos depois, acabaram a apoiar politicamente José Sócrates, o tal que se afirma de esquerda e combate a "direita"! É preciso dizer mais?