domingo, junho 01, 2014

PCP: a mentira permanente como verdade a que temos direito

O PCP anda há décadas a mentir às pessoas em geral. Valha a verdade que só se deixa enganar quem quer, uma vez que a Verdade é tão explícita que vale o ditado de o pior cego é aquele que não quer ver.
Os media portugueses de há quarenta anos a esta parte não querem ver, pura e simplesmente, uma vez que fazem o jogo objectivo do PCP em querer passar por uma força democrática como as demais da democracia burguesa quando o não é, em absoluto. Basta ler o que se escreve nos órgãos oficiosos do PCP, como O Militante, as dissertações várias publicadas em livros ou proferidas em congressos do Partido para o perceber claramente e sem qualquer dúvida.
Por isso mesmo é de um fenómeno estranhíssimo, o que se trata: um partido que não pretende a democracia burguesa, que convive com a mesma malgré lui e que tudo fará para a destruir ( tal como supostamente os fascistas o fariam e por isso são proibidos de se organizarem em partido) e mesmo assim é tolerado, apoiado como uma força "imprescindível" à democracia e cá vamos cantando e rindo.
Incrível!

Em 21 de Fevereiro de 1974 o Diário Popular, no suplemento habitual das quintas-feiras, publicou a recensão a um livro de Alexandre Soljenitsine, Agosto, 1914, aproveitando o crítico, Manuel Poppe, para mencionar o regime comunista na URSS como "totalitarista" e ainda outras considerações suaves mas firmes sobre o sistema soviético. Ninguém, em 1974, antes do golpe de Estado, poderia dizer que não sabia que a URSS era um sistema totalitário, pior que alguma vez o regime de Salazar o fora. E mesmo assim...vejamos o que aconteceu: Cunhal, o pior dos estalinistas europeus, foi acolhido como um herói, apesar de chegar desconfiado e receoso do que lhe poderia suceder ( porque sabia bem que o que queria não era pera doce para "o nosso povo").
Por força de uma incultura geral, foi acolhido como um herói da democracia, apesar de ser exactamente o contrário e encarnar uma personagem totalitária como as piores que poderia haver.

Ficam aqui as páginas do suplemente literário para perceber que ao lado da crítica de Manuel Poppe apareciam também recensões críticas a obras de comunistas notórios ou cripto-comunistas, como Fernando Lopes-Graça e José Gomes Ferreira.



Não obstante tudo isto e o intenso debate intelectual e social que se estabeleceu em França nos meses imediatos ao 25 de Abril de 1974, antes e depois, verifica-se que a liberdade de expressão sobre este assunto era incomparavalmente superior antes de 25 de Abril de 1974 do que depois.

A publicação em Portugal do livro Arquipélago do Gulag, 1º volume, ocorrida em 1975, passou completamente despercebida nos media e nunca se fez o "desmame " desse tipo de comunismo em Portugal e que o PCP tão bem incorpora, ainda hoje,  de modo fossilizado e incrível.

Em 13 de Julho de 1984, O Jornal publicou uma reportagem de várias páginas e entrevista, sobre uma "tránsfuga" do comunismo do PCP, Cândida Ventura e um livro que a mesma publicou ( muito tempo antes de Zita Seabra assumir o "erro"), "o socialismo que eu vivi" .  Assim:


Como é que o PCP lidava com tudo isto? Primeiro, atacando, como se pode ler naquele Diário Popular sobre os americanos.  E por outro lado, assim, logo em 1985:


Até hoje tem sido esta farsa que ninguém está interessado em desmontar, porque tiveram a sua quota-parte nela. Ou através de familiares directos, "antifascistas" eventualmente presos pelo regime anterior, ou porque participaram directamente nela e a prolongam por efeito perverso de recusa e negação.

Por causa disto estamos como estamos, com três bancarrotas ás costas e mais outra que se prenuncia se esta gente chegar ao poder.


5 comentários:

lusitânea disse...

os comunistas andam cá há tanto tempo que já se diversificaram nos restantes partidos pois surpresa das surpresas no que importa a um regime mais saudável sob o ponto de vista de independência lêem todos pelos mesmos livros...

Floribundus disse...

Giuseppe Ungaretti
Giorni e le Notti / suonano
in questi miei nervi d'arpa

Vivo / di questa gioia malata
d'universo / e soffro
per non saperla accendere
nelle mie parole

só nesta ditadura social-fascista
é possível, a existência
de adeptos de manicómios para
fabricar o homem novo

lopes desgraça queria compor um
novo hino nacional

José Domingos disse...

A ditadura de Salazar, ao pé das ditaduras comunistas, do chamado bloco de leste, era um mimo.
Por cá, enquanto houver o jornalimo de mer.., servil, com moços de recados, que salivam sempre que o dono, ronca, a verdade, não sai.
Eu, creio que o problema, está naquele ministério da 5 de Outubro, que mais parece o politburo.
As escolas e as universidades, não passam de campos de formatação ideológica.
Isto, ninguém pergunta, ao camarada nogueira, clar, não dá jeito.

JC disse...

É preciso denunciar isto quantas vezes quantas as necessárias.

A comunicação social já sabemos que não pega no tema.

Mas tenho a secreta esperança que mais cedo ou mais tarde alguém na comunicação social perca o medo ou fuja ao controlo que o PC lhes faz e comece a desmascarar o embuste que é este PCP - que ainda agora a propósito da moção de censura falou outra vez da necessidade de nacionalizar a banca e os sectores estratégicos da economia.

Por enquanto, vão-nos valendo alguns blogues.

Merridale and Ward disse...

o PCP é um partido retrógrado e que dá a Portugal uma imagem de País terceiro-mundista. O PCP já devia de ter sido ilegalizado há muito devido ao que se passou no 25 de Novembro, mas infelzimente, neste jardim à beira-mar plantado, ninguém tem a coragem de meter a mão em cima do PCP e a Maçonaria compactua com a situação, não se lembrando de que ela seria um dos primeiros alvos a abater na "nova sociedade" do "sol radioso" que o PCP pretende construir.

Publiquei:

http://historiamaximus.blogspot.pt/2014/06/pcp-mentira-permanente-como-verdade-que.html

O Público activista e relapso