domingo, dezembro 27, 2015

A obra do maçónico Arnaut redundou num "sistema convidativo" à fraude institucionalizada como costume

 António Arnaut, um maçónico bem intencionado e provindo da parolice coimbrã foi ministro socialista, dos "Assuntos Sociais",  em 1978, quando podia ter sido ministro da Justiça. É verdade e tal foi contado aqui, pelo próprio.
A Maçonaria mandava no Governo e o irmão Arnaut estava bem emparelhado com o irmão Almeida Santos, o Sombra do regime ( ele o disse quando afirmou que andava sempre na sombra de Mário Soares...)

Como é típico dessa parolice que copia modelos estrangeiros sem medir distâncias ( em Direito também há disso, lá em Coimbra) na altura o maçónico Arnaut, muito preocupado com os pobrezinhos e desvalidos, contando com o dinheiro que não tinha, mandou estudar um sistema de saúde que aliás vinha a ser estudado desde 1971, por Marcello Caetano.

Conforme conta o mesmo:




«Tempo Medicina» — Tem a responsabilidade de ter criado o SNS, quando foi ministro, em 1978. Como é que tudo se passou?
António Arnaut — Fui designado ministro dos Assuntos Sociais, Saúde e Segurança Social por um acaso. O primeiro-ministro Mário Soares convidou-me para ministro da Justiça do II Governo Constitucional. Uns dias depois, quando já tinha o programa do ministério praticamente pronto, no qual incluí o esboço de um serviço nacional de Justiça, Mário Soares pediu-me para, afinal, ser ministro dos Assuntos Sociais, porque estava com dificuldade em encontrar alguém para essa área. Disse-me que era uma missão que me pedia e acabei por aceitar. Convidei Mário Mendes, médico muito prestigiado, para secretário de Estado da Saúde, e pedi a Victor Vasques, que tinha sido secretário de Estado da Segurança Social do I Governo, para continuar. Comecei então a esboçar mentalmente o programa do Ministério dos Assuntos Sociais e disse ao primeiro-ministro, logo nessa altura, que iria avançar com a criação do SNS. Ele deu-me plena liberdade, e assim fiz.
«TM» — O que o levou a decidir criar o SNS?
AA — Estávamos em 1978 e, nessa altura, o SNS era, além de um imperativo ético e de justiça, uma imposição jurídico-constitucional. Estava previsto na Constituição e se não fosse criado havia uma inconstitucionalidade por omissão. É neste plano ético e jurídico que se coloca o imperativo da criação do SNS, da sua manutenção e do seu aperfeiçoamento, adaptado à circunstância de cada momento. Há 30 anos, 90% das unidades e dos profissionais de saúde estavam no Litoral, 80% dos quais em Lisboa, Porto e Coimbra, e o resto do País era uma mancha negra que não tinha nada, a não ser as misericórdias e um ou outro médico, literariamente chamados de «João Semana», que deram um contributo inestimável para a saúde das populações. Havia uma situação de gritante injustiça e desigualdade social, e para uma pessoa sensível a estas questões, e socialista, a quem foi dada a possibilidade de ocupar aquela pasta, a sua obrigação era tentar minimizar este drama humano. Foi o que tentei modestamente fazer.
«TM» — Foi preciso força para impor essa ideia?
AA — A força das minhas convicções. De facto, começaram as maledicências e chamaram à lei a «Lei Arnaut», ligando-a só a uma pessoa para reduzir a sua força. Eu assumo orgulhosamente a responsabilidade política do SNS. Foi na lógica das minhas convicções e de um compromisso que sempre tive com o povo português, como cidadão e como socialista, que tomei essa decisão política. Mas quero dizer, em nome da verdade, que não tenho a responsabilidade técnica. O modelo e as linhas doutrinárias estavam traçados na Constituição e a responsabilidade técnica e a organização pertencem a uma comissão, e especialmente a Mário Mendes e a Gonçalves Ferreira, também médico, que em 1971 começara verdadeiramente a fazer o SNS, ao criar os primeiros centros de saúde.
«TM» — A oposição ao SNS foi imediata?
AA — Sim, porque logo que tomei posse, a 23 de Janeiro, disse que um dos objectivos do Ministério era a criação do SNS. E na apresentação do programa do Governo, a 9 de Fevereiro, propus-me apresentar um anteprojecto de lei para discussão pública no prazo de cinco meses. Mas apresentei-o antes, a 3 de Abril, e pouco tempo depois o projecto, que teve o apoio do Conselho de Ministros. Aí as críticas redobraram, chegando a roçar a maledicência e a intriga política, mas não me afectaram.

«TM» — Quem se manifestou contra?
AA — Sobretudo uma parte da classe médica e a própria Ordem dos Médicos, e também o nosso parceiro de Governo, o CDS. Uma reforma desta abrangência afectava muitos interesses instalados. A Ordem reagiu pela voz do seu presidente, Gentil Martins — de quem entretanto me tornei amigo —, que me acusava de querer estatizar a Saúde e de acabar com o direito à livre escolha. Mas não havia livre escolha, não havia médicos, nem condições económicas para ir ao médico. Penso que os médicos que estavam contra eram a minoria, mas era uma parte substancial, sobretudo aqueles a quem chamei os «barões da Medicina». Não gostaram nada, mas existiam, inclusive no meu partido. Reagiram também os sectores mais conservadores do CDS. O Governo tinha três ministros do CDS, que apoiaram o SNS. Freitas do Amaral também o apoiava, mas começou a ter problemas com médicos e militantes do partido, por o CDS estar a apoiar um projecto socialista, socializante.
«TM» — O Governo caiu, mas a lei do SNS foi aprovada...
AA — A questão do SNS, juntamente com o que se passava no Ministério da Agricultura, na sequência da chamada «Lei Barreto», deteriorou as relações entre o PS e o CDS e levou à queda do Governo. A Lei n.º 56/79 foi aprovada a 28 de Junho e publicada no Diário da República a 15 de Setembro de 1979, era primeira-ministra Maria de Lurdes Pintasilgo e secretário de Estado da Saúde Correia de Campos, que fez os primeiros decretos regulamentares do SNS. O artigo 64.º da Constituição, relativo à Saúde, tinha sido votado por unanimidade, por todos os partidos, mas três anos depois, na votação da lei do SNS, o PSD e o CDS abstiveram-se na votação na generalidade e votaram contra na especialidade. 


Assim se criou aquilo que agora temos, o SNS. O objectivo declarado do virtuoso maçónico cujas colunas nunca o abateram, dizia assim ao O Jornal de 17 de Março de 1978: o objectivo do SNS, declarado, era acabar com os "exploradores da medicina". Quem eram esses tais "exploradores" que o maçónico Arnaut tanto detestava? Alguns deles tornaram-se seus amigos como o médico Gentil Martins.




Ninguém contesta as melhorias no sistema de saúde, em Portugal, nestes quase 40 anos de experiência do SNS. Era o que mais faltava ser assim tão reaccionário quando é certo e sabido que o governo de Marcello Caetano tinha os mesmos propósitos de preocupação social que o maçõnico Arnaut. Porém, os métodos e valores intrínsecos não eram certamente os mesmos e o diletantismo de alguém que poderia ter sido ministro da Justiça e acabou, por acaso na pasta dos assuntos sociais, nunca teria ocorrido.
Assim, como geralmente acontece com estes diletantes socialistas que pensam no bem e acabam por fazer o mal que todos pagamos, com língua de palmo, o SNS desvirtuou-se e perverteu-se.
Assim... o que aconteceu de novo na medicina em Portugal? Foi alcançado o desiderato do maçónico, de acabar com os tais exploradores ou os mesmos conseguiram afinal multiplicar-se e vicejarem como cogumelos na humidade?

A história que se passou no Hospital de S. José pode dar uma ideia aproximada das virtualidades do actual SNS para certos médicos que agora são os tais herdeiros do "exploradores". Com uma diferença: quem paga a exploração, agora, somos todos nós porque é preciso que se diga que o SNS é uma das maiores fontes de despesa do país e sempre que se questiona o assunto aparece a demagogia que até um Marcelo Rebelo de Sousa usa e abusa com os objectivos expostos de ganhar a corrida presidencial. 



Atente-se nesta notícia do Correio da Manhã de hoje para perceber porque razão há tantos candidatos a estudantes de medicina em Portugal e tão poucas vagas controladas pela Ordem dos Médicos desde há mais ou menos 40 anos...o que parece ser caso único de preservação de uma espécie que o maçónico Arnaut bem acapara.



 A notícia refere-se a este tal Cunha Ribeiro que ocupava um apartamento ao lado do de José Sócrates e que era de um amigo chamado Paulo Lalanda de Castro.  É o tal do "sistema convidativo".  Um médico que entre os médicos devia saber de alguns casos de ordenados de 50 mil euros por mês, à conta do sistema convidativo das horas extraordinárias, um expediente de chicos-espertos que arruína qualquer sns e principalmente a credibilidade do mesmo.

Com o sistema de saúde de Marcello Caetano uma coisa me parece absolutamente certa: nem haveria casos destes nem a saúde estaria entregue a estes diletantes pindéricos que só querem arrebanhar o seu. Os doentes que paguem e às vezes com a própria vida.

O que terá o maçónico Arnaut a dizer sobre esta pouca- vergonha? Nunca discutiram isto nas reuniões de irmãos?!
Não lhe ocorrerá que há imensos exemplos destas iniciativas socialistas maçónicas em que o bem desejado acaba por se tornar o mal inconveniente?

Mais uma "porca miseria".

Questuber! Mais um escândalo!