A "pedido de várias famílias" aqui ficam uns recortes do Diário de Lisboa de 2 de Dezembro de 1973 acerca da Cuba de Fidel Castro e o que a oposição no exílio, em Miami , fazia na época para reverter a situação na ilha.
A reportagem é de Joaquim Letria, o futuro ( dali a ano e meio) fundador de O Jornal, também um dos jornalistas que julgaram ser tudo possível depois do 25 de Abril de 1974.
O Diário de Lisboa dessa época prè-revolucionária já tinha como director o revolucionário do PREC, A. Ruella Ramos, um sectário comunista que também dirigiu o Sempre Fixe então relançado e um dos bastiões da extrema-esquerda ortodoxa e não alinhada em partidos.
O jornal desse dia, um Domingo, tinha capa e suplemento a cores o que era notável para a época e o nosso meio de imprensa, relativamente pobre mas em franca evolução. Depois disso foi sempre a descer em qualidade gráfica até à época das vacas gordas da CEE.
O Diário Popular também já tinha suplementos a cores e por isso a concorrência sentia-se, embora a impressão do DL fosse bem melhor.
Quanto ao teor informativo é o que se pode ler. A reportagem poderia ter sido realizada hoje...o que é dizer muito do nosso género jornalístico de artefactos criados para entreter o público leitor e no fim de contas desinformar objectiva e regularmente.
Julgo que este Joaquim Letria foi o mesmo que depois disse do seu O Jornal ser um periódico que não metia notícias na gaveta. Nem precisava porque as tinha guardadas no sótão ideológico do politicamente correcto que nunca abandonou.
A última página era isto, exemplo máximo do politicamente correcto com travo artsy ao estilo do Público:
Como jornalista do género "enviado especial" a diversos locais, também lá estava Nuno Rocha, o futuro fundador do Tempo e que nesta edição assina uma reportagem de uma viagem à...Roménia .
Na altura e até 1989 a Roménia foi um dos países comunistas mais típicos, mais pobres e mais atrasados do Leste e que tinha como dirigentes o casal Ceausescu, ogres do seu próprio povo e que foram lapidados no decurso da revolução contra o comunismo.
Nuno Rocha reportou especialmente, além do mais que até dói ao ler que a Roménia era "um país sem polícias", o que antecipava o que sempre pensei do seu jornalismo e que me levou a comprar muito poucas vezes o produto que depois lançou, O Tempo, logo em 1975.
Curiosamente era este jornalismo que a Censura deixava estupidamente passar, sendo absoluta propaganda cripto-comunista enroupada em crónica de viagens que mistificava completamente a realidade de um país como a Roménia comunista era. A propaganda ideal, pois então, escrita por Nuno Rocha que dali a tempos estava supostamente a combater o comunismo no Tempo...
11 comentários:
A análise do Milhazes:
http://observador.pt/opiniao/nao-sao-erros-mas-crimes/
O Milhazes já foi crente...agora é apóstata.
Que coisa- o Nuno Rocha a fazer encómios comunas
O Milhazes, faz mais para branquear o comunismo que os comunistas. Matou mais gente que Pinochet ou Salazar? O Milhazes que vá lavar a boca com sabão macaco porque é um bronco desbocado e ignorante. É burro ou subserviente ao politicamente correcto da esquerda que temos. -- JRF
Milhazes da merda, que me enervou esse Milhazes. Quantos matou Salazar ò Milhazes? Dois ou três a menos na minha modesta opinião! O Fidel ainda é pior, ò palhaço? Eu não me acredito em PCPs, UDPs, MRPP convertidos a nada que não seja à burguesia. -- JRF
Quanto à medicina cubana e os seus fortes avanços, devem estar à altura dos mecânicos que colocam a sucata americana com 60 anos a circular nas estradas.
A longevidade e saúde dos cubanos, deve-se a um estilo de vida — pode ter sido imposto, mas é um estilo de vida. Por exemplo, todo o país produz em modo biológico sem pesticidas. O mel (naturalmente biológico) é um produto de luxo, procurado em todo o lado. O Mundo ocidental e outros devia era interrogar-se se o emporcalhamento da Terra é no interesse das populações e da saúde. Enfartam-se de hamburgers e coca-cola, mas felizmente há a medicina moderna! Que esquizofrenia. -- JRF
Estão aqui as contas:
http://impertinencias.blogspot.pt/2016/11/lost-in-translation-281-ditador-brutal.html
Há nestas inúmeras folhas de jornais reproduzidas, muita matéria importante para ler e reler. Vai levar o seu tempo, mas vai valer muito a pena.
Maria
Oh, mas o fidel – era tão fofinho.
A foto encontra-o em sorriso benigno, quase beato.
Prepara-se para pôr flores no coevo arcabuz.
Talvez…cravos.
Um contemporâneo, eivado de cortesia profissional disse dele: “Un hombre de mucho carisma. Es valiente Fidel Castro. Político …con una manita de hierro. Lo mantiene la fuerza. Fusiló hasta a su amigo íntimo. Yo le habría dado cadena perpetua o expulsado del país, pero él lo fusiló”.
Foi pinochet, admirador e cultor de iguais malas artes.
Também falecido, em sossegada paz tranquila.
Em suma e como disse o Floribundus: um grandecíssimo filho da puta.
Um fdp, escreveu ele. Eu é que descodifiquei segundo o meu dicionário prático.
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