sexta-feira, novembro 04, 2016

Retratos do establishment lisboeta

Esta semana houve dois funerais com relevância pública de assinalar por causa dos falecidos serem conhecidos do público e por vários motivos.

As revistas de "sociedade" não esqueceram o assunto e dedicam páginas aos dois enterros, com fotos dos presentes na circunstância.

Tirando as famílias directas torna-se interessante ver quem foi aos funerais e em Agosto já tinha sucedido outro evento do mesmo tipo com o falecimento da mulher de Durão Barroso.

As fotos são um retrato de um certo establishment lisboeta que se firmou de há umas décadas a esta parte no universo nacional de dimensão de bairro´.

Primeiro o desta semana, o mais mediatizado: o do médico João Lobo Antunes, tal como a revista Lux e a Caras desta semana o mostram.

Lux:


Caras:




Depois o funeral de Jaime Fernandes também serve para mostrar um certo establishment dos media nacionais, com poiso em Lisboa. Até um Sérgio Figueiredo lá esteve...e o curioso é que apenas a revista Lux dá conta do assunto. A Caras nem uma foto ou sequer menção. Nada. Não é notícia. Blackout total. Por contra, Lobo Antunes tem direito a nove páginas de reportagem fotográfica.
Vá-se lá entender...


Torna-se evidente que este funeral de um profissional de rádio não representa a mesma coisa, mediaticamente que o de um profissional de medicina que atendeu muitos ilustres do establishment ao longo dos anos. Essa a diferença substancial. Porém, o establishment que conduziu Jaime Fernandes a Provedor do Ouvinte é sensivelmente o mesmo. Agora, com respeito à sua profissão de origem é apenas mencionado como responsável pelo programa Oceano Pacífico, esquecendo-se tudo o que antes fizera de mais relevante e importante para a juventude ouvir música de qualidade.
No entanto, Jaime Fernandes teve maior influência cultural do que aquele cirurgião. O meio pode ser diferente, mas nem tanto assim, como se vê pelas presenças no funeral.
Portugal é um pequeno país em que quase tudo se concentra na capital. Umas pessoas conhecem as outras,  nos mesmos lugares e assim se forma o establishment das nomeações, escolhas políticas, rodas de amizades, ascensão social etc etc. O espirito videirinho ou o carácter específico fazem o resto. E assim se constroem vidas que se passam em herança, por vezes.

Em Agosto passado, no funeral de Margarida Uva, mulher de Durão Barroso, as figuras públicas juntavam-se no féretro.



As outras revistas de "sociedade", a VIP ou a Nova Gente, do mesmo género de publicações que infestam o cesto das ditas nas salas de espera de consultórios privados, tratam do assunto do mesmo modo, o que nos pode dar um retrato aproximado desse tal establishment que se cultiva actualmente em Lisboa.
É um mundo muito pequeno, de interacções avulsas, com grande destaque para figuras políticas.

Salvo o erro nenhum destes falecidos pertencia a agremiações lusitanas secretas de pendor maçónico, senão veríamos o séquito impressionante dos beija qualquer coisa do costume.

É este mesmo establishment que gera fenómenos desta natureza fantástica e que aproveito de uma menção nos comentários: o que conta para este antigo "editor de economia" na Antena Um, passado a director da informação que conta e que depois salta para rtp´s e outros serviços públicos, sempre ao serviço do público que conta, é o tal establishment. O outro país é apenas um adereço.

Neste caso, o factor de prevalência de escolha seria uma matrícula...e se a moda pega a competição vai ser renhida.



A ideia de mostrar o establishment em determinado momento foi aproveitada pela revista americana Vanity Fair que todos os anos publicava uma lista detalhada desse establishment.

A de 2007 figurava assim:



Em Portugal o Jornal de Negócios, no Verão também dedica umas semanas ao assunto de escolher as figuras que se apresentam ao jornal com maior influência.
Portanto, não é de todo despropositado casar aqueles funerais, relativamente às pessoas que lá estiveram em homenagem aos falecidos e por mor das respectivas famílias e amigos...

9 comentários:

foca disse...

Essa Ministra do Mar tem causado uma dança de cadeiras sem paralelo, entre boys e girls.
A coisa tem sido tão miserável que já nem no aparelho aparece nada de decente para ocupar a tacho.
Este imbecil ao publicar esta nota curricular só tem um caminho, olho da rua

josé disse...

Ana Paula Vitorino, mulher do inenarrável Cabrita, o maluquinho dos microfones, na AR?

Está tudo nos conformes deste malucos que governam.

Lura do Grilo disse...

É uma republica ao desvario tomado por uma casta que está para durar.

Floribundus disse...

em 1960 no regresso ao rectângulo
vi num 'purgama' da rtp para jovens
o falecido Antunes e o J Izidro

juntamente com o lixo humano destas revista
aparece por engano o malamado 'Silva'

por 2 h não vomitava a sopa do jantar

a maré vazante vai continuar

hajapachorra disse...

Vá-se lá entender?!!!! Agora acho que o entendo. Não distingue. O rapaz da rádio não era ninguém comparado com o moço do bloco operatório. Não é tudo a mesma coisa. E isso até os merdas das caras e da lux percebem.

josé disse...

Amanhã mostro quem foi ao funeral do "rapaz do rádio". Esqueci-me de colocar o retrato.

Há muitos moços do bloco operatório que não são assim tão distintos...e por isso de facto nem se distinguem do "rapaz do rádio".

Este é. Porquê? Era essa resposta que seria interessante obter.

FMS disse...

http://estadosentido.blogs.sapo.pt/2466196.html

Bic Laranja disse...

Porque era distinto?
Nao era confrade?
Que manto lhe cobria o caixao?

josé disse...

Um manto distintíssimo, de facto.

Espero que não o tenha atrapalhado na última viagem.

O Público activista e relapso