Em poucos meses tornou-se predominante na sociedade portuguesa, por escolha eleitoral e pela ausência de outras famiglias mais nobres ou capazes de lhe disputarem o poder de influência já disseminado pelos media nas décadas anteriores.
Tal famiglia tinha uns primos convexos que a envergonhavam frequentemente e em 1975 estiveram à beira de uma zanga próxima do cisma famigliar.
Esses primos convexos sempre quiseram fazer parte da famiglia alargada, cientes de terem ascendentes comuns, do mesmo sangue ideológico e estirpe de cartilha. Durante quatro décadas porfiaram e venceram agora, finalmente, as resistências exaustas dos primos degenerados que acabaram por os convidar para as festas famigliares.
O relato daquela zanga antiga tem sido pontualmente feito por quem a testemunhou, dando a sua impressão dos acontecimentos, nem sempre de modo objectivo mas com factos dignos de apreciação.
Saiu no final do ano passado o livro O caso do jornal assaltado ( Prelo) da autoria de Pedro Foyos, um dos jornalistas do República e do caso ocorrido na primeira metade do ano de 1975, exemplo da zanga que um dos membros da famiglia ( Baptista-Bastos) declara no livro ter sido um "confronto desnecessário". Efectivamente...
O livrinho é interessante, tem 326 páginas, custa o preço de um almoço médio para a classe média, e recomenda-se a leitura destas passagens, sobre os membros mais notórios dessa famiglia que desde então subiu na vidinha como nunca outros o fizeram anteriormente. Tomaram cargos no Estado, adquiriram propriedades a pulso, por cima da mesa e por baixo também. Alguns membros tornaram-se rendeiros permanentes do Estado que é de todos e que então assaltaram por via dos votos que lhes deram o poder de legalmente o fazerem. São os donos disto tudo, mesmo ideologicamente e bastaram 40 anos para ascenderem a tal posição de domínio superestrutural.
Veja-se então o álbum de famiglia com alguns nomes sonantes e o modo como chegaram ao pote desse poder miraculoso que transforma pindéricos em milionários.
Alguns, agarraram logo a "faixa-de-pano" e tornaram-se para sempre "porta-faixas-de-pano", como escreve o autor para elogiar o vitupério. A faixa- de- pano continua ainda nos dias de hoje a ser sustentada, nas tv´s e media em geral, ou não fossem os parentes ideológicos quem neles manda...
Na Primavera de 1975, os primos convexos que faziam o jornal nas catacumbas tipográficas revoltaram-se contra os tios e sobrinhos desafectos e quiseram tomar a propriedade da famiglia, fazendo-a sua. Tal gerou a guerra de alecrim e manjerona que "era desnecessária"...como mostra o prelúdio das hostilidades...
A história desta desavença famigliar também é contada por estes ilustres membros da famiglia alargada, alguns parentes afastados, no livrinho:
É ler que se aproveita alguma coisa: pelo menos perceber como esta famiglia evoluiu e fez as pazes com os primos convexos.
7 comentários:
'o octopus unido ...'
versão social-fascista da
'COISA NOSSA'
cagaram-se com receio
da 'viradeira'
dão-se alvissaras a quem encontrar
os monhés e incontinentes verbais
Ahahaha! O José está a refinar o estilo :)
Isto mostra como essa Famiglia percebeu desde o primeiro dia a importância do controlo da informação. Hoje vivemos ainda nesta grande noite socialista muito por causa disso.
O caso Trump é paradigmático. Todos os jornais e tv's cantam a mesma melodia.
Huumm...o que acho estar a refinar são as descobertas das ligações umbilicais entre estes familiares todos, mesmo os desavindos.
Isso é que se torna impressionante e ajuda a perceber o que se passou nos últimos 40 anos e a razão pela qual temos a ministra da Justiça que temos e o marido a receber ajustes directos no seu escritório de advocacia quando há muitos outros a ver navios ou nem tanto.
Por acaso primos afastados mas não tanto, têm um belo artigo no The Guardian. A fotografia do Beria com Estaline ao fundo é um achado.
"são as descobertas das ligações umbilicais entre estes familiares todos"
Foram forjadas na política, nas universidades, no colégio militar, na topa ou em outras andanças. Infelizmente Portugal é uma aldeia onde de uma forma ou outras toda a gente se conhece e ninguém se chateia com ninguém a sério ao ponto de mudar alguma coisa. E um problema transversal da esquerda à direita. Se não fosse o EPB a beneficiar do ajuste directo seria outro qualquer ainda que por outro qualquer motivo, os "jeitinhos" nunca vão acabar, eles são o que faz muita gente desejar decidir em política.
« BELMIRO DE AZEVEDO
Expresso, 16 de Outubro de 2004
«Marcelo Rebelo de Sousa é um entertainer, não poderia ser primeiro-ministro. É bom para aquilo da televisão, valha-nos Deus.»
la piovra
tem tentáculos que xuxam tudo e todos
António Ribeiro Ferreira
Sapo
Os amigos do sistema, os democratas das liberdades, dos direitos humanos, do politicamente correto e os mentirosos ao seu serviço em todo o mundo assistiram impávidos e serenos à ação de Barack Obama durante os seus oito anos de mandato. Entre 2009 e 2015, o seu governo deportou mais de 2,5 milhões de imigrantes ilegais. Foi mesmo o presidente que fez mais deportações na história dos Estados Unidos. Alguns grupos de ativistas ligados aos imigrantes chegaram a chamar-lhe o “chefe da deportação”. Nesses anos não se ouviram gritinhos indignados, discursos eloquentes sobre os perigos que tais atos representavam para a democracia e para os valores americanos, não se viram manifestações histéricas nos aeroportos e muito menos campanhas na comunicação social contra um presidente que estava a expulsar cidadãos que viviam e trabalhavam ilegalmente nos EUA.
Pois não. E a verdade é que fizeram muito bem em estar caladinhos. Um país civilizado, um Estado de direito, uma democracia a sério não pode permitir que tal aconteça em nenhuma circunstância. Expulsar ilegais é um dever. Não é nenhum crime.
Também em 2011, o mesmo Obama baniu os refugiados iraquianos por seis meses. A justificação dada na altura teve a ver com a descoberta pelo FBI de terroristas da Al-Qaeda no Kentucky. E baniu muito bem. A segurança de um país e dos seus cidadãos exige medidas duras e, muitas vezes, radicais. Também dessa vez não se ouviram procuradores a contestar a medida, grupinhos aos saltos nos aeroportos, reportagens lancinantes das televisões sobre os dramas de muitas famílias iraquianas que sonhavam com os EUA, protestos de dirigentes europeus e dúvidas sérias sobre os princípios e os valores de Obama.
Muito menos se disse que o então presidente era xenófobo por estar a atacar os cidadãos de um país maioritariamente muçulmano.
Enviar um comentário