sexta-feira, maio 12, 2017

Escritos avulsos sobre o fenómeno de Fátima

Este texto de Helena Matos sobre o que aconteceu em Fátima, do ponto de vista popular...


Não se percebe Fátima sem atender a esta expressão “que nós cá temos” para definir um conjunto de valores, no caso religiosos, enquanto valores que se têm (ou tinham) independentemente do que estava oficialmente instituído. Nós temos uma fé. Uma fé que em parte coincide mas não se esgota na grelha da liturgia católica. É um assunto nosso. Deles. Não o explicam nem pedem explicações. Mas é esse “lá” dessa fé que definem como sua que se constitui como o espaço de afirmação perante o Estado e a sobranceria quando não a arrogância das elites.
Os católicos portugueses tinham assistido sem grande reacção aos ataques à sua igreja, à prisão de alguns padres e às perseguições aos bispos. Às vezes reagiam mas a revolta essa só chegava quando o anti-clericalismo do Estado os impedia de exercer essa fé que tinham consigo. E assim o mesmo país que parecia aceitar com fatalismo o afastamento dos bispos das respectivas dioceses enfrentava as autoridades para continuar a ter as suas procissões, o toque dos seus sinos e não abdicava de todos os rituais inerentes a um funeral católico. É desse país e dessa fé que “nós cá temos” que nasce Fátima.

... parece-me muito mais profundo e inteligente do que outro,  de Vasco Pulido Valente, publicado ontem e que agora não encontro, sobre o fenómeno religioso aferido segundo a óptica do republicanismo jacobino de Afonso Costa e quejandos. Sintecticamente, VPV defendia que se não fosse a subida ao poder de Sidónio Pais não haveria hipótese para a Igreja Católica, na I República...

Outro escrito muito interessante sobre a Fé e Fátima é este de José Manuel Fernandes. Um belíssimo escrito, em nuances...

Ora o que percebemos é que esta religiosidade popular, mesmo não seguindo a ortodoxia dos puristas, também está a léguas do obscurantismo que os eternos anti-clericais vêem em tudo o que se relaciona com o santuário. E se 1917 marcou o fim, em Portugal, da versão mais radical do anti-clericalismo da I República – a versão de Afonso Costa, afastado definitivamente do poder no final desse ano por Sidónio Pais –, em 2017 não só é possível verificar quão pueril era a intenção do chefe dos “democráticos” de acabar com a religião em Portugal em duas gerações, como verificamos que Fátima tem dimensões que ultrapassam as da Igreja Católica – tal como ultrapassa as suas fronteiras a influência universal e contagiante do Papa Francisco.

7 comentários:

zazie disse...

Pois é. Não são católicos mas também não são jacobinos. Isso faz a diferença. O excesso de intelectualismo não permite entender nada.

Floribundus disse...

unanimismo
as tvs hoje só falam do Papa em Fátima

até apareceram o beijoqueiro e o ad alberto

a fome deu em fartura

Floribundus disse...

Sidónio era pedreiro-livre
e Irmão de Costa

o basco era biscainho

o importante é dizer qualquer coisinha

Maria disse...

Muito eu gostava de saber quantos cidadãos russos estão em Fátima a celebrar a Virgem Maria e a canonização dos pastorinhos e a agradecer-lhes a profecia feita à sua abençoada e santa Rússia e que passadas muitas décadas se efectivou. Refiro-me aos russos que cá vivem e aos que vieram propositadamente para a Celebração. Assim como os muitos católicos dos restantes países de Leste que cá vivem e aqueles que também vieram nesta específica altura agradecer a Nossa Senhora o fim do comunismo nos seus países. Mas como estamos a ser governados pela esquerda comunista e socialista e como os jornalistas não se podem desviar uma nesga sequer do polìticamente correcto, já se sabe que nada disto irá ser noticiado e os muitos, talvez dezenas de milhares, peregrinos daqueles países não serão fotografados nem entrevistados. Não convém. Tal manifestação da religiosidade daqueles povos não pode ser evidenciada sob pena do descrédito, maior do que já pende sobre os que professam aquela ideologia, ou seja, os governantes portugueses, tornar-se ainda mais notório e real. "Esta" é a liberdade' e o fim da terrível censura salazarista que os grandes democratas prometeram aos portugueses logo que a 'democracia' substituísse a 'ditadura'. Pois foi, então não?

Vi há pouco na TV o pedófilo compulsivo Ferro Rodrigues que não teve pejo nem vergonha (estes vís espécimes nunca a têm, eles desconhecem em absoluto o significado deste nobre sentimento) em se deslocar a Monte Real para ser fotografado ao lado do Papa!!! E se calhar vai fazer o mesmo em Fátima... É preciso ter muita lata, um carácter do mais reles que pode haver e saber-se totalmente protegido pela maçonaria para ter a coragem de dar semelhante passo sem se importar um chavo de que a sua indignante figura seja mostrada tal e qual ao mundo inteiro. Já para não falar do escândalo inaudito que representa para Portugal e para os portugueses uma tão desnaturada criatura possuir o segundo mais importante cargo político do país!!! Vergonha? Qual vergonha! Escândalo? Qual escândalo! Eles acham-se acima de todas as vergonhas e de todos os escândalos. Eles são democratas e como tal são superiores ao simples e vulgar cidadão e portanto todas as acções que há do mais degradante e mesmo criminoso lhes são permitidas.

Maria disse...

Na última linha, leia-se "... todas as acções que haja do mais degradante..."

Josephvs disse...

influência universal e contagiante do Papa Francisco.

FODASSE ?? Só se for da MSM (m@rdia) ... decadencia total com Dom Bergoglio

Josephvs disse...

Na RTP achei piada a conversinha de chá ... Bagaozinho, Fatinha PQP o mais recatado ainda foi o Jose R S

O Público activista e relapso