sábado, maio 27, 2017

O assalto à agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, há 50 anos

No passado dia 17 deste mês passaram 50 anos sobre o assalto à agência do banco de Portugal na Figueira da Foz. Ninguém se lembrou da efeméride que ainda tem algo para contar.O assunto, tal como outros, contende com a Geringonça esquerdista, envolvendo nomes que dela fazem parte. As manas Mortágua são filhas de um dos mentores do assalto, o velho pirata Camilo Mortágua.  Eventualmente por isso e porque o PCP nada teve a ver com tal façanha, a censura tácita impôs-se e ninguém mencionou o feito de há 50 anos.

Na altura foi um golpe audacioso que deu brado no país. O Século Ilustrado mostrava assim, em duas páginas, 10 dias depois, como terá acontecido:


A espectacularidade dos meios empregues, com maestria qb esbarrou no entanto num erro de amadores. Dos quase 30 mil contos roubados, só lhes aproveitaram quase 5 mil. O restante era em notas marcadas, novinhas em folha e os piratas não contaram com esse pormenor.

O caso foi depois contado em 1969 na altura em que foram julgados os autores do assalto:






Entre os advogados de defesa dos criminosos que quiseram sempre apresentar-se como activistas políticos que roubaram em nome de um ideal ( tal como as FP25, cerca de uma dúzia de anos depois) estava um Mário Soares e um Salgado Zenha e mesmo um Vasco da Gama Fernandes a caucionar o apoio socialista-maçónico a um dos que depois se tornou dos seus: Palma Inácio, o aventureiro da pirataria de antanho.
Como agente do Ministério Público aparecia um Antero Alves Monteiro Dinis que em democracia chegou a representante do governo da República numa da ilhas autónomas.

O assalto, no julgamento de 1969 não foi atribuído a quem pelos vistos depois passou a ser: a uma organização esquerdista e comunista radical, a Luar.

O mesmo Mário Soares que escreveu Portugal Amordaçado há 45 anos ( portanto cinco anos depois dos factos terem ocorrido, tempo suficiente para saber como aconteceram ) contava que o feito tinha sido da LUAR. A referência aparece no sexto tominho do livro agora republicado pelo Expresso:


Ora a Luar ainda não existia quando aconteceu o assalto. E tal é explicado por Pacheco Pereira num opúsculo ilustrado que esquece outras imagens como as acima mostradas de imprensa da época. Coitado, não deve ter a colecção da Vida Mundial...apesar de a ter visto algures numa fotografia recente do arquivo da Marmeleira).





Conforme se lê, o espanto dos piratas que assaltaram o banco foi geral...e o então ainda jovem Mortágua ( segunda foto a contar de cima, na imagem da capa da Vida Mundial) nem queria acreditar!

Nada disso impediu, no entanto, os mesmíssimos personagens desta ópera bufa de se embandeirarem novamente sob o pavilhão dos recreios políticos, no início de 1975, congregando milhares de apoiantes da causa que ainda por aí andam a geringonçar. Portugal é o que é também por causa disto que foi fenómeno único na Europa da segunda metade do sec. XX. Esta gente pirata ainda hoje são heróis dos media e desconfio porquê: quem lá trabalha ou esteve comprometido com esta loucura ou descende dos piratas todos que nisto embarcaram.

E se agora se calam e não festejam os 50 anos da façanha não é por vergonha, mas apenas táctica política: não lhes convém, de momento, lembrar isto e os novos não sabem nada. Os insurgentes e outros que por aí andam pouco querem saber disto apesar dos paizinhos lhes poderem contar, como histórias de proveito e exemplo. Porém, acham que nada disto interessa porque a tragédia foi evitada in extremis e a farsa que agora se vê será apenas isso e nada mais. Será mesmo?

Questuber! Mais um escândalo!