quarta-feira, agosto 30, 2017

A mutação de valores: perdidos e achados

Hoje no Correio da Manhã aparece esta notícia sobre algo que nem devia ser notícia: alguém encontrou um envelope com dinheiro dentro e procurou entregar ao dono.
Os valores promovidos pela notícia são claros e subentendidos: honestidade, honradez, sentido de justiça em entregar o seu a seu dono e, no caso, ética profissional. Aprumo moral, como dantes se dizia.


Há 50 anos isto seria notícia, assim num jornal? Duvido, mas se o fosse teria  um sentido diverso: alguém ter perdido dinheiro e por sorte outrém o encontrar de modo a poder ser recuperado por quem o perdeu. Ou então, seria notícia para que o dono o pudesse recuperar.
Quando não era susceptível de ser entregue a quem pertencia por se desconhecer o dono e não haver notícia de jornal, havia um método usual de publicidade: nas igrejas, nas missas, o padre avisava no fim: "encontrou-se um envelope contendo dinheiro e entrega-se a quem mostrar pertencer-lhe".
Não se fazia pregão laudatório de quem encontrou o achado.
Nas cidades,  as polícias tinham uma secção de "perdidos e achados" que nem eram notícia especial.
Agora é isto que se vê, porque a raridade do gesto permite a notícia, tal como o homem que morde o cão.

Outra louça:

Este palerma que afirma gostar da fantasia de Corto Maltese não percebe o essencial da fantasia dos meninos e meninos e quer reconduzir essas fantasias ao nada materialista da ideologia comunista.
É mesmo um palerma com todas as letras e se lhe dessem o poder de mandar efectivamente, reduziria a democracia em que diz acreditar a um regime de concentração ideológica segundo o que afinal acredita: o estalinismo mais puro do totalitarismo ideológico:

O PÚBLICO resumia assim os livros: “No conjunto das 62 actividades propostas, existem seis cuja resolução é mais difícil no livro dos rapazes e três que apresentam um grau de dificuldade superior no das meninas. Mas a maior parte das actividades reproduzem uma série de velhos estereótipos. Apenas alguns exemplos: eles brincam com dinossauros, com carrinhos e vão ao futebol, enquanto elas brincam com novelos de lã, ajudam as mães e vão ao ballet; eles pintam piratas, elas desenham princesas”.
O que é que se lê nos trumpificadores? Escândalo, as meninas até aparecem melhor tratadas do que os rapazes. Não percebo bem como é que essa distinção entusiasma esses pais (querem os filhos mal tratados?) e justifica que diferença de tratamento (acham que as meninas sonham e os meninos fazem?). Mas tenho um conselho para lhes dar: se pensam que as vossas filhas vão ser felizes com vestidos de princesas preparem-se para um choque. Elas vão querer mesmo ter uma profissão e uma vida.

Não lhe basta a liberdade de os pais educarem os filhos consoante entenderem e "o mercado" conduzir as escolhas identitárias dos brinquedos disponíveis. Quer mesmo reduzir essas escolhas e impedir os que não pensam como ele de usufruir dessa liberdade, impondo a sua escolha ideológica como primordial e exclusiva. O estalinismo é isso. Ou o fascismo, o tal, o verdadeiro.

Louçã é um fascista em potência. Sempre foi.

Questuber! Mais um escândalo!