Hoje deu para assumir um papel que lhe assental mal, o de Catão. Magalhães e Silva é advogado de firma prestigiada no gotha do nosso universo político e portanto, privilegiado em funções que se distinguem, desde as governativas até às de supervisão. Deve por isso ganhar a vida em proporção à importância que tem nesse universo.
Este advogado devia estar calado nestes assuntos de seriedade porque a desmultiplicação dos papéis em jeito de catão que assume publicamente só se compara com a gomina que põe no cabelo para brilhar na tv, onde frequentemente é chamado para debitar opinião sobre tudo e o habitual par de botas, particularmente em assuntos de justiça candente que envolva notáveis do PS e arredores.
Esta notícia é do JN, de 3.2.2013 e não me dei ao trabalho de procurar mais na internet, no Base para ver mais:
"Alguns dos maiores gabinetes de advogados são contratados ano após ano para prestar serviços de assessoria e consultoria jurídica a entidades públicas.
A lista, disponível na Internet, mostra que no ano passado foram entregues ajustes directos a consultórios de advogados no valor de 7,6 milhões - inferior ao entregue em anos anteriores, reflexo da contenção notada em todos os ajustes directos, mas ainda assim suficiente para pagar o projecto de requalificação do troço nascente da Avenida da Boavista, da Câmara do Porto.
Em 2012, os maiores adjudicados foram a BAS (a sociedade de Pedro Madeira de Brito e Artur Filipe da Silva, com 548 mil euros), a Abreu & Associado (411 mil), a Nuno Cerejeira Namora, Pedro Marinho Falcão & Associados (386 mil), a Jardim Sampaio, Magalhães e Silva e Associados (367 mil), a Paz Ferreira & Associados (346 mil) e a Sérvulo & Associados (314 mil). Em número absoluto, esta sociedade foi a que assinou mais contratos.
Este ano, sobretudo graças aos 650 mil euros que o Banco de Portugal pagará à Vieira de Almeida & Associados por serviços de assessoria jurídica, durante três anos, o valor contratado com gabinetes de advogados ultrapassa o registado na mesma altura do ano passado.
Alexandra Figueira | Jornal de Notícias | 03-02-2013"
Costa e Lacerda Machado conhecem-se desde a faculdade, onde se tornaram
bons amigos, ao ponto de este ser depois seu padrinho de casamento. O
outro amigo próximo era Eduardo Cabrita, com quem o jovem advogado parte
depois para Macau, onde está dois anos como assessor jurídico —
indicados precisamente por Costa ao então secretário-adjunto Magalhães e
Silva. É aqui que conhece Jorge Coelho, que se lembra dele como um
jovem “afável e competente”, que fazia parte da equipa de futebol que
organizava.
É deste tipo de atitudes que detesto particularmente: estes indivíduos falam como se fossem donos de uma moral que arvoram em público, apenas porque são alguém politicamente e portanto com as costas sempre aquecidas pelo conforto político. Sem isso seriam zero no panorama mediático-social. Ou antes, seriam tanto como os demais que não têm esse poder.
O tal juiz de Oeiras que é afilhado de casamento de um dos candidatos à Câmara, das duas uma: ou decidiu mal, legalmente e portanto poderá vir a ser sindicada a sua decisão; Ou decidiu mal, por peita moral, por prevaricação deliberada e tal não se sindica com artigos manhosos como este. Ou então decidiu bem, legalmente e por isso sem motivo algum para crítica, o que deveria envergonhar quem escreve desse modo e afastá-lo de vez de toda a actividade pública de supervisão de comportamentos de magistrados, precisamente por causa da suspeita, agora séria, de má índole ou má capacidade de ajuizamento de quem assim actua.
Presumi-lo corrupto e deixar a suspeita que não é sério, como faz Magalhães e Silva, tendo em conta o que este representa politicamente e pela actividade que publicamente tem exercido, é um exercício venal em prol de uma moralidade de vão de escada e representa um grau mais acima na hipocrisia ambiente.
Se há coisa que o advogado Magalhães e Silva devia resolutamente abster-se de fazer é a prolação de juizos morais escritos e publicados sobre comportamentos alheios deste género relativamente a magistrados.