Tenho gosto em pertencer a uma espécie que julgo rara, de apreciadores
do som gravado segundo os mais elevados padrões de qualidade técnica e reproduzido de igual modo. Como tal
se aproxima de um graal místico de descoberta da sonoridade perfeita, a busca é
incessante e mantém uma atenção permanente às inovações tecnológicas das
aparelhagens de reprodução sonora. Por outro lado, tal experiência, se levada ao extremo, pode conduzir a uma mania cujas bizarrias a tornam incompreensíveis para os demais e portanto já no domínio da psiquiatria...
A tal mística associa-se ainda o gosto pela estética do
produto manufacturado, pela aparência
das caixas que o contém e as tácticas comerciais de o vender, por meio de
publicidade impressa quase sempre muito apelativa. Portanto, todo um mundo que escapa a muita gente, por
simples desinteresse, aliás compreensível e que congrega uns quantos tolinhos do som entre o quais me incluo moderadamente.
Em razão da obsessão dessa busca interminável vou lendo o
que se publica sobre a matéria no país e no estrangeiro, por outros tanto ou
mais obcecados na busca desse graal.
Algumas revistas da especialidade aparecem por cá regularmente. Os ingleses têm três de grande qualidade- Hi-Fi Choice, Hi-Fi Choice, Hi-Fi News e Hi-Fi World-, que se publicam há décadas. os franceses a Haute-Fidelité; os espanhóis também têm a sua Alta Fidelidad e os alemães têm várias que nem chegam por cá e porventura serão das melhores. Os italianos tinham uma Alta Fedeltà graficamente fabulosa nos anos noventa.
Em Portugal, também há décadas, o mercado de nicho vai alimentado a Audio Cinema em Casa ( ?) que se publica regularmente e segue os padrões dos ingleses, bem como os seus produtos e marcas com uma ou outra referência aos alemães e franceses, para além dos americanos. Estes têm principalmente a revista Stereophile, a bíblia da especialidade, com artigos que lidam com o assunto do modo que um jornalista português que agora escreve na Hi-Fi News- José Vítor Henriques- o sabe fazer: com conhecimento, humor, escrita impecável e personalizada.
Algumas revistas da especialidade aparecem por cá regularmente. Os ingleses têm três de grande qualidade- Hi-Fi Choice, Hi-Fi Choice, Hi-Fi News e Hi-Fi World-, que se publicam há décadas. os franceses a Haute-Fidelité; os espanhóis também têm a sua Alta Fidelidad e os alemães têm várias que nem chegam por cá e porventura serão das melhores. Os italianos tinham uma Alta Fedeltà graficamente fabulosa nos anos noventa.
Em Portugal, também há décadas, o mercado de nicho vai alimentado a Audio Cinema em Casa ( ?) que se publica regularmente e segue os padrões dos ingleses, bem como os seus produtos e marcas com uma ou outra referência aos alemães e franceses, para além dos americanos. Estes têm principalmente a revista Stereophile, a bíblia da especialidade, com artigos que lidam com o assunto do modo que um jornalista português que agora escreve na Hi-Fi News- José Vítor Henriques- o sabe fazer: com conhecimento, humor, escrita impecável e personalizada.
Por isso, para se entender esta mística associada aos sons, nada
melhor que estes dois artigos da revista Stereophile, americana ( na edição de Novembro
de 2015 e de Dezembro de 2017) um dos lugares de celebração
desde culto magnífico a um estado de espírito associado ao apreço pelos sons
agradáveis ao ouvido, ou seja à Música.
Estes artigos são um compêndio subtil sobre essa
mística e quem não entende a mensagem escusa de ler a seguir porque dificilmente compreenderá o resto…
E como começou este culto à música gravada e reproduzida? Na minha infância do início dos anos sessenta do século passado, habituei-me a ouvir em determinadas ocasiões festivas de aldeia e que na época eram bastantes, incluindo Domingos de Missa cantada, sons musicais através de cornetas colocadas no alto da torre sineira, no campanário da igreja. A fidelidade musical era baixa mas reproduzia o que o gira-discos básico tocava em 45 rotações por minuto. O amplificador era artesanal, da Ambaro ou outra marca regional e ainda com o calor das válvulas que amplificavam para os ouvintes o que os fornecedores da música de campanário tinham para oferecer: música folclórica gravada pela etiqueta Alvorada ou mesmo Orfeu e Rapsódia, incluindo alguns artistas de época, como o Conjunto Maria Albertina, Conjunto António Mafra ou até Frei Hermano da Câmara, para além dos demais António Mourão do Ó tempo volta p´ra trás ou Ó meu rio Douro de um grupo vocal já desaparecido ( Zé Rosa e o seu conjunto) . Por isso O Rapaz da Camisola Verde, daquele Frei, cujo real significado da letra só muitos anos depois compreendi, é um ícone musical desse tempo de música de campanário, sempre repetido porque o fornecedor da música era itinerante e passava de uma aldeia para outra, sempre com as mesmas músicas em ep ou single. Curiosamente não havia fado, prato musical diário de alguma rádio desse tempo.
A característica de todos estes cantores populares era uma e simples: melodias encantadoras, letras engraçadas, encantadoras, marotas qb ou evocativas ( Ó tempo volta p´ra trás é um clássico) e simplicidade musical e instrumental. A secção rítmica resume-se a uns bombos, sem mais; as guitarras acústicas acompanham ferrinhos e concertinas ou acórdeões e o resto...são vozes. Pouco ou nada eléctrico em instrumentação. Não há efeitos sonoros, de teclas eléctricas ou outros. As gravações em estúdios sem grandes condições técnicas ( no Porto, Arnaldo Trindade não tinha aparelhagem suficiente para gravar Venham mais cinco, de José Afonso, em 1973, por exemplo e que foi gravado em Paris).
Onde é que se podia ouvir música em alta-fidelidade sofisticada, nesses dias, em Portugal? Em poucas casas, de privilegiados que podiam ouvir discos importados em aparelhagem que nos final dos anos sessenta começava a aparecer, alguma vinda do Japão. Ou então...no rádio, onde alguns esses discos passavam em programas escolhidos, como o Em Órbita do RCP, já por aqui mencionado.
Foi portanto no rádio que despertou esta conversão à audiofilia e depois comparando sons que se podiam ouvir muitas vezes em jukeboxes que os cafés tinham para animar o ambiente a troco de cinco coroas. Essas jukeboxes de café, importadas, tinham um som único e cheio, óptimo para ouvir a música popular anglo-saxónica emergente.
Porém, a verdadeira experiência mística de feição sonora podia ocorrer nas discotecas, geralmente apetrechadas de boas aparelhagens demonstrativas dos discos e que por isso deixavam a impressão sonora indelével no consciente e depois recalcado no subconsciente quando ainda não se tinha gira-discos ou amplificar e colunas de qualidade idêntica.
Quando se ouve pela primeira vez em condições sonoras adequadas o disco Bookends ( de 1967) de Simon & Garfunkel e o tema America, fica-se apanhado no som para o resto da vida. A experiência torna- se em vício, como uma droga dura. Ouvir Teaser and the Firecat (1971), de Cat Stevens em rádio é uma coisa; em disco numa aparelhagem boa é outra, com efeito diverso e o mesmo critério se aplica a Immigrant song do III dos Lee Zeppelin de 1970. Não há rádio, sequer a válvulas, que reproduza o som da bateria que aí se martela, como uma boa aparelhagem o faz. Do mesmo modo o som do primeiro disco dos Jethro Tull, This Was, de 1968 só se ouve em condições perfeitas se o for numa boa aparelhagem e no vinil original, de prensagem britânica. Aliás, todos estes discos mencionados só se devem ouvir em vinil porque é esse o melhor meio de reprodução de som musical, gravado. Ponto. E chegamos ao ponto.
Todos os discos apontados são anteriores a 1971. O LP, como o conhecemos, apareceu no final dos anos quarenta na America e o conceito de "alta-fidelidade" espalhou-se durante os anos cinquenta com uma ideia simples: colocar no auditório de uma casa a experiência sonora que se poderia ouvir numa sala de concerto público de grande audiência. A ideia de transportar em modo imaginário o ouvinte para a sala de concerto, ou para o estúdio, dominou tal conceito, até hoje. Um som de alta fidelidade é aquele que soa como a ideia que alguém faz acerca do verdadeiro som natural ( "A high-fidelity sound is one that sounds like your idea of what the world truly sounds like", escreve Greg Milner no livro Perfecting Sound Forever, edição Granta, 2009).
Um dos sinais de perigo daquela mania levada ao extremo seria a busca incessante da qualidade de "presença" de determinado som reproduzido e consequentemente a busca de aparelhagens sofisticadas e produzidas com esse objectivo que as tornam caras demais para alimentar muitas manias mas apetecíveis para quem as julga alcançáveis. Dezenas, centenas de milhar de euros, podem custar tais aparelhagens da dCS ou de engenheiros e fabricantes esotéricos dos EUA.
Portanto é neste intervalo que se situa o ponto óptimo e deve dizer-se que nesta altura o som tal como entendido e ouvido por um audiófilo é uma raridade no espaço público dos rádios ou da Internet e tal por causa da revolução digital. Isso acontece porque alguém, eventualmente todo um sistema de produção sonora, roubou uma das suas componentes essenciais e inerentes ao carácter analógico do mesmo som. Com a sintetização das ondas sonoras, digitalizando-as atenuou-se tal efeito de modo a perverter o mesmo, modificando-o. Um som natural, gravado desse modo digital, perde uma parte da sua essência de onda contínua porque literalmente é cortado em fatias virtuais sinalizadas em 0 e 1.
A gravação digital do som musical apareceu em finais dos anos setenta do século passado. O primeiro disco comercial de grande divulgação foi Bop till you drop, de Ry Cooder que saiu em 1979.
Quando o ouvi a primeira vez, num suporte de vinil, Lp, em prensagem nacional da Rádio Triunfo, bastante inferior ao original americano, achei que era um som fabuloso, particularmente o instrumental I Think it´s gonna work out fine. Ouvi-o num gira discos de qualidade inferior mas adivinhava ali, nos baixos e interstícios instrumentais uma riqueza sonora incomparável. Doce engano. O disco, na sua versão analógica de vinil reproduz melhor ou pior segundo as aparelhagens, o que lá ficou na gravação original digitalizada em frequência próxima da do cd, ou seja, 16 bits e 50 kHz ( o cd tem 16/44.1).
Qual é a verdadeira diferença sonora entre esse Lp gravado originalmente em formato digital e a sua versão em cd ( aparecido em meados dos anos oitenta) ? Já fiz a experiência: o vinil continua a soar melhor que o cd, embora os japoneses tenham inventado um processo de melhorar o cd, tratando-o tecnicamente por um processo que lhe aumenta um pouco a resolução. Nunca ouvi mas já li louvores a tal produto ( SHM-cd).
Para um audiófilo, no entanto, a diferença, mesmo pequena e para melhor é que conta, na busca do tal graal sonoro e esse disco é um bom exemplo disso como o é o disco The Nightfly de Donald Fagen, do grupo Steely Dan, de 1982, também gravado originalmente em formato digital e lançado em LP e depois cd. Tenho os dois e o Lp...bla bla, bla.
Para tornar mais complexo este critério de escolha, ao longo dos anos, a tecnologia foi inventando maiores resoluções na gravação e reprodução digital que no início se situava naqueles parâmetros ( 16 bits e 50kHZ, embora os cd´s produzidos não fossem além dos 44.1kHz) .
Em primeiro lugar apareceram técnicas de prensagem de cd´s com os artefactos dourados da Mobile Fidelity ou da DCC Compact supostamente superiores e depois de o suporte original ter sido rematrizado ( digitally remastered) .
Anúncio na revista CD Review de Dezembro de 1992.
Ao mesmo tempo o LP levava uma lavagem e capa nova, em alguns casos, modificando-se ligeiramente edições originais, através de novas prensagens, supostamente mais cuidadas e a partir das fitas analógicas originais.
Onde é que se podia ouvir música em alta-fidelidade sofisticada, nesses dias, em Portugal? Em poucas casas, de privilegiados que podiam ouvir discos importados em aparelhagem que nos final dos anos sessenta começava a aparecer, alguma vinda do Japão. Ou então...no rádio, onde alguns esses discos passavam em programas escolhidos, como o Em Órbita do RCP, já por aqui mencionado.
Foi portanto no rádio que despertou esta conversão à audiofilia e depois comparando sons que se podiam ouvir muitas vezes em jukeboxes que os cafés tinham para animar o ambiente a troco de cinco coroas. Essas jukeboxes de café, importadas, tinham um som único e cheio, óptimo para ouvir a música popular anglo-saxónica emergente.
Porém, a verdadeira experiência mística de feição sonora podia ocorrer nas discotecas, geralmente apetrechadas de boas aparelhagens demonstrativas dos discos e que por isso deixavam a impressão sonora indelével no consciente e depois recalcado no subconsciente quando ainda não se tinha gira-discos ou amplificar e colunas de qualidade idêntica.
Quando se ouve pela primeira vez em condições sonoras adequadas o disco Bookends ( de 1967) de Simon & Garfunkel e o tema America, fica-se apanhado no som para o resto da vida. A experiência torna- se em vício, como uma droga dura. Ouvir Teaser and the Firecat (1971), de Cat Stevens em rádio é uma coisa; em disco numa aparelhagem boa é outra, com efeito diverso e o mesmo critério se aplica a Immigrant song do III dos Lee Zeppelin de 1970. Não há rádio, sequer a válvulas, que reproduza o som da bateria que aí se martela, como uma boa aparelhagem o faz. Do mesmo modo o som do primeiro disco dos Jethro Tull, This Was, de 1968 só se ouve em condições perfeitas se o for numa boa aparelhagem e no vinil original, de prensagem britânica. Aliás, todos estes discos mencionados só se devem ouvir em vinil porque é esse o melhor meio de reprodução de som musical, gravado. Ponto. E chegamos ao ponto.
Todos os discos apontados são anteriores a 1971. O LP, como o conhecemos, apareceu no final dos anos quarenta na America e o conceito de "alta-fidelidade" espalhou-se durante os anos cinquenta com uma ideia simples: colocar no auditório de uma casa a experiência sonora que se poderia ouvir numa sala de concerto público de grande audiência. A ideia de transportar em modo imaginário o ouvinte para a sala de concerto, ou para o estúdio, dominou tal conceito, até hoje. Um som de alta fidelidade é aquele que soa como a ideia que alguém faz acerca do verdadeiro som natural ( "A high-fidelity sound is one that sounds like your idea of what the world truly sounds like", escreve Greg Milner no livro Perfecting Sound Forever, edição Granta, 2009).
Um dos sinais de perigo daquela mania levada ao extremo seria a busca incessante da qualidade de "presença" de determinado som reproduzido e consequentemente a busca de aparelhagens sofisticadas e produzidas com esse objectivo que as tornam caras demais para alimentar muitas manias mas apetecíveis para quem as julga alcançáveis. Dezenas, centenas de milhar de euros, podem custar tais aparelhagens da dCS ou de engenheiros e fabricantes esotéricos dos EUA.
Portanto é neste intervalo que se situa o ponto óptimo e deve dizer-se que nesta altura o som tal como entendido e ouvido por um audiófilo é uma raridade no espaço público dos rádios ou da Internet e tal por causa da revolução digital. Isso acontece porque alguém, eventualmente todo um sistema de produção sonora, roubou uma das suas componentes essenciais e inerentes ao carácter analógico do mesmo som. Com a sintetização das ondas sonoras, digitalizando-as atenuou-se tal efeito de modo a perverter o mesmo, modificando-o. Um som natural, gravado desse modo digital, perde uma parte da sua essência de onda contínua porque literalmente é cortado em fatias virtuais sinalizadas em 0 e 1.
A gravação digital do som musical apareceu em finais dos anos setenta do século passado. O primeiro disco comercial de grande divulgação foi Bop till you drop, de Ry Cooder que saiu em 1979.
Quando o ouvi a primeira vez, num suporte de vinil, Lp, em prensagem nacional da Rádio Triunfo, bastante inferior ao original americano, achei que era um som fabuloso, particularmente o instrumental I Think it´s gonna work out fine. Ouvi-o num gira discos de qualidade inferior mas adivinhava ali, nos baixos e interstícios instrumentais uma riqueza sonora incomparável. Doce engano. O disco, na sua versão analógica de vinil reproduz melhor ou pior segundo as aparelhagens, o que lá ficou na gravação original digitalizada em frequência próxima da do cd, ou seja, 16 bits e 50 kHz ( o cd tem 16/44.1).
Qual é a verdadeira diferença sonora entre esse Lp gravado originalmente em formato digital e a sua versão em cd ( aparecido em meados dos anos oitenta) ? Já fiz a experiência: o vinil continua a soar melhor que o cd, embora os japoneses tenham inventado um processo de melhorar o cd, tratando-o tecnicamente por um processo que lhe aumenta um pouco a resolução. Nunca ouvi mas já li louvores a tal produto ( SHM-cd).
Para um audiófilo, no entanto, a diferença, mesmo pequena e para melhor é que conta, na busca do tal graal sonoro e esse disco é um bom exemplo disso como o é o disco The Nightfly de Donald Fagen, do grupo Steely Dan, de 1982, também gravado originalmente em formato digital e lançado em LP e depois cd. Tenho os dois e o Lp...bla bla, bla.
Para tornar mais complexo este critério de escolha, ao longo dos anos, a tecnologia foi inventando maiores resoluções na gravação e reprodução digital que no início se situava naqueles parâmetros ( 16 bits e 50kHZ, embora os cd´s produzidos não fossem além dos 44.1kHz) .
Em primeiro lugar apareceram técnicas de prensagem de cd´s com os artefactos dourados da Mobile Fidelity ou da DCC Compact supostamente superiores e depois de o suporte original ter sido rematrizado ( digitally remastered) .
Anúncio na revista CD Review de Dezembro de 1992.
Ao mesmo tempo o LP levava uma lavagem e capa nova, em alguns casos, modificando-se ligeiramente edições originais, através de novas prensagens, supostamente mais cuidadas e a partir das fitas analógicas originais.
Imagem da Stereo Review de 1996
Porém, a grande mudança qualitativa no cd ocorreu no final dos anos noventa, com a introdução de dois novos formatos: o dvd-audio e o sacd. Aqui explicados na Stereo Review de Maio de 1998.
A partir daqui tornou-se mais difícil a distinção entre o som do digital e o analógico do vinil, mas ainda assim, na minha opinião de quem já escutou muitos discos nesses formatos, o vinil continua a levar a melhor sobre todos eles.
Em meados dos anos 2000 ocorreu uma polémica entre os criadores e detentores das patentes dos dvd-audio e sacd ( Toshiba e Sony), tal como explicado aqui por José Vítor Henriques, o nosso maior connoisseur destas matérias e desde há muitos anos. O assunto prendia-se com o video mas teve reflexos no audio. De tal forma que a única forma, conhecida até hoje de copiar sacd´s em formato original é através desta Playsation 3, com manobras de software.
DN de 2.9.2005:
Seja como for também estou de acordo com a opinião de JVH: o melhor som é o do SACD e particularmente do formato DSD que os integra. Todos os dias o comprovo porque ouço dsd em resolução 5.6 MHz ( dupla) de gravações dos meus discos de vinil.
Há cerca de meia dúzia de anos, se tanto, passou a ser possível ouvir música em formato blu-ray, exclusivamente e foi precisamente nesse formato, para além de outros ( cd, DVD-audio e mp3 de 320 Kbs) que Neil Young compilou em 2009 os seus Archives Vol I, contendo a sua produção discográfica até ao ano de 1972, incluindo por isso a obra prima Harvest em nove discos compactos bluray e mais um com o filme Journey through the past. Asseguro que é das melhores experiências musicais que já tive, ouvir essa obra. Mesmo tendo os discos em vinil quase todos, e que considero melhores em som total, a interacção do som e imagem do bluray é "imersiva" como dizem os ingleses, porque se mergulha de facto naquela sonoridade e ambiente da música de Neil Young. As imagens são animadas com gira-discos a rodar efectivamente o disco contendo a música que se está a ouvir e outros efeitos.
E aqui chegado tenho oportunidade de mostrar o motivo deste texto: precisamente Neil Young e a sua preocupação com o som que o leva a dizer o que diz o título: alguém roubou algo ao som que se ouve nos media da actualidade.
Numa entrevista à revista Mojo deste mês diz assim:
Quem é que subtraiu ao som o que o mesmo contém? As empresas de "streaming" de música, para além do mais. Spotify e Apple, em concreto, passam as músicas com uma resolução não superior a mp3 que evidentemente corta muita qualidade nas características originais do som uma vez que não ultrapassam na melhor das hipóteses os 320 Kbs, muito inferior à do cd ( 44.100Hz). Neil Young consegue provar, como se verá a seguir que é possível disponibilizar ao consumidor de música neste formato, qualidade superior à do cd e fá-lo actualmente em modo gratuito, online.
Neil Young também considera o som do lp superior mas logo a seguir a resolução que actualmente se pode alcançar no som digitalizado, actualmente pouco lhe fica a dever e pode experimentar-se tal facto imediatamente se alguém tiver meios para tal.
Neil Young disponibilizou um sítio na internet, chamado NYA que permite ouvir quase toda a sua obra ( incluindo aqueles dez discos do Archives I) no formato superior que defende para o digital e que supera em muito o do cd. Pode ouvir-se no sítio, consoante o equipamento que se tenha, através do computador, as músicas de Neil Young, desde o início da carreira até aos mais recentes discos, com algumas excepções de discos ainda não disponibilizados, mas são poucos e os menos interessantes ( Landing on water, por exemplo).
O resto pode ser ouvido no formato digital e resolução que Neil Young colocou como sendo o máximo possível ( 24 bits e 192 kHz e 24/176) passando pelo 24/96 ou pelo 16/44.1 do cd, no caso também muito aceitável. Para tal é necessário ter acoplado ao computador um conversor que pode muito bem ser como este que custa cerca de 100 euros na FNAC, mas há outros do género. Com isso e uns auscultadores de qualidade pode ouvir-se o melhor som de Neil Young, em termos próximos da audiofilia mais exigente.
O sítio de Neil Young tem este aspecto:
Nesta primeira imagem do site aparece o arquivo virtual que corre como se fosse real e com o barulho característico das portas a correr. No topo do lado direito aparece a janelinha a verde que indica a resolução a que a música está a ser transmitida. Se a cor preencher toda a janela é porque está cheia e no caso é 24/192, o máximo. Comparei com o som digitalizado por mim, em dsd, do vinil original que tenho por cá e é um som mais poderoso em volume, mas um pouco menos subtil e é a audição dessa diferença que me qualifica para a audiofilite aguda.
Mesmo quem não tem o tal conversor pode ouvir na resolução máxima do mp3 disponibilizado escolhendo logo no botão à esquerda do vumeter o resolução 320, bastando carregar no número. Ouvirá então nessa resolução que ainda assim é superior à do Spotify.
Nesta imagem aparece uma mostra de todos os discos dos Archives Vol I numa linha cronológica ilustrada.
Neste caso o álbum Harvest.
A partir daqui tornou-se mais difícil a distinção entre o som do digital e o analógico do vinil, mas ainda assim, na minha opinião de quem já escutou muitos discos nesses formatos, o vinil continua a levar a melhor sobre todos eles.
Em meados dos anos 2000 ocorreu uma polémica entre os criadores e detentores das patentes dos dvd-audio e sacd ( Toshiba e Sony), tal como explicado aqui por José Vítor Henriques, o nosso maior connoisseur destas matérias e desde há muitos anos. O assunto prendia-se com o video mas teve reflexos no audio. De tal forma que a única forma, conhecida até hoje de copiar sacd´s em formato original é através desta Playsation 3, com manobras de software.
DN de 2.9.2005:
Seja como for também estou de acordo com a opinião de JVH: o melhor som é o do SACD e particularmente do formato DSD que os integra. Todos os dias o comprovo porque ouço dsd em resolução 5.6 MHz ( dupla) de gravações dos meus discos de vinil.
Há cerca de meia dúzia de anos, se tanto, passou a ser possível ouvir música em formato blu-ray, exclusivamente e foi precisamente nesse formato, para além de outros ( cd, DVD-audio e mp3 de 320 Kbs) que Neil Young compilou em 2009 os seus Archives Vol I, contendo a sua produção discográfica até ao ano de 1972, incluindo por isso a obra prima Harvest em nove discos compactos bluray e mais um com o filme Journey through the past. Asseguro que é das melhores experiências musicais que já tive, ouvir essa obra. Mesmo tendo os discos em vinil quase todos, e que considero melhores em som total, a interacção do som e imagem do bluray é "imersiva" como dizem os ingleses, porque se mergulha de facto naquela sonoridade e ambiente da música de Neil Young. As imagens são animadas com gira-discos a rodar efectivamente o disco contendo a música que se está a ouvir e outros efeitos.
E aqui chegado tenho oportunidade de mostrar o motivo deste texto: precisamente Neil Young e a sua preocupação com o som que o leva a dizer o que diz o título: alguém roubou algo ao som que se ouve nos media da actualidade.
Numa entrevista à revista Mojo deste mês diz assim:
Quem é que subtraiu ao som o que o mesmo contém? As empresas de "streaming" de música, para além do mais. Spotify e Apple, em concreto, passam as músicas com uma resolução não superior a mp3 que evidentemente corta muita qualidade nas características originais do som uma vez que não ultrapassam na melhor das hipóteses os 320 Kbs, muito inferior à do cd ( 44.100Hz). Neil Young consegue provar, como se verá a seguir que é possível disponibilizar ao consumidor de música neste formato, qualidade superior à do cd e fá-lo actualmente em modo gratuito, online.
Neil Young também considera o som do lp superior mas logo a seguir a resolução que actualmente se pode alcançar no som digitalizado, actualmente pouco lhe fica a dever e pode experimentar-se tal facto imediatamente se alguém tiver meios para tal.
Neil Young disponibilizou um sítio na internet, chamado NYA que permite ouvir quase toda a sua obra ( incluindo aqueles dez discos do Archives I) no formato superior que defende para o digital e que supera em muito o do cd. Pode ouvir-se no sítio, consoante o equipamento que se tenha, através do computador, as músicas de Neil Young, desde o início da carreira até aos mais recentes discos, com algumas excepções de discos ainda não disponibilizados, mas são poucos e os menos interessantes ( Landing on water, por exemplo).
O resto pode ser ouvido no formato digital e resolução que Neil Young colocou como sendo o máximo possível ( 24 bits e 192 kHz e 24/176) passando pelo 24/96 ou pelo 16/44.1 do cd, no caso também muito aceitável. Para tal é necessário ter acoplado ao computador um conversor que pode muito bem ser como este que custa cerca de 100 euros na FNAC, mas há outros do género. Com isso e uns auscultadores de qualidade pode ouvir-se o melhor som de Neil Young, em termos próximos da audiofilia mais exigente.
O sítio de Neil Young tem este aspecto:
Nesta primeira imagem do site aparece o arquivo virtual que corre como se fosse real e com o barulho característico das portas a correr. No topo do lado direito aparece a janelinha a verde que indica a resolução a que a música está a ser transmitida. Se a cor preencher toda a janela é porque está cheia e no caso é 24/192, o máximo. Comparei com o som digitalizado por mim, em dsd, do vinil original que tenho por cá e é um som mais poderoso em volume, mas um pouco menos subtil e é a audição dessa diferença que me qualifica para a audiofilite aguda.
Mesmo quem não tem o tal conversor pode ouvir na resolução máxima do mp3 disponibilizado escolhendo logo no botão à esquerda do vumeter o resolução 320, bastando carregar no número. Ouvirá então nessa resolução que ainda assim é superior à do Spotify.
Nesta imagem aparece uma mostra de todos os discos dos Archives Vol I numa linha cronológica ilustrada.
Neste caso o álbum Harvest.
102 comentários:
não distingo um ré dum mi,
mas gosto muito de música
erudita, folclórica
no final da IIGM gostava do swing de Sinatra
na Fac ouvi Fancisco josé ao vivo
mictava-me a rir com a letra dos fadunchos
rm Coimbra gostava de ouvir Góis, Machado Soares, a guitarra de Brójo e do Jorge
16 h de trabalho/ dia e deslocações não davam para música
de nada valeu o meu esforço e o de tentos outros
tâmos fu dildos
noite de óscares
em Coimbra conheci um chamado Alho
Finalmente um post verdadeiramente importante :D .
A que eu gosto mais é a Hi-Fi News, mas a que mais comprava era a What Hi-fi por uma razão bem prosaica: Dentro de limites psiquiátricos aceitáveis, revia equipamento que eu de alguma forma podia almejar. As outras entram em delírios de tal ordem que muitas vezes ouviam-me rir à gargalhada com o chorrilho de hipérboles utilizadas e com o preço das coisas. Quando um gira discos ou um amplificador para ter na sala custa mais que o apartamento médio (muito mais), também me começo a desinteressar. Porque mesmo que tivesse dinheiro, nunca o gastaria dessa forma.
Dito isto, estou disposto a levar a sério o hobby, pela primeira vez na vida. Mudei de casa e descobri logo uma componente essencial de qualquer aparelhagem: a sala. Nunca em quase 18 anos da outra casa tive o som que agora tenho (e a sala ainda não está pronta, faltam os livros que são suficientes para as paredes todas).
A segunda crónica está ilustrada com uma coluna Magico, não me importava nada de as ter. Não sei se é uma particularidade minha, mas não posso ouvir música a partir de algo que não seja visualmente apelativo para mim. Uma marca que a What Hi-fi elogia imenso é a Cyrus, mas o design daqueles equipamentos faz-me olhar para o lado.
O meu culto começou com um gira-discos de uma prima minha (a banda desenhada com a colecção Tintim do pai dela, já falecido). Era um caixote do qual se destacavam as colunas. Alguém lhe deu aquilo e seis LPs a ver se me lembro: B-52's (este mudou a minha vida), Ramones (Rocket to Russia), Classic Nouveaux (La Verité), Simon & Garfunkel (concerto no Central Park que também chegou a dar na TV)… já não me lembro? Só tínhamos uns 12 anos.
"A experiência torna- se em vício, como uma droga dura."
Não chego a esse ponto, mas tenho uma curiosidade… se atinge determinados standards sonoros, qual é o interesse que o José tem numa micro Aiwa que falou há dias? Pelo coleccionismo também de equipamento?
O ano passado tentei comprar um amplificador NAD 3020 só pelo facto de ser um marco (e estar "near mint", com caixa original e tudo). Infelizmente o vendedor enviou-me um leitor de CD NAD 5000 por engano, também em incrível bom estado, que acabou por me dar (infelizmente outra vez, "skips" como é característica dos NAD ao fim de uns anos). Mas não me enviou o 3020 que tinha enviado para outra pessoa. Devolveu-me o dinheiro e quando lhe devolveram o 3020, como eu tinha comprado super-barato, preferiu voltar a colocá-lo no eBay.
A micro Aiwa como lhe chama já cá canta e digo-lhe que não é nada subproduto. Esteticamente é um mimo e foi por isso que comprei, porque
é de 1980 e lembro-me de ver os anúncios na Rolling Stone. Aliás tenho um anúncio scaneado.
Serve-me para ouvir rádio o que faz muitíssimo bem ( melhor que o meu receiver Nakamichi, no sítio onde está) e ligo o leitor DAP da Onkyo que comprei há pouco e é simplesmente fantástico, com os auscultadores Sennheiser hd600 que uso e que no Nakamichi não consigo ouvir porque me soam demasiado "boomy", para usar o anglicismo. No Aiwa soam uma maravilha.
Agora ando à procura de um amplificador ideal. O que gostaria era um Jeff Rowland Capri. Veremos se apanho um em bom preço.
Com o Onkyo DP S1, leitor de ficheiros PCM até 32/192 e DSD 5.6, uso uns auscultadores in ear da Sennheiser. IE800S. Pequena maravilha!
Melhor que o FiiO X5II que ainda tenho e uso como dac no computador portátil e é imbatível nisso.
Quem quiser um dac bom e ao mesmo tempo um DAP, um leitor de ficheiros digitais musicais, aconselho o FiiO que é relativamente acessível ( julgo que se compra por 200 euros actualmente) e é muito bom.
Quem suporta o som digital pode actualmente ouvir em altíssima qualidade, no computador, no You Tube e outros sítios, desde que lhe coloque um DAC com um mínimo de qualidade.
Terá um som que há meia dúzia de anos era impossível obter deste modo. Muito superior ao cd, em alguns casos.
Portanto com um investimento relativamente pequeno poderá ter um som de audiófilo.
Estou a ler aos bocados…
Nunca vi SHM-CD em lado nenhum. O SACD convenceu-me totalmente devido à diferença com o CD que até um duro de ouvido consegue notar. Mas só tenho alguns Depeche Mode e John Coltrane (nem 6 no total). o leitor é Arcam. Não percebo muito bem o que diz no artigo dos SACD serem para tocar num leitor de CD… não me parece minimamente verdade. Pode haver discos híbridos que toquem a sua versão CD. Mas o que acontece é que um leitor de SACD toca CDs, não o inverso. Estou certo? Concordo com o que diz sobre o vinil, mas (ainda) não tenho gira-discos que possa competir.
Diz o escriba que a Sony se inspirou no Qualia 007 para o design da Playstation 3… a sério? A Playstation 3 tem um design nada menos que patético, a Sony tanto lhe dá para o Qualia 007 que parece ter objectivos muito claros, como para um pedaço de plástico sem pés nem cabeça como a PS3.
A Aiwa não é micro? Qual é o modelo para eu ver a figura?
Eu também queria um amplificador ideal… :) .
A Aiwa é esta
Não é um portento mas é uma beleza...
O som digital neste preciso momento interessa-me pouco. É o mais prático, e bom, etc, mas ando concentrado no vinil, por causa da componente hobby, do, huh, hobby. Quero ouvir lentamente e com tempo. Limpar o disco e a agulha, virar e continuar. Mas no fim, quando já tiver tudo, vou comprar um streamer (do Mac para a aparelhagem, não Spotify e coisas assim), até porque em quantidade, onde tenho mais música é num disco duro.
Outra coisa que não me interessa neste momento é de alguma forma associar imagem à música, como essa história do Neil Young, ou concertos ao vivo que se vêem na TV (tenho alguns em DVD). Percebo alguma atracção, mas não me atrai a mim.
É mini afinal :) . Gostei bastante do aspecto!
Atenção que os 320KHz (320.000Hz) e os 44.100Hz (44,1Khz), referem-se a coisas diferentes. O primeiro é Bit Rate e o segundo é sample rate. O formato da Apple é AAC e parece-me reconhecidamente melhor que o MP3. Eu os meus CDs guardei em AAC Lossless — discutível, mas na altura não sabia mais.
Mas, por exemplo, a Apple começou por oferecer AAC com 256KHz bit rate; depois passou sem custos se me lembro para 320KHz. E ao mesmo tempo tinha disponível o lossless, onde o bit rate oscila digamos entre 900KHz e 1200KHz, mas nunca disponibilizou as músicas do iTunes nesse formato. Em contrapartida, os filmes disponibilizados no mesmo sítio passaram para HD e agora 4K. Não parece haver uma apetência das pessoas pelo som de qualidade. A guerra do Neil Young parece perdida desde logo.
Também tenho o Dragonfly há uns anos. Acho mesmo muito bom, mas utilizo pouco (gosto mais da música sem auscultadores).
O SACD carece de um leitor específico. Porém, há discos sacd que podem ser lidos num leitor de cd porque são "híbridos", tendo uma camada para se ler no cd e outra para se ler no sacd. Há alguns que são apenas sacd.
Tenho vários de diversos tipos. Os de Billy Joel não são híbridos. O dos Steely Dan ( Gaucho) também é apenas sacd, julgo.
Resumindo, uma vez ouvi um obnóxio da Stereophile, o Michael Fremer (que de facto considero desagradável), dizer uma coisa que agora considero verdade: Tudo conta.
Há pequenas modificações que isoladamente eu posso dizer que de facto não são suficiente para causarem o mínimo impacto em mim. Mas o conjunto, não tenho a mais pequena dúvida.
As últimas coisas: Ligar tudo a uma única tomada; ter uma régua de tomadas que indique a fase; interconexões XLR entre amplificador e pré Chord Chorus Reference; cabos de coluna Kimber Monocle XL (com diâmetro que é seguramente o dobro das minhas mangueiras de jardim). E estou satisfeito.
Não vou fazer como os japoneses que mandam instalar postes e transformadores de electricidade no pátio, mas vou colocar um único disjuntor para a tomada da aparelhagem. Talvez já esteja a chegar ao nível psiquiátrico, mas antes isto que pastilhas, é o meu lema!
Tem razão nos bitrates do mp3 e cd.
Uma gravação em 24 bits e 48kHz dá 2304 kbps.
Uma gravação em mp3 320...dá isso mesmo. Portanto uma diferença substancial.
Porém o que sumo do postal tem a ver com a diferença audível entre o som mp3 e o wav ou dsd de alta resolução que faz toda a diferença.
Neil Young não percebe porque razão a Spotify e a Apple continuam a roubar ao ouvinte a parte do som que falta e que é notória.
Porém, como diz, uma boa parte das pessoas não se interessa porque nem distingue.
Isso dos cabos e alimentadores de corrente é ponto onde ainda nem cheguei mas sei que posso cair nisso...
Quando comprei as colunas Musical Fidelity MC-2 nos anos 80, de que não gosto muito, apesar de serem bem cotadas na altura ( gostava de ter umas JBL 4312 ou umas Audionote que ouvi no último salão Audio)
Por falar em Salão Audio Show vai haver um agora em Março no dia 16, em Lisboa, no hotel Pestana Palace, julgo ( perto de Alcântara). Estive lá o ano passado e gostei de ouvir algumas coisas.
Os bitrates do cd normal são 1411.
O que faço agora aos discos em vinil é gravá-los em dsd 5.6 em cartão micro sd e ouvi-los no DAP ou no computador através do DAC/ADC que usei para os gravar: um Korg R10, japonês e relativamente recente. Não há por aí no mercado muitos ADC que gravem em dsd, sem ser profissionais.
Se for no computador posso ligar à Aiwa ou ao Nakamichi.
Se for como agora, ligo ao FiiO e ouço nos Sennheiser IE800, como estou a ouvir Neil Young nos Archives em alta resolução ( 24/176),um som muito próximo do vinil e que me satisfaz.
É este som que devia existir em todo o lado, substituindo até os cd´s.
É isso que Neil Young diz e tem razão.
Seria uma recuperação do Som perdido.
Para o que se ouve hoje em dia, qual é o interesse de ter mais?
O Neil Young devia era responder a isso. A qualidade dos artistas hoje em dia justifica a tal qualidade roubada?
Quem é que roubou mais à música? A Apple ou os produtores da torrente de esterco que passa nas rádios?
Quem se interessa sabe como obter a qualidade. O resto, para quem é, bacalhau basta.
Para mim, chega-me bem, embora nem use o Spotify. Uso o Match da Apple que não é streaming, apenas guarda os ficheiros na nuvem deles.
Antipatizo, de uma forma geral, com a "indústria" da música e filmes. Acham-se os donos perpétuos daquilo e no direito de me impôr o que fazer com aquilo que lhes compro. Os dos programas de computadores têm o mesmo problema, mas não são nem de perto nem longe tão viciosos como os da música e cinema.
Nisso sou pior que escardalho: acho que não deviam ter nenhum direito. Zero. O artista sim, mas apenas, rigorasamente, a título individual e pessoal, e apenas no sentido de impedir que possam lucrar com as obras.
Por acaso gostava de ir a esse salão… não me parece possível neste momento.
O Neil Young tem razão, mas investiu num formato e leitor digital sem ter bases para tanto. E depois é o que eu digo acima, parece que as pessoas não dão valor. Há anos no Fantasporto no Carlos Alberto, um realizador no discurso disse que infelizmente vimos o filme, mas não o ouvimos (nesse ano o Pedro Santana Lopes foi lá e prometeu um sistema de projecção e sonoro novo para o Carlos Alberto, cumpriu). Ou seja, parece que as pessoas não dão grande valor ao que ouvem.
Há uns anos estive para comprar o ADL GT40 da Furutech para entre outras coisas (faz imensas) passar o vinil para digital. Depois achei que percebia pouco do assunto e nisto do digital (ainda) quanto mais tarde melhor. Agora têm o Stratos que é bastante impressionante. Era capaz de comprar este, para usar o phono stage também.
Lá vem o Muja chover na parada…
Cada um ouve o que quer. Porque não ouvir nas melhores condições possíveis? E os outros? Ou toda a gente ouve lixo? Enquanto escrevo isto estou a ouvir Satie (tocado por Aldo Ciccolini), mas de tarde ouvi Underworld e Cassandra Complex… eh, pá, espero que possa e em condições. Agora se o Satie para mim é pacífico, aceito perfeitamente que ninguém goste dos outros e que me critiquem.
Muja, essa questão (dos direitos) é relativamente interessante, mas vê-a a partir do fim. Se ler um pouco sobre a história da música actual e a indústria discográfica, vai reparar que se chegou a situações absurdas aos poucos e resolvendo problemas reais, que depois se tornaram noutros problemas. Faço-lhe um paralelo: Os esgotos são um problema grave, mas mandar a merda pela janela e rua abaixo, era um problema que precisava de ser resolvido. Se ler a entrevista do Neil Young, repara que ele acha as editoras "great" e necessárias. E obviamente que são, porque um músico que trate de tudo, rapidamente deixa de fazer música.
Toda a gente se devia interessar pela qualidade e de tudo. A qualidade é um trabalho de Deus o inverso é o trabalho dos broncos e de quem não tem brio nenhum, nem no que faz, nem no que consome — isto vai até à alimentação, uma coisa que se ingere! É doentio. Este Mundo era infinitamente melhor se as pessoas pensassem nisso e rejeitassem o lixo de todo o tipo radicalmente —… a China deixava logo de ser a potência que é.
Outro paralelo: Eu gosto de livros e tenho milhares. E gosto mais dos que são bem feitos. Quando é uma obra imperdível com uma capa de merda, sem gosto nenhum, paginada por um bronco ou por um amador, com uma fonte boa para deitar ao gato e passagens impressas a cor-de-roda, fico triste. Se for uma obra dessas que por aí andam aos magotes sobre o Pinto da Costa ou o outro do benfica, ou a Margarida não sei quantos, é-me indiferente porque não compro. Mas acho que quem compra devia ter um livro bem feito. Quem sabe um dia lhes daria para ler outros?
Qualidade! Ora aí está uma boa causa. Qualidade em tudo, devia ser o mote para todos.
Os alemães andam à nossa frente nisso há muitas décadas e deve ser esse o segredo deles.
Afinal foram eles quem inventou a forma de imprimir livros e os primeiros que se podem ver em museus são uma maravilha de qualidade.
Na British Library ( acho que era aí, na que tem o exemplar da Magna Carta) há uns que me encantaram e não fotografei porque não deixavam mas pedi à minha filha para o fazer. Não sei das fotos. Havia um livro encadernado aí no século XVI ou XVII cujo formato me fez cair os olhos por aquilo. Só queria poder imitar assim um livro.
Se o escrever um dia ( e tenho material para tanto que ando a recolher, mas será apenas de um exemplar) seria nesse formato que não é A4 mas anda lá perto, mais estreito um pouco e mais achatado também um pouco. É um formato não standardizado que me deixou de olhar fixo durante muito tempo.
Eu não vejo a questão a partir do fim. Vejo-a da perspectiva de quem paga - e bem.
Se eu compro um conjunto de canções, ou um filme ou um livro, porque não hei-de ter direito a copiá-lo e a, eventualmente, partilhá-lo com quem quero se não retirar daí proveito material?
Qual é o grande problema disso? Nenhum, a não ser o apelo de lucros que poderão ou não poderão perder-se - o que é pura especulação.
Uma venda só é venda quando se concretiza efectivamente. Não se pode perder aquilo que não existe.
Mas não é assim que eles vêem as coisas. Se eu emprestar um livro a alguém, seja copiado por mim ou por quem o vende, isso resulta, porventura, numa venda perdida? Tal perspectiva é legítima?
Creio que não e parece-me que é coisa que não andará longe da usura, no sentido em que se exige pagamento por algo que não existe efectivamente e que apenas se presume.
No mais, não sou contra a qualidade. Não sou audiófilo e também gastei algum dinheiro em altifalantes que dizem ser bons. Não foi muito, mas foi mais do que poderia ter sido.
O que me parece ingénuo é culpar a Apple ou os outros tais por falta de qualidade; qualidade essa que, diz quem entende, aos CDs também falta, ainda que possam ter mais que a distribuição em linha.
E como parte da questão é subjectiva - pois há quem afirme que a diferença é imperceptível, parece legítimo questionar a qualidade da maior parte da música que é vendida através desses distribuidores e não parece incomodar nada esse Neil Young.
A mim incomoda-me mais isso porque sou forçá-do a ouvi-la por aí, sem que possa razoavelmente esquivar-me à audição. Aguardo sem entusiasmo o dia em que virão cobrar-ma.
Portanto, se eu devo pagar pela audição da música ou o que eles designam como tal (e correspondente acção para as outras coisas), então que paguem quando sou forçado a ouvi-la sem o solicitar e até contrariado.
"E como parte da questão é subjectiva - pois há quem afirme que a diferença é imperceptível, parece legítimo questionar a qualidade da maior parte da música que é vendida através desses distribuidores e não parece incomodar nada esse Neil Young."
É precisamente isso que incomoda Neil Young. Mas é preciso ler o que disse para perceber...ahahaha.
Não me expressei bem.
Não me refiro da qualidade do suporte físico no qual a música está gravada - que é ao que se refere Neil Young. Falo da qualidade musical em si - no sentido maioritariamente subjectivo do gosto pessoal mas que, a meu ver, tem necessariamente uma parte objectiva, sob pena de se não distinguir de barulho.
Os gostos serão subjectivos, mas a qualidade da reprodução também o será a partir de certo ponto - pelos menos há quem o diga.
Portanto, parece-me legítimo colocar em causa a qualidade musical daquilo que ouço por aí, sem poder evitá-lo.
E isso é que parece não incomodar Neil Young, nem creio que ele aí aplicasse o lema "quality whether you want it or not".
Neil Young não fala apenas da música que se vai produzindo mas da que já se produziu em décadas anteriores, incluindo a sua, para quem gostar.
E nisso o Spotify ou a Apple ou outros streamers são costumeiros- passam muitos oldies.
Pois sim. O que é certo é que procurei encontrar o tal serviço que ele fala e não dei com nada. Procurar por "Xstream" no google só dá notícias.
E parece que já tinha tentado o negócio com aquele aparelho que aparece na fotografia.
Já devia ter dado para o prevenir de que a maior parte das pessoas não tem interesse nisso, isto dando de barato que conseguem sequer apreciar a diferença, o que muitos disputam.
É ingénuo, para ser caridoso, imaginar que a Apple aumentasse os custos da operação várias vezes (e são muitas vezes) por causa de uma coisa de que a esmagadora maioria dos seus clientes não quer saber para nada.
O serviço que ele fala é o NYA? Ou seja o site dele? Se for tem o link no texto.
Entra-se tendo inscrição na Google ou no Facebook. Basta carregar no link.
E vale a pena porque a música que lá tem é quase tudo o que produziu com uma qualidade que a Apple não tem- e podia e devia ter, como ele diz.
Quem liga pouco aos consumidores são esses, por exemplo, no caso a Apple ou a Spotify, mas há vários outros, como a Tidal ou Qbuzz
Não são só os alemães. Todos os nórdicos por exemplo. O produto médio nórdico, cá é de uma qualidade inaudita. Os suíços. Uma franja apreciável da população norte-americana. Os ingleses, cada vez menos, mas ainda assim. Os japoneses.
Há pouco tempo, talvez no fim do ano passado deparei-me com um site com um ranking de prémios de design (de equipamento), por país. Portugal aparecia em nono lugar. Tive que reler. Nono, com países como os EUA e Japão à frente, com uma população e número de designers infinitamente superior. Cá falta um clique e um empurrãozinho… não se sai desta mediocridade e na melhor das hipóteses do "bom quanto baste".
Ainda há pouco andava a ver sofás numa loja alemã e um despertou-me interesse. Era de um designer português, filho e neto de carpinteiros de Paços de Ferreira ou coisa que o valha. Para uma marca norueguesa (Menu) e 4.999€ para um sofá de três lugares. Porque é que este valor acrescentado não fica cá? E os melhores têm de fazer tudo lá fora? Onde são bons e aceites?
Há alguma coisa a ser feita, talvez o que se fez no vinho, não sei. Alguma coisa.
Hoje há uma procura muito apreciável por livros bem feitos, manufacturados até. Técnicas que estavam pouco mais que mortas, estão a ser revitalizadas. Eu aprecio muito isso, ainda há pouco comprei um, impresso em tipografia mas utilizando uma técnica que agora não sei descrever. É do fundador da Wired Louis Rossetto e de Erik Spiekermann (um dos melhores designers de todos os tempos). Claro que é livro para mais de 100€ (colocado cá), mas vale a pena.
Muja, de resto concordo. Essas indústrias musicais e cinematográficas, são obra desenganada, mas o que eu digo é que não nasceram assim. Essa treta das vendas é verdade, eles contam uma música pirateada como música que se deixou de vender, quando a maior parte nunca seria comprada.
A questão do direito a copiar ou o que seja é um falso problema, porque pessoalmente não conheço ninguém que não o faça. Aliás se reparou o José diz que o faz aos vinis, aqui abertamente. Qual é o problema? Fora a pirataria pura e dura, conheço se tanto meia-dúzia de pessoas que não a praticam. Irritam-me os que o fazem por uma espécie de ideologia e nunca pagam nada. Eu faço-o, mas compro tudo o que me interessa — lá está, o que não me interessa, posso piratear para ouvir como é, mas nunca compraria, nunca seriam vendas.
Muja, parece que afinal existe uma elite cultural americana, New Yorker: The Oscars telecast is a preposterous event, but occasionally something extraordinary happens: a brief, pure moment.
Pode não gostar, mas diga aqui com todas as letras que isto não tem qualidade! Não vi os "óscares" que acho uma inanidade, fui lá pelo artigo e gostei imenso! E tem a St. Vincent!
Não faço a mínima ideia quem é a St. Vincent. E esse artista reconheço-o porque já tenho visto o nome dele por aí, e tenho a impressão que é apreciado por mulheres ahahah! São coisas que outrora me davam jeito saber.
Mas não lhe conheço a obra. Isso que aí pôs, do que ouvi, acredito que seja muito melhor que o resto que lá passou e de que dão conta no texto. Mas não acho nada de especial. Talvez interpretado por outro artista gostasse mais. Acontece-me com as canções dos oitenta. Não suporto o estilo, mas depois de ouvir outras interpretações, gostei.
Agora, daí a chamar-lhe elite... bom, depende sempre do termo de comparação...
Oxente, galera dificiú por aqui!
PS: Espero que tenha dado para reparar que a St. Vincent é a garota de calção curto… não é o negão que está ao lado!
Folgo em saber!
Mas se a música é essa, mais vale comprar uma TV 4k!
Vou comprar! Em breve! Mas não é por ter 4k, é porque a minha fiel Philips está toda empenada por algum motivo. É só riscos verticais… uma vez numa trovoada os HDMIs foram todos ao ar (o HDMI para tecnologia do século XIX, não está mal!) e desde aí nunca mais foi televisão. Só tenho a Philips e posso querer ver a St. Vincent em 4k…
"Audiophiles need to recognize that we're a small minority among music consumers. When have our interests and opinions influenced any high-level decision in the music industry? The cases I can think of were all eventual failures: HDCD, SACD, DVD-Audio. The best we can hope for is a system designed to serve the interests of others—the industry, musicians, and casual (and mobile) music listeners—but that is also good enough that we can live with it."
Este artigo na Stereophile é capaz de interessar.
Ah! MQA! Tenho andado a ler na Stereophile ( em papel e que é a minha revista preferida neste momento, a par da Wired edição americana, apenas, mais a francesa The Good Life que os parolos de cá não conhecem porque se deslumbram com uma tal Monocl; enfim, uma discussão para outras linhas).
Como dizia tenho andado a ler há meses artigos sobre isso da MQA e que parece vai ser a próxima revolução, substituindo o mp3 malfadado porque permite passar nos mesmos media que o passam os ficheiros dobrados em origami, do referido MQA desenvolvido pela gente da Meridian.
Ainda não ouvi nenhum desses ficheiros, apesar de haver um ou outro na internet, mas já tenho o instrumento para tal: o Onkyo DP S1.
Vai ser a revolução se for adoptado.
Permite ouvir o som que os estúdios gravaram virtualmente com a qualidade dessa gravação. Único senão: é essa a única opção.
Às tantas a audiofilia é que o faz ver elites por todo o lado, ó JRF. Estive a ouvir e ver um pouco, e acho que nem a figura justifica 4K nem a voz justifica essas aparelhagens caríssimas...
Num país que teve, por exemplo, uma Linda Ronstadt ou uma Emmylou Harris, essa St. Vincent é fraquinha...
José,
não percebo a contenda contra a Apple ou os distribuidores em linha. Eu nunca vi Super Audio CD à venda em lado nenhum - é verdade que também não procurei.
Muito menos vi DVD Audio, e ainda vejo DVDs com filmes à venda por aí nos supermercados.
Portanto, não se percebe bem do que possa a Apple ser culpada de que as editoras não sejam.
Aliás, o próprio entrevistado diz taxativamente: as editoras cobrariam mais pela alta-qualidade. E diz que venderam a baixa-qualidade muito barata - aqui é que já não acredito nele.
Aliás, dá-me ideia que, como outros artistas de nomeada que tenho visto, não aceitam muito bem certas mudanças e tornam-se porta-vozes de interesses que não colam bem à imagem que pretendem transmitir.
Quanto mais rebeldes em novos, mais conformistas se tornam em velhos, parece-me.
Portanto, vai a ver-se, e quem não pensa nos consumidores são os detentores dos direitos e não os distribuidores. O que, aliás, faz mais sentido. E são os detentores que chamam ladrões aos consumidores.
A Apple deixa-me carregar qualquer ficheiro de música ou cd para a minha conta de Match, e fica disponível em todos os meus computadores, telefones, etc. E se for de baixa qualidade e eles tiverem melhor na loja deles, dão-me essa versão.
As editoras chamam-me ladrão e dizem que eu descarregar um ficheiro mp3 da net é a mesma coisa que roubar um carro. E não estou a exagerar.
E meter-me-iam na cadeia por isso, se pudessem.
Talvez não haja por aqui a percepção da sanha com esse lobi, que é poderosíssimo - a cujo facto não deve ser alheia certa gente nele preponderante, com apelidos de sonoridade germânica - da sanha com que perseguem tudo e todos que sonhem ameaça ao lucrativo negócio.
Mas devia haver, porque já pagamos uma taxa por esse crime potencial em Portugal. À partida somos já culpados. Só mesmo nós para comer taxa por delito potencial e calar.
E bloqueiam-se sites sem qualquer escrutínio e os magistrados não são nisso tidos nem achados. E quedam-se por aí, mudos.
E só os do Bloco de Esquerda são contra isto. Eles e eu.
o SACD ou o DVD-A existem à venda, mesmo na FNAC. Cá em Portugal há pouco disso, mas em França ( Paris) por exemplo há uma loja no Quartier Latin, da cadeia Gibert que tem tudo. Até mesmo cd-SHM, japoneses.
E online, no ebay ou na Amazon é mato se se procurar.
A questão é, porém, essa: se não aprecia por aí além a diferença dessa qualidade sonora, porque pergunta?
O Neil Young começa por avisar que o pressuposto para tudo o resto, no seu site, é gostar da música dele.
Eu gosto desde os meus 14 anos. E é um dos meus artistas preferidos da música popular.
Essa questão das editoras já se punha no tempo das cassetes. Copiar era crime, diziam.
Tenho por aqui muitos crimes desses cometidos. Com muito gosto e já todos prescritos.
A minha questão é esta: qual o sentido de acusar os distribuidores em linha de não fornecerem a música em tal qualidade, se nunca houve muito disso?
E eu devolvo-lhe a sua questão: se até sabem onde encontrar a qualidade desejada, porque perdem tempo com os distribuidores em linha?
Menos se compreende ainda quando há distribuidores em linha que vendem música em formato "lossless", como o Tidal.
Que eu saiba, a Apple não vende gato por lebre. A especificação do formato deles é plenamente conhecida e qualquer pessoa pode saber qual é, informando-se, e decidindo mediante a informação.
Não percebo bem donde vem essa questão.
No mais, têm bom remédio: fazer melhor que a Apple ou o Spotify, montando um negócio que possa competir eficazmente com eles.
Até agora, têm falhado nesse desiderato.
É por isso que esta questão dá ideia de ser gato escondido com rabo de fora...
E considerando que o Tidal, por exemplo, não se está a sair muito bem
https://9to5mac.com/2017/12/13/tidal-out-of-cash-may-close/
e cobra 20 dólares por mês - que é o que eu pago por ano pelo iTunes Match - o problema não é assim tão fácil de resolver.
Porque razão o serviço é tão caro?
Mais uma vez, quem detém os direitos sobre a música? São eles que recebem...
"se até sabem onde encontrar a qualidade desejada, porque perdem tempo com os distribuidores em linha?"
Só a tem assim em qualidade no site do Neil Young, NYA, Xstream. Pelo Google chega-se lá depressa.
"Menos se compreende ainda quando há distribuidores em linha que vendem música em formato "lossless", como o Tidal."
Formato "lossless" de que matriz? mp3? Wav tirada do CD que é inferior à desejada?
Ainda não vi nada lossless que me interessasse e fosse acessível em termos comerciais.
Talvez com o MQA isso venha a acontecer. Oxalá!
Pois, chega-se depressa ao arquivo dele. Mas todas as notícias que vi falam num "serviço" chamado XStream. Isso é que não consigo encontrar.
Mas agora suspeito que "XStream" é o nome do programa leitor dos ficheiros de música.
Não faço ideia qual é a matriz.
Mas os SACD e DVD-A têm a qualidade desejada, ou não?
Se têm, então estão disponíveis e não se percebe a queixa contra a Apple.
Se não têm, não têm porque razão? Num DVD cabem 4 Gigabytes e qualquer coisa. Não chega para as canções todas? Poderiam usar dois. Dantes também vendiam LPs duplos. Não se percebe, igualmente, a queixa contra a Apple.
Muja, mas eu disse Maria Callas? De qualquer modo era só uma provocação barata, lesbiana e tudo… A namorada, ou acho que é "companheira", é a que fez Loreline no filme Valerian. Mas eu gosto, já estive para comprar o último disco.
De resto eu concordo consigo, embora também concorde com o José, numa rara demonstração de harmonia. O que eu lhe digo é que acaba por ser um falso problema. Eu não conheço ninguém que não faça a sua cópia se achar que deve.
Quando compro um DVD e me aparecem aqueles avisos intermináveis, publicidade a comparar a roubar carros, com uma música execrável aos berros (que li algures, pela qual não pagaram direitos), a minha vontade é mandar o DVD logo pela janela. Esse anúncio fez-me efectivamente piratear filmes. De tão nojento. As editoras chamam-lhe ladrão? E o que lhe interessa o que as editoras lhe chamam? A mim, nada.
A questão contra a Apple… toda a gente sabe que eu não tenho questões contra a Apple para além de serem gatunos em toda a casta de cabos e adaptadores; e terem retirado o jack dos headphones que foi asinino (primeiro achei neutral); portanto estou à vontade! Discordo um pouco do José pela seguinte razão: 320KHz AAC é uma qualidade sonora mais que boa para toda a populaça. Porque toda a populaça ainda nem sequer extraiu metade do som desse formato.
Aconteceu o mesmo com o DVD (imagem). Virtualmente ninguém que eu conheço extraiu do DVD em imagem e som, o que o DVD lá tem dentro. Tenho amigos que quando saiu o Blu Ray aquilo é que era… e depois viam no computador em ecrãs de 20" e uns grilos a dar uns sons. E depois vinham a minha casa ver um DVD e quase que tinham uma apoplexia, o subwoofer até os levantava do sofá.
Portanto, se a populaça tivesse uma dessas Aiwa, onde ouvisse algum som e se tivesse os ficheiros AAC 320KHz, estava muito bem servida. Aquilo que ouço descrito como "bom som" é de fugir para as colinas.
Os SACD não estão assim tão disponíveis, há pouco títulos. Mas diz que há uma ressurgência. Eu gostei imenso da qualidade sonora do formato.
Sobre o MQA ouvi há uns meses um holandês algo chato a perorar demoradamente no you-tubo. Diz que é coisa fina. Uma característica que me intrigou e gostaria de ter é aquela história da luz ver ou azul, a indicar se a gravação corresponde ao que o artista pretende. De qualquer modo, mais uma razão para eu atrasar o mais possível a compra de streamer e equipamento digital.
Tidal
"Utilizing the file formats FLAC and ALAC with a bitrate of 1411Kbps, TIDAL HiFi offers uncompressed sound and the ultimate streaming experience for anyone who owns high quality headphones or stereo equipment."
A bem dizer, nem é em relação aos Josés que eu falo.
É em relação aos Neil Youngs. Se ele dissesse que a Apple podia fornecer ficheiros de maior qualidade, mas também dissesse que as editoras são partes-chave nessa questão e que poderiam facilitar esse desiderato, eu nem diria nada.
O que me cheira é que o tipo joga no campo delas - como outros, os U2 e Metallica, por exemplo, também comungam da ideia que copiar é roubar - e que é essa a verdadeira motivação.
Porque estão habituadas a ter a faca e o queijo na mão. Mas agora só têm o queijo, porque a faca está com a Apple e o Spotify. E se não se põem a pau, elas entram na edição e produção - como já fazem o Netflix e a Amazon por razões semelhantes - e nem com o queijo ficam.
Portanto, a minha impressão é que estes músicos são meros porta-vozes desses interesses encobertos.
A questão dos formatos também tem implicações operacionais em termos de negócio que não são dispiciendas. À escala que eles distribuem, a mera duplicação do tamanho dos ficheiros pode ter custos enormes.
E, no caso, falamos de bem mais que o dobro do tamanho.
Uma coisa é oferecer toda a música que fez o Neil Young. Outra é oferecer todo o catálogo do iTunes.
E o acrescento do custo em relação ao número de ficheiros ou ao tamanho deles não é necessariamente linear. Pode muito bem ser quadrático ou exponencial, dependendo dos algoritmos usados nas várias partes dos sistemas em causa.
Quanto à tal St. Vicent, eu também não disse Maria Callas. Mas não me parece que o estilo entre essa e as que eu referi seja muito diferente.
Mas há cantar e depois há cantarolar e, até, cacarejar.
A mim não me importa nada o que as editoras me chamam. Mas importa as trambiquices que combinam com os políticos para me aliviar a carteira, quer eu consuma o que elas fornecem quer não, como acontece já em Portugal com essa taxa de bradar aos céus!
A prova de que o problema são eles e a ganância deles está provada. Provou-o a Apple com o iTunes na música, o Netflix no vídeo e o Steam nos jogos. O pessoal quer é fácil acesso. Não quer ter fronteiras nem prazos arbitrários na distribuição.
Quando não há isso e é tão fácil pagar por uma canção ou um filme quanto é pirateá-lo, o pessoal paga.
Os da Nintendo também já abriram a pestana e os jogos para a consola nova não têm restrições geográficas - podem comprar-se no Japão e serem jogados num aparelho europeu.
E tanto se podem comprar em linha como em cartucho como há vinte anos! Portanto, nem sequer é a tecnologia o factor decisivo nessa questão.
Isso é tudo verdade (menos da St. Vincent) e eu concordo. É gente que não interessa a ninguém, mas quanto a taxas, em Portugal os politiqueiros nunca viram nenhuma que não tenham gostado.
Essa história geográfica é outra… tive três DVD (um NAD, Denon e Arcam), todos sem restrições geográficas e metade do que tenho é dos EUA. No Blu Ray a coisa torna-se mais complicada… não tenho leitor a não ser a PS4 do filho e sem multizona não me interessa assim tanto. Parece que os discos 4k não têm região, mas os leitores continuam a ter (para os discos Blu Ray e DVD), é esquizofrénico isto.
Há anos gostei bastante de ver a Apple a torcer os bracinhos às editoras… foi uma coisa que apreciei. E a retirarem o DRM e eles a gemer…
O que o Neil Young também quer dizer é que actualmente qualquer empresa que se dedique ao streaming musica pode fazer o que ele fez. E não fazem porque o público não reclama. E essa falta de reclamação é que o chateia, porque as pessoas habituaram-se a uma qualidade inferior de som quando poderiam ter a qualidade quase idêntica à do tempo do vinil.
Quanto à Apple:
Desde os tempos de Steve Jobs que espero a empresa verdadeiramente empenhada no som hi-fi de alta resolução.
A única coisa que oferecem nos computadores é uma facilidade maior de leitura nas placas de som, sem ser necessário interfaces para se ouvir alta-resolução, por exemplo a partir de 24/96.
Mas é pouco.
Nos smartphones ainda não têm o que a Huawei tem desde o P9 que é o meu e comprei por causa disso: capacidade de reprodução de som em 24bits/192kHz, nativa, como eles dizem agora.
É certo que poucas vezes usei, mas isso é porque já tinha um Fiio X5II e agora tenho o magnífico Onkyo DP S1 que não me canso de gabar.
De resto e em resumo o que Neil Young diz e subscrevo é que dantes havia melhores condições técnicas para se ouvir o som como deve ser e paraoxalmente, com o evoluir da técnica regrediu-se em geral, porque a mudança de paradigma acomodou muita gente a uma qualidade inferior à desejada e possível.
Provavelmente a conclusão a tirar é que essa qualidade absoluta interessa a relativamente poucos e a maioria contenta-se com menos que isso.
Aliás as mulheres parece que nem notam isso. O que não deixa de ser curioso. Nunca conheci nenhuma mulher audiófila e nos salões de exposição e testes, como o que se vai fazer em Lisboa no próximo dia 16,17 e 18 de Março, geralmente acompanham os homens mas não ligam.
Talvez por isso o ano passado nem um jornal mencionasse o evento. Nem uma tv...também.
Não existiu mediaticamente.
É verdade isso das mulheres — se andar por aqui a polícia do género e dos bi-curiosos, vamos de cana!
A minha mulher, se por acaso esse assunto for mencionado, responde logo com um "se eu tivesse tempo para ouvir música…", mas não é tempo é interesse. Ouve qualquer coisa em qualquer cegada que deite uns sons. Não percebo. E anda há muitos anos rodeada de coisas de alguma qualidade, o que surtiu um efeito verdadeiramente nulo.
Mesmo noutras áreas de domínio masculino, conheci durante a vida a proverbial excepção. Não no audio. Zero. Conheço uma ou outra que gosta de música, mas tanto dá ouvir no elevador, como a passar a ferro.
Quanto ao som dos telefones, estou muito satisfeito com o do iPhone e sempre estive, e como utilizo para sei lá quantas coisas, também não compraria atrás do som. Tenho um iPhone sem jack, o que me irrita. Mas de manhã quando acordo, ouço música numa B&O que comprei quase há 25 anos. Liguei um pequeno streamer Pro-Ject (100€) e via bluetooth ouço as músicas do iPhone em condições muito boas. E foi uma coisa que deu uma nova vida à B&O e gosto destas coisas que duram. Nessa B&O o que funciona mal é o leitor de cassetes e agora nesta casa, por algum motivo, o rádio também apanha muito mal.
Ah, mas as mulheres gostam imenso dos eventos musicais ao vivo… porquê? E porque não querem depois de alguma forma reproduzir esses sons em casa, nas melhores condições? Não sei.
"Ah, mas as mulheres gostam imenso dos eventos musicais ao vivo… porquê? E porque não querem depois de alguma forma reproduzir esses sons em casa, nas melhores condições? Não sei."
Também não sei, mas desconfio que não é a qualidade sonora que as atrai. Pode ser a melodia, ou a beleza da composição mas não vão pela qualidade em si, isso da minha experiência.
Portanto deve haver uma diferença lá no interior do caco, nas ligações ou campos neuronais que serão diversas.
Caro José, whoever you are, todas essas histórias do som, incluindo a guerra do alecrim analógico e da manjerona digital, do SACD e do MQA, pode ler na minha página www.hificlube.net em Português pré-AO. Claro que tenho muito gosto que me continue a ler na Hi-Fi News. Mas para os que não dominam a língua de Shakespeare...
Saudações audiófilas
José Victor Henriques
É um fusível fundido, claro! Ninguém se pode queixar que não gostem dos seus sapatos… é uma coisa que levam a sério. :D
Olha o meu herói do hi-fi! Greetings, caro JVH.
Tenho uma pergunta para lhe colocar: li o artigo da Hi-Fi News escrito no seu estilo inconfundível e magnífico ( nem o MEC dos bons velhos tempos se lhe compara e há um jornalista, agora, que se lhe arremeda às vezes que é o filho do falecido jornalista desportivo Rui Tovar).
A pergunta é: escreveu o artigo em inglês, assim, corrido e sem emendas?
Foi a primeira coisa que notei, para além do assunto. Mas isso é outro assunto.
Cumprimentos de muita admiração. E olhe que sou parco nestas coisas...
JoséRui: pois é, o dos sapatos e demais atavios é um mundo que se calhar se assemelha ao do som...ahahahahaha!
Olá, José
Respondendo à sua questão: o texto é directamente escrito em inglês, ao correr da pena. É muito mais fácil escrever crítica de áudio em inglês, sobretudo a descrição, pois o manancial de termos técnicos e expressões é inesgotável e está ali à mão de semear. A análise auditiva já exige algum domínio da língua e conhecimentos literários também, além dos técnicos, pois estão em causa sentimentos e emoções.
O editor Paul Miller - todos os editores, aliás, lá como cá - são os responsáveis últimos pela obediência ao livro de estilo da revista, pelo que podem introduzir pequenas alterações, quanto mais não seja para 'ajustar' o texto ao espaço disponível.
Na HiFi News o espaço é determinado à partida, o texto é que tem de se adaptar,não o contrário, o que torna o exercício ainda mais complexo. A capacidade de síntese é uma arte - e um dever do crítico. Mas nada de substancial que altere a forma ou o conteúdo, nem eu aceitaria assinar o artigo de outro modo.
O editor é ainda responsável pela abertura ('lead'), título e subtítulos, e tem também uma palavra a dizer na classificação final para garantir uniformidade de critérios entre os vários 'escribas' e a tabela oficial.
That's all. O resto é JVH puro.
A próxima crítica já no próximo número da revista será sobre o D'Agostino Preamp/Stereo amp. O texto da Alexia foi internacionalmente reconhecido como o meu melhor de sempre em língua inglesa, mas eu acho que este ainda está melhor. Eu sou suspeito, claro, mas veremos o que dizem os outros 'suspeitos do costume'...
Pois muito obrigado pela resposta pronta que me incita escrever mais sobre este assunto da minha predilecção.
Além disso e sobre o artigo na Hi-Fi News: pois é...mas a cerca de 80 mil euros ( as colunas Alexia), não é para a maioria e apenas para uma reduzidíssima minoria de afortunados, literalmente. E o D´Agostino idem.
Mas divirto-me a ler esses artigos e todos os da revista. Todos. E ainda os que tem as perguntas e respostas dos leitores e editores. Muito tenho aprendido e algumas escolhas faço-as por aí.
Tem sido com os artigos da Hi-Fi Choice e os da Hi-Fi News e da World britânicas de gema e principalmente os da Stereophile, americana das claras, cuja primeira página é a primeira que leio, em papel, sempre e de há uns anos para cá. Tornou-se a minha revista preferida pelo facto de os escribas o fazerem em modo pessoal, como V. de algum modo faz. Na primeira pessoa e com referências à experiência pessoal. E o grafismo e arrumação, lettering e composição são um must. Nisso as inglesas ficam a milhas e todos ficam a anos-luz das italianas que já não há.
Por isso, lendo quem escreve sobre o assunto, é que comprei o Korg DS DAC 10R que me permite gravar em dsd 5.6 e que para mim é uma maravilha, depois de ter gravado tudo o que queria em PCM 24/192 num Roland Quad Capture. A comparação que fiz, elucidou-me.
Gostei de saber o processo de escrita para as publicações inglesas. Gosto de saber essas coisas. Eu pensava que haveria um livro de estilo (como o do pasquim Público, que até tenho e acho bem feito) e cada escriba deveria apresentar o texto já dentro do estilo. Em experiências que tive, de facto é uma guerra perdida.
80k! Está certo (e feias na minha opinião). Vou ter que reforçar a minha preferência pela What Hifi. Porque como aqui se viu a) pouca gente interviu nesta modesta tertúlia; b) pouca gente, quase ninguém, se interessa por áudio de qualidade; c) as mulheres é mais para os sapatos; d) quem se interessa, digamos eu e o José, tem orçamento limitado. Porque é que essas revistas escrevem para um nicho ainda menor? É o gozo da escrita e da leitura? A satisfação de meter as mãos (os ouvidos) em material inalcalçável de outra forma? Não percebo. Para mim, afasta pessoas do hobby, não as chama. Eu se considerasse gastar 50.000€ numa aparelhagem, teria equipamento para analisar e criticar, revistas para ler, até ser velhinho e surdo. E 50k numa aparelhagem, quer se queira, quer não, nem toda a gente quer e principalmente, quase ninguém pode. Mas é pouco! Essas revistas, que devem ser destinadas aos árabes do petróleo e jogadores de futebol, acham que 500k ou um milhão numa aparelhagem é que é.
José, acho intrigante que esses seus gizmos de digitalização sejam de marcas mais conhecidas pela criação de som do que a sua reprodução.
Cá ficarei à espera de mais textos! Quando começar a escrever sobre horticultura e jardinagem, será um escriba completo para o meu gosto. :D
"Essas revistas, que devem ser destinadas aos árabes do petróleo e jogadores de futebol, acham que 500k ou um milhão numa aparelhagem é que é."
Huummm...e as de carros? Quem dá 100 ou 200 mil por um qualquer Aston Martin ou Bentley ou mesmo Porsche?
E não há quem compre essas revistas para ver as máquinas?
Quanto às Alexia, a 65k£ há quem compre, entre os aficionados. O Michael Fremmer da Stereophile já deve estar a salivar para as recensear mas quando ler o artigo de José Victor Henriques vai ter muito que suar. E parece que tem lá em casa as Alexx, que terá comprado...
A minha questão, desde sempre tem a ver com a melhor opção na relação da qualidade máxima e preço mais razoável.
Quanto aos amplificadores, parece-me que um Pass Labs, de Nelson Pass faria o pleno, para mim.
O meu Nakamichi tem o sistema STASIS que o mesmo inventou e parece-me bem.
Tanto quanto sei, o Ronaldo tem um sistema Pioneer de cinema-em-casa...
Mas na minha página www.hificlube.net podem ler análises recentes a DACS compatíveis com MQA a 200 e 400 euros e amplificadores e colunas de 1500. E tocam bem. Tudo na vida é relativo...
O highend é como a alta-costura. Muitas das peças são fabricadas para ilustrar um conceito. Que é depois aplicado no pronto-a-vestir. Claro que haverá sempre quem compre os modelos exclusivos. Também podemos andar todos vestidos de igual como na Coreia do Norte...
Ah, e a Pono, do Neil Young, faliu...
O Neil Young tem azar no negócio... Ou percebe pouco. Se o vendesse a 100k se calhar teria feito melhor eheheeh!
Mas olhe que eles na Coreia do Norte andam tão de igual como se andava em Portugal há 30 ou 40 anos...
Também há quem gaste o equivalente a uma dessas colunas num fato de aparência semelhante a tantos outros... E até deixe nome na montra da loja.
É preciso é ter amigos porreiros!
As de carros… não gosto de carros, conheço mal as de carros. Acho que não pela seguinte razão: Os carros não são um nicho como a audiofilia — soube até de fonte fidedigna que o Ronaldo tem um sistema de som Pioneer, mas carros é ao chuto (literalmente). E as revistas de carros (parece-me) têm aquilo que a What Hifi chama se não me engano "objectos de desejo", mas depois também tem os utilitários. (Também sou de opinião que os carros deviam estar limitados electronicamente à velocidade que manda a lei e não 250Km/h, lá se ia o desejo, mas divago.)
Se concordamos todos menos o Muja (todos os três) que o som é importante, acho que também seria igualmente importante colocá-lo nos ouvidos das pessoas. Porque também se cai no inverso que o Neil Young se queixa: Alta qualidade de media, para tocar onde? No grilo do carro? Ou no portátil? Se não é quem gosta e a imprensa especializada a fazer isso não é ninguém.
Dito isto sou sensível à ideia de ilustrar um conceito, nesse sentido realmente até gosto. E não fale da Coreia do Norte caro JVH que pode não saber, mas o Muja é sensível à Coreia do Norte. É uma coisa que lhe agrada e que de alguma forma vê paralelos com Portugal de outrora. Eu também vejo paralelos, mas no sentido daquelas linhas que só se encontram no infinito…
Agora eu nem me queixo do High-End, eu queixo-me é do Ultra High-End. E do tempo que se perde com isso. Para mim High-End é o T+A A 3000 HV e toda a linha HV, aliás gostava de ler mais sobre aparelhagens alemãs. Tudo que custe mais começa a fazer-me cócegas e raramente leio. Tem que ser algo realmente extraordinário, logo à partida visualmente. Mas também nesta fase, no fundo, procuro a minha aparelhagem ideal e ando com um sentido algo prático.
Não me trate como trata a Coreia do Norte, JRF!
Eu porventura disse que o som não era importante? Até disse que guastei mais uns cobres nuns altifalantes por serem, supostamente, melhores que a maioria que aí se vende - embora sem pretensões, nem minhas nem deles, de audiofilia.
Eu não me importava nada de ter todas essas aparelhagens. Mas duvido que notasse uma grande diferença porque, como para tudo o que interessa, é preciso aprender. Ou treinar o ouvido.
O que eu achei curioso foi a entrevista do Neil Young e os termos em que ele se refere à Apple e ao Spotify. Como se as editoras que ele jura serem precisas - evidentemente, senão, o graveto, via-o por um canudo - não editassem CDs quando poderiam editar tudo em SACD e não editam.
De uma forma geral, acho que músico se deve limitar a fazer música; caso contrário, o mais certo é falar do que não sabe.
Este entendia bem isso:
https://www.youtube.com/watch?v=HBKzMdSMx1E
"Guastei"... Ehehe! Devo estar a ficar com sotaque na escrita...
E, em boa verdade, acho que é desperdício gastar mais para guardar em alta-qualidade aquilo que, em si próprio, tem pouca ou nenhuma e que é mais de 90% do que agora passa por música.
E nem incluo, por caridade, essa tal St. Vicent!
" aliás gostava de ler mais sobre aparelhagens alemãs."
Até eu...porque vi em Munique e em Berlim preciosidades que não encontro nas revistas da especialidade em língua de Shakespeare.
Principalmente gira-discos. Mas os países de Leste também já estão na corrida, mesmo ao tal High-End. Têm que dar trabalho aos engenheiros que formaram para nada...
O JRF que é tão sensível à saúde do planeta, devia sê-lo a este argumento.
Mais informação quer dizer mais "data centers". Sabe quanta energia gasta uma coisa dessas?
Bem, pelo menos os engenheiros estão por lá.
Cá andamos a formá-los de graça para irem beneficiar os outros... Quem diz engenheiros, diz médicos e outros...
Já agora, aproveito a presença do eminente especialista para lhe perguntar a opinião sobre os meus altifalantes, que são estes:
https://www.whathifi.com/audioengine/a2/review
Pronto Muja, fazemos um trio de quatro, não há problema!
O seu argumento Vs. Neil Young faz algum sentido, mas tem de se lembrar que o SACD não toca em todo o lado (se bem que isto se derrota, porque os ficheiros dele também não). O SACD, foi uma pena, mas acabou por ser a populaça a mandar — e a malta do dinheiro das editoras.
Isso que diz que passa por música, eu por caridade a mim próprio, não vou considerar que abarca o que eu ouço — e St. Vincent não é mau, mas não tenho nenhum disco. O que já li há uns tempos é que a masterização dessa música corrente é também feita à medida de pequenas colunas e grilos, que é onde a malta ouve. Ou seja, se por um acaso, for colocado numa boa aparelhagem, estará muito longe do que o "artista" pretendia.
Eu sou sensível a todos os seus argumentos!
Obrigado Muja, até fico um pouco embaraçado com todos esses encómios…
Até ver, eu não ouvi esses altifalantes, mas por incrível coincidência eram os que eu queria comprar para a minha filha com base em tudo que li — a What Hifi não ficou totalmente convencida!
Mas um dia, foi com a mãe à Fnac e viu para lá uma coisa em promoção (não imaginam como tenho enriquecido com as promoções, principalmente da Sonae) e zás, comprou! Acho que é Pioneer, deve igual à do Cristiano Ronaldo! E eu disse: Então eu não ia mandar vir as Audio Engine A2, depois de aturado estudo? E elas: Esta estava em promoção e não é preciso gastar mais dinheiro. E eu: Vocês mandam!
Os encómios não eram para si! Ahahah!
É natural que não tenha ficado convencida... Para quem avalia altifalantes de 65k...
Mas para secretária dizem que é bom, e é para isso que eu os quero pois praticamente só ouço música quando estou no computador ou no carro. E não ouço só música.
Já os tenho há uns dois ou três anos e estou satisfeito com a compra.
"Os encómios não eram para si! Ahahah!"
Não? Eram para o José, estou chocado!… :D
A What Hifi não avalia de 65k, é esse o meu ponto. Esses são as outras mencionadas. A What Hifi é mais terra-a-terra e acabo por lê-la mais por essa razão. Mas gostei do clube Hifi, é um site que vou passar a dar uma olhada regular. Valeu a pena esta conversa.
Sobre as Audioengine, tirado do próprio site:
"But where outright fidelity is concerned, we now think you can do better."
Nem precisa de pedir a opinião a JVH...ahahaha. ( que a não irá dar aqui, assim, acho eu que nem me atrevo a fazer disto um forum, como os que há por aí na net e que aprecio muito. Por exemplo o do Hoffman)
Era só por curiosidade, visto que já as comprei e, tão cedo, não prevejo comprar outras.
E o trabalho que fazem é mesmo esse: de secretária.
Here my train a coming pata a fundo
comin'
?
hendrix hi-fi...bach hi-fi... how?
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