Estas duas imagens são da revista Inovação & Ensino Superior, distribuída gratuitamente com o Público de hoje.
As duas páginas que copio ( e que se lêem clicando na imagem), mostram o que pensam sobre o ensino superior e politécnico dois indivíduos que conheço e pessoalmente prezo e considero.
Um, António Feijó, director da FLUL, entende o ensino superior nessa universidade como uma forma de alcançar uma licenciatura como uma graduação multidisciplinar que nasce da livre circulação dos alunos entre as várias fauldades da Universidade de Lisboa. " A um tronco comum de disciplinas essenciais nas Ciências e Humanidades onde o aluno pode acrescentar saberes diversos e divergentes. "O que queremos com esta lienciatura é que os alunos, ao contrário do que tem vindo a ser a tradição em Portugal, entrem na Universidade e frequentem cadeiras de Ciências, Belas Artes, Letras, Psicologia, etc. assegurando à partida um tronco disciplinar comum", diz António Feijó.
O problema, quanto a mim, reside nesta utopia que pretende transformar o tempo de estudo e reflexão de um dado curso de Humanidades ou Ciências, num continuum em que um acervo monumental de saberes se vai trasmudando para outros saberes que se vão acrescentando aos primeiros.
A única reserva que coloco a este entendimento humanístico da cultura e ciência, de âmbito renascentista, é simples de expor: há tempo, em 2 ou 3 anos escolares, para um aluno médio fazer isto tudo com um grau de sucesso medianamente exigível?
O segundo caso, de Rui Teixeira, do Politécnico, é mais abrangente ainda:
"A escola, agora, mais do que um sítio onde se aprende é uma atitude de busca e procura. O professor que persista em ensinar esbarrará na sua ineficácia", diz Rui Teixeira, inspirado certamente noutros mestres que frequenta.
Meu caro Rui: essa utopia ainda me parece mais grave do que a anterior. A escola, então, não deve ser um lugar da aprendizagem, mas sim de busca e procura?
Desculpa, mas não entendo este novo conceito de ensino, ou melhor dizendo, de aprendizagem, digo, de busca e procura de conhecimento, sem mestre.
Por uma razão: há disciplinas científicas e até de humanidades cujo estudo e saber, não prescindem de mestre. E um mestre, desde sempre, dos séculos dos séculos e do porvir, é um mestre. Não é apenas um aluno entre os demais.
Mudara o paradigma para uma escola de inclusão de saberes dispersos e sem mestre, faz-me lembrar aqueles cursos rápidos de línguas que dantes se vendiam para quem tinha pressa em aprender as noções básicas. O Alemão sem mestre, por exemplo, ainda deve estar por aí, perdido num canto qualquer, à espera que alguém lhe pegue e aprenda o que é básico na língua de Goethe.
Se tivesse um mestre, nunca teria precisado de um livro que prescinde dele...
Um, António Feijó, director da FLUL, entende o ensino superior nessa universidade como uma forma de alcançar uma licenciatura como uma graduação multidisciplinar que nasce da livre circulação dos alunos entre as várias fauldades da Universidade de Lisboa. " A um tronco comum de disciplinas essenciais nas Ciências e Humanidades onde o aluno pode acrescentar saberes diversos e divergentes. "O que queremos com esta lienciatura é que os alunos, ao contrário do que tem vindo a ser a tradição em Portugal, entrem na Universidade e frequentem cadeiras de Ciências, Belas Artes, Letras, Psicologia, etc. assegurando à partida um tronco disciplinar comum", diz António Feijó.
O problema, quanto a mim, reside nesta utopia que pretende transformar o tempo de estudo e reflexão de um dado curso de Humanidades ou Ciências, num continuum em que um acervo monumental de saberes se vai trasmudando para outros saberes que se vão acrescentando aos primeiros.
A única reserva que coloco a este entendimento humanístico da cultura e ciência, de âmbito renascentista, é simples de expor: há tempo, em 2 ou 3 anos escolares, para um aluno médio fazer isto tudo com um grau de sucesso medianamente exigível?
O segundo caso, de Rui Teixeira, do Politécnico, é mais abrangente ainda:
"A escola, agora, mais do que um sítio onde se aprende é uma atitude de busca e procura. O professor que persista em ensinar esbarrará na sua ineficácia", diz Rui Teixeira, inspirado certamente noutros mestres que frequenta.
Meu caro Rui: essa utopia ainda me parece mais grave do que a anterior. A escola, então, não deve ser um lugar da aprendizagem, mas sim de busca e procura?
Desculpa, mas não entendo este novo conceito de ensino, ou melhor dizendo, de aprendizagem, digo, de busca e procura de conhecimento, sem mestre.
Por uma razão: há disciplinas científicas e até de humanidades cujo estudo e saber, não prescindem de mestre. E um mestre, desde sempre, dos séculos dos séculos e do porvir, é um mestre. Não é apenas um aluno entre os demais.
Mudara o paradigma para uma escola de inclusão de saberes dispersos e sem mestre, faz-me lembrar aqueles cursos rápidos de línguas que dantes se vendiam para quem tinha pressa em aprender as noções básicas. O Alemão sem mestre, por exemplo, ainda deve estar por aí, perdido num canto qualquer, à espera que alguém lhe pegue e aprenda o que é básico na língua de Goethe.
Se tivesse um mestre, nunca teria precisado de um livro que prescinde dele...
25 comentários:
Fui aluno da FLUL e tenho cadeiras feitas na FCUL, nomeadamente, Teorias Físicas e Teorias Bilógicas!
Aquilo que o António Feijó quer, já António Franco Alexandre apresentava como lamento que posteriormente foi atenddo.
Este último, com formação iglesa e americana, dizia mesmo aos alunos que a Universidade portuguesa era uma tristeza.
Dá agora aulas na FDUL, suponho que de Flosofia do Direito
"Se tivesse um mestre, nunca teria precisado de um livro que prescinde dele..."
Tal qual eu e Mark Twain: Só aceitaria ser sócio de um clube que não me aceitasse como tal!
Que lindo. Mais giro era falarem, por exemplo, dos alunos de Clássicos que têm aulas com fragmentos sacados da net. Isso é que era giro falarem, da busca e da procura no Firefox e tretas do género.
Compreendo-o José,
lembro-me de ter um Prof de psicofisiologia que dizia que o ensino superior deveria de ser para nos ajudar a organizar as ideias, ensinar-nos a pensar, tal desiderato só se alcança com auxilio de um mestre.
http://studyat.anu.edu.au/programs/4106XBARTS;overview.html
está aqui um exemplo disso. a mim, parece-me uma loucura, mas tudo bem.
António:
O ensino superiro é sempre para isso: para arrumar ideias.
No entanto, isso acontece de um modo racionalmente incontrolável e que só o tempo e esforço concedem.
Explico melhor:
a prática de um instrumento musical só dá uma coisa: técnica de execução. E essa técnica não surge de um momento para o outro, mas com horas, dias, meses ou anos de prática constante.
AO fim de um certo tempo, qualquer praticante se apercebe de um fenómeno: começa a parecer fácil o que julgava impossível. E isso sem que racionalmente fosse possível prever o efeito sem passar pela prática e o esforço de aprendizagem.
No ensino, isso torna-se de igual modo notório: os resultados só aparecem depois do esforço de estudo. Mas aparecem.
Prescindir desse esforço, julgando que o saber se adquire por infusão ou por frequência de ambientes, é ilusório quanto a mim.
E é nesse logro que me parece que o Rui Teixeira está a incorrer.
Já lho disse, aliás.
Pois, a coisa agora funciona por módulos, unidades, créditos etc etc.
A linguagem é economicista. Não percebeo bem porquê, mas suspeito: os economistas são os indivíduos mais propensos a julgarem-se sabedores de todos os fenómenos.
Infelizmente, é precisamente o contrário que se verifica...
Que post extraordinário!
Título engenhoso, artístico, como convém ao conteúdo brilhante que se lhe segue, porém sem deixar de ser provocatório e assertivamente crítico.
Achei interessantíssima a posição do seu amigo Rui Teixeira sobre o ensino, como ponto de partida para debater o que deva ser hoje a formação académica.
Compreendo a sua posição, mas parece-me que a posição adoptada pelo seu amigo decorre de uma necessidade de motivar para aprender.
Hoje em dia já não consegue ensinar-se quem não esteja motivado para o conhecimento. Creio que essa responsabilização pela evolução na aquisição dos seus próprios conhecimentos por parte de quem aprende é uma forma de ensinar melhor ...
E provavelmente a que o seu amigo considera mais eficaz.
O Mestre será mais um orientador, alguém que suscita questões, abre caminhos, gera ferramentas de trabalho. O aluno usando-as é simultaneamente sujeito e predicado do seu aprendizado.
Adorei o tema, José!
Pedro:
Os alunos de Clássicos tinham a maior e mais bem apetrechada biblioteca de toda a flul. De tal forma, que boa parte das obras que em filosofia eram necessárias, como as completas de Freud, era lá que se ncontravam. Inclusivamente, se a memória me não falha, parte consideravel do espólio de Matos Romão que deveria ter ido para o Departamento de Filosofia, foi parar a Clássicos... eu sei por quê, mas não digo!
Portanto, Pedro, no snieveling!
Dos clássicos, contaram-me. Só meti as patas uma vez nesse curral da Faculdade de Letras, e umas quantas vezes na Nova antes de me arrepender.
Isto é tudo uma palhaçada. É conversa de quem não quer fazer nada - para não falar do saber fazer alguma coisa, porque, vamos lá ver, qual é a produção académica da faculdade de letras? E, com excepção de uma ou outra universidade europeia manhosa, onde é que convidam essa gente que dá aulas, para o que quer que seja? Rutgers? Não me parece.
O Steiner tem aquele livrito muito jeitoso, Lições dos Mestres. Deviam ler isso, meter os olhinhos nos americanos quanto ao ensino das humanidades e fechar o bico. Ou então, vão andar aí gajos como o Galamba a serem doutores na Filosofia, etc, etc, etc.
Mas, sobre o ensino universitário e as humanidades cá, duas palavritas: lobby gay. Exemplo? Sua excelência, Frederico Lourenço.
Pronto e já chega, que isto é coisa que me irrita.
E palhaçada maior é esta. Por exemplo, cadeira de filosofia política na univ do porto:
http://sigarra.up.pt/flup/disciplinas_geral.FormView?P_CAD_CODIGO=FILO018&P_ANO_LECTIVO=2009/2010&P_PERIODO=1S
Que bibliografia é esta, pá? Em 6 meses? Estamos a brincar aos cowboys ou quê? Só mais uma. Ontologia:
http://sigarra.up.pt/flup/disciplinas_geral.FormView?P_CAD_CODIGO=FILO031&P_ANO_LECTIVO=2009/2010&P_PERIODO=2S
Pedem a do Hartman. Está tudo doido? Esse livro é raríssimo, só encontrei um volume por um dinheirão, e a malta no Porto pede isto? E mais uma carrada de inanidades? Para darem trechozitos e ninguém sair de lá a saber coisa alguma?
Mais, varreram o Grego do ensino secundário e do ensino superior, porquê? Para fazerem cursos de verão e cursos paralelos, para sacarem uma pipa de massa aos alunos? Vão-se mas é todos...
Pois, a coisa agora funciona por módulos, unidades, créditos etc etc.
A linguagem é economicista. Não percebeo bem porquê, mas suspeito: os economistas são os indivíduos mais propensos a julgarem-se sabedores de todos os fenómenos.
Infelizmente, é precisamente o contrário que se verifica...- José
Posso contar a minha experiência. Acabei o curso de direito há dois anos e assisti a uma verdadeira revolução bolonhesa que me apanhou exactamente a meio da licenciatura. Poderia sumariá-lo da seguinte forma:
1) As cadeiras anuais passaram a semestrais sem redução proporcional das matérias. Resultado: um ensino superficial, atabalhoado e, frequentes vezes, lacunoso. E com graves consequências ao nível dos conhecimentos, nomeadamente no caso de cadeiras como processo penal e processo civil, tradicionalmente cadeiras anuais, que ficaram reduzidas a um semestre.
2) Foi introduzida a opção pela avaliação contínua, uma inovação bem-vinda e correcta, mas ainda experimental e com grave distorção dos resultados finais dos alunos. Como os professores, na sua maioria, facilitavam na avaliação de testes e trabalhos realizados durante o semestre, as notas dos alunos que optavam pela avaliação contínua eram sistematicamente inflacionadas em dois em três valores. Premiava-se os alunos que iam às aulas e se dispunham a fazer mais testes e trabalhos, mas à custa de um método facilitista que discriminava os alunos que optassem por ser avaliados apenas por exame final.
Isto para dizer que é este o espírito de bolonha. Pretende-se cursos mais flexíveis, com mais opções de escolha em matéria de áreas objecto de ensino, mas simultaneamente encurta-se a experiência de contacto dos alunos com aquilo que se designa por "tronco comum" de cada licenciatura. Os resultados a longo prazo parecem-me ser maus, porquanto é preferível saber um pouco de alguma coisa do que nada de muito.
Infelizmente, estas ideias românticas sobre o ensino já foram colocadas em prática no ensino não superior e os resultados estão à vista de todos!
A pressão para que o ensino superior fique preso nas teias do "eduquês" e do pós-modernismo é enorme e compreende-se bem a razão essencial - o lobby das "ciências" da educação necessita de continuar a demonstrar a importância da sua existência e especialmente de todos aqueles que representa. Os "cientistas" da educação depois de terem arrasado por completo com o ensino não superior e de terem vivido às custas da venda da banha da cobra a todos aqueles que procuravam um curso superior relativamente fácil de obter, através da venda de cursos "superiores" de "eduquês" mais conhecidos por cursos "superiores" de professores do ensino básico, actualmente buscam novas formas de alimentação porque está difícil convencer mais incautos a frequentar a doutrina de suas excelências, desta forma têm feito uma enorme pressão junto dos Ministério da Educação e Ministério do Ensino Superior no sentido de TODOS os professores serem OBRIGADOS a formação em "eduquês" nas suas escolas "superiores" de educação!!
Segundo dizem alguns socialistas conhecidos, se o PS ganhar as próximas eleições teremos TODOS os professores de TODOS os níveis de ensino a frequentar OBRIGATORIAMENTE a doutrina do "eduquês" na Igreja oficial do mesmo...
Para mim, este é o maior crime que um governo pode cometer.
Crime social que consiste em abastardar todo o ensino, substituindo o verdadeiro conhecimento por um ersatz: a sabedoria tipo Seleccções do Reader´s Digest.
Repito: fechem por favor e com urgência, o ISCTE.
Mas este crime já se propagou.
Ao tempo que eu dizia que não faltaria muito para serem até os professores universitários a propagarem o eduquês.
Mesmo que fechassem o ISCTE a praga já não se controla.
os economistas são os indivíduos mais propensos a julgarem-se sabedores de todos os fenómenos
Hehe... Essa conclusão foi antes ou depois de privar nos comentários de um blogue com um arrojado economista?
Eu por acaso não tenho essa ideia. A impressão meramente pessoal que tenho é que são os das áreas de "gestão" que dominam todos os fenómenos (bela escolha de palavra). -- JRF
Humm...não é nada contra o Arroja. Desisti de comentar no blog dele, porque nada adianta.
É inútil argumentar contra quem nem sequer lê devidamente o que se escreve, não levando minimamente em conta os argumentos que se contrapõem.
Quanto aos economistas é apenas uma impressão minha.
Humm...não é nada contra o Arroja.
Eu sei, estava a brincar... Eu também desisti de comentar lá por isso, porque muitos comentários são lixo e porque aquele Joaquim, como blogger, um zero.
Mas o Pedro Arroja teve ali uma fase que considerei bem interessante.
Depois foi o descalabro, teses atrás de teses e o piadético é que qualquer lixómetro nos comentários as provavam, no imenso universo de uma dúzia de comentadores.
Recentemente via Cocanha acabei lá outra vez e pareceu-me entender que haveria realmente gente a responder a um Bispo de Barcelos, como se fosse Bispo e de Barcelos... O que por si só dava para dúzias de teses. Hehe. -- JRF
Afinal a discussão de 1 de Maio não acabou, pois não, Zé e Rui?
Uma leitura dos comentários dá para avaliar da complexidade da questão e eu, pessoalmente, apenas posso dizer que dou graças a Deus por já não estar no ensino... e também por ter tido alguns, poucos, bons mestres. E foi com eles que, até no autocarro a caminho da escola, aprendi nomeadamente aquilo que não se consegue ensinar nas aulas porque a maioria dos alunos não o atinge... É nesse ensino, marcado pela experiência e pela dedicação que eu acredito. O trabalho dos meus ex-alunos também comprova que tenho razão. Se calhar foi por isso os "responsáveis" por estas pseudo novidades me afastaram do ensino como "incómodo". O resultado está à vista...
Barbosa:
Esta discussão nunca acaba,porque lida com o essencial: a capacidade em transmitir conhecimentos verdadeiros e essenciais e a capacidade em os apreender e assimilar.
Lembras-te das sabatinas em latim?
Vocês ainda chegaram a ter as de grego e de filosofia, coisa que para mim, ficou para trás.
E acredita que tenho pena de não ter aproveitado a oportunidade.
Como tenho pena de não ter aproveitado a música erudita e a teoria associada.
Sinto isso como uma lacuna na formação, tal como sinto a falta de saber alemão.
Esse tipo de coisas, actualmente, segundo leio, está ultrapassado.
Só pergunto: estará mesmo?
Não será possível chamar a isso um outro nome mais pomposo e moderno e que significa exactamente o mesmo, mas sem o efeito completo?
Ensinar e aprender devia ser matéria simples de entender e não sujeita a contínuas experimentações tidas como o nec plus ultra da modernidade.
Caro José, retive do seu comentário e vou guardar : "ensinar e aprender devia ser matéria simples de entender e não sujeita a contínuas experimentações..."
Sem dúvida,
Como o certo e o errado,
A verdade e a mentira,
Contudo bem sabemos que nada é simples. Podemos é não alcançar o que complica tal simplicidade natural ...
Já o "nosso" bastonário de ordem de serviço sempre pronta, tem receita para tudo...
Até para os cozinhados feitos entre imprensa e magistrados em certas matérias ...
Tê-lo-ei percebido bem ?!...
Não suscitou a sua atenção ?
Saudações.
Claro. José.
Estou de acordo contigo...
Por isso é que escrevi o que escrevi.
Uma das melhores referências que guardo dos meus alunos é a de dizerem que eu tornava fáceis as coisas difíceis...
E em Roma os colegas gozavam comigo pois eu dizia com frequência: "ma questo è fácile!..." - perante algumas coisas que eles consideravam inacessíveis...
E, de facto, eram... fáceis...
Ou não?
Barbosa:
A primeira discussão que tive com o Rui, tínhamos 12-13 anos. A propósito da Menina, da Tonicha, o Rui teimava em colocar a introdução, omitindo umas notas e alterando a versão original, por estar convencido que era assim que se tocava.
Eu entendia que não e estava absolutamente convencido da minha razão ( como hoje ainda estou, sobre isso mesmo, porque me lembro bem).
O tipo de discussão é quase o mesmo: fidelidade a um modelo de alta qualidade versus aceitação de um ersatz.
Para mim, é isso.
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