sexta-feira, julho 30, 2010

A "listinha"


Por que razão se instalou esta guerra no Ministério Público? O jornal i de hoje apresenta as perguntas fatais que não foram apresentadas a quem de direito e que deveriam ter constituído o manual e guia da investigação, logo no início. O caso apresenta-se como de pura e simples corrupção, penal e política e se esta fica de fora da alçada do MP, aquela não.
Corrupção associada a tráfico de influências com relevo evidenciado em entrevistas de tv. Por isso mesmo, a investigação deveria ter seguido esse roteiro primordial, em total segredo de justiça, de modo rápido e com diligências eficazes que apenas a celeridade e o secretismo poderiam garantir alguma probabilidade de sucesso. Segundo se anuncia hoje nos jornais- Público, Sol e i- nada de relevante se fez nesse capítulo da investigação ao poder político e topo e quanto à alegada actividade de financiamento ilegal de partidos, arruma-se a questão como se carecesse de uma queixa que nunca foi apresentada. Como se o problema não estivesse umbilicalmente ligado ao fenómeno da corrupção na sua expressão mais evidente. E portanto, sem necessidade de qualquer queixa.
Toda esta problemática se percebe instintivamente ao ler as 27 perguntas da "listinha" que uns certos apaniguados jugulares, com companhia de patetas tipo Adão e Silva ( que escreve no i um artigo absurdo de desonestidade intelectual) não percebem porque lhes falta a veia principal: a da transparência, verdade, honestidade política e até ética republicana . E lhe sobram os sinais de apaniguados deste poder, como efectivamente são.

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3 comentários:

Miguel disse...

Texto de Artur Costa em http://www.blogsinedie.blogspot.com/

Penso que coloca bem a questão:

Terminou o caso «Freeport». Não. Parece que não terminou. Terá chegado ao fim. A avaliar pelas notícias que têm sido difundidas, os magistrados do Ministério Público que têm o processo a seu cargo afirmam no despacho final haver ainda mais diligências que deveriam ser feitas, tendo como alvo o actual primeiro ministro e, à altura dos factos, ministro do Ambiente, e ainda o secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza de então, bem como ficaram por esclarecer vários pontos relacionados com quatro cartas rogatórias que foram expedidas para um país estrangeiro e que não foram cumpridas. Tinham até um questionário preparado dirigido a essas duas entidades, mas que não puderam concretizar por falta de tempo, isto é, por o processo ter de chegar ao fim. É que o vice-procurador-geral da República tinha imposto uma data – o dia 25 passado - para o processo ser encerrado. Dessa forma, o processo terminou sem ter chegado ao fim. Terminou por imposição hierárquica. Não há outra leitura para o que, segundo a imprensa, se afirma no referido despacho.
A situação, assim descrita, causa perplexidade. Foi posto um termo ao processo, sem que este tivesse cumprido o seu objectivo: alcançar a verdade, pelo pleno esclarecimento dos factos.
O despacho final produzido no inquérito levanta, pois, muitas dúvidas.
Por que razão foi imposto um limite temporal, independentemente da verdade a que se chegasse? Porque o processo andou a arrastar-se durante anos e era preciso pôr-lhe um termo? Mas se o processo já tinha ultrapassado os prazos normais, por que não continuar com ele até se esgotarem as diligências? Por que impor-lhe um fim formal e aparentemente discricionário?
O processo demorou por culpa dos investigadores, ou as delongas ficaram a dever-se a circunstâncias alheias à investigação? E se foi por estas últimas, por que não prosseguir com ela?
Tem-se acusado os investigadores de terem tido muito tempo para porem em prática as diligências que agora foram referidas no despacho final, nomeadamente, os esclarecimentos que projectavam obter do actual primeiro ministro e do, ao tempo, seu secretário de Estado. Mas será assim, ou só agora os investigadores conseguiram reunir elementos que possibilitariam realizar com algum proveito essas diligências?
É necessário esclarecer todas estas questões para que se alcance, neste caso, um mínimo de transparência e de tranquilidade pública.
O despacho, tal como veio a público, levanta mais questões do que aquelas que resolve e, nesse aspecto, sendo um despacho final, não põe fim às dúvidas que sempre ensombraram este caso. Pelo contrário: parece adensá-las. Por outro lado, interpela directamente certas entidades de uma forma talvez pouco usual e que insinua muita coisa nas entrelinhas. Por isso, mais do que nunca se impõe um esclarecimento por parte dos responsáveis que ponha cobro a tanta divagação e a tantas opiniões ou palpites desencontrados dos habituais comentadores que intervêm na comunicação social.

José Domingos disse...

Portugal é hoje um paraiso criminal, onde alguns inocentes imbecis, se levantam para ir trabalhar, recebendo por isso dinheiro, que depois lhes é roubado pelos criminosos e ajuda a pagar ordenados aos iluminados que bolsam certas leis.
Os portugueses, que também têm culpa no cartório, ao aceitarem pacificamente que os políticos lhes vendam gato por lebre, isto é, um Estado Social oneroso, quando lhe disseram que era gratuito ou abaixo do custo, mas que vão ter que alimentar e pagar. E, para cúmulo, premiando a burla em eleições.

Karocha disse...

Muito bem colocada!

O Público activista e relapso