O actual PGR embrenhou-se num labirinto de há um ano para cá. Sem fio de Ariane, estará convencido que o minotauro é de papel. O problema é que talvez seja mesmo isso e acabe por ser a imprensa a fazer o papel que as instituições democráticas não conseguem. O Sol já cita um advogado-Ricardo Sá Fernandes- que usa a palavra "arbítrio" para classificar a atitude do PGR. Daqui a pouco, a expressão passará a outra dimensão, porque a notícia do Sol, citada abaixo, já fala em crime, explicitamente. Para existir um crime, em certos casos, é preciso dolo, ou seja uma intenção, mesmo genérica, em praticar um ilícito típico. Já estamos neste campo...
Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, o deputado social democrata Fernando Negrão contestou a falta de resposta por parte do procurador geral da República, Pinto Monteiro, a um requerimento do PSD de 19 de Maio sobre «o destino dado ou a dar aos despachos de arquivamento» que proferiu no âmbito das certidões extraídas do processo Face Oculta e de escutas telefónicas que envolvem o primeiro ministro, José Sócrates.
Fernando Negrão referiu que foi «manifestamente excedido o prazo fixado para o efeito, que é de 30 dias».
«A Assembleia da República fez um pedido e o senhor procurador geral da República não só não respondeu como destruiu os documentos a respeito dos quais nós queríamos informações sobre o respetivo destino», criticou.
O ex-director da Polícia Judiciária e ex-ministro da Segurança Social acrescentou que os sociais democratas estão «preocupados porque, nos termos do Código Penal, do artigo 355.º, é crime a destruição de documentos de natureza pública e um despacho do procurador geral da República, seja em que processo for, é um despacho de natureza pública».
Questionado se no entender do PSD a destruição dos despachos constituiu um crime, Fernando Negrão respondeu: «É essa a nossa dúvida. E essa foi mais uma razão que levou a que nós elaborássemos um sexto requerimento dirigido ao senhor procurador geral da República».
«O Código Penal diz que documentos desta natureza não podem nem devem ser destruídos, sob pena de o respectivo autor ser punido por uma pena de prisão. A pergunta que colocamos ao procurador geral da República é que nos explique em que circunstância é que foram destruídos os documentos e se foi tido em conta que existe uma incriminação para este tipo de conduta», disse.
No novo requerimento, entregue hoje, o PSD considera que Pinto Monteiro «faltou ao dever de respeito e colaboração que deve existir entre órgãos do Estado» ao não responder ao pedido de informação do Parlamento sobre o destino dado aos seus despachos.
O PSD pede «informação sobre a concreta fundamentação da destruição dos mesmos» e sobre o motivo pelo qual o Parlamento só teve «conhecimento do destino dos despachos através da comunicação social».
Quanto aos «despachos de arquivamento reproduzidos antes da destruição dos originais, com extração das escutas», o PSD quer saber qual será o seu destino, incluindo se «serão tornados públicos» ou «manter-se-ão para sempre na Procuradoria-Geral da República».
Lusa / SOL
4 comentários:
o mais incrivel é tao pouca imprensa andar em cima do assunto..nao interessA?
é obvio q interessa às pessoas desde q a mesma imprensa explique a singeleza da coisa..
nao havia futebol, nao era ábado a noite mas aproveitou o barulho d constituiçao, o cavaco em angola..ah!! e até da guniné eq. na cplp recebeu mais atençao
só podemos assumir uma coisa: isto anda tudo ligado... :-)
http://aeiou.expresso.pt/arguido-envolve-familiares-de-socrates-em-desvio-de-milhoes=f591322
Imagine-se,por absurdo,coisa que ninguém acredita devido ao carácter impoluto da criatura que nos governa,que estas acusações têm um fundo de verdade.
Com este PGR a receber a documentação que o acusador diz pretender enviar...
Isto não é normal,nem pode ser normal em país algum.
São os "novos" crimes do PGR, Pinto Monteiro, a ler em
http://vickbest.blogspot.com/2010/07/o-pgr-pinto-monteiro-luminaria-contra.html
Uma provocação: Vamos apostar no desfecho do inquérito aberto para averiguar eventual conduta deontologicamente censurável da procuradora-adjunta do processo dos submarinos?
Enviar um comentário