quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Crónica de costumes na Visão: política e negócios as usual

 




A revista Visão de hoje traz na capa um assunto que me levou a comprar: "Negócios depois da política", referindo-se a várias personagens da nossa vida pública recente e os seus negócios por esse mundo fora, com associações a angolanos, principalmente.

O artigo de sete  páginas, assinado por Miguel Carvalho,  visa Menezes, o antigo presidente de Câmara que depois de perder a dita, desta vez no Porto, decidiu mudar de vida e  deixar para trás os "16 anos de empobrecimento" ( é preciso ter lata...)  Estava disposto a continuar o sacrifício, no Porto, mas o povo não quis. Lá saberá porquê, o povo do Porto...

Menezes fez-se então à vida, depois de se empobrecer a si e à câmara de Gaia ( uma dívida de mais de 300 milhões de euros...). Contou à revista as suas misérias, nomeadamente uma casa declarada no valor de mais de meio milhão de euros, para a compra da qual contraiu um empréstimo de 165 mil euros, mais coisa menos coisa. Daria o rendimento auferido como presidente de Cãmara ( nunca superior a 3500 euros líquidos) para tal? Responda quem souber. E já agora responda também sobre um assunto não mencionado na revista: clínicas privadas. Sim, isso mesmo.

Agora, portanto, nova vida. Negócios com antigos parceiros da política, angolanos e o mais que adiante se poderá ver, se calhar.

O que a Visão conta não indicia qualquer facto obviamente ilícito. O relacionamento negocial destes parceiros pensadores com Angola é o normal: um banco angolado ( BAI) a sustentar investimentos fabulosos e sócios de alto coturno na política local, retratados na foto supra. Tudo dentro dos conformes da normalidade actual.
Então porquê a reportagem da Visão? Uma crónica de costumes, certamente. Um pouco mais sofisticada do que dantes se fazia, mas vai dar ao mesmo.
É evidente que a Visão e outros que conhecem factos não costumam comer miolo de enxergão. Esperemos então por desenvolvimentos ulteriores...

4 comentários:

Unknown disse...

vamos seguir o dinheiro que debaixo das proximas pedras(milhoesEuros) vamos encontrar a resposta.
Segue o dinheiro estupido é o conselho que dava o chefe de redação para o novato que foi incumbido de descobrir boas noticias w nunca mais se desengomava e que ainda é verdadeiro hoje.

lusitânea disse...

Numa fase das descobertas a rapaziada até pagava a nomeação para o lugar...
Portanto o Meneses coitadinho e chorão como sempre parece que nos quer fazer de estúpidos...

Anibal Duarte Corrécio disse...

Este 'jornalismo de investigação' parece tresandar a PS para tramar de formas ínvias Passos Coelho e o governo.

Pessoalmente estou-me a borrifar para Menezes a quem desjo boa sorte na esfera dos negócios, desde que não prejudique o erário público e enriqueça nas malhas da lei.

Expressões como "Com currículo soberbo nos gabinetes de governos do PSD" quase transpiram tudo : com este tipo de trabalhos pretende-se colocar pauzinhos nas engrenagens mentais dos leitores e mobilizá-los subrépticiamente para a 'Mudança Seguro'.

Qual é o problema das pessoas enriquecerem ou trabalharem para isso?

Qual é o problema das pessoas utilizarem a rede de influências de que dispõem para criar e expandir negócios?

Não deveríamos ficar felizes e contentes por existir a Prebuild - 53 empresas, 5600 colaboradores e investimentos em 11 países ?

Os novos «bandeirantes» custam a ser reconhecidos e a inveja grassa...





José disse...

O substracto é efectivamente esse. A Visão e este redactor nunca se interessaram pelo Sócrates, do mesmo modo.

E há muito mais para investigar: a Octopharma, por exemplo que é um polvo muito mais interessante que esta lula do Menezes.

O Público activista e relapso